sábado, 20 de outubro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/10/2012

21 de Outubro de 2012 


Marcos 10,35-45

Comentário do Evangelho

Crítica ao exercício do poder

Encontramos em cada um dos três evangelhos sinóticos (Mt, Mc, Lc) três "anúncios da Paixão", nos quais Jesus adverte seus discípulos sobre as provações que ele pressente que sobrevirão em Jerusalém, para onde se dirigem. Em sequência aos segundo e terceiro anúncios, os evangelistas Mateus e Marcos narram a aspiração dos discípulos por usufruírem o poder. Estes evangelistas fazem, assim, um contraste entre o projeto libertador de Jesus, vulnerável à repressão dos poderosos, e a incompreensão desses discípulos apegados à mentalidade de disputa e conquista do poder. O episódio narrado no evangelho de hoje vem em seguida ao terceiro anúncio da Paixão. Jesus e os discípulos estão se dirigindo a Jerusalém e o ministério de Jesus se aproxima do fim. Depois de cerca de três anos de convívio (outono de 27 à primavera de 30), os discípulos ainda manifestam incompreensão em relação à novidade de Jesus. É João, um dos discípulos mais próximos de Jesus, e seu irmão, Tiago, que manifestam suas aspirações em estarem à direita e à esquerda de Jesus, imaginando que ele assumiria o poder (a "glória") em Jerusalém. Porém, quando Jesus é suspenso na cruz, são dois marginalizados que estão à sua direita e à sua esquerda, em duas cruzes. 
Diante das pretensiosas e equivocadas reivindicações dos discípulos e das contendas entre eles, Jesus faz uma crítica do exercício do poder neste mundo. Rejeitando, de maneira generalizada, o abuso de poder dos chefes das nações e de seus grandes, Jesus reafirma a novidade do Reino. Enquanto a sociedade é dividida entre poderosos opressores e oprimidos explorados, Jesus propõe a conquista da unidade a partir da humildade e do serviço, resgatando-se a vida dos mais excluídos e marginalizados. 
Na visão judaico-deuteronômica, é pelo castigo e sacrifício que se purificam os pecados. O profeta Isaías (Segundo Isaías) apresenta o povo exilado na Babilônia sob a imagem do "Servo de Javé", que por seu sofrimento seria justificado e glorificado com o poder, conforme o "projeto do Senhor" (primeira leitura). Sob esta mesma visão, o sofrimento final de Jesus foi também assim interpretado. A carta aos Hebreus (segunda leitura), a partir da imagem dos sacerdotes que ofereciam os sacrifícios no Templo de Jerusalém, atribui a Jesus ressuscitado o caráter de "eminente sumo sacerdote que atravessou os céus"; esta eminência está no fato de que "Cristo se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha" (Hb 9,14), ao mesmo tempo como sacerdote e vítima. Louvar a cruz de Jesus como instrumento meritório de salvação da humanidade é consequência da doutrina sacrifical do Antigo Testamento. Esta compreensão não corresponde à realidade do Deus de amor, que tudo cria pelo amor e a todos comunica sua vida divina e eterna pelo amor carinhoso, paterno e materno. 
Na encarnação, Deus nos deu seu Filho, Jesus. E o próprio Jesus dedicou sua vida, convivendo com os discípulos e as multidões, para a libertação e o resgate da vida de todos, neste mundo. A vida de Jesus é um testemunho do amor que tudo transforma e gera a vida que permanece para sempre.
José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Tais como novos Tiago e João, também nós estamos ainda impregnados pela mentalidade mercantilista do mundo e, bem no fundo do coração, ainda pensamos em recompensas. Precisamos assumir alegre e corajosamente o espírito da gratuidade que caracteriza o Reino do Pai Misericordioso.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. ENTRE VÓS NÃO SEJA ASSIM
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O dirigente de uma comunidade de denominação cristã, deve ter sempre a prudência e sabedoria de Deus, para não acabar incorrendo no mesmo erro dos apóstolos. A exortação rigorosa de Jesus neste evangelho de São Marcos precisa soar constantemente aos nossos ouvidos: “Entre vós não deve ser assim...”

Infelizmente, muitas comunidades cristãs vão se tornando a cada dia que passa uma cópia autêntica das instituições do mundo, onde o modo de viver das lideranças e ministros, distoam do evangelho, porque se busca poder, prestígio, fama, sucesso e outras honrarias.

Há certas distinções e privilégios no seio da comunidade, que são uma verdadeira afronta ao evangelho de Cristo. Em certas liturgias pomposas, o carisma que deveria traduzir-se em serviço a favor dos irmãos e irmãs, acaba se tornando motivo de ostentação e até estrelismo em alguns casos, pois desde os ministros até a equipe de leitores, instrumentistas e cantores, ás vezes louva-se não a Deus, mas si mesmo.

Não podemos como Igreja anunciadora do evangelho, nos omitir e temos sim de reconhecer, com o coração dilacerado de dor, que esta é uma realidade dos nossos tempos, porque já não basta termos perdido a capacidade de nos indignar diante da falsidade de muitos políticos e homens públicos, ainda acabamos consentindo entre nós este grave pecado.

Os apóstolos Tiago e João, que posteriormente viriam a se tornar santos mártires, derramando o sangue por causa do evangelho de Cristo, naquele primeiro momento não tinham ainda entendido a proposta de Jesus com o seu reino novo.

Pois de maneira até ousada e petulante, quiseram exigir dele os cargos mais importantes, sentando-se um à sua direita e outro à sua esquerda, quando viesse o seu reino de glória. “Vocês não sabem o que estão pedindo” –censurou-lhes o Senhor.

O cálice que Jesus iria tomar era amargo como fel e o Batismo que iria receber seria nas águas turbulentas da rejeição e da humilhação. Tiago e João aceitaram tomar desse cálice e receber esse batismo, mas realmente, naquele momento, continuavam sem fazer a menor idéia do que aquilo iria significar em suas vidas.

Imaginavam um messias poderoso e vencedor, imbatível e implacável contra os homens maus, mas as profecias de Isaias já falavam de um homem esmagado pela dor e sofrimento; pensavam em ser os primeiros, os mais importantes do grupo, para terem dos demais o prestígio e o reconhecimento; mas Jesus ensina que devem se fazer escravos para servir a todos.

Esperavam um messias dominador que tomaria para si todos os reinados e impérios do mundo, e Jesus lhes profetiza que o Filho do Homem entregará sua vida para resgatar a muitos, sua preciosa vida, sua dignidade messiânica, suas prerrogativas de Filho do Altíssimo, tudo em seu corpo seria esmagado na cruz do calvário, para trazer a salvação àqueles que ele amou até o fim.

Jesus profetiza que os dois discípulos um dia irão experimentar a amargura do cálice das tribulações, rejeição, incompreensão e até a morte, passarão assim pelo Batismo de sangue, derramado por causa do seu evangelho, mas mesmo que façam tudo isso, que trilhem o mesmo caminho que ele irá trilhar, o lugar á direita ou a esquerda depende unicamente do Pai. Esse lugar ao seu lado, no reino de Deus, já está reservado aos homens que realmente acreditarem e mudarem a mentalidade e o coração, por causa do Reino. Antes de ser uma conquista, esse lugar é dom de Deus.

A reação dos demais, que ficaram indignados com Tiago e João, mostra como todos ainda estavam longe de entenderem a missão, a pessoa e os ensinamentos de Jesus, que com todo carinho, amor e paciência, como um professor dedicado, percebendo que a classe ainda não tinha aprendido a lição, vai repeti-la com muita calma, sem exasperar-se.

Eles sonhavam com prestígio e poder no meio do grupo, Jesus fala em serviço. Quem quiser ser grande entre vós, e ser o primeiro, seja o escravo de todos, porque o Filho do Homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida como resgate de muitos. Assim, Jesus desmonta diante deles qualquer esquema de poder, não fala em vitória mas em fracasso e derrota, não fala em tomar e conquistar o mundo, mas em dar a vida.

Comunidade cristã é por excelência lugar de serviço, de dar a vida pelos irmãos, de entregar-se a serviço do evangelho de Cristo, com toda coragem e desprendimento. Esse modo de se viver na comunidade, sempre representa a perda de algo. Quantos desistem no meio do caminho e cheios de mágoa desabafam: “Perdi meu tempo”.

Dar a vida é dar o nosso tempo que é tão precioso, porém não o façamos almejando ganhar algo, mas sim para imitar o Nosso Mestre e Senhor, Jesus de Nazaré, aquele que não é um Deus distante, mas que sabe compadecer-se de nossas dores e fraquezas, como afirma o apóstolo Paulo na segunda leitura dessa liturgia, porque ele foi provado em tudo como nós, à exceção do pecado.
José da Cruz é Diácono da 
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  cruzsm@uol.com.br

2. Crítica ao exercício do poder
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.

3. A GRANDEZA DE SERVIR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O Reino de Deus introduziu nova ordem de relações entre as pessoas, muito diferente da mentalidade do mundo. Para quem é mundano, a grandeza consiste em exercer o domínio sobre as pessoas, e mostrar-se cheio de poder, porque a submissão lhe parece fruto do medo. O serviço prestado ao tirano não resulta de um ato amoroso, mas revela-se uma pesada obrigação.

O Reino, pelo contrário, segue na direção oposta. O domínio transforma-se em serviço. O dominado assume a feição do irmão a quem se deve amar e servir. O poder não é utilizado para oprimir, antes, para libertar. A relação de escravidão transforma-se em relação de fraternidade. A grandeza, portanto, para o discípulo do Reino não consiste em ser servido mas em servir e oferecer a própria vida para que o outro possa crescer.

Foi por esta razão que Jesus convidou Tiago e João a mudarem de mentalidade e pensarem segundo os critérios do Reino. O pedido que fizeram ao Mestre talvez escondesse o desejo de exercerem poder sobre os demais companheiros de discipulado, numa espécie de dominação. Pretendiam ocupar um lugar de destaque junto de Jesus, para usufruir do poder. Jesus denunciou esta maneira errada de pensar.

O discípulo deve espelhar-se nele, enviado pelo Pai para colocar-se a serviço da humanidade e dar a vida pela salvação de todos. Esta é a sua grandeza!

Oração
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de ti.

21.10.2012
29º Domingo do Tempo Comum — ANO B
(VERDE, GLÓRIA, CREIO – I SEMANA DO SALTÉRIO)
Dia mundial das Missões e da Obra Pontifícia da Infância Missionária
__ "Eu não vim para ser servido, mas para servir" __



21 de outubro – 29º DOMINGO COMUM
A ATIVIDADE MISSIONÁRIA DA IGREJA
Dando continuidade à proposta de – mensalmente ao longo deste ano, neste espaço de O DOMINGO-CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS – recordar o Concílio Ecumênico Vaticano II ao comemorarmos 50 anos de seu início, escolhemos para este mês o decreto Ad Gentes, que versa sobre a atividade missionária da Igreja.
Sendo a Igreja missionária por natureza, cabia ao Concílio Ecumênico Vaticano II apresentar orientações sobre o assunto. Isso ele o fez com o decreto Ad Gentes, que se ocupa com a atividade missionária da Igreja, “chamada com mais instância a salvar e renovar toda criatura para que tudo seja restaurado em Cristo, e nele os homens constituam uma só família e um só povo de Deus”. Acrescenta o documento: “(…) por toda parte difunda o reino de Cristo, que domina e contempla os séculos, e prepare os caminhos para a sua chegada”. E ensina: “A Igreja cumpre sua missão quando em ato pleno se faz presente a todos os homens ou povos, a fim de levá-los à fé, à liberdade e à paz de Cristo, pelo exemplo da vida, pela pregação, pelos sacramentos e demais meios da graça”.
Sobre a natureza da missão, sublinha: “É uma só e a mesma, em toda parte e em qualquer situação, apesar de exercida diversamente conforme as circunstâncias”. Justifica essa advertência: “Como Cristo, por sua encarnação, se ligou às condições sociais e culturais dos homens, assim deve a Igreja inserir-se em todas essas sociedades para que a todas possa oferecer o mistério da salvação e da vida trazida por Deus”.
Destaca a atuação do leigo ao afirmar: “Para atingir tudo isso, têm máxima influência e merecem especial menção os leigos, isto é, os cristãos que, incorporados a Cristo pelo batismo, vivem no século. Imbuídos do Espírito de Cristo, devem eles animar as coisas temporais, por dentro, como um fermento e organizá-las para que se conformem cada vez mais a Cristo”.
O documento sublinha igualmente a importância da ação missionária e do evangelho na vida e na história humana: “A atividade missionária tem íntima conexão também com a própria natureza humana e suas aspirações. Com efeito, ao dar a conhecer Cristo, a Igreja revela, por isso mesmo, aos homens a genuína verdade da sua condição e da sua integral vocação, pois Cristo é o princípio e o modelo da humanidade renovada e imbuída de fraterno amor, sinceridade e espírito de paz, à qual todos aspiram… Na história humana, mesmo do ponto de vista temporal, o evangelho foi um fermento de liberdade e de progresso e apresenta-se sempre como fermento de fraternidade, de unidade e de paz”.
Concluímos com este magnífico parágrafo: “A atividade missionária é nada mais nada menos que a manifestação ou epifania do plano divino e o seu cumprimento no mundo e em sua história”

D. Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo Emérito de Salvador
21 de outubro – 29º DOMINGO COMUM

Missão de servir!

O importante para o discípulo é aprender a servir



Postado por: homilia


outubro 21st, 2012




Jesus anuncia a Sua morte como consequência de toda a Sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos.
Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o Seu exemplo: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para o serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.
Marcos – com grande habilidade – vai mostrando ao longo do relato evangélico as diferentes compreensões e reações que os ouvintes de Jesus vão manifestando, e nestas mostras de Marcos também estão incluídas as dos próprios discípulos.
Pois bem, reflitamos sobre o que aconteceu com Tiago e João: Marcos já havia anunciado que eles estavam a caminho de Jerusalém e Jesus ia adiante deles. Por via das dúvidas, Jesus recorda que não se trata de uma viagem de recreio à capital: pela terceira vez anuncia o que lhe acontecerá em Jerusalém. Jesus vai na frente. Nunca um mestre ia atrás de seus discípulos. Contudo, Marcos sublinha este detalhe não para dar a entender alguma posição privilegiada de Jesus. Prova disso é o que é dito no versículo 45, a autodefinição de Jesus. Ele vai na frente porque está convencido do que está fazendo. Considera que é o momento de aparecer em Jerusalém, de chegar até onde tem que chegar Seu ministério de serviço.
Expõe-se quem vai adiante. Os discípulos se assombraram. Iam atrás d’Ele, mas tinham medo. Somente depois do “final feliz” – a ressurreição ou glorificação de Jesus – aparecem Tiago e João para fazer a “reserva” dos postos mais importantes do Reino que Ele inaugurará.
No relato de Marcos, os dois irmãos falam diretamente com o Mestre. Em Mateus, o pedido inusitado é deixado para ser formulado pela mulher de Zebedeu. Qualquer crítica recairia sobre ela, teria sido ideia dela: a mãe (Ah! As mães…) Qualquer coisa, tirariam o corpo fora e ficaria por isso mesmo!
O que nos mostra a pretensão dos dois irmãos? Primeiro, que não entendem absolutamente nada do que Jesus quer instaurar. Passam por cima de tudo o que haviam visto e ouvido ao longo do tempo de formação com o Mestre. Em segundo lugar, as expectativas deles sobre o Reino de Deus – o reinado que Jesus pretende instaurar – têm já um modelo preconcebido em suas consciências, a ponto de não permitirem nenhuma modificação, não obstante tudo aquilo em que Jesus tanto insistira. Terceiro, para eles o modelo do reinado de Deus é uma versão aperfeiçoada dos reinos temporais. Quarto, no reinado de Deus, instaurado por Jesus, será mantido (achavam eles) o mesmo esquema de dominação da relação sócio-econômica: senhores e escravos, ricos e empobrecidos, dominadores e dominados. Quinto, não há compromisso nem ao menos intenção de envolvimento pessoal na instauração desse reinado, isso é competência do chefe, ele “arrisca a pele” e eles aproveitariam; quem vai beber o cálice é Ele.
A resposta de Jesus é simples: esse detalhe não lhe compete. Isso é decisão do Pai. Além disso, recorda-lhes que antes da glorificação é necessário beber o cálice, o “lançar-se nas águas” não admite recuo. Mais uma vez, Jesus tem de corrigir a visão triunfalista, nacionalista e militarista do messianismo. A nova era inaugurada por Jesus tem de prescindir de qualquer rastro de domínio.
Ingenuamente, os discípulos pensavam que uma mudança de dominador traria vantagens e benefícios pessoais e coletivos. Jesus corrige essa forma de pensar; por melhor que seja quem domina, a estrutura como tal continua sendo prejudicial.
O Messias pode ser o próprio Filho de Deus e até ser muito bom, muito santo, mas se seu reinado seguir o mesmo esquema de “dominadores/dominados”, senhores e escravos, aí não haverá santidade que valha.
Está aí, portanto, a novidade do Reino instaurado por Jesus. Seu reinado se exerce a partir do serviço e do entregar-se em prol dos dominados e dos escravizados pelos poderes temporais.
Se quisermos nos aproximar da instauração do reinado de Jesus não nos resta outra alternativa: renunciar a todas as estruturas e instâncias onde exercemos domínio e nos pormos a serviço dos irmãos. É a única coisa que pode garantir um pouco de credibilidade num mundo, dividido entre dominadores e dominados, entre senhores e servos.
Senhor Jesus, leva-me a escolher sempre o caminho do serviço feito na gratuidade, para eu me sentir grande junto de Ti.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante

Mc 10,35-45: O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir


HOJE, 21 DE OUTUBRO DE 2012 É DIA MUNDIAL DAS MISSÕES



- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:

Jesus,
Sois o Mestre e a Verdade: 
iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. 
Sois o Guia e o Caminho: 
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: 
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente, na Bíblia, o texto:
 Mc 10,35-45,
e observo pessoas, palavras, relações, lugares.

Depois Tiago e João, filhos de Zebedeu, chegaram perto de Jesus e disseram: 
- Mestre, queremos lhe pedir um favor. 
- O que vocês querem que eu faça para vocês? - perguntou Jesus. 
Eles responderam: 
- Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se
sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda. 
Jesus respondeu: 
- Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu
vou beber e podem ser batizados como eu vou ser batizado? 
Eles disseram: 
- Podemos. 
Então Jesus disse: 
- De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber e receberão o batismo com que vou
ser batizado. Mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e
à minha esquerda. Pois foi Deus quem preparou esses lugares e ele os dará a quem
quiser. Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados
com Tiago e João. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse: 
- Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e
mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser
importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de
todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida para salvar muita gente.

Tiago e João pedem a Jesus um favor. Um favor pretensioso: queriam sentar-se à
direita e à esquerda do Mestre no Reino glorioso.Os filhos de Zebedeu sonham com
honrarias, poder, destaque. Querem estar acima dos demais apóstolos. E Jesus lhes
diz mais uma vez que seu Reino não é este que eles sonham. É um Reino onde quem
quer ser mais importante serve os demais e quem quer ser o primeiro deve se tornar
escravo dos outros.  A comunidade do Mestre rege-se por critérios e atitudes opostas
aos critérios do mundo.  A ambição e o desejo de ser o melhor e o maior são
substituídos pelo espírito de serviço. Não no sentido de que o serviço é exercido para
obter o primeiro lugar, mas no sentido de que no serviço reside a dignidade. A
referência ao cálice e ao batismo pode ser interpretada como a Eucaristia e o batismo
como participação no mistério pascal de Cristo. O Mestre convida Tiago e João a
reverem seu pedido a partir de uma revisão da mentalidade. E a assumirem os
critérios do Reino.

2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim, hoje?

Minha vida reflete as atitudes de Tiago e João?

O meu Projeto de vida traz os critérios do Mestre Jesus Cristo?

Os bispos da América Latina me animam:
“Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou”
 (DAp 18)

3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo com o bem-aventurado Alberione:

Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste 
em conhecer a ti e ao Pai.  Derrama sobre nós, a abundância 
do Espírito Santo! 
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, 
porque és o único caminho para o Pai. 
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo 
testemunhas vivas do teu Evangelho. 
Com Maria, 
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, 
guardaremos tua Palavra, 
meditando-a  no coração. 

Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos do Mestre.  
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é
conforme os critérios de Jesus Mestre.

Bênção

 - Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.
 Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém.

Outubro 2012 - Mês Missionário
Tema:  "Brasil missionário partilha a tua fé".

Veja a Mensagem do papa para o Dia Mundial das Missões em http://bit.ly/QhEboi

Ir. Patrícia Silva, fsp 
http://leituraorantedapalavra.blogspot.com.br/

http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx
Oração Final
Pai Santo, nós queremos ser a tua Igreja neste mundo. Faze-nos compreender que ser Igreja
não é aprender e memorizar lições ou mandamentos, mas seguir o Mestre pelas estradas
desta vida. E que o nosso único Mestre seja o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão
e contigo reina na unidade do Espírito Santo..



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