domingo, 14 de outubro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 15/10/2012

15 de Outubro de 2012


Lucas 11,29-32

Comentário do Evangelho

Jesus, o grande Sinal

No Antigo Testamento encontram-se várias narrativas das maravilhas de Deus, que consistiam nos grandes sinais de poder. Estes sinais serviam para intimidar os povos que eram tidos como inimigos de Israel. Assim, por exemplo, acontecia com a vara de Moisés que lançada ao chão transformava-se em serpente como um sinal para intimidar o faraó, ou o mar Vermelho que se abria para deixar passar o povo hebreu e fechava-se submergindo os exércitos dos egípcios. 
Maria, em seu cântico na visitação à prima Isabel, proclama que a maravilha operada por Deus é, por excelência, a sua concepção de Jesus, o Filho de Deus, fruto do pleno amor. 
Jesus revela sua identidade divina não por meio de sinais celestiais fantásticos ou violência, mas sim por seu imenso amor que atrai os corações, movendo-os à conversão, comunicando vida e alegria a todos. 
Jesus vem revelar a verdadeira face de Deus. Se na sua criação Deus é todo-poderoso, em sua relação com suas criaturas, homens e mulheres, ele é todo amoroso.

Vivendo a Palavra

Acontecia naquele tempo e acontece hoje: também nós, às vezes buscamos sinais extraordinários para reforçar nossa fé, esquecidos de que a vida que recebemos do Pai, a natureza que Ele nos oferece para cuidado e desfrute são dons maravilhosos que deveriam bastar para nosso encantamento e gratidão.

Reflexão

Para muitas pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é um sinal para nós, e Jonas foi um sinal para os ninivitas apenas por suas palavras, que os ninivitas ouviram e creram. Deste modo, Jesus é um sinal para nós por sua palavra e é nela que devemos crer e não ficar exigindo que ele fique realizando "milagres" para que fundamentemos a nossa fé.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Frágil Fé dos sinais...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Em uma Festa de corpus Christi, uma mulher muito piedosa confidenciou-me que todos os dias rezava para que Jesus mostrasse um sinal eucarístico á seu esposo, que tinha dívidas sobre a presença real do Senhor na Hóstia consagrada. Uma outra Senhora rezava para que Nossa Senhora se manifestasse em algum milagre para o seu vizinho que não a aceitava como mãe de Deus.

Uma jovem rezava todos os dias para que Deus lhe desse um sinal de que o seu namorado era a pessoal ideal para casar-se, pois tinha muito medo de casar-se com a pessoa errada. No meio do povo de Deus estão presentes muitas devoções que pedem sinais prodigiosos para poder crer ou acontecer algo miraculoso na vida.

Respeitar todas essas devoções que fazem parte da religiosidade popular, é dever e obrigação de toda Igreja, entretanto, ela não pode se omitir de motivar essas pessoas a abrirem a mente e o coração para acolherem a Força Transformadora do Santo evangelho, que é a essência do Cristianismo. Persistir e acomodar-se nesta Fé dos sinais, sem ter compromisso algum com os valores do evangelho, exigindo de Deus algo que parece que ele nos deve, é um tremendo equívoco...Quantas vezes a gente ouve histórias de novos convertidos que começam, assim "Ah o Senhor realizou um milagre na minha vida e daí eu passei a frequentar a Igreja....". quer dizer, antes nada havia em Jesus de especial e se não fosse o milagre realizado, aquela pessoa nunca iria á comunidade...

Este é um modo perigoso de se Crer em Jesus, pois a qualquer momento ele pode não atender nossas súplicas e a frustração e decepção poderá ser muito grande, porque também o oposto é verdadeiro, a história de pessoas cristãs que abandonaram a Igreja porque se sentiram traídas por Deus quando este permitiu que alguma desgraça caísse sobre sua vida. Para estes, Deus significa garantia e proteção, contra todos os males, e se ele falha ou falta para com a promessa, não há razão para se acreditar e ser um discípulo. Parece bem assustador dizer isso assim na "bucha" mais é a pura verdade...

É isso que Jesus diz ao povo, chamando-o de geração perversa, justamente porque exige um sinal para poder acreditar em seu messianismo. O evangelho mostra exatamente o poder da palavra de Deus, que quando bem acolhida provoca mudança radical naquele que a acolheu, e não é preciso nenhum sinal prodigioso.

Mas o problema maior é que essas maravilhas de Deus estão enraizadas na vida do Homem, em suas ações, suas palavras e ações,Jesus é a revelação do Pai, quem o ouve, é ao Pai que ouve, quem lhe obedece, é ao Pai que obedece. A sua Palavra libertadora estava em Jonas e os Ninivitas acreditaram de imediato, a sua sabedoria que vem do alto estava em Salomão, e a Rainha de Sabá a soube vislumbrar como algo Divino e especial. Ora, Jesus é mais do que Jonas, e do que Salomão, mas os seus não o aceitaram.

2. Jesus, o grande Sinal
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA

Oração
Pai, torna-me dócil e sensível para acolher as palavras de Jesus, sem exigir sinais espetaculares como pré-requisito para aderir a ele.

3. A EXIGÊNCIA DE SINAIS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Por mais que Jesus realizasse milagres e prodígios, havia sempre um clima de suspeita e prevenção contra ele. Seus adversários exigiam dele provas cada vez mais espetaculares e evidentes de sua condição messiânica. Entretanto, faltava-lhes boa vontade de dobrar-se diante da evidência e aceitar que, na ação de Jesus, era o próprio Deus quem agia em benefício da humanidade. Um sinal a mais, realizado por Jesus, não os faria mudar de opinião.

A opção por Jesus e sua palavra não podia dar-se de forma compulsória, prescindindo da liberdade. A evidência de um milagre espetacular não dispensava as pessoas de decidir-se livremente pelo Senhor. Tratava-se de uma decisão por Jesus, e por sua palavra que convidava à conversão. A veracidade das palavras do Mestre não dependia de seus milagres. Elas tinham um valor próprio e atingiam a raiz pecaminosa do coração humano. Exigir sinais que servissem para autorizar Jesus e sua chamada à conversão manifestava, claramente, uma indisposição para mudar de vida.

Jesus foi para seu povo o mesmo que Jonas fora para os habitantes de Nínive. O profeta, em nome de Deus, conclamou os ninivitas à conversão e todos eles, sem exceção, fizeram penitência e voltaram-se para Deus. Não foi necessário fazer demonstração de milagres. O mesmo deveria acontecer com a geração perversa do tempo de Jesus.

Oração
Senhor Jesus, que eu me converta diante de teus apelos, porém movido apenas pela força do teu testemunho e de tua palavra.

HOMILIA DIÁRIA

A Cruz de Cristo, sinal da nossa salvação

Postado por: homilia
outubro 15th, 2012

Os judeus não pediram só uma vez por um sinal do céu, mas eles o pediram várias vezes. Isso começou com os líderes, os fariseus e os escribas. Eles queriam saber a identidade de Jesus. Eles não estavam satisfeitos com todos os milagres que Jesus mostrou. João Batista se satisfez com isso, mas os fariseus não. Eles queriam ver mais. Eles queriam provar a Deus. Eles queriam que Deus lhes mostrasse que Jesus era o Cristo.
Jesus mostrou várias vezes que eles tinham Moisés e os profetas e, se não acreditaram neles, também não creriam num sinal. Eles não receberiam nada a não ser o sinal de Jonas, que ficou três dias e três noites no interior do peixe.
Os ninivitas deviam acreditar na história de Jonas sobre o peixe. Eles nunca tinham visto este sinal, mas eles acreditaram e se converteram. Os fariseus que conheciam esta história – e que sabiam muito mais da Sagrada Escritura do que os ninivitas – não foram capazes de reconhecer em Cristo a “Palavra última de Deus”. Mesmo depois que Jesus realizou a primeira multiplicação dos pães alimentando quase cinco mil homens (sem contar as mulheres e as crianças!) Ainda assim, tinham coragem para – uma vez mais – pedir um sinal!
Esta pode ser a minha e a sua posição, quando depois de todas as graças que temos recebido de Deus ainda duvidamos da sua ação em nós. Como os fariseus que pediram um sinal do céu e obtiveram a resposta de Jesus, o mesmo se dirá de nós: “por causa da dureza do vosso coração, nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas”.
Depois da Transfiguração no alto monte (Mt 17 = Lc 9), aonde Moisés e Elias falaram com Jesus sobre o seu caminho para Jerusalém e a sua morte lá, Jesus começou a sua última viagem para Jerusalém. E Lucas nos informa que durante esta viagem o povo queria ver um sinal do céu. O veneno dos fariseus infectou o povo. No início, somente os fariseus não acreditavam em Jesus. Mas agora, no fim, o povo também não acredita mais. Eles querem ver um sinal do céu.
Aconteciam tantas coisas maravilhosas ao redor deles, mas eles eram cegos. Os olhos deles já eram satisfeitos com os milagres. Eles já viram tantos milagres que perderam a sua admiração. Então, finalmente, Jesus toma a iniciativa e diz ao povo que “não lhes será dado um sinal, a não ser o sinal do profeta Jonas”.
Logo após, Jesus censura os fariseus e escribas e avisa o povo contra eles: “Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia”.
A Cruz de Cristo se tornou um sinal neste mundo. Deus nos deu um sinal: três horas de escuridão! E no mesmo momento a cortina do Templo se rasga de cima para baixo. O centurião confessa: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Isso foi um sinal. Deus mostrou “de cima” que o culto “em baixo” tinha acabado. O último sacrifício foi dado na Cruz. Depois disso, nenhum sacrifício vale mais. Este sacrifício foi o último – e o único – que podia salvar o mundo.
Durante as três horas de escuridão, Jesus gritou: “Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?” Ele sentiu o peso do julgamento eterno de Deus diante dos nossos pecados. Por causa disso, este sacrifício foi o único e o último.
Podemos declarar que a Cruz se tornou um sinal. Escândalo para alguns, loucura para outros, mas para nós é o sinal da nossa salvação. Que Deus nos abra os olhos para ver o sinal e os ouvidos para acolher e entender a Palavra do Seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante

Lc 11,29-32 - Qual é o sinal?



Preparo-me,

em comunhão com todos os internautas,

para a Leitura Orante,

orando com Santo Agostinho:

Tarde vos amei, 
ó beleza tão antiga e tão nova.
Tarde vos amei!
Eis que habitáveis dentro de mim, 
e eu lá fora procurando-vos!
Disforme, 
lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
Estáveis comigo, 
e eu não estava convosco!

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio atentamente o texto de hoje, na Bíblia:

 Lc 11,29-32.

Quando a multidão se ajuntou em volta de Jesus, ele começou a falar e disse o seguinte:
- Como as pessoas de hoje são más! Pedem um milagre como sinal de aprovação de Deus, mas nenhum sinal lhes será dado, a não ser o milagre de Jonas. Assim como o profeta Jonas foi um sinal para os moradores da cidade de Nínive, assim também o Filho do Homem será um sinal para a gente de hoje. No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Salomão. No Dia do Juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês porque, quando ouviram a mensagem de Jonas, eles se arrependeram dos seus pecados. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas.

Jesus denomina de "más" as pessoas que pedem um milagre como sinal da aprovação de Deus. Afirma que o Filho do Homem é o sinal para as pessoas de hoje. Não é um sinal espetacular que deve levar as pessoas à conversão, mas à adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

2. Meditação(Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Como é a minha fé? 

Fico à procura de milagres, sinais especiais em meu favor? 

Ou acredito em Deus, independentemente dos sinais?

Os bispos, em Aparecida, apontam para um sinal muito importante na vida de todo cristão – o anúncio do amor de Deus:
Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas.” 
(DAp 29)

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?

Rezo com toda Igreja a oração de nossa fé:

Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria , padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu a mansão dos mortos, ressucitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e mortos. Creio no Espírito Santo. Na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

4. Contemplação (Vida/ Missão) 

 - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?

Vou hoje, descobrir a presença e os sinais de Deus em tudo que me acontecer.

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.
 Amém. - 
- Abençoe-nos Deus misericordioso,
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Outubro 2012 - Mês Missionário
Tema:  "Brasil missionário partilha a tua fé".

Ir. Patrícia Silva, fsp


Oração Final
Pai Santo, dá-nos ouvidos para ouvir-te, quando falas pela natureza, pelos seres humanos, nossos companheiros, pelos sinais dos tempos, pela Igreja, e sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez um de nós para anunciar o teu Reino de Amor e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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