terça-feira, 27 de março de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/03/2012

28 de Março de 2012 


João 8,31-42

Comentário do Evangelho

A novidade de Jesus

Neste capítulo oitavo do evangelho de João, a oposição entre a novidade de Jesus e a ortodoxia dos judeus é apresentada envolvendo agressivas acusações recíprocas. No texto de hoje, na primeira parte, Jesus está se dirigindo a judeus que creram nele. Em seguida, o diálogo é com judeus que o querem matar. Com a justaposição dos dois diálogos, o evangelista João faz uma advertência às comunidades de cristãos convertidos do judaísmo para que não retornem às sinagogas.
Jesus afirma que a libertação verdadeira é ele quem traz, como enviado de Deus. Quem rejeita o Pai de Jesus, adota um deus de poder e passa a oprimir os pequeninos. Assim permanecem escravos do pecado. 

É Jesus quem fala a verdade que ouviu de Deus, não Abraão.


José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Como aconteceu com aqueles discípulos judeus, nós muitas vezes pensamos que já somos livres. Tornamo-nos seres acomodados e isto nos impede de reconhecer esta verdade: somos escravos do egoísmo, da luxúria, do orgulho e da ambição. A libertação nos vem pelo seguimento de Jesus de Nazaré pelos caminhos da vida.


Reflexão
Em que consiste a liberdade? A resposta a esta pergunta sempre nos parece clara, mas só à primeira vista. O Evangelho de hoje nos mostra que os judeus pensaram que eram livres e, no entanto, não eram, porque existem muitas formas sutis de escravidão, sendo que as piores são as nossas tendências ao mal, as nossas imaturidades e as nossas fraquezas, e são piores porque brotam no nosso interior, nos enganando, porque pensamos que estamos fazendo a nossa vontade quando na verdade estamos cedendo aos nossos desejos, que não nos deixam ser livres. Somente permanecendo unidos a Cristo é que podemos vencer a nossa natureza e sermos verdadeiramente livres.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


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1. "Permanecer na Palavra"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus está falando com um grupo de Judeus que a princípio acreditaram nele, entusiasmados pelas suas sábias palavras e pelos prodígios que realizava. Jesus os convida a darem um passo à frente: permanecer na Palavra que um dia acolheram... É aí que vem o grande desafio.

Às vezes as pessoas vagam de paróquia em paróquia, principalmente nos grandes centros urbanos, á, procura de padres que sejam pregadores de primeira. O que essas pessoas buscam? A palavra transformadora ou palavras bonitas e frases de efeito, buscam um evangelizador ou um exímio orador?

Claro que hoje em dia se exige um desempenho melhor dos nossos pregadores de celebrações, sejam eles sacerdotes, Diáconos ou Ministros Leigos, evidentemente nos estudos teológicos deve constar da grade curricular uma boa aula de comunicação, técnicas para aprimorar a oratória, postura, impostação da voz, pois a concorrência é muito grande e há pastores evangélicos que nesse particular são ótimos comunicadores.

Mas uma pregação, para ser boa, depende de como ela é acolhida, conheço sacerdotes que não têm muita eloqüência no falar, mas são sábios no pouco que dizem, pois o Espírito Santo não fica selecionando oradores para inspirá-los, não é esse o critério de Deus...

Quando não se acolhe interiormente a Santa Palavra, mas apenas a ouve como algo bonito e comovedor, acontece o que aconteceu com esse grupo de admiradores de Jesus: não percebem que a Palavra de Deus manifestada em Jesus é essencialmente Libertadora!

Em resumo, Jesus fala muito bem, prega muitas verdades, tem uma linha profética diferenciada e superior aos demais, entretanto, a pregação serve para o meu vizinho, pois em mim não há nada a ser mudado, está tudo muito bem... "Pertencemos a Tradição de Israel, somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém, não precisamos tanto assim da sua Palavra.

É o homem da pós modernidade "escritinho"! Aprecia o cristianismo, é capaz até de freqüentar a celebração dominical, vibra ao ouvir as leituras e a pregação (quando o pregador tem cultura e conhecimento teológico) entretanto, do jeito que entra ele sai, não sendo um crente sincero, mas apenas um admirador de Jesus e da sua Igreja.

E quando esse grupo de fervorosos Judeus que haviam manifestado uma certa queda por Jesus, perceberam que seus ensinamentos e o seu modo de viver, contrariava certas regrinhas e normas importantes do Judaísmo, passaram a rejeitá-lo e agora articulam sua morte.

E no final Jesus os chama de "Judeus de meia Pataca", porque se diziam descendentes de Abraão, mas não seguiam o seu exemplo de Homem Santo, temente a Deus e fiel na sua Fé, quem é realmente de Deus, jamais apóia as forças da morte e da violência...

Muitos cristãos há que, finda a celebração, guardam o seu cristianismo em uma das gavetas junto com a Bíblia, e vivem e pensam de um modo que contradiz tudo o que celebram aos domingos: aborto, pena de morte, desigualdade social, intolerância religiosa, opressão, exploração e violência. Filhos de Abraão ou Cristãos de meia tigela?

2. A novidade de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Pai, liberta-me por tua palavra de verdade que afasta o egoísmo do coração, e capacita-me a amar meu semelhante, como amor total, a exemplo de Jesus.


3. ESCRAVIDÃO E LIBERDADE
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Escravidão e liberdade resultam da postura que as pessoas assumem, diante de Jesus e de seu projeto. A liberdade brota da obediência ao Mestre, explicitada em forma de comunhão e solidariedade, de maneira especial, com os mais fracos e pequeninos. Este gesto de amor é possível quando o discípulo se liberta da tirania do egoísmo, e se projeta para além de si mesmo. A escravidão acontece quando, tiranizadas pelo egoísmo, as pessoas não são capazes de superar seus pequenos interesses, abrindo-se para Deus e para o próximo.

Existem religiosidades falsamente libertadoras, que levam as pessoas a se apegarem a elementos secundários, tornando-se incapazes de acolher o projeto de Deus.

Jesus entrou em atrito com gente deste tipo. O orgulho de pertencerem à descendência de Abraão levava certas pessoas a se oporem, abertamente, a Jesus, o enviado do Pai, e à sua proposta de conversão. Pensando ser filhos de Deus, acabavam por se fazer filhos de outro pai. Não pode haver contradição no agir de quem provém de Deus. Se rejeitam o Filho, é porque não estão enraizados no Pai.

A missão de Jesus consistiu em libertar a humanidade, fazendo-a conhecer a verdade. Não podemos nos contentar com uma libertação apenas aparente e enganadora. Só Jesus pode tornar-nos, efetivamente, livres.

Oração 

Espírito de libertação, não permitas que eu me deixe enganar pela liberdade aparente, e sim, que eu conheça a verdade que me torna livre.




À medida que servimos a Deus somos livres


Postado por: homilia

março 28th, 2012



O Evangelho de hoje, dentre tantas coisas, nos traz o caminho de santidade que passa pelo seguimento a Cristo, pois  esse  é, na realidade, um caminho na liberdade e na verdade.
De fato, Jesus diz: “Se permanecerdes fiéis à minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos; conhecereis a verdade e a verdade libertar-vos-á” (João 8,31-32).
Propor a santidade de vida nada mais é do que oferecer o caminho da verdade e da liberdade. À luz da fé, ser  santo é viver a verdade total, não limitada às realidades materiais ou apenas à vida terrena. Com efeito, o santo tem em consideração tanto os bens materiais como os espirituais; ele considera tanto a realidade terrena como a sobrenatural, contempla a própria vida não apenas na perspectiva temporal, mas também eterna. Por outras palavras, o santo vive na verdade, considerando todos os aspectos da própria existência.
O aspecto mais importante é que quem deseja a santidade se abre para Deus, o bem supremo e fonte verdadeira. Jesus disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6). Depois da Sua Morte e Ressurreição, o Senhor prometeu que nos enviaria o Espírito Santo como “o Espírito da Verdade” (Jo 16,13), que nos “guiaria à verdade total” (Jo 16,13).
Diante de Pilatos, Jesus disse: “Foi por isso que nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). Seguindo radicalmente a Cristo, caminhamos na verdade total.
A santidade de vida e a abertura à graça nos ajudam, na realidade, a compreender mais profundamente as verdades de Deus. São Paulo  escreve: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus; para ele são loucura, e não é capaz de as compreender” (1Cor 2,14). Ou ainda: “Todo aquele que peca não viu Deus nem o conheceu” (1Jo 3,6).
Não alcançamos a contemplação plena do rosto do Senhor unicamente com as nossas forças, mas deixando-nos guiar pela Sua graça. Só a experiência do silêncio e da oração oferecem o horizonte adequado, nos quais pode maturar e desenvolver-se o conhecimento mais verdadeiro, aderente e coerente ao mistério de Deus. Por este motivo, com frequência nos surpreende a compreensão perspicaz da verdade de Deus que os santos demonstram, mesmo os que não fizeram muitos estudos.
No Evangelho, Jesus fala da liberdade verdadeira, espiritual. Na realidade, o olhar sobre todos os aspectos da nossa existência, ajuda-nos a encontrar uma justa escala de valores. Auxilia-nos, por conseguinte, a não nos tornarmos ou a permanecermos escravos dos bens materiais e das nossas concupiscências, dos vícios, do pecado, mas nos estimula e nos torna capazes de desejar os valores mais importantes, indestrutíveis, perenes.
Jesus, no Evangelho de hoje, responde aos judeus de maneira clara: “Em verdade, em verdade vos digo: aquele que cometer pecado é escravo do pecado”. Vem à nossa mente tantos jovens que hoje são escravos da droga, do sexo, do prazer, do dinheiro, do orgulho, da preguiça, da inveja, etc. Não são livres para desejar valores maiores.
Contudo, quem de nós não experimentou – e não experimenta em maior ou menor medida – a escravidão de vários vícios e debilidades? Santo Agostinho, que depois de uma vida tão libertina teve que se esforçar bastante para encontrar esta liberdade espiritual, isto é, para partir as correntes dos seus maus hábitos e da paixão carnal, depois escreveu com convicção: “Ouso dizer que na medida em que servimos a Deus somos livres, enquanto que na medida em que servimos a lei do pecado somos escravos”.
Santo Agostinho também tinha a consciência de que a liberdade espiritual não se alcança plenamente com as próprias forças, mas unicamente através da graça, da ajuda do Senhor. Contudo, Jesus afirma isto de maneira clara no Evangelho que ouvimos: “Por conseguinte, se o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”.
O caminho da santidade é um caminho para a liberdade espiritual, que pode manifestar-se “até em condições de constrição exterior” como nos ensina o papa João Paulo II, na Carta Encíclica “Redemptor Hominis”, 12.
A condição da sua autenticidade é “a exigência de uma relação honesta em relação à verdade [...] a toda a verdade acerca do homem e do mundo”, continua Sua Santidade. Assim, voltam à nossa mente as palavras de Jesus no Evangelho de hoje: “a verdade libertar-vos-á”.
Peçamos ao Senhor que nos ajude, a saber aceitarmos seriamente o convite à santidade nas nossas condições de vida cotidiana, que não é mais que um convite a caminhar na verdade total e na liberdade autêntica.
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 

- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual, 
paz de Deus, nosso Pai, 
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
no amor e na comunhão do Espírito Santo. 

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 

Preparo-me para a Leitura, rezando: 

Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet, 
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. 
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione) 

1. Leitura (Verdade) 

O que diz o texto do dia? 

Leio atentamente o texto: 
Jo 8,31-48, 
e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 

Este fato, descrito por João, aconteceu depois do perdão à mulher adúltera. Jesus se apresenta como Filho Pai que é Deus: " Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou". Os judeus se dizem filhos de outro pai: Abraão. A adesão a Jesus é difícil para as autoridades religiosas. Jesus tenta dialogar com eles no sentido de que ser filho de Abraão é parecer-se com ele, ou seja, estarem comprometidos com a justiça que promove e sustenta a vida e, não, tentam eliminá-la. 

2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para mim, hoje? 

Os bispos, em Aparecida, nos ajudam a refletir sobre o compromisso com Jesus Cristo:
 "Necessitamos desenvolver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de uma forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente. Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atrativo testemunho de unidade "para que o mundo creia" (Jo 17,21)."
(DA 362) 

3.Oração (Vida) 

O que o texto me leva a dizer a Deus? 

Rezo, espontaneamente, e com toda Igreja, a 

Oração da Campanha da Fraternidade 2012 

Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nos vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 

4.Contemplação (Vida e Missão) 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu novo olhar orienta-me para deixar-me iluminar e marcar meus passos e decisões pela verdade que é Jesus. 

Assim faço o Oferecimento do Dia: 

Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração. 
Agradeço-vos porque me criastes, 
me fizestes cristão, 
me conservastes a vida e a saúde. 
Ofereço-vos o meu dia: 
que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade. 
E que eu faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas. 
Livrai - me do pecado, do perigo e de todo o mal. 
Que a vossa graça, bênção, luz e presença 
permaneçam sempre comigo e com todos aqueles que eu amo. 
Amém. 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp 



Oração Final

Pai Santo, dá-nos consciência de que os desejos da glória mundana, do ter, do poder e do prazer são amarras que nos tornam escravos. Infunde em nós, Pai amado, o anseio pela verdadeira libertação, que alcançamos pelo seguimento do Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.


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