domingo, 5 de agosto de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/08/2012

6 de Agosto de 2012 


Marcos 9,2-10

Comentário do Evangelho

Experiência da transfiguração

Esta narrativa da transfiguração revela a dignidade e a glória já presentes na humanidade de Jesus, o que não era ainda percebido pelos discípulos. Ela tem o objetivo pedagógico de instrução das comunidades, as quais vão compreendendo-o progressivamente. 
"O que significaria esse 'ressuscitar dos mortos'"? Nenhuma resposta teórica esgota o seu significado. O que os discípulos experimentaram foi o amor de Jesus, Filho de Deus, que glorifica o Pai no cumprimento de sua missão. Envolver-se nos laços desse amor, nas relações humanas, na família, na comunidade, na sociedade, é entrar em comunhão com o amor e a vida eterna de Deus.

José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Nos breves momentos de êxtase em que os apóstolos escolhidos são presenteados com a visão gloriosa de Jesus, eles estão sendo preparados para a aridez que deveriam enfrentar em seguida: a prisão, o julgamento e a morte do Mestre. Também a nossa vida de fé é uma sucessão de situações de doce consolo e de profunda aflição.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. “TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR - A CERTEZA DA VITÓRIA”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nem tudo o que reluz é ouro – Lembro-me bem deste provérbio que finalizava uma história no meu livro do antigo primário, ensinando-nos que nesta vida confundimos muita coisa com ouro valioso, mas que no fundo não passam de simples bijuteria.

Há pessoas que passam esta vida correndo atrás de quinquilharias, sem nunca descobrir o tesouro que Deus quer nos dar.

Os apóstolos pensavam que o Reino que Jesus havia implantado, era igual aos reinos deste mundo, e que ele seria um Rei muito rico e poderoso que iria dominar a todas as nações fazendo de Israel a mais importante de todas as nações da terra. Eles tinham muitos planos em seus corações e mentes, por causa de serem seguidores de Jesus, que naquele momento estava desacreditado, mas que em um futuro bem perto iria manifestar toda a sua força e poder. Muitas vezes como os apóstolos, buscamos um Jesus que atenda as nossas necessidades e realize os nossos sonhos neste mundo, essa fé tão distorcida nos impede de conhecer realmente quem é Jesus e para onde a sua graça nos leva.

Podemos afirmar que esta narrativa da transfiguração do Senhor está no coração do evangelho de Marcos porque se trata de um momento de profunda comunhão dos discípulos com Jesus, que ao transfigurar-se diante deles os introduz no mistério de Deus, que por sua vez revela quem é Jesus: O filho amado do Pai!

Ele não é simplesmente um profeta poderoso na linha de Elias, que foi arrebatado ao céu, nem um Líder como Moisés, principal protagonista da libertação do Povo da escravidão do Egito, esses dois personagens que aparecem ao lado de Jesus naquele momento representam todo o antigo testamento que preparou o coração dos homens para o tempo da plenitude inaugurado por Jesus.

Quando a voz se fez ouvir do meio da nuvem que os envolveu, os discípulos olharam e só viram a Jesus, que estava sozinho. As escrituras antigas apontam para Jesus, pois nele Deus irá falar diretamente aos homens, sem intermediários.

Pedro queria construir três tendas, uma para Jesus, outra para Moisés e outra para Elias, que estavam ali no monte Tabor onde poderia ser instalado o QG do grupo, de onde partiriam as ordens dadas por eles. Fazer tendas significa acomodar-se e interromper a caminhada porque já se alcançou o objetivo. Na verdade o apóstolo não sabia bem o que estava falando pois o Reino de Deus, requer planejamento e não se pode queimar etapas. Jesus transfigurado, tendo Moisés e Elias ao seu lado, era tudo o que Pedro queria, não precisaria enfrentar as cruzes do caminho, nem tribulações ou desencantos, sofrimentos e tribulações, o Reino já chegara e era uma realidade bem ali diante dele.

A humanidade toda iria se render à força do Reino de Cristo! Mas o brilho que seus olhos iriam contemplar no alto do monte, não seria do ouro e nem da prata com que talvez sonhasse mas à luz de Deus presente em Jesus, algo nunca visto, suas vestes ficaram brancas , de uma brancura jamais vista.

No Cristo transfigurado e proclamado solenemente Filho amado do Pai, descobrimos o nosso destino, Deus nos quer transfigurados, com vestes brancas resplandecentes, envolvidos pela sua Santidade que em Jesus eles nos dá.

Somos uma multidão de filhas e filhos amados do Pai que já participamos da vida de Deus ainda neste mundo, que um dia chegará para nós em plenitude. Jesus antecipou a glória que o envolveria na ressurreição, porém, nunca escondeu o que viria antes: a cruz da rejeição, o sofrimento e a paixão no calvário, e a morte na cruz. É disso que Pedro quer fugir ao construir as três tendas, é isso que às vezes nos causa angústia e medo.

Compreender a cruz e aceitar o calvário de cada dia, percorrer os caminhos desta vida que parecem tortuosos, mas sem tirar o olhar da glória Futura, como o profeta Daniel na primeira leitura dessa liturgia, pois na perspectiva da ressurreição vivemos esta vida em uma Igreja que não se fundamenta em fábulas ou lendas, mas sim no relato do apóstolo Pedro, que foi testemunha ocular do Cristo Transfigurado, que segundo ele, fez clarear o dia e nascer a estrela da manhã em nossos corações antes envolvido pelas trevas do pecado.

2. Experiência da transfiguração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Senhor Jesus, que a contemplação de tua transfiguração me prepare para contemplar tua crucifixão, seguro de que és o Filho amado de Deus.


3. O SENTIDO DA TRANSFIGURAÇÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A visão da transfiguração acontece quando Jesus e seus discípulos se dirigem a Jerusalém. Jesus já lhes falara sobre as provações por que passaria naquele centro religioso e político do judaísmo. Procurava esclarecer os discípulos que nutriam a falsa esperança, herdada da tradição messiânica do judaísmo, de que ele poderia ser um líder restaurador da glória e do poder de Israel. A transfiguração revela a dimensão gloriosa da humanidade de Jesus, assumida pelo Pai. O sofrimento e a morte são passageiros. Os discípulos não o entendem logo. Após a crucifixão é que perceberão o sentido da permanência de Jesus entre eles.

É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores

Postado por: homilia

agosto 6th, 2012


Diante do “escândalo” da Cruz, a Palavra de Deus apresenta-nos o Cristo glorificado através de uma magnífica teofania, isto é, a manifestação de Deus. Revela-nos sua glória para dar sentido à morte de Jesus na cruz. Jesus levou seus discípulos escolhidos para uma alta montanha e se transfigurou diante deles. Suas vestes se tornaram brancas e brilhantes. Apareceram-lhe Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos Profetas, síntese da antiga Aliança. Jesus condensa em si a Lei e a Profecia. Ele, em seu Sangue, sela a Nova Aliança (Lc 22,20). Nesse momento, “entraram na nuvem”, o que significa a presença de Deus. O Pai apresenta Jesus aos discípulos como seu Filho amado.
O Evangelho da Transfiguração liga-se à Paixão, pois tira os discípulos do escândalo da Cruz, dando-lhes a visão da futura glorificação pascal. Refletindo o tema da Aliança e Transfiguração participamos desta realidade. A obediência de Jesus deu-lhe a vitória. A meta do cristão é a transfiguração de sua fragilidade pela obediência da fé.
Somos transfigurados por Cristo a partir do Batismo e da presença do Espírito em nós. Somos revestidos de Cristo. Para chegar a isso, somos convidados a subir o monte que é Jesus. Estando na presença de Deus pelo amor, ouviremos as palavras do Pai: “Este é meu Filho amado, escutai o que Ele diz”. O Filho diz as palavras que ouviu do Pai.
O episódio da Transfiguração de Jesus deixa a mensagem que São Paulo em plenitude viveu, tendo podido assegurar: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Trata-se da mudança radical do cristão no modelo divino. Imitação perfeita do Filho de Deus, cujo conhecimento não deve ser meramente especulativo e cujo amor tão pouco não pode ser apenas afetivo.
Tanto os estudos sobre a pessoa de Cristo como a fé no Redentor necessitam estar unidos às obras nas quais se reflete a personalidade de cada um. Conhecimento prático, amor operativo. Ele é a causa eficiente da regeneração do batizado e a causa exemplar de sua santificação, modelo de todos os que se dizem seus discípulos.
Cristo se fez um modelo acessível e atraente, perfeito e abrangente. Os cristãos podem transfigurar sua vida se identificando com Ele: pobres, ricos, sábios e ignorantes – e isto em qualquer circunstância – dado que Ele a todos resgatou, deu a vida sobrenatural e lhes comunica Seus dons celestiais. Ele manifesta uma ética geral e uma disciplina universal de conduta para que se proceda como Ele agia, para que se viva como Ele vivia, para que se sofra como Ele sofria. Ele quer se fazer presente no mundo através de seus discípulos. O Apóstolo dizia: “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo” (1Cor 4,16). Deste modo, o fiel se torna a imagem viva do seu Senhor.
Jesus sempre presente nas palavras, nas obras, no coração e na mente de cada um. Cristo o ideal da vida do batizado, o objeto de suas aspirações, o ímã de seus corações. Para isso, é necessário que cada um se interrogue a cada instante: “Que pensaria Jesus neste momento? Como Ele faria esta tarefa? Que quer Ele de mim aqui e agora? Como o posso agradar neste momento?”
Dá-se então “o vir a ser” do fiel no seu Salvador numa total identificação com Ele, no gotejar da renúncia a cada minuto. O próprio Cristo afirmou: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 4,14). Não somos o fogo que deve arder nesta Terra, mas devemos ser os propagadores de Sua chama de amor, dado que Ele é a fornalha ardente de caridade e veio para colocar chama na Terra (Lc 12,49).
Grandeza e responsabilidade do cristão! Depende de cada um fazer da vida uma interrogação, um chamado sempre susceptível de ser ouvido por todos as testemunhas que O veem. É a imponderável ação de uma alma sobre a outra. É se transfigurando em Cristo que o cristão pode tornar os homens melhores. Com seu exemplo, mesmo sem palavras, o verdadeiro seguidor de Cristo já torna seu irmão melhor.
Onde uma pessoa boa, submissa a Deus vive, reza, sofre, trabalha há sempre uma lareira de calor sublime que aquece, arrasta nos eflúvios das mensagens celestes.
Não basta “estar” cristão, é preciso “ser” cristão transfigurado no modelo que é Cristo Jesus.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante 


Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos os internautas: 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.Amém 

Este momento é muito especial no meu dia. 
Faço silêncio no meu coração e peço luz ao Espírito. 
Rezo com o 
Bem-aventurado Alberione: 

Mestre, 
Tu que iluminas todo homem 
e és a própria verdade: 
eu não quero raciocinar senão como Tu ensinas, 
nem julgar senão conforme os teus julgamentos, 
verdade substancial, dada a mim pelo Pai: 
"Vive na minhamente, ó Jesus Verdade". 

1.Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio atentamente a narrativa da Transfiguração em 
Mc 9,2-10. 
A transfiguração é manifestação da glória da Ressurreição. Observo neste trecho do Evangelho a revelação do Filho nas palavras do Pai: "Este é o meu Filho querido. Escutem o que ele diz". Observo alguns símbolos: 

"Monte muito alto" - a montanha indica o lugar de encontro com Deus. 
Roupa brilhante", ("luz") - Quanto mais luz coloco num ambiente escuro, mais claro ele se tornará. 
Quanto mais Palavra de Deus tiver em mim, mais a luz de Deus brilhará em minha vida. 
"Tendas"- lugares de repouso e de oração. 
"Nuvem e sombra" simbolizam a presença de Deus. 

Jesus se revela como verdadeiro Filho de Deus, Mestre a quem devo escutar e seguir em seu caminho de cruz e ressurreição. 

2. Meditação (Caminho) 

O que a Palavra diz para mim? 

Preciso me aproximar mais e escutar a Palavra, condição para aprender do Mestre e ser seu/sua discípulo/a. 

Os bispos, em Aparecida, disseram: 

"Para aprender com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." 
(DAp 138). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Com esta oração de 
Alberione, 
expresso minha adesão e desejo de seguir Jesus. 

Jesus Mestre, 
que eu pense com a tua inteligência 
e com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu Coração... 
Que eu veja sempre com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça somente com teus ouvidos. 
Que eu saboreie aquilo que tu gostas. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés sigam os teus passos. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que meu tratamento seja o teu. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. 
(Bem-aventurado Tiago Alberione) 

4.Contemplação (Vida) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
 
Levo comigo a luz de Jesus transfigurado. 
Quanto mais luz levar em meus olhos, minhas mãos, minhas palavras, mais iluminado estará o mundo em que vivo. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

Ir. Patrícia Silva, fsp 
Oração Final
Pai Santo, que os instantes de contemplação da glória de Jesus que nos ofereces fortaleçam nossa fé, para anunciarmos, cheios de alegria e esperança, o teu Reino de Amor já presente em nós. Reino que foi proclamado nesta terra pelo teu Filho Unigênito, feito nosso Irmão em Jesus de Nazaré, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.



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