domingo, 10 de julho de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/07/2016 - ANO C - Lc 10,25-37

ANO C


Lc 10,25-37

Comentário do Evangelho

“E quem é o meu próximo”

O texto do evangelho deste domingo é próprio a Lucas e pode ser dividido em dois episódios: a) questão sobre a vida eterna (vv. 25-28); b) questão sobre o próximo e como proceder em caso de conflito entre dois mandamentos da Lei (vv. 29-37).
Os dois estão estreitamente relacionados pela observação do narrador: “… e, querendo experimentar Jesus…” e a pergunta do legista: “E quem é o meu próximo” (v. 29). A perícope tem um tom de controvérsia: “Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou...” (v. 25).
A resposta de Jesus com uma pergunta faz com que o doutor da Lei responda citando os mandamentos fundamentais da Lei mosaica (cf. Dt 6,4-9; Lv 19,18). A apresentação unitária destes mandamentos é uma leitura da Lei: “Que está escrito na Lei? Como lês (= interpreta)?” (v. 26). Segundo Lucas, Jesus encontra nas próprias palavras da Escritura o conselho, o mandamento fundamental para a vida do cristão: “Faze isso e viverás” (v. 28), isto é, ajudando dessa maneira poderás herdar a vida eterna. O amor é o caminho para herdar a vida eterna.
Motivado pela pergunta do legista, Jesus conta a parábola do “bom samaritano” (vv. 30-37). Tal parábola é uma discussão haláquica (precisa e legal) acerca do conflito entre a Lei da pureza (Lv 21,1-3; 22,3-7) e o amor ao próximo (Lv 19,18). Numa situação como a que a parábola nos apresenta, qual dos dois mandamentos tem precedência sobre o outro? Se a resposta, hoje, é evidente para nós cristãos, não o era, certamente, para os contemporâneos de Jesus.
Sem podermos nos delongar, estudando cada um dos personagens da parábola, passemos à resposta: se o ouvinte e/ou leitor julga que o sacerdote, mesmo obrigado pela Lei da pureza, deveria ter ajudado o moribundo, pois neste caso o mandamento do amor ao próximo tem precedência sobre a Lei de pureza, a consequência não é que as leis de pureza são inválidas ou podem ser ignoradas, mas que a Lei do amor ao próximo é o mandamento-chave que precisa ser escolhido entre qualquer outro mandamento, em caso de conflito. O amor ao próximo é uma exigência primordial da Torá. A presença do samaritano na parábola confirma que a questão é a da correta obediência à Lei de Moisés. O samaritano, não aceito pelos judeus, conhece a mesma Torá que o judeu, e está obrigado a obedecer todos os mandamentos. Ajudando o homem quase morto, ele está obedecendo ao mandamento. Sua compaixão não é uma alternativa ao legalismo; ela é o que o mandamento do amor ao próximo exige dele.
Ele ilustra o que significa obedecer a este mandamento, nesta situação concreta. Quem cumpre o mandamento do amor cumpre a Lei plenamente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
Fonte: Paulinas em 14/07/2013

Vivendo a Palavra

O bom samaritano não nos foi apresentado para ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete hoje. Muitos irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à margem do nosso caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente espoliados pelo próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos próximos deles?
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013

Vivendo a Palavra

O sacerdote e o levita sabiam o que está escrito na Lei. Talvez o samaritano não soubesse. Mas ele foi o único que viveu na sua caminhada o Espírito da Lei: «um samaritano chegou perto dele, viu, e teve compaixão.» Fica para nós esta lição: não é o conhecimento dos preceitos que nos liberta, mas a sua vivência nas nossas relações com os peregrinos que vão ao nosso lado.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Meditação

Como você encara o sofrimento alheio? - Dê algum exemplo que ilustre sua vivência do amor. - É fácil para você praticar a caridade? - Em seu contexto de vida há muitas instituições que se preocupam com os necessitados? - Troque ideias com alguém sobre solidariedade para com o próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 14/07/2013

Meditando o Evangelho

FAZE TU O MESMO!

Existe uma ligação evidente entre a questão dirigida pelo mestre a Lei a Jesus e a ordem conclusiva do relato. O mestre da Lei queria conhecer os caminhos para se obter a vida eterna, e Jesus ordena-lhe que imite o gesto misericordioso do samaritano.
A preocupação com a vida eterna corresponde a reconhecer os caminhos que conduzem ao Pai, fonte da verdadeira vida. O mestre da Lei estava no bom caminho ao confessar que a via que conduz ao Pai é o caminho do amor. Consciência fenomenal, se levamos em conta a mentalidade legalista, muito difundida na época.
Faltava-lhe apenas refazer sua concepção de próximo. A parábola contada por Jesus não deixa margem para dúvidas: próximo é qualquer pessoa que, encontrada pelos caminhos da vida, carece do nosso amor misericordioso. Diante deste apelo, caem todas as barreiras sociais, culturais, religiosas, étnicas. O próximo carente é a mediação da comunhão com o Pai. Quem tem sensibilidade e é capaz de desfazer-se de seus planos para se mostrar solidário, estará no caminho da vida eterna. Quem, pelo contrário, desvia-se do próximo carente de solidariedade, desvia-se do caminho que conduz ao Pai.
Assim, a vida eterna define-se pela disposição de se tornar servidor do próximo, em quem o Pai é servido. Quem é misericordioso, está no bom caminho.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito de sintonia com o próximo, não me deixes ser insensível ao meu próximo carente de solidariedade, pois a misericórdia me conduz à vida eterna.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-07-10

OUÇA AGORA A HOMÍLIA DIÁRIA

Escolhamos amar a Deus em primeiro lugar

Deus precisa ser o primeiro em nossa vida. Precisamos olhar para Ele, ter n’Ele o nosso refúgio e nossa segurança
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” (Lucas 10, 27).



Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova
http://homilia.cancaonova.com/homilia/escolhamos-amar-a-deus-em-primeiro-lugar/

REFLEXÕES DE HOJE


10 DE JULHO-DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/

Liturgia comentada

Movido de compaixão… (Lc 10,25-37)

Em pleno Jubileu da Misericórdia, a parábola do “Bom Samaritano” resume a mensagem central que o Papa Francisco nos apresentou como um desafio de máxima atualidade. Como ele nos recorda, “a mentalidade contemporânea, talvez mais que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem, o qual, graças ao enorme desenvolvimento da ciência e da técnica nunca antes verificado na história, se tornou senhor da terra, a subjugou e a dominou (cf. Gn 1,28)”. (Misericordiae Vultus)
O Evangelho de hoje nos traz a resposta de Jesus à pergunta: “Quem é o meu próximo? ” E a resposta vem na atitude do samaritano que cuida do inimigo judeu: meu próximo é aquela pessoa de quem eu me aproximo. Sou eu que faço o meu próximo.
Um rápido olhar sobre o mundo de hoje revela uma multidão de abandonados, uma legião de feridos em todos os quadrantes: migrantes deslocados à força, pessoas perseguidas por sua fé religiosa, populações famintas, doentes sem assistência médica, crianças sem escola. Essa multidão se identifica com a figura do homem caído, meio morto, na estrada de Jericó.
Essa multidão constitui um autêntico “grito” da humanidade à espera de alguém que se aproxime e estenda a mão. Talvez pareça mais cômodo atravessar para o outro lado da estrada e seguir o próprio caminho, indiferente a esse grito, se é que a consciência não nos acusa por nossa insensibilidade.
A alternativa – aquela impelida pelo amor – é a a/proximação. Um movimento de saída de si mesmo na direção do outro. É este movimento que nos humaniza e abre novos horizontes para um mundo de paz. Ao contrário, nossa recusa à aproximação traz como efeitos a petrificação da alma, a mumificação do coração, o fechamento à vida.
Afinal, mais dia, menos dia, posso ser eu mesmo o homem ferido à beirado caminho. E eu gostaria que alguém se aproximasse de mim e cuidasse de minhas feridas.
Jesus Cristo – o verdadeiro samaritano – não ficou indiferente à nossa situação. Compadecido da humanidade em trevas, desceu do Pai e veio a nós. Nossa vida foi recuperada por ele ao preço de seu sangue…
Orai sem cessar: “Não devias também tu ter compaixão? ” (Mt 18,33)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
http://nsrainha.com.br/capela-virtual/liturgia-do-dia-10072016/

Oração Final
Pai Santo, mantém-nos atentos às carências dos irmãos. Que sua dor desperte a nossa compaixão e nós tenhamos grandeza d’alma e generosidade para partilhar com eles o que temos e o que somos – tudo oferta do teu Amor de Pai que tem ternura materna. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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