Gosto de ver e visitar os santuários dedicados à mãe de Jesus.
Tenho certeza do que quero. Não me atrapalho com isso, nem interpreto errado.
Para mim, Aparecida, Lourdes, Fátima, Guadalupe, Loreto, Lujan, e todos os
enormes santuários e lugares de culto a Maria, são lugares onde se visita a
casa da mãe, para falar com ela ou com o Filho ali adorado. Fui um dos que, por
primeiro, criaram, nos anos 1970, os hoje tradicionais Encontros com Cristo na
casa de Maria, em Aparecida.
Naquele tempo, eu pregava que é falta de educação visitar o
amigo e não conversar com a mãe dele, ou visitar a mãe e não dar atenção ao
filho dela. Só amigo desajeitado fica horas na casa do amigo sem nem sequer
conversar com a mãe dele. Mas, é também um mal-educado o sujeito que, visitando
a mãe, falasse o tempo todo com ela e ignorasse o seu filho.
Há quem faça isso. Vão aos santuários marianos, que são casas
erguidas em memória da Mãe do Cristo, e não falam com Jesus. E há os que só
falam com Jesus, sem entender a importância de se comunicar com os santos que
Jesus salvou. Se cremos na comunhão dos santos, temos que ser coerentes.
Falemos com quem os salvou e com os que por ele foram salvos.
As milhares de casas dedicadas a Maria não são mil casas para
mil Marias. São mil casas para a mesma Maria, que, com seu Filho, mudou-se um
dia de Nazaré para Cafarnaum e, como ele, não tinha onde reclinar a cabeça,
porque estava sempre perto do filho missionário.
Com rosto de branca e européia, de mulher do campo, de índia ou
de negra, as imagens que a retratam traduzem um conceito de filiação e de
maternidade. Cada povo, continente ou país adaptou a cor da pele e os olhos da
imagem ao que lhes poderia lembrar a mãe daqueles sofredores.
A Igreja aceita alguns desses rostos como verdadeiras aparições.
Em certos casos, ela suspende o julgamento, noutros proíbe. Depende muito do
que ali acontece e do equilíbrio mental do vidente. O tempo se encarrega de
mostrar a verdade. Quando os sinais não são claros, nem suficientemente
cristãos e evangélicos, a Igreja proíbe que se erga um templo para aquela
devoção. Há desobediências, mas a tradição da Igreja é de não aprovar.
Pe. Zezinho
Publicado no livro: Maria do jeito certo, por Paulinas.
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