quinta-feira, 29 de março de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 30/03/2012


João 10,31-42

Comentário do Evangelho

Rejeição dos judeus à revelação de Jesus

Nos capítulos 8 a 11 de seu evangelho, João narra exacerbados conflitos entre os judeus e seus chefes e Jesus. É destacada no texto, de maneira repetida, a decisão de matarem Jesus.
Jesus afirmara sua unidade com o Pai (10,30). Insensíveis às boas obras de Jesus, os judeus querem apedrejá-lo. Atendem, assim, aos interesses das elites religiosas e econômicas de Jerusalém, as quais oprimem e matam para garantir seus privilégios. Jesus revelou as boas obras do Pai por seu amor, sua misericórdia, no dom de sua vida ao longo de seus anos, para libertar os oprimidos e excluídos. Estas obras foram compreendidas por muitos que creram nele "do outro lado do Jordão", isto é, fora do judaísmo.
José Raimundo Oliva

Vivendo a Palavra

Jesus mostra às autoridades judias que o critério para crer na Boa Notícia que Ele traz são ao obras que realiza pelo poder do Pai – os Sinais. Também nós, Igreja que caminha, devemos confirmar nossa pregação com os sinais de uma vida fraterna e da busca da libertação de todos os companheiros de jornada.

Reflexão

Quando a gente não está com o coração aberto, não está disposto a acolher a palavra de Jesus, não querendo de fato assumir um compromisso de fé com Deus e com os irmãos, não buscando novos valores e não querendo uma constante mudança de vida para cada vez mais procurar uma união mais íntima e profunda com Deus, qualquer coisa torna-se motivo para a crítica e para a rejeição de Jesus. Assim aconteceu com os judeus, que não quiseram abandonar antigos valores para viver valores novos e mais plenos, sempre procuraram motivos para dizer que eles estavam certos e Jesus estava errado.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Ser Filho de Deus... A grande Blasfêmia"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Todas as ações de Jesus a favor do bem das pessoas, incomodava os Judeus, afinal ele brilhava mais do que os Doutores da LEI, Escribas e Fariseus, porque ensinava com autoridade então, qualquer ação de Jesus era motivo para tentar condená-lo. A preocupação constante das lideranças religiosas era realmente fazer Jesus calar a boca, entretanto, havia algo que fazia toda aquela fúria dobrar-se... Era quando Jesus se fazia Deus assumindo diante deles a sua Filiação Divina.
Naquelas cabeças duras e corações insensíveis, a idéia de um Deus feito homem, de um Deus entranhado na carne humana, era algo inconcebível, uma grande blasfêmia! Hoje, pelo modo com que o Ser humano é tratado, despojado de sua dignidade, violentado em seus direitos, massacrado e humilhado em sua dor e sofrimento, podemos dizer que, o homem não acredita que o seu irmão é Filho de Deus, não consegue crer em uma dignidade tão grande.
As obras que Jesus realizava eram incontestáveis, seu posicionamento a favor da vida, dos mais pequenos e dos miseráveis, dos impuros e excluídos, o fazia desprezível diante das lideranças religiosas que tinham no coração e na mente um outro Deus, uma outra verdade. e não queriam, trocar isso por nada desse mundo.
A religião do comodismo continua ainda hoje a ser uma grande tentação, quando nos deparamos com algum profeta corajoso e ousado que questiona a religião e o sentido de se viver na Fé, mexendo com as nossas estruturas espirituais e eclesiais, trememos na base e damos um jeitinho de fazê-lo calar a boca. A pregação de Jesus questionava e os fazia pensar e eles queriam uma pregação que anunciasse um messianismo glorioso e vencedor. Eles bem que tentaram acabar com Jesus ali mesmo, mas uma vez mais Jesus se retira imune para o deserto onde tudo havia começado com o Batismo e a pregação de João.
Nesta quaresma devemos também buscar o deserto onde Deus nos fala ao coração apontando-nos a missão e o caminho a ser seguido. Que nada desvie a nossa atenção e que não tenhamos medo de mudanças, mesmo que estas sejam bem no íntimo de nós...

2. Rejeição dos judeus à revelação de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
Oração
Pai, reforça minha fé em Jesus, em cujas palavras e ensinamentos tu te fazes presente na nossa história humana.

3. SOU O FILHO DE DEUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A intimidade que Jesus mostrava ter com seu Pai constituía o ponto central do atrito com seus adversários. Na história de Israel, pontilhada de pessoas piedosas, jamais alguém havia manifestado estar tão próximo de Deus, como Jesus afirmava estar. Por isso, seus adversários não sabiam como tratá-lo. Preferiram apedrejá-lo, para se verem livres de sua presença incômoda.
E isto, não porque Jesus fosse arrogante e orgulhoso, e se prevalecesse de um poder que as outras pessoas não possuíam. Em verdade, ele não exigia para si um tratamento especial, por sua condição divina, nem tinha ambições políticas de tomar o poder, e submeter o povo a seus caprichos. Pelo contrário, o projeto de Jesus opunha-se a tudo isto.
O Mestre irritava os seus adversários, porque se recusava a aderir a uma das facções religiosas existentes. Pelo contrário, criticava-as e denunciava-lhes as incoerências. E tais denúncias eram feitas com uma autoridade, até então, desconhecida, que Jesus atribuía ao Pai.
Por outro lado, seus adversários pensavam estar agindo perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Conseqüentemente, não podiam aceitar que alguém, invocando a autoridade divina na condição de Filho, pudesse lançar-lhes em face acusações tão severas.
A situação de Jesus era extremamente perigosa diante de seus adversários. Entretanto, não teve medo de enfrentá-los, mesmo sabendo que podia ser eliminado por eles.
Oração
Espírito do Filho, livra-me da dureza de coração, que não me deixa reconhecer a filiação divina de Jesus.

HOMILIA DIÁRIA

Por que me sinto derrotado diante das tribulações?

Postado por: homilia
março 30th, 2012

“Outra vez procuravam prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles” (Jo 10,39).  Para os que meditaram o Evangelho dessa semana, além de ler a partilha, puderam perceber que, durante toda a semana, os fariseus tentavam prender e apedrejar Jesus, mas nunca conseguiam fazê-lo.
Em primeiro lugar, eles não conseguiam prender Jesus, muito menos apedrejá-Lo, porque ainda não era a hora d’Ele viver a Sua Paixão. E nós, muitas vezes, em meio às doenças, ao desemprego, às tribulações na família, às dificuldades nos relacionamentos, ficamos apreensivos e nos sentimos como se já não tivéssemos mais forças para continuar. Mas saiba que nada é por acaso, porque Jesus jamais deixaria que algo nos acontecesse se não fosse a nossa hora.
O Senhor pregava sabendo que os fariseus tentariam prendê-Lo, mas Ele não tinha medo. Jesus os incomodava, mas o que O fazia perseverar era a confiança que Ele tinha no Pai, e esta vinha da oração.
Se você não reza nem busca Deus em oração, todas as vezes que surgirem tribulações, você se sentirá derrotado, desanimado e com sentimento de ter sido “abandonado” pelo Senhor na sua vida. Talvez, hoje, você esteja assim; mas saiba que Jesus está ao seu lado e nada vai lhe acontecer antes da hora.
O que devemos fazer é entrar no humano de Jesus, que foi perseguido, caluniado, maltratado e crucificado, mas, no fim, saiu glorioso e vitorioso. Essa é a vontade de Deus para a nossa vida, que nós saiamos vitoriosos nas tribulações e perseguições que temos sofrido. Saiba e perceba que, quando Jesus se sentia ameaçado, Ele se retirava do meio dos homens para ficar a sós com o Pai.
Hoje, Ele retorna à fonte, ao início do Seu ministério. Vai para o Jordão, onde foi batizado, recebeu a unção do Espírito Santo e a voz do Pai testemunhou a Seu favor. Assim, quando você se sentir ameaçado, volte às origens. Relembre-se do lugar onde foi batizado e deixe que reinflame em você a unção batismal para ser reconfirmado na fé e poder caminhar, pacientemente, ao encontro do Cristo vitorioso.
Você foi batizado na Igreja, na casa de Deus. Se voltar para lá – como Jesus fez para se fortalecer – sairá vitorioso. Por isso, acorde meu irmão, minha irmã! Saiba que, sem Deus, nada podemos fazer. Retire-se para a pia batismal, o lugar onde você recebeu a unção do Espírito Santo. Então, como Cristo, você será testemunha da Boa Nova da Salvação a todas as pessoas, a começar pelos da sua casa.
Ademais, a Igreja dá muita ênfase à missão evangelizadora do cristão, à necessidade e obrigação que temos de levar a Palavra de Deus até onde nos for possível. O acolhimento da Palavra é essencial para desenvolvermos nossa fé.
“A Lei chama deuses as pessoas às quais se dirigiu a Palavra de Deus” (Jo 10,35). O sinal efetivo da nossa fé se reflete nas obras que realizamos e que brotam segundo os critérios divinos, nos identificando como criaturas semelhantes a Deus. “Acaso não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’?” (Jo 10,34).
A verdadeira fé nos induz à disponibilidade divina, semelhante a de Maria na anunciação do anjo, tornando-nos instrumentos para a ação de Deus  junto aos nossos irmãos. O Senhor sempre age por meio dos homens, mas nós só teremos méritos quando nos colocamos conscientemente disponíveis à Sua ação.
As boas obras decorrentes da nossa fé são elementos importantes de evangelização, servindo de testemunho às nossas palavras, o que levou os contemporâneos de Jesus a afirmar convictamente: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo que ele disse a respeito deste homem, é verdade” (Jo 10,41). Mas para isso é preciso voltar à fonte batismal para sermos reabastecidos constantemente.
Padre Bantu Mendonça

Leitura Orante 

- A nós, reunidos pela rede virtual, a paz de Deus, nosso Pai, 
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 

Preparo-me para a Leitura, rezando: 
Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, 
aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar 
e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 

(Bv. Alberione) 

1. Leitura (Verdade) 
O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Jo 10,31-42, 
e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
As autoridades dos judeus continuam o diálogo tenso com Jesus. As palavras de Jesus e seu testemunho os incomodam. Eles têm dificuldade de compreender que Jesus é o enviado do Pai. "De uma vez por todas, saibam que o Pai vive em mim e eu vivo no Pai". Foi a gota d´água para a ruptura e tentarem prender Jesus. 

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto diz para mim, hoje? 
A sociedade, o mundo também nos pressiona quando queremos aceitar a proposta de Jesus. Se não nos prendem, nos ignoram, isolam, discriminam, nos tacham de retrógrados. Temos que ser fortes para abraçar a proposta de Jesus. Bem lembraram os bispos, em Aparecida:
"Jesus está presente em meio a uma comunidade viva na fé e no amor fraterno. Ali Ele cumpre sua promessa: "Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mt 18,20). Ele está em todos os discípulos que procuram fazer sua a existência de Jesus, e viver sua própria vida escondida na vida de Cristo (cf. Cl 3,3). Eles experimentam a força de sua ressurreição até se identificar profundamente com Ele: "Já não vivo eu, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Jesus está nos Pastores, que representam o próprio Cristo (cf. Mt 10,40; Lc 10,16). Está naqueles que dão testemunho de luta por justiça, pela paz e pelo bem comum, algumas vezes chegando a entregar a própria vida em todos os acontecimentos da vida de nossos povos, que nos convidam a procurar um mundo mais justo e mais fraterno em toda realidade humana, cujos limites às vezes causam dor e nos agoniam." 
(DAp 256). 

3. Oração (Vida) 
O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo a 
Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 
Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 

4. Contemplação (Vida e Missão) 
Meu novo olhar é contrário à "onda" que me afasta do Evangelho e de sua proposta, só para ser mais liberal e não, mais livre. 
Assim, faço o 
Oferecimento do Dia 
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração. 
Agradeço-vos porque me criastes, 
me fizestes cristão, 
me conservastes a vida e a saúde. 
Ofereço-vos o meu dia: 
que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade. 
E que eu faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas. 
Livrai - me do pecado, do perigo e de todo o mal. 
Que a vossa graça, bênção, luz e presença 
permaneçam sempre comigo e com todos aqueles que eu amo. 
Amém. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp 

Oração Final
Pai Santo, faze de nós uma Igreja de testemunhas, mais do que de professores. Que os nossos companheiros de caminhada, antes de ouvirem nossa voz, descubram fraternidade na convivência e generosidade na administração dos bens que entregaste ao nosso cuidado. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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