domingo, 5 de junho de 2016

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 06/06/2016 A 08/06/2016

ANO C



6 de Junho de 2016

Mt 5,1-12

Comentário do Evangelho

A vida é recebida de Deus.

Os doze primeiros versículos do capítulo 5 de Mateus são conhecidos como “bem-aventuranças”. O gênero literário das bem-aventuranças é bastante atestado no Antigo Testamento, sobretudo, na literatura sapiencial. Um exemplo disso é o Salmo 1. O ensinamento de Jesus não é somente para os discípulos, mas também para a multidão. Viver a e na esperança é a condição dos discípulos neste mundo. As bem-aventuranças visam incutir nos discípulos e na multidão essa virtude que é consequência da fé em Deus. A primeira bem-aventurança, poderíamos dizer, é o fundamento de todas as demais. O Espírito que há no ser humano, ele o recebeu de Deus; é o espírito insuflado nas narinas de Adão por Deus e que o chamou à existência (Gn 2,7). A pobreza de espírito deve ser compreendida em relação a Deus: a vida é recebida de Deus e, diante dele, o ser humano está desnudo. Viver essa realidade é assumi-la com um coração puro. A partir daqui, pode-se compreender que as bem-aventuranças são um apelo aos discípulos a viverem a vida referida a Deus e na confiança nele. Tudo passa e é efêmero; só Deus não passa.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me sensível aos sofrimentos dos pobres e dos marginalizados, movendo-me a lutar para que tenham sua dignidade respeitada, pois são teus preferidos.
FONTE: Paulinas em 09/06/2014

Vivendo a Palavra

No pórtico de entrada do Sermão da Montanha, Jesus mostra-nos as bem-aventuranças, isto é, traça o perfil de si mesmo para que nós possamos segui-lo no Caminho de volta para a Casa Paterna, de onde Ele veio, para onde se encaminhava e onde sempre esteve. Para nós, basta trilhar o mesmo Caminho: ele nos leva ao Pai Misericordioso.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

A partir de hoje, a Igreja nos propõe a leitura continuada do Evangelho de São Mateus nos dias de semana do Tempo Comum, omitindo o seu início porque é apresentado no ciclo litúrgico do Natal e o seu final, que nos é proposto para a reflexão no ciclo da Páscoa, de modo que iniciamos com o sermão da montanha (capítulos 5, 6 e 7). O sermão da montanha nos mostra a moral da Nova Aliança e começa com as bem-aventuranças, apresentadas no Evangelho de hoje, e que nos mostram as motivações e as virtudes que nos são necessárias para que assumamos os valores do Reino de Deus e possamos viver de forma madura o que nos é proposto por Jesus.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=6

Meditando o Evangelho

OS BEM-AVENTUDADOS

O Reino anunciado por Jesus subverte a ordem social mundana e aponta para a nova ordem querida por Deus. Tem precedência no Reino quem é vítima da marginalização, da opressão, é indefeso e não tem como defender seus direitos. E também quem tem compaixão do próximo, é sincero e transparente no seu agir, busca a prosperidade e o bem estar para todos sem exceção e adere à justiça a ponto de ser perseguido por causa de sua opção.
A condição de bem-aventurado do Reino provém de duas situações distintas. A primeira diz respeito à ação perversa do mundo contra determinadas categorias sociais, privadas de seus direitos mais elementares e reduzidas à condição de joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. Neste caso, não importa se a pessoa tem ou não consciência de ser bem-aventurado. Basta que o mundo não a reconheça para que seja reconhecida por Deus. A segunda diz respeito à ação destemida dos discípulos do Reino que, remando contra as forças adversas ao Reino, dão à sua vida o rumo querido por Deus. Eles não se curvam diante das solicitações malignas do mundo, embora devendo pagar um preço alto. O Reino e seus valores é são eixo de suas vidas.
A bem-aventurança do Reino não é procurada por si mesma. Jesus é quem declara a condição de bem-aventurado. Basta ao discípulo manter-se fiel ao projeto de Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu me curve aos caprichos do mundo e, sim, caminhe firme na estrada das bem-aventuranças.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-06


7 de Junho de 2016

Mt 5,13-16

Comentário do Evangelho

O discípulo é reflexo da luz divina.

Uma das características da vida cristã é a união entre a escuta da palavra e o agir em consonância com essa escuta (cf. Mt 7,21.24-27). É o que sugere a parábola do sal. Para realizar a sua dupla função de condimentar e conservar, o sal tem que preservar sua propriedade característica. Se o sal perde sua característica, não serve para mais nada, será lançado fora e pisoteado. Da mesma forma o discípulo, se ele perde a sua qualidade própria de testemunha, ele não serve para mais nada como discípulo. O sal simboliza a fé viva do discípulo; o desvirtuar-se de sua característica equivale à perda da fé. Para evitar a perda da fé e mantê-la viva é necessário que o discípulo permaneça unido ao Senhor. Desde muito cedo Israel é chamado a ser luz para as nações (Is 42,6; 49,6; Lc 2,32). A luz que resplandece no discípulo é a luz do Cristo ressuscitado e a luz da Palavra de Deus que ilumina os seus passos. É necessário que na sua vida no mundo essa luz apareça através do seu agir. Ela não pode ser ofuscada por qualquer outra preocupação que não a busca do que é próprio do Reino de Deus (cf. Mt 6,33). O discípulo é reflexo da luz divina.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tenho diante de mim o mundo todo a ser evangelizado. Transforma cada circunstância e cada momento da minha vida em chance para dar testemunho do teu Reino.
FONTE: Paulinas em 10/06/2014

Vivendo a Palavra

As metáforas de Jesus: sal e luz. O sal não deve aparecer, mas sua presença, na medida certa, ressalta o sabor do alimento. Os cristãos no mundo devem ser assim: não condenar, mas tornar a vida mais saborosa, colocando nela a Esperança – certeza de que somos filhos amados a caminho do encontro com o Pai.
FONTE: Arquidiocese BH em 10/06/2014

Reflexão

Todos nós devemos testemunhar Jesus e os valores do Reino dos céus a fim de que o mundo não se corrompa, mas descubra os caminhos da santidade, da justiça e da graça. Com isso, é de suma importância que o anúncio da Palavra seja acompanhado pela coerência de vida, pela busca da santidade e pelo seguimento de Jesus a partir da vivência dos seus mandamentos. O Papa Paulo VI nos falava sobre isso na sua Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, quando se referia à exigência da santidade em todo trabalho evangelizador. Todo trabalho evangelizador deve começar pela caridade, pelo serviço, ou seja, pela explicitação, através da vida, dos valores do Evangelho.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=7

Meditando o Evangelho

A AÇÃO EFICAZ DO DISCÍPULO

A presença do discípulo do Reino, no mundo, foi descrita por Jesus com duas imagens, a do sal e a luz. O sal evoca o poder de prevenir contra a corrupção e a podridão e de conservar intatos os alimentos. O discípulo atua como sal da terra quando, com o seu testemunho de vida, cuida para que os valores do anti-Reino não corrompam a humanidade. Sua ação tem a força de impedir a infestação da injustiça e do pecado, mantendo a justiça e o amor como os elementos característicos da convivência humana. Se o discípulo do Reino não age com firmeza destemida, o mundo corre o risco de perder-se. É sua tarefa salvá-lo fazendo-o permeável à presença do Reino.
A luz, por sua vez, contrapõe-se às trevas e à escuridão, nas quais é impossível o ser humano caminhar. A presença do discípulo do Reino deveria poder propiciar a quem se encontra nas trevas do erro e da maldade vislumbrar uma nova perspectiva de vida. Quem caminha na escuridão está fadado a cair e perder o rumo da vida. A ajuda do discípulo do Reino poderia ser para ele de grande valia. Sendo portador da luz da esperança e da verdade, torna-se capaz de socorrer os errantes e colocá-los no bom caminho.
A eficácia do sal depende do dissolver-se na terra e a da luz do colocar-se no lugar conveniente. O discípulo do Reino não hesita em fazer esta dupla escolha.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a agir de maneira eficaz, em vista de ajudar o mundo a superar a corrupção e a escuridão em que se encontram.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-7


8 de Junho de 2016

Comentário do Evangelho

A Lei é pensada a partir de Jesus Cristo

Durante a sua vida terrestre, Jesus enfrentou a oposição de adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico, essa dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de hoje visa dirimir o equívoco (cf. v. 17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a sua realização e no Ressuscitado, a sua luz e o seu sentido pleno. Para o cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os profetas devem ser lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.
FONTE: Paulinas em 26/03/2014

Vivendo a Palavra

O Mandamento Novo trazido por Jesus, em sua expressão mais simples – ‘Amem-se uns aos outros assim como Eu amo vocês’ – não apenas cumpre plenamente; supera as numerosas regras a que se obrigava o povo de Israel. Entretanto sua gente, tanto quanto nós, não estava pronta para aceitar o que é simples: precisava complicar as coisas...
FONTE: Arquidiocese BH em 26/03/2014

Reflexão

O verdadeiro cumprimento da Lei não significa apenas a obediência a ela. Significa descobrir os valores que são inerentes a ela, as motivações que estão por trás dela e as conseqüências da sua observância para a felicidade pessoal, para a construção de um mundo melhor para todos e principalmente para que possamos descobrir o bem maior para as nossas vidas, que é o projeto de Deus para a humanidade, e assumir como próprio de cada um de nós este projeto que nos é proposto pelo próprio Deus. Jesus nos mostra que Deus não quer de nós a infantilidade da obediência cega, mas a maturidade da co-responsabilidade no projeto do Reino.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=8

Meditando o Evangelho

A LEI PLENIFICADA

As suspeitas dos adversários a respeito de Jesus não tinham fundamento. Se, à primeira vista, ele parecia estar passando por cima da Lei, negando-lhe qualquer valor, na realidade, só tinha a intenção de cumpri-la de maneira plena. A afirmação seria mal-interpretada, se levasse a pensar que Jesus estivesse disposto a porfiar com os escribas e fariseus, conhecidos por seu servilismo às prescrições da Lei.
Longe de pretender ser um super-fariseu, a intenção de Jesus era bem outra. Para ele, o pleno cumprimento da Lei, a que se dispunha, consistiria em sintonizar com o pensamento e a vontade do Pai, autor e princípio da Lei, antes mesmo de ela ter sido formulada. Esta, ao ser elaborada, visava ajudar a humanidade, marcada pelo pecado, a encontrar o caminho de volta para Deus. Destinava-se a um povo pecador, necessitado de ser guiado no seu processo de conversão!
A intenção de Jesus era a de retroceder ao momento anterior ao pecado, quando o projeto de Deus tinha como objetivo colocar a humanidade em comunhão com ele. Tratava-se de plenificar maximamente, no ser humano, seu lado positivo.
Esta é a vontade radical de Deus, que não deve ser violada, nem na sua exigência mais insignificante. O discípulo do Reino saberá praticá-la e transmiti-la com a vida.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-8


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