quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 11/02/2014

11 de Fevereiro de 2014

ANO A


Jo 2,1-11

Comentário do Evangelho

Jesus e Maria são solidários ao povo

Situado na parte do evangelho segundo João denominada “livro dos sinais” (Jo 1–11), o relato das bodas de Caná é o “primeiro dos sinais” (v. 11). No centro do relato está a pessoa de Jesus que, com toda a sua vida, terrestre e gloriosa, inaugura os tempos messiânicos. Característica do relato das bodas de Caná é que se trata de uma narração simbólica que exige do leitor o esforço de ultrapassar a materialidade do que é descrito e dito. As bodas evocam a Aliança de Deus com o seu povo (cf. Os 2,18-21; Ez 16,8; Is 62,3-5), Aliança passada e reiterada ao longo da história decorrida (Noé, Abraão, Moisés) e a Aliança nova e definitiva em Jesus (cf. Mc 14,22-25; Mt 26,26-29; Lc 22,19-20). O vinho, símbolo da alegria e da prosperidade (Sl 104,15; Jz 9,13; Eclo 31,27-28; Zc 10,7), oferecido por Jesus é melhor do que o primeiro. Isso significa que, em Jesus Cristo, a Aliança atingiu a sua plenitude. A mãe de Jesus, que ele mesmo no relato designa “mulher”, é símbolo de Israel que espera, confia e vê realizada a promessa de salvação feita por Deus a seu povo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o testemunho de Maria cale fundo no meu coração, transformando-me em perfeito discípulo de Jesus. E que eu possa conduzir muitas outras pessoas a crerem em teu Filho.

Vivendo a Palavra

A celebração de um casamento faz parte do cotidiano da vida. Ao realizar aí o seu primeiro sinal, Jesus mostra que Deus está presente não só em ocasiões extraordinárias, mas – especialmente – na rotina do dia-a-dia, na normalidade da existência humana. É aí que devemos procurá-lo e que vamos encontrá-lo.
LEITURA ORANTE


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os que navegam pela web:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra,
à tua oração,
à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto:
 Jo 2,1-11- O casamento em Caná.
Dois dias depois, houve um casamento no povoado de Caná, na região da Galileia, e a mãe de Jesus estava ali. Jesus e os seus discípulos também tinham sido convidados para o casamento. Quando acabou o vinho, a mãe de Jesus lhe disse:
- O vinho acabou.
Jesus respondeu:
- Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer. Ainda não chegou a minha hora.
Então ela disse aos empregados:
- Façam o que ele mandar.
Ali perto estavam seis potes de pedra; em cada um cabiam entre oitenta e cento e vinte litros de água. Os judeus usavam a água que guardavam nesses potes nas suas cerimônias de purificação. Jesus disse aos empregados:
- Encham de água estes potes.
E eles os encheram até a boca. Em seguida Jesus mandou:
- Agora tirem um pouco da água destes potes e levem ao dirigente da festa.
E eles levaram. Então o dirigente da festa provou a água, e a água tinha virado vinho. Ele não sabia de onde tinha vindo aquele vinho, mas os empregados sabiam. Por isso ele chamou o noivo e disse:
- Todos costumam servir primeiro o vinho bom e, depois que os convidados já beberam muito, servem o vinho comum. Mas você guardou até agora o melhor vinho.
Jesus fez esse seu primeiro milagre em Caná da Galileia. Assim ele revelou a sua natureza divina, e os seus discípulos creram nele.

Jesus, sua mãe e seus discípulos participam de uma festa de casamento no povoado de Caná, na Galileia. O casamento reúne muitas pessoas.
É neste ambiente que Jesus faz o seu primeiro milagre. Por este sinal, diz o Evangelho, os discípulos crêem nele.
No Antigo Testamento, o matrimônio era símbolo do amor de Deus pela comunidade; era símbolo da união do Messias com a Igreja, como diz São Paulo: “Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela” (Ef 5,25). O vinho é dom do amor e símbolo do Espírito. Acabar o vinho era um mal sinal. À preocupação de Maria – “O vinho acabou” -, Jesus dá uma resposta que parece uma repreensão – “Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer”. Porém, passa a ideia de que não é preciso que Maria diga o que ele deve fazer. Maria acredita nele, por isso, diz aos empregados: “Façam o que ele mandar”. E assim foi feito. Os empregados, seguindo o conselho de Maria, obedecem a Jesus. Enchem os seis potes de pedra de água. Ao levar ao dirigente da festa um pouco da água destes potes, ela havia se transformado em vinho. Esta mudança da água em vinho simboliza a passagem da velha à nova economia. O vinho novo é melhor. Esta é missão de Maria: dar Jesus à humanidade e levá-la até Jesus.

2. Meditação (Cam
inho) 
O que o texto diz para mim, hoje?
A cena de Caná ilustra ainda hoje o papel de Maria na Igreja: dar Jesus ao mundo e apresentar o mundo a Jesus. Hoje também, Maria nos diz como disse aos servos: “Façam o que ele mandar”. Quem vai a Jesus por indicação de Maria não fica decepcionado.
Em Aparecida, os bispos afirmaram: “Com os olhos postos em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”. Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado. Em nossas comunidades, sua forte presença tem enriquecido e seguirá enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em espaço espiritual que prepara para a missão” (DAp 272).

É assim que assumo a Palavra de Deus?
Também eu me distingo pelo “estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado”?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
 
Rezo e canto  com o Pe. Zezinho, scj
Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o pique do meu coração
Eu vivia sem me preparar, e Maria me segredou
Que pra festa não se acabar, 

é preciso fazer o que Ele mandar
 

Foi Maria de Nazaré que me ensinou
O segredo que mudou o toque do meu coração
Eu vivia sem me questionar, e Maria me sugestionou
Que pra gente se realizar, 

é preciso guardar o que Ele falou.
Cd 14 Cantigas Marianas, Pe. Zezinho, scj 

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é como o de Maria voltado para as necessidades de meus irmãos e fixos em Jesus que é capaz de salvar a comunidade, a família, a Igreja de qualquer constrangimento, carência ou necessidade.

Bênção Bíblica

O Senhor nos abençoe e nos guarde!
O Senhor nos mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de nós!
O Senhor nos mostre seu rosto e nos conceda a paz!’ (Nm 6,24-27)

Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, que a discrição de Maria – seu quase silêncio – sirva de moldura para ressaltar seu pedido: «Façam o que Ele mandar.» E que nós, tua Igreja, sigamos Maria pelos caminhos desta terra encantada, que já fazem parte do teu Reino de Amor, junto com Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

Mc 7,1-13

Reflexão

Jesus, citando o profeta Isaías, diz: 'Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim'. Precisamos saber se somos cristãos de palavras ou de coração. O cristão de palavras é aquele que vive uma religiosidade de cumprimento de preceitos, normas e rituais, que em nada difere dos rituais de alquimia e bruxaria que existem por aí; o que muda é que no lugar de abracadabra, fala frases bonitas com efeitos especiais. O cristão de coração é aquele que ama a Deus, ama os seus irmãos que são templos dele e procura servir a Deus no serviço aos irmãos e irmãs, na valorização da pessoa humana e promoção da sua dignidade. O cristão de coração fala pouco e nem sempre sabe falar bonito, mas ama muito, é solidário, generoso e fraterno.
FONTE: CNBB

Recadinho


Falamos e agimos de modo bonito e agradável a Deus? - Ou somos especialistas apenas no falar? - Os simples e humildes são respeitados em sua dignidade? - Será que não há muita falsidade? - Somos solidários e fraternos?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

Comentário do Evangelho

O PERIGO DA EXTERIORIDADE

Os escribas e fariseus criticavam o comportamento dos discípulos de Jesus, interpretado como desrespeito às tradições religiosas do povo. Em última análise, culpavam o mestre Jesus, que levava seus discípulos a agirem de maneira leviana e irresponsável. A tradição, no parecer deles, merecia mais respeito. E ficavam escandalizados.
Jesus os desmascarou, pois, atrás da veneração pela tradição, escondia-se uma enorme hipocrisia. O respeito pela Lei era pura exterioridade, máscara para a hipocrisia deles. Isso era pior do que a liberdade dos discípulos de comerem sem lavar antes as mãos.
A habilidade dos escribas e fariseus para encobrirem sua falta de consideração pela tradição foi posta às claras. Eles eram hábeis para se eximirem de seu cumprimento, quando isto lhes convinha. Sua submissão à tradição, portanto, carecia de radicalidade.
Os discípulos de Jesus eram formados de maneira diversa. Ao invés de se perderem em detalhes e se escravizarem a interpretações meticulosas, eram exortados a se orientarem pelo espírito da Lei. Isso não invalidava a letra da Lei, mas os obrigava a ir fundo na busca do seu sentido, aquele correspondente à mente do Pai. O respeito pela tradição, neste caso, não se resumia a ações previamente determinadas. Antes, abria um espaço imenso para a criatividade. Era sempre possível encontrar formas novas de vivenciar a Lei.
Oração
Senhor Jesus, afasta para longe a hipocrisia que não deixa tua mensagem criar raízes em mim e viver o projeto do Reino com autenticidade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
 Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


11 de FEVEREIRO - TERÇA

2 - “ESTE POVO ME HONRA COM OS LÁBIOS, MAS O SEU CORAÇÃO ESTÁ LONGE DE MIM!” – Olívia Coutinho

3 - Os fariseus alteraram a Lei de Moisés-José Salviano

4 - Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens. Padre Queiroz

5 - Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens - Claretianos



HOMILIA
JESUS E A TRADIÇÃO DOS JUDEUS Mc 7,1-13
Porque os preceitos humanos muitas vezes esvaziam a Palavra de Deus, nós não nos podemos deixar enganar nem por alguém nem por nada. E para que tenhamos rumo na vida, Jesus traz para nós o caminho certo que nos possa orientar até Deus nosso Pai. Ele hoje chama a atenção daqueles que seguem os preceitos humanos e deixam de lado os ensinamentos da Lei de Deus. Os mandamentos nos foram dados para iluminar o nosso caminhar, porém o homem tem substituído a orientação de Deus para seguir as formalidades do mundo. O mandamento de Deus é o amor e Jesus veio nos ensinar a amar com o mesmo amor que O Pai nos ama. Os nossos gestos, as nossas expressões, o nosso comportamento deve ser pautado pelo amor de Deus.
As ações exteriores, as palavras soltas, as atitudes falsas levam o homem a desviar-se do verdadeiro caminho e assim perder a felicidade aqui na terra. Se, não concretizarmos o que falamos, através da oferta do nosso coração, de nada valerá a nossa oferta exterior, os ritos, as convenções, as práticas corriqueiras que seguem apenas o manual de instrução do mundo.
Seguir a tradição dos homens é andar conforme a onda do mundo até no que damos como oferta a Deus. Quando deixamos de lado a nossa obrigação de filhos, de filhas, de pais e mães de família, de irmãos de comunidade para impressionar as pessoas com o volume que oferecemos a Deus caímos no erro de querer aparecer. E deixamos de agradar a Deus. Isto porque Deus deve ser servido nos nossos irmãos e irmãs, a começar pelos  da minha casa. Não podemos nos desviar nem confundir as nossas oferendas: uma coisa é o que se deve ao próximo, outra coisa é o que se deve a Deus. Alías São João afirma: quem diz amar a Deus e odeia o seu irmão, este é mentiroso, porque Deus é amor incondicional pelo irmão.
Você tem deixado de ajudar a alguém na sua casa porque está ajudando na Igreja ou na Comunidade? – A quem você acha que deve dar prioridade? – Quando você louva a Deus, você o faz de coração? Você presta atenção nas suas palavras?- Qual é a sua atitude antes de ir para a celebração Eucarística? Qual é seu pensamento? Como você vê as pessoas que você encontra na Igreja?
Pai, coloca-me no caminho da verdadeira piedade, a qual me leve a estar em perfeita sintonia contigo, realizando aquilo que, de fato, é do teu agrado.
Fonte Homilia: Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
http://www.liturgiadapalavra.com/
HOMÍLIA DIÁRIA
Que nossa boca se cale e o nosso coração se aproxime do Senhor!
A mesma boca que recebe a Comunhão, a Eucaristia, é a mesma que difama, calunia e pratica aquilo que não é correto!
”Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos” (Mc 7, 6-7).


Os fariseus estão, nesta passagem bíblica de hoje, preocupados, juntamente com os mestres da Lei, com preceitos meramente humanos ao observarem se Jesus lava ou não lava as mãos para comer o pão. Porque querem reparar, querem criticar e,  Jesus, por não ligar para preceitos humanos, por nos querer ensinar que a verdadeira religião acontece no coração, o comeu sem lavar as mãos; por isso os fariseus chamam o Senhor de ”impuro”. Sim, porque eles se preocupam demais com esses preceitos e fazem questão de ficar um longo tempo lavando a mão bem lavadinha, porque não estou falando de uma questão de higiene não, tão necessária, tão importante, mas estou falando apenas de um preceito meramente humano: a preocupação com as práticas externas da religião.
Sabem, meus irmãos, é um perigo terrível, para nós, termos uma religião em que cuidamos apenas do exterior e apenas nos preocuparmos com aquilo que as pessoas vão ver e dizer. Desse modo, muitas pessoas vivem a sua religião somente da boca para fora. Falam bonito, mas a prática não condiz com aquilo que a boca está falando. O ”amém” para o Senhor, muitas vezes, corresponde a uma ofensa ao próximo; um ”glória a Deus” não corresponde, muitas vezes, ao cuidar do próximo e do necessitado. A mesma boca que recebe a Comunhão, a Eucaristia, é a mesma que difama, calunia e pratica aquilo que não é correto!
Nós não precisamos acusar o pecado de ninguém, mas nós não podemos viver uma religião hipócrita, uma religião farisaica, uma religião em que nós temos preceitos e leis e não vivemos a essência da Lei de Deus, não vivemos a essência da religião.
Quer viver a honestidade divina? Quer viver a observância da Lei Divina? Quer viver, sobretudo, a caridade, o amor, o respeito para com o próximo? Que a minha, que a sua, que a nossa religião não seja uma religião da boca para fora. Que nós não sejamos como este povo que honra o Senhor com os lábios, canta, fala, prega bonito, mas o coração está longe, muito longe de Deus! Que se cale nossa boca e que o nosso coração se aproxime mais e mais do Coração do Senhor!
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter

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