
Dedicação da Basílica
de Santa Maria Maior
Séculos IV e V
de Santa Maria Maior
Séculos IV e V
Ao frade Bartolomeu de Trento, que viveu na metade
do século XIII, devemos a versão sobre a origem da basílica de Santa Maria
Maior. Segundo a tradição, no ano 352, vivia em Roma, o representante do
imperador que tinha se transferido para Constantinopla, um certo João, fidalgo
riquíssimo que não sabia como gastar toda sua fortuna. Não tinha filhos e
queria construir obras pias para a Igreja, mas não sabia quais escolher.
Na noite de 5 de agosto, lhe apareceu em sonho a Virgem Maria, que lhe ordenou
construir uma igreja no lugar onde estivesse com neve pela manhã. O rico senhor
acordou e se pôs a pensar que a neve em Roma era uma coisa estranha, pois
agosto era a estação de verão. Porém o mais interessante foi que a Vigem, na
mesma noite apareceu ao papa Libério e lhe disse que, logo ao raiar do dia,
subisse a colina do monte Esquilino, que encontraria o local cheio de neve e lá
deveria erguer uma igreja. Pela manhã aquele fato inédito, foi constatado e
enquanto a notícia se espalhava por toda Roma, o papa e João, caminhando por
estradas diferentes, seguidos por uma multidão se encontraram: lá em cima do
monte Esquilino comprovaram que havia neve. Com um bastão o papa traçou a área
para erguer a igreja que o patrício construiu apenas com o seu dinheiro. Nascia
a basílica de Santa Maria da Neve.
Alguns pesquisadores dizem que João procurou o papa Libério para lhe contar seu
sonho e que teve uma surpresa ao saber que também o pontífice havia tido a
mesma visão. Depois, juntos com a população foram ao alto ao monte Esquilino, e
demarcaram sobre a neve o terreno onde a igreja foi construída. Desta maneira,
notou-se que as tradições se mesclaram por obra da alma popular que sempre uniu
poesia à história.
Aquelas colinas do monte Esquilino, durante a Antiguidade, tinham sido um lugar
de despejo de lixo, cheio de imundices; posteriormente se tornou o lugar onde
os escravos eram sepultados. Na época do Império, ao contrário, as colinas eram
ocupadas por imensas vilas de nobres. Entretanto continuava sendo um lugar de
estranhas lembranças e que a comunidade evitava freqüentar. Com a construção da
igreja da Santa Maria da Neve, o local reconquistou a visitação popular.
Tanto é verdade que cerca de um século depois, para celebrar os resultados do
Concílio de Efeso, que proclamou a "maternidade divina da Virgem
Maria", o Papa Xisto III em 440, mandou construir uma igreja. Mas queria
que fosse grande, muito grande, daí o nome "Maior", e escolheu o
mesmo local onde fora construída a igreja indicada pela Virgem em sonho ao papa
Libério. No dia 5 de agosto de 431, a nova igreja, que substituiu a anterior,
foi consagrada, com o nome de basílica de "Santa Maria Maior".
Nela foi realizado o primeiro presépio que se tem notícia na Igreja, por isto
também ficou conhecida como basílica de "Santa Maria do Presépio". Na
basílica se encontram os primeiros e mais ricos mosaicos alusivos a Nossa
Senhora e é, de fato, um dos maiores e mais belo santuário mariano de toda a
cristandade. A festa litúrgica da "Dedicação da Basílica de Santa Maria
Maior" que acontece em 5 de agosto entrou no calendário romano em 1568.
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