segunda-feira, 19 de março de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/03/2012


João 5,1-16

Comentário do Evangelho

Jesus liberta, recuperando a dignidade humana

Nesta narrativa do evangelho de João destacam-se o seu simbolismo e os detalhes do diálogo.
A Porta das Ovelhas era o acesso dos comerciantes estrangeiros a Jerusalém. A cura pelas águas da piscina era uma crença pagã. Jesus se dedica àquela multidão de doentes, cegos, coxos e paralíticos que ali estavam e eram excluídos do judaísmo. Não participavam da festa da Páscoa, que estava sendo celebrada. Buscavam socorro para suas doenças em uma devoção pagã.
Jesus revela que ele próprio é a resposta tanto para as crenças do judaísmo como para as crenças pagãs. Ele liberta as pessoas restaurando-lhes a capacidade de ver e agir, recuperando sua dignidade e vida. Isto perturba os poderosos.
José Raimundo Oliva

Vivendo a Palavra

Mais um sinal da compaixão do Mestre. O mendigo sequer o conhecia, mas Jesus teve piedade de sua dor e o curou. Assim é o Reino que o Pai prepara para todos nós, seus filhos: lugar de exercício da fraternidade, consequência do amor filial com que respondemos ao verdadeiro Amor, o do nosso Criador.

Reflexão

Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de males possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas de algumas formas são impedidas de chegar até ele e receber as suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos. É o caso do paralítico, que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e um relacionamento pessoal com ele, que é a fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Mergulhando nas águas borbulhantes..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Imaginem a cena nos pórticos em redor da piscina de Betesda, tomada de cegos, coxos e paralíticos, quando é dada a largada começa a correria e o esforço dos coitados dos deficientes em conseguir chegar e se jogar na piscina, e pelo que entendi, só um por vez era curado. Havia aqueles que tinham sorte e traziam seus acompanhantes que os guiavam ou o carregavam até a piscina, mesmo assim, era uma verdadeira disputa para ver quem chegava primeiro. O problema não era a cura em si, mas superar os demais e chegar á frente de todos...
Nosso pobre paralítico nem isso tem, fica em seu lugarzinho e quando é dada a largada o coitado até tenta, mas inutilmente, sempre alguém, melhor das pernas passa á sua frente. Há 38 anos ele sonha com uma cura física, mas pelo jeito iria morrer paralítico se Jesus não aparecesse por ali. A pergunta de Jesus parece bem óbvia "Queres ficar curado?". Se o cara estivesse estressado, iria responder de maneira indelicada "Não, só estou aqui me bronzeando um pouco". Mas prestemos atenção nessa pergunta, Jesus não perguntou se ele queria chegar á piscina, mas se queria ser curado, o que é diferente...
Mas o paralítico entendeu dessa forma, isso é, a cura era o de menos, a dificuldade era chegar na piscina, sua resposta assim o demonstra "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada, enquanto vou, já outro desceu antes de mim"Trata-se de alguém que só enxerga na ótica do sistema, nada vê e nem experimenta fora de sua religião, o que fazia dele um paralítico, não penso, Deus pensa por mim, não preciso fazer nada, Deus fará por mim, nem tenho vontade própria.
Poderão argumentar que a resposta está correta e o paralítico expõe sua necessidade, precisa de alguém que o carregue até  o tanque. Talvez Jesus esteja ali, se oferecendo para fazê-lo. Entretanto, Jesus supera tudo quanto a religião possa oferecer, ele não precisa de nenhum método de cura, fórmula mágica ou rito misterioso, simplesmente vai dizer ao paralítico "Levanta-te, toma o teu leito e anda".
A cura que as águas borbulhantes propiciavam, provém de Deus, ora, a presença de Jesus dispensava, portanto qualquer rito. A reflexão leva nossas comunidades cristãs a pensar, que é muito grande o perigo de super valorizarmos o rito e o formalismo religioso, tornando secundária a ação da Graça de Deus, que está em tudo e em todos como algo essencial.
Qual o perigo desse modo de pensar? Atermos-nos à cura física que é o caso desse homem ex-paralítico. Jesus o encontrou no templo e o exortou a uma conversão profunda e sincera, que iria lhe trazer muito mais do que a simples cura. "Não tornes a pecar". Mas qual pecado? Podemos nos perguntar... Exatamente o pecado de deixar passar despercebido em nossa relação com Deus, aquilo que é o essencial, transformando a religião em uma barganha para atender aos nossos interesses, menosprezando assim a verdadeira e única água borbulhante, a Fonte de água Viva que é Jesus Cristo.

2. Jesus liberta, recuperando a dignidade humana
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
Oração
Pai, aproxima-me de Jesus, de quem jorra a fonte da vida, para que eu possa ser curado de todas as doenças e enfermidades que me afastam de ti.

3.COLABORANDO COM O PRÓXIMO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

A presença de Jesus era aquilo que faltava para que o paralítico obtivesse a cura desejada. O imenso desejo de ser curado levou-o, durante 38 longos anos, à piscina de Betesda, cujas águas, ao pôr-se em movimento, restituíam a saúde ao primeiro que nelas entrasse. No entanto, por ser paralítico, aquele homem não tinha agilidade suficiente para antecipar-se aos demais doentes. Resultado: permanecia ali, curtindo sua esperança de cura, enquanto outros eram miraculados.
A chegada de Jesus abriu-lhe a inesperada perspectiva de ser curado, sem necessidade do contato com as águas revoltas. E o milagre aconteceu. A seguir, obedecendo à ordem de Jesus, ele pegou a cama na qual jazia, e pôs-se a caminhar, sem dificuldade.
Este fato evangélico ajuda-nos a descobrir um sentido novo, na paixão de Jesus. Tal qual este doente de Jerusalém, toda a humanidade encontrava-se como que paralisada por causa do pecado, ansiando, ardentemente, pela libertação. Por si mesmas, as pessoas não conseguiriam atingir este objetivo. Necessitaram, pois, da ajuda de Jesus, cuja vida consistiu em colaborar para que todos nós pudéssemos superar a paralisia do pecado, e caminhar livremente para Deus. Em última análise, todos somos como o paralítico. Só Jesus, por sua morte e ressurreição, pode propiciar-nos a libertação.
Oração
Espírito de acolhida, torna-me sensível para eu reconhecer que, pela morte e ressurreição de Jesus, o Pai possibilitou a minha salvação.

Senhor, não tenho quem me ajude!

Postado por: homilia
março 20th, 2012

Segundo São João, por cinco vezes Jesus foi para Jerusalém por ocasião da grande festa do Templo. Enquanto para alguns a ida a Jerusalém é motivada pela participação nos ritos judaicos – para comer e beber -, para Jesus o motivo é outro. É  o anúncio do Seu projeto.
O Senhor quer lançar “mãos à obra” em relação à vontade de Deus, Seu Pai. Quer dar a conhecer a todo o mundo que está chegando a hora em que o príncipe deste mundo será derrotado. Novos céus e a nova terra estão para chegar e os verdadeiros adoradores já não dependerão das paredes do Templo de Jerusalém, tão pouco das sinagogas. Eles hão de adorar o Pai “em espírito e verdade”.
Numa dessas idas e vindas ao Templo – precisamente na Porta das Ovelhas, lugar no qual costumavam estar os pagãos, negociadores, cambistas e outros -, Jesus se dá conta da enfermidade que infernizava a vida de um homem. Curando um paralítico ali presente, Ele revela ser fonte de amor e vida para todos. Em contrapartida, os judeus promotores da festa religiosa perseguem Jesus por Sua prática misericordiosa e restauradora.
Muitas vezes, as pessoas que sofrem diferentes formas de mal possuem uma fé muito grande no poder de Deus, mas, de alguma forma, são impedidas de chegar até Ele e receber as Suas graças, condição indispensável para a superação de seus males e sofrimentos.
É o caso do paralítico que acreditava no poder de Deus e na cura que viria pela ação do anjo ao agitar a água, mas era impedido pelos outros que entravam primeiro na piscina. Assim também acontece hoje, quando criamos uma série de regras e preceitos humanos que dificultam a participação de muitos na vida divina e num relacionamento pessoal com Jesus, fonte de todas as graças que nos dão vida em abundância.
Apresente-se também a Jesus e diga para Ele: “Senhor, não tenho quem me ajude! Enquanto eu vou, outros descem antes de mim.”
E Ele, que tudo pode, dirá a você: “Levante-se! Pegue a sua maca e vá para a casa, pois sua fé o salvou”.
Padre Bantu Mendonça

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando a bênção bíblica
sobre todos os internautas:
A bênção do Deus de Sara, Abraão e Agar,
a bênção do Filho, nascido de Maria,
a bênção do Espírito Santo de amor,
que cuida com carinho,
qual mãe cuida da gente,
esteja sobre todos nós.
Amém!

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
Leio de forma pausada e atenta, na Bíblia, a Palavra em
Jo 5,1-16.
O texto apresenta o terceiro sinal de Jesus. O Evangelho de João fala de sete sinais. Vamos recordá-los:
1) Transformação da água em vinho (Jo 2, 1-12)
2) Cura do filho do funcionário real (Jo 4,46-54): paralelo em Lc 7,1-10 e Mt 8,5-13
3) Cura de um paralítico (Jo 5,1-18): semelhança com Mc 2,1-12
4) Multiplicação dos pães (Jo 6,1-15): paralelo em Mc 6,32-44
5) Jesus caminha sobre as águas (Jo 6,16-21): paralelo em Mc 6,45-52 e Mt 14,22-33
6) Cura de um cego (Jo 9,1-7): semelhança com Mc 8,22-26 e Mc 10,46-52
7) Ressurreição de um morto (Jo 11,1-46): semelhança com Lc 7,11-17 e Mc 5,21-43.
O texto de hoje, terceiro sinal, acontece durante uma festa dos judeus com a cura de um paralítico.
O paralítico é símbolo do povo sem vida. O povo não está no templo, mas nos corredores, excluído da festa. Jesus está no meio do povo. Perto havia um tanque ou piscina com cinco entradas ou corredores que simbolizavam a Lei contida nos cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco). No entanto, a Lei não produzia mais vida para o povo. Muitos doentes estavam ali, deitados, sem vida. O paralítico que Jesus vai curar é símbolo de todo povo paralisado pela falta de vida. O paralítico diz a Jesus: "não tenho ninguém", ou seja, falta solidariedade. As águas da piscina que se agitam simbolizam as falsas esperanças. Passam a imagem de um falso Deus, como se ele se lembrasse de vez em quando do povo. Esse não é o Deus de Jesus, nem a sua prática de vida. Deus é fiel sempre.

2. Meditação(Caminho)
- O que a Palavra diz para mim?
Posso me perguntar tantas coisas.  Hoje detenho-me só num aspecto:
como é o meu Deus?
Quem é Deus para mim?
Ocasional ou de alguns momentos apenas. Ou é o Deus conosco, "todos os dias", como garante o próprio Jesus? ( Cf Mt 28,20). Veja o que disseram os bispos em Aparecida:
"Por assim dizer, Deus Pai sai de si, para nos chamar a participar de sua vida e de sua glória. Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças nacionais, teve uma singular experiência de comunhão com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar que seu Deus - diferentemente dos ídolos - é o "Deus vivo" (Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10), que perdoa incansavelmente (cf. Ec 34,6; Eclo 2,11) e que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido "nas redes da morte" (Sl 116,3), dirige-se a Ele suplicante (Cf. Is 38,16). Deste Deus - que é seu Pai - Jesus afirmará que "não é um Deus de mortos, mas de vivos". (Mc 12,27) (DAp 129)

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja, pedindo a graça de caminhar, de me libertar de todos os limites:
Oração da Campanha da Fraternidade 2012
Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.
Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Nos momentos bons e também nos mais complicados terei a certeza do salmista:
Deus está aqui. O Senhor dirige a minha vida! Meu futuro está nas suas mãos.
(Sl 16,5)

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde.  Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.

I. Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a caminhar com leveza nesta terra, seguindo o caminho de Jesus, que fazia o bem a todos. E que nós sejamos testemunhas da presença entre nós do Reino de Amor, vivido e anunciado pelo mesmo Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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