Santo Elesbão
+555
No século VI, a nação etíope situada a oeste do Mar Vermelho
possuía seus maiores limites de fronteira, era um vasto reino que incluía
outros povos além dos etíopes. O soberano era Elesbão, rei católico,
contemporâneo do imperador romano Justiniano, muito estimado por todos os
súditos e seu reino era uma fonte de propagação da fé cristã.
O reino vizinho, formado pelos hameritas, era
chefiado por Dunaan, que renegara a fé convertendo-se ao judaímo. Na ocasião,
mandou matar todos os integrantes do clero e transformou as igrejas em
sinagogas, tornando-se temido e famoso por seu ódio declarado aos cristãos.
Por isso, muitos deles, até o arcebispo Tonfar,
buscaram abrigo e proteção nas terras do rei Elesbão, pois até a própria esposa
de Dunaan, chamada Duna, foi morta por ele, juntamente com as filhas, por ser
cristã. Os registros indicam que houve um verdadeiro massacre, no qual morreram
cerca de quatro mil cristãos.
Elesbão decidiu reagir àquela verdadeira matança
imposta aos irmãos católicos e declarou guerra a Dunaan. Liderando seu povo na
fé e na luta, ganhou a guerra e a vizinhança passou a ser governada pelo rei
Ariato, um cristão fervoroso.
Mas ele teve de vencer outra batalha ainda maior
além dessa travada contra o inimigo, aquela contra si mesmo. Depois de um curto
período de muita oração e penitência, aceitou o chamado de Deus. Abdicou do
trono em favor do filho, seu sucessor natural, e dividiu seus tesouros entre os
súditos pobres. Assim, Elesbão partiu para Jerusalém, onde depositou sua coroa
real na igreja do Santo Sepulcro, e retirou-se para o deserto, vivendo como
monge anacoreta até morrer em 555.
No Brasil, a partir dos escravos, foi muito
difundida a devoção de santo Elesbão, o rei negro da Etiópia. Sua festa é
celebrada em todo o mundo cristão, do Ocidente e do Oriente, no dia 27 de
outubro, considerado o dia de sua morte.
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