São Leopoldo Mandic
1866-1942
Leopoldo Mandic nasceu na Dalmácia, atual Croácia, em 12
de maio de 1866. Os pais, católicos fervorosos, batizaram-no com o nome de
Bogdan, que significa "dado por Deus". Desde pequeno apresentou como
características a constituição física débil e o caráter forte e determinado. O
mais novo de uma família numerosa, completou seus estudos primários na aldeia
natal.
Nessa época, a região da Dalmácia vivia um
ambiente social e religioso marcado por profundas divisões entre católicos e
ortodoxos. Essa situação incomodava o espírito católico do pequeno Bogdan, que
decidiu dedicar sua vida à reconciliação dos cristãos Orientais com Roma.
Aos dezesseis anos, ingressou na Ordem de São
Francisco de Assis, em Udine, Itália, adotando o nome de Leopoldo. Foi ordenado
sacerdote em Veneza, onde concluiu todos os estudos em 1890. Sua determinação
era ser um missionário no Oriente e promover a unificação dos cristãos. Viajou
duas vezes para lá, mas não em missão definitiva.
Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos
capuchinhos por causa da saúde precária. Ele era franzino, tinha apenas um
metro e quarenta de altura e uma doença nos ossos. Com grande espírito de fé,
submeteu-se à obediência de seus superiores. Iniciou, assim, o ministério do
confessionário, que exerceu até a sua morte. No início, em diversos conventos
do norte da Itália e, depois, em Pádua, onde se tornou "o gigante do
confessionário".
A cidade de Pádua é famosa por ser um centro de
numerosas peregrinações. É em sua basílica que repousam os restos mortais de
santo Antônio. Leopoldo dedicava quase doze horas por dia ao ministério da
confissão. Para os penitentes, suas palavras eram uma fonte de perdão, luz e
conforto, que os mantinham na fidelidade e amor a Cristo. Sua fama correu, e
todos o solicitavam como confessor.
Foi quando ele percebeu que o seu Oriente era em
Pádua. E fez todo o seu apostolado ali, fechado num cubículo de madeira,
durante trinta e três anos seguidos, sem tirar um só dia de férias ou de
descanso. Pequenino e frágil, com artrite nas mãos e joelhos, e com câncer no
esôfago, ofereceu toda a sua agonia alegremente a Deus.
Frei Leopoldo Mandic morreu no dia 30 de julho de
1942, em Pádua. O seu funeral provocou um forte apelo popular e a fama de sua
santidade espalhou-se, sendo beatificado em 1976. O papa João Paulo II
incluiu-o no catálogo dos santos em 1983, declarando-o herói do confessionário
e "apóstolo da união dos cristãos", um modelo para os que se dedicam
ao ministério da reconciliação.
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