domingo, 17 de julho de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 17/07/2016

ANO C


Lc 10,38-42

Comentário do Evangelho

Jesus aceita o convite das duas irmãs

O evangelho deste domingo está situado na parte central de Lucas, a “subida de Jesus para Jerusalém”.
É preciso, como ponto de partida, eliminar um equívoco, a saber, a oposição entre ação e contemplação. Neste caso, Jesus daria prioridade à contemplação sobre a ação.
Aqui, a questão é bem outra: trata-se de receber Jesus, de recebê-lo de verdade.
Foi Marta quem o recebeu: “… e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa” (v. 38). Daí que é não só precipitado, mas uma má leitura do texto, desqualificá-la. Jesus aceita o convite de Marta. Aliás, ele espera ser convidado: “... eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo” (Ap 3,20). Nós temos sempre uma porta a abrir para acolher Jesus.
A fé em Jesus é hospitalidade – trata-se de recebê-lo em si, em sua intimidade pessoal e familiar. E recebê-lo bem! Receber bem é deixar o outro falar e se dispor a ouvi-lo. Escutar é um trabalho, exige esforço.
Frequentemente, há muito barulho à nossa volta, muito barulho em nós. Escutar alguém exige atenção. Escutar distraidamente, continuando a fazer as tarefas, é um modo de dizer àquele que fala que o que ele diz não tem nada de decisivo ou de importante. Escutar alguém exige, como ponto de partida, admitir que ele possa ter razão no que diz. Nosso relato tem um valor simbólico. Ele responde a uma questão fundamental para o cristão: o que é ser, realmente, discípulo de Jesus? A lição deste episódio é que ele não opõe duas opções. Ele afirma uma prioridade: escutar, receber uma palavra que se instala em nós como um hóspede se instala em nossa casa.
O erro de Marta foi ter obstruído este tempo de escuta, de ter considerado que receber Jesus é simplesmente preparar a mesa, pôr pequenos pratos, como é o costume até hoje no Oriente. Marta queria fazer-se apreciar.
Tal zelo acaba se transformando em tristeza, amargura, inveja; ela estima que o seu trabalho não é reconhecido o bastante: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda, pois, que ela venha me ajudar!” (v. 40).
O texto é um apelo a dar prioridade a uma palavra que precede tudo e que nos faz agir em consequência dela.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o meu agir não seja movido por um ativismo insensível à palavra de Jesus. Antes, seja toda a minha ação decorrência da escuta atenta desta palavra.
Fonte: Paulinas em 21/07/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho aborda o tema fundamental das nossas opções de vida. Que tesouro nós estamos construindo e acumulando? Aquele que a traça rói, a ferrugem consome e os ladrões podem roubar – ou o que permanecerá para a eternidade? Somos Marta, ou Maria? Estamos preocupados com muitas coisas ou nos entregamos confiantes ao Pai Misericordioso?
Fonte: Arquidiocese BH em 21/07/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho nos ensina o jeito melhor de ajudar ao irmão: oferecer-lhe o que ele necessita no momento e não necessariamente aquilo que preferimos fazer. Jesus se encaminhava para Jerusalém, uma viagem perigosa e tensa. Maria lhe oferecia a sua atenção, que era o que ele mais precisava. Estejamos mais atentos ao próximo do que à nossa satisfação.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Meditação

Como e em que circunstâncias você procura ouvir a voz de Deus? - É fácil dosar as atividades puramente materiais com as espirituais? - Como é sua vida de apostolado? - Como você acolhe os que batem à sua porta? - Sua vida é um bom exemplo de ação e contemplação?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - santuario em 21/07/2013

Meditando o evangelho

A MELHOR PARTE

A cena evangélica desafia-nos a fazer uma leitura integrativa, sem contrapor Maria e Marta, como se uma fosse símbolo da ação e a outra, da contemplação, como se uma tivesse feito uma ação louvável e a outra, uma ação censurável. Portanto, quando Jesus fala que Maria escolheu a melhor parte, pensa-se logo que a contemplação é mais importante que a ação ou, mais radicalmente, a contemplação pode prescindir da ação.
Tanto a atitude de Maria quanto a de Marta foram de carinhosa acolhida a Jesus e a seus discípulos. A primeira deteve-se a escutar o amigo recém-chegado, enquanto a outra pôs-se a preparar uma refeição para esses hóspedes. Diante de amigos com fome, nada melhor do que oferecer-lhes algo para restaurar as forças. O erro de Marta consistiu em não começar por acolher a quem chegava, talvez depois de um longo período de ausência. Era preciso acolher o Mestre, antes de pôr-se em ação. Afinal, Jesus estava mais interessado em partilhar alguns momentos de convívio com uma família amiga do que em degustar uma excelente refeição.
No caso de Maria, sua amabilidade inicial transformar-se-ia em insensibilidade, se fosse incapaz de perceber a situação dos amigos e não se apressasse em dar-lhes comida. Ela, porém, agiu corretamente. Sua ação foi precedida da escuta da palavra do Mestre. Ou seja, a contemplação culminou e expressou-se na ação caridosa para com os visitantes.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito de contemplação, ensina-me a inspirar o meu agir na escuta atenta da Palavra, de forma que minhas ações sejam expressão de comunhão com o Senhor.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-07-17

OUÇA AGORA A HOMÍLIA DIÁRIA

Permitamos que nosso tempo seja conduzido por Deus

Regemos, de fato, o nosso tempo quando conduzimos todas as coisas em Deus
“Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas. Porém, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada” (Lucas 10, 41-42).


Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
http://homilia.cancaonova.com/homilia/permitamos-que-nosso-tempo-seja-conduzido-por-deus/

REFLEXÕES DE HOJE


17 DE JULHO-DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/

Liturgia comentada

A melhor parte… (Lc 10,38-42)

“Quem parte, reparte e escolhe a melhor parte” – garante o ditado popular. No fundo, trata-se de uma escolha que se faz. E nossa vida é toda ela feita de escolhas…
Neste Evangelho, duas irmãs – Marta e Maria – fazem suas escolhas: cuidar das tarefas caseiras ou ficar aos pés de Jesus. Não que as duas opções sejam radicalmente exclusivas, mas a diligente Marta sente motivos para reclamar de Maria, que escolheu diferente.
Vale a pena refletir nas palavras do monge André Louf sobre esta passagem.
“A certa profundidade, temos o direito de escolher o amor, sem condições, e deixar qualquer outra coisa para dedicar-se a ele em definitivo, pois esta é a parte que jamais nos será tirada, que dura para a eternidade. A certa profundidade, o Amor se torna gratuito. E em todo lugar onde Jesus percebe essa gratuidade, ele se faz o seu defensor.
É o caso do alabastro da outra Maria e dos perfumes derramados em perda total sobre os pés de Jesus, e cujo altíssimo preço parece roubado aos pobres. Mas os pobres têm mais necessidade de amor do que de dinheiro. E o amor não tem preço.
Aos pés de Jesus, Maria desocupada, inútil, injusta com sua irmã mais velha. Mas não existe nada mais urgente que o amor, nem mais eficaz. Se eu não tenho o amor, nada tenho, dirá São Paulo, ainda que eu distribua todos os meus bens aos pobres, ainda que eu me gaste pelos outros, mesmo que eu entregue meu corpo às chamas (cf. 1Cor 13). Mais urgente, mais eficiente é assumir o tempo de amar.”
Lá no fundo, ouço queixas. São os eficientes, os utilitaristas, os práticos, aqueles que carregam nas costas o peso do mundo, como se fossem indispensáveis para Deus. E Deus não quer o sacrifício, mas a misericórdia. E onde encontraremos a fonte da misericórdia se não tivermos tempo para Deus?
Não só na Igreja, não só na família, mas em todos os campos da vida humana multiplicam-se os “ativistas” – aqueles que apostam apenas na própria ação, muitas vezes atropelando os outros, assumindo práticas violentas, incapazes da refletir, incapazes de ouvir, incapazes de… rezar…
Ora, quando Jesus chegar, vale a pena parar e sentar-se aos seus pés.
Orai sem cessar: “Junto ao Senhor se acha a misericórdia…” (Sl 130,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
http://nsrainha.com.br/capela-virtual/liturgia-do-dia-17072016/

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a estabelecer prioridades para as nossas atividades. Que nós não releguemos a segundo plano a busca do alimento que dura para a vida eterna, em favor dos sedutores enganos da sociedade de consumo: dinheiro, poder e prazeres degradantes. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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