quinta-feira, 19 de julho de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/07/2012

20 de Julho de 2012 


Mateus 12,1-8

Comentário do Evangelho

Deus quer misericórdia

Jesus, agindo com liberdade em relação à Lei de Moisés, suscitava a repressão dos chefes religiosos de Israel. Entre rabinos e doutores da lei discutia-se sobre qual seria a principal observância da Lei. A opinião majoritária inclinava-se para o repouso sabático. Ao sábado vinculava-se o culto nas sinagogas, espalhadas na diáspora, garantindo-se, assim, a frequência ao culto àqueles que estavam longe de Jerusalém, impossibilitados da assídua frequência ao Templo. 
A observância do sábado decorria de um texto tardio do livro do Êxodo que afirmava: "Todo aquele que trabalhar neste dia será punido com a morte" (Ex 31,15; 35,2). É a expressão do sagrado acima e contra a vida. 
O Templo e as observâncias legais estão superados por Jesus. A vontade de Deus é a prática da misericórdia que consolida o amor, promove a vida e gera a paz.

Vivendo a Palavra

A religião dos fariseus era pesada, triste. Consistia em um conjunto numeroso de obrigações a serem cumpridas com rigor. A religião que Jesus nos traz é leve e alegre como a caminhada de amigos pelos campos numa manhã de sábado. Façamos da nossa Igreja, a Igreja de Jesus: lugar da convivência, da fraternidade, ensaio e já começo da Vida que teremos em plenitude.

Reflexão

Existem pessoas que acham que é difícil seguir Jesus por causa da radicalidade das exigências evangélicas, no entanto, essas mesmas pessoas ficam criando uma série de dificuldades a partir de um legalismo ritual, moral e religioso que acabam por fazer do seguimento de Jesus uma causa de sofrimento e de dor e não uma causa de alegria e felicidade de quem descobre os valores que o conduz para a vida eterna. Muitos cristãos vivem colocando proibições e ficam contentes quando podem falar "não" a alguém. De fato, essas pessoas não entenderam o Evangelho de hoje, muito menos o amor que Deus tem para com seus filhos e filhas.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1.“Os policiais da comunidade...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A exemplo dos moralistas de plantão, os Fariseus eram naquele tempo, aquilo que poderia ser chamado hoje de “policiais da comunidade”, só de olho no que os outros fazem para poder acusa-los perante a autoridade. Claro que a Policia Militar faz esse trabalho, e os bons policiais o fazem com todo zelo, e se perceber uma atitude suspeita de alguém, imediatamente irá abordá-lo, pois faz parte do seu trabalho.

Os moralistas também agem dessa forma, seguem á risca a lei e julgam-se no direito de fiscalizar as demais pessoas, para que também o façam e não admitem que alguém venha a violar algum preceito da lei. Pessoas assim tornam-se insuportáveis para os outros, porque são como uma engrenagem sem lubrificante, são secas, rigorosas, até que um dia a “casa cai”, quando os outros descobrem que esse grupo só enganava, porque lhes faltava o essencial: o amor e a misericórdia na relação com os demais.

Esse grupo de Fariseus parece que tiravam o dia para “fiscalizar” as pessoas suspeitas, principalmente Jesus e seus discípulos e neste evangelho, em um dia de sábado o flagram colhendo espigas para comerem, pois no meio da caminhada sentiram fome. Querendo mostrar a Jesus o Santo caminho da Lei de Moisés (quanta pretensão) acusam os discípulos de estarem fazendo algo que é proibido em dia de sábado: trabalhar!

Jesus toma então alguém importante da História de Israel, o grande Rei Davi, de cuja estirpe viria o Messias, e mostra-lhes que o próprio Davi infligiu aquela lei, quando junto com seus companheiros entrou no templo e comeu dos pães sagrados, exclusivos dos sacerdotes. O ensinamento de Jesus é exatamente esse: que acima de qualquer lei está a Lei do Amor e da preservação da Vida, e toda lei autêntica deve ter ao centro a Vida do Homem. Jesus não revoga a Lei de Moisés, mas lembra de o que está no centro dela, e que os Fariseus há muito tinham esquecido. Não se coloque nenhuma Lei ou norma acima do amor e da misericórdia para com as pessoas.

Os membros dos nossos Conselhos Pastorais, bem como os Coordenadores e Cooperadores, devem estar atentos e muito abertos à Palavra de Deus, para que não se corrompam com o velho Farisaísmo, que tanto Jesus condenou.

2. Deus quer misericórdia
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração
Senhor Jesus, livra-me de todo rigor no trato com os demais e dá-me um coração que coloque a misericórdia acima de tudo.


3. O IMPERATIVO DA VIDA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.

Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.

O gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus!

Oração
Espírito de flexibilidade, que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da vida é mais importante.

O que o Senhor dirá de mim?


Postado por: homilia

julho 20th, 2012


O contexto deste trecho do Evangelho é composto pela incompreensão profunda da parte de fariseus legalistas e, ao mesmo tempo, como luz que se opõe às trevas, encontramos a imensa misericórdia de Jesus Cristo frente a qualquer necessidade do homem, a começar pelas mais básicas.
Sabe-se que a acusação daqueles fariseus não era o furto de espigas em um milharal alheio, mas sim, de que o descanso sabático estava sendo desrespeitado, por um ato considerado, por eles, trabalhoso: “Durante seis dias trabalharás e no sétimo descansarás, tanto na época do plantio como na da colheita” (Ex 34, 21). Assim, o escrúpulo deles foi capaz de usar da Palavra de Deus para acusar a própria Palavra que se fez carne: Jesus.
Realmente existia uma contradição, que jamais seria da Palavra, mas dos corações insensíveis às necessidades dos outros, tão próximos. E Jesus – sabendo do literalismo deles – recorreu a própria Sagrada Escritura da Antiga Aliança, a fim de ajudá-los e não acusá-los: “Nunca lestes o que fez Davi… Ou nunca lestes na Lei… Se tivésseis chegado a compreender o que significa, ‘Misericórdia eu quero, não sacrifícios’, não condenaríeis inocentes” (Mt 12, 3.5.7).
Já quanto a Nova e Eterna Aliança, que dá sentido a toda Lei e Profetas, Jesus aproveita a situação para uma auto-revelação a manifestá-lo como o “novo Moisés”, o Legislador para Israel e o mundo todo: “Ora, eu vos digo: aqui está quem é maior do que o templo” (Mt 12, 6).
O Papa Bento XVI, no seu primeiro livro intitulado “Jesus de Nazaré”,  ao tratar do Sermão da Montanha, faz referência ao relacionamento correto de Cristo com a Lei, pois sobe ao Monte não para desfazer qualquer Palavra de Deus: “Nas antíteses do Sermão da Montanha, Jesus não se situa diante de nós nem como rebelde nem como liberal, mas como o intérprete profético da Torá, que nada anula, mas cumpre…” (BENTO XVI, Jesus de Nazaré, p. 120).
Assim, o cumpridor da Torá, que também apresenta o valor do sábado para os judeus – o qual o remete para a origem da criação do mundo – chama a todos os amados de Deus a uma sensibilidade humana criadora de consenso que reflete o valor do ser humano.
O Concílio Vaticano II partilhou em seu diálogo com o mundo contemporâneo esta verdade tão acessível: “Crentes e não crentes estão geralmente de acordo neste ponto: tudo o que existe na terra deve ser ordenado para o homem, como seu centro e vértice” (Gaudium et Spes, nº 12).
Portanto, nos tempos antigos, presentes e futuros, até que o Senhor da Torá e de toda a Criação retorne glorioso para “julgar vivos e mortos”, cada um de nós poderá demonstrar com palavras e atos, qual é o lugar que ocupamos no “tribunal da história”. Jesus, o Rei da Misericórdia e o Filho do Homem, sempre se apresenta como Justo Juiz e Aquele que, com o Pai das Misericórdias, envia um outro Defensor (Paráclito), para advogar a favor das verdadeiras vítimas e mais, Ele chega a se identificar com todos os que sofrem, a partir das necessidades mais básicas (cf. Mt 25, 31-46).
No Juízo Final então todos escutaremos as palavras de sentença condenatória ou libertação final que, nós próprios, lavramos no tempo. Ou ainda, todos saberão se o Senhor do Sábado teve realmente permissão para ser concretamente o nosso Senhor e se aprendemos, de fato, o que significa “Eu quero amor e não sacrifícios” (Os 6,6).
Dormindo ou não “com este barulho”, acordemos o quanto antes para o outro, que precisa da nossa compreensão e fé que opera pela caridade.
Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova


Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos que fazem esta Leitura Orante:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos:
ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.

Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente o texto: 
Mt 12, 1-8, 
e observo as recomendações de Jesus.
Os fariseus acusam Jesus de permitir que seus discípulos violem o sábado colhendo e comendo os grãos de trigo em dia de sábado. Jesus responde, lembrando um fato sobre Davi e seus soldados, relato em 1Sm 21,2-7. Aparentemente violaram o sábado, pois comeram o pão das ofertas. Mas, a necessidade anulou a proibição. E ao dizer-se mais importante do que o Templo, Jesus se contrapôs aos chefes, colocando-se, como realmente é, Senhor da Lei. A bondade, a misericórdia, superam os sacrifícios.

2. Meditação (Caminho)

que o texto diz para mim, hoje?

Sou legalista? 

Ou, para mim, a Lei tem sentido enquanto defende a vida, o bem, o verdadeiro amor? 

Como disseram os bispos na Conferência de Aparecida: 
"A Igreja está convocada a ser "advogada da justiça e defensora dos pobres" diante das "intoleráveis desigualdades sociais e econômicas", que "clamam ao céu". Temos muito que oferecer, visto que "não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados ricos". A opção preferencial pelos pobres exige que prestemos especial atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico dos países, a fim de lhes dar orientações éticas coerentes com sua fé." 
(DAp 395).

3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, a Oração da Paz
Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.

4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar é o olhar e a preocupação da Igreja: quero prestar especial atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico do país, observando se são coerentes com sua fé e se seguem orientações éticas .

Bênção

A bênção do Deus de Sara,
Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós. Amém!

Irmã Patrícia Silva, fsp 
Oração Final
Pai Santo, abre a porta do meu coração ao perdão, para que eu chegue ao Amor. E se eu tiver que ser rigoroso, que eu o seja comigo mesmo, não com os companheiros que me deste para a peregrinação neste mundo encantado – que já é parte do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo


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