quinta-feira, 8 de março de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 08/03/2012

8 de Março de 2012 

Lucas 16,19-31

Comentário do Evangelho

Desigualdade injusta

Nesta contundente parábola podemos ver uma das características fundamentais de Lucas: a denúncia da injusta divisão riqueza x pobreza na sociedade. Esta divisão fere frontalmente a proposta de Jesus para o Reino de Deus. 
O contraste entre a fartura do rico e a situação extremamente precária do pobre é apresentado de maneira bem realista. Na situação pós-morte de ambos, de imediato o rico está entre tormentos e o pobre é levado pelos anjos para a glória de Deus. É a expressão da morte no apego à riqueza e aos bens e o gozo da vida nos valores do Reino de Deus. 
É pela conversão que se elimina o abismo que separa os ricos dos pobres, a partir do seguimento de Jesus, Filho de Deus, doador da vida eterna. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Deus nos fala de muitas maneiras: através da natureza, dos fatos da vida, da Bíblia e da Igreja, com seu Magistério e Traição. Não esperemos sinais extraordinários ou recados de mortos que ressuscitem para iniciarmos nosso processo de conversão. Mantenhamos os corações atentos e receptivos ao que o Senhor está nos dizendo.



Reflexão
O tempo santo da quaresma é tempo de conversão. Quando falamos de conversão, precisamos pensar antes de tudo nas suas motivações, pois delas depende a sua perseverança. O Evangelho de hoje nos mostra um dos principais elementos que devemos levar em consideração no que diz respeito à motivação para a conversão que é a questão dos valores. Para o homem rico, os valores fundamentais eram a quantidade de bens materiais e os prazeres do mundo. De nada lhe adiantaram Moisés e os Profetas porque, como não havia comunhão de valores, estes se tornaram discursos vazios e a religião foi reduzida a ritualismos. Nesta quaresma, precisamos assumir como próprios de todos nós os valores do Evangelho para que de fato nos convertamos.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1."Pai Abraão compadece-te de mim..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Parece que Lucas pegou pesado contra o tal do Homem rico nesse evangelho, a súplica do mesmo pedindo compaixão do Pai Abraão, é algo inconcebível.

Quem já viu rico pedir compaixão? Jamais, pois o dinheiro compra tudo e o rico não tem necessidade de nada... Mas vamos para mais um exagero de Lucas, "Manda Lázaro que molhe em água a ponta do seu dedo, afim de refrescar-me a língua, pois sou cruelmente atormentado nessas chamas"

O que? Um rico precisando do favor de um pobre, e que favor! Molhar o dedo e tocar em sua língua. Bom, rico pedindo por compaixão já é coisa esquisita, e ainda por cima, depender do favor de um pobre mendigo, que em vida ficava esmolando no portão de sua mansão...

Acho que os ricos que leram essa reflexão de São Lucas, não deixaram de dar boas risadas. Mas por que Lucas inverte a ordem social estabelecida? Quer se vingar dos ricos miseráveis, lembrando que na outra vida tudo vai ser diferente, eles vão sofrer e os pobres irão gozar? Isso também está descartado, o Céu não é lugar para o pobre se vingar do rico, isso não tem cabimento. Este evangelho também não é revolucionário para mostrar a diferença social entre uma e outra classe.

Prestemos atenção em alguns detalhes importantes: o pobre tem um nome, e ao morrer foi carregado pelos anjos ao seio de Abraão. O rico nem tinha nome, e ao morrer foi enterrado como qualquer ser mortal, talvez em algum mausoléu, mas foi enterrado, isto é, tudo acabou ali para ele. Por quê? Porque toda a sua expectativa de felicidade e realização humana estava em sua riqueza.

Quanto ao abismo existente entre o rico e o pobre, não foi Deus quem cavou, mas ele foi construído ao longo da vida pela atitude egoísta do rico, que não permitiu que o pobre fizesse parte de sua vida. Provavelmente até lhe dava esmolas de vez em quando, ou alguma comida que sobrou do almoço, ou um pedaço de pão duro, um sapato velho, uma roupa usada. Mas essas "boas ações" não foram suficientes para garantir o passaporte para o céu, na comunhão com Deus.

De fato, o evangelho não fala que o Rico era má pessoa, e nem que o mendigo fosse um sujeito cristão e que tinha fé. Mas a questão é que, a riqueza o distanciou de Deus e das pessoas, a riqueza de fato dá ao homem a sensação ilusória de que tudo tem e que agora de nada mais precisa. Quando pensa deste modo, o Ser humano se fecha a Salvação trazida por Jesus, e a participação no seu Reino, que se destina principalmente aos mais pobres e necessitados.

Não é pecado ser rico e ter bens materiais, claro, desde que não seja riqueza iníqua, fruto de corrupção e roubalheira. O mal é recusar a salvação Divina, e fecharem-se às demais pessoas, principalmente os mais pobres, que sempre foram e serão os preferidos de Deus. Ser pobre ou rico não vai salvar e nem perder a ninguém, o que importa é Crer em Jesus Cristo, no seu reino de Justiça, Paz e igualdade, viver os valores do evangelho e buscar somente Nele a Salvação com uma conversão sincera.

Porque se cavarmos o abismo entre nós e o próximo, principalmente os mais pobres, estaremos cavando um abismo intransponível entre nós e Deus, e esta solidão devassadora e eterna chama-se Inferno... É para lá que foi o nosso Rico sem nome...

2. Desigualdade injusta
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.


3. O EGOÍSMO PUNIDO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A visão estreita da pessoa egoísta não lhe permite ir muito além do limitado círculo de seus interesses. Vive fechada em seu pequeno mundo, cultivando seus projetos mesquinhos. O sofrimento e as necessidades dos outros são, para ela, coisa sem nenhuma importância. O "outro" não existe!

A desventura dos egoístas consiste em não perceber que estão construindo sua própria condenação. Recusar-se a viver em comunhão com o próximo revela uma recusa mais fundamental: a de viver em comunhão com Deus. Idolatrando os bens deste mundo, acreditam ser supérflua a presença de Deus em suas vidas. Na raiz da incapacidade de fazer-se servidor, numa atitude de generosidade e desprendimento, está a perigosa pretensão de ocupar o lugar reservado unicamente a Deus. Sua auto-suficiência leva-os a prescindir do Criador, e a recusar-se a recorrer a ele. Em suma, fecham as portas para a sua salvação. Engana-se quem conta com uma segunda possibilidade de alcançar a salvação.

Quando o rico da parábola, naquele lugar de tormento dá-se conta de sua insensatez, pretende que Deus mande alguém para advertir seus cinco irmãos, a fim de que não tenham sorte semelhante. Seu pedido, porém, não é aceito.

A história humana está repleta de apelos ao amor e ao serviço. Basta um pouco de atenção e disponibilidade para escolhermos este caminho exigente. Caso contrário, só nos restará um castigo inadiável.

Oração

Espírito de inteligência, dá-me a graça de compreender que o caminho da salvação passa pelo amor desinteressado ao próximo.



Quem não tem fé em Deus não reconhecerá Seus milagres


Postado por: homilia

março 8th, 2012



A parábola que o Evangelho nos traz [Lc 16,19-31] não visa tratar sobre a caridade ou a falta dela, não diz que o rico negava esmolas a Lázaro. Talvez, até ignorasse a presença dele junto de sua casa, fechado como estava em seu bem-estar, o qual não lhe permitia perceber problemas alheios. Pode ser até que pensasse, como, às vezes, dizem por aí: “Cada um por si e Deus por todos”.
Jesus quer chamar a atenção não somente para a necessidade de amarmos o próximo, mas para a importância das situações. Uma condição de poder e prazer pode insensibilizar a mente, tornando-a indiferente às necessidades dos outros; pode fechar a porta do céu – tirando a fome da vida eterna – se a pessoa já se julga satisfeita com seus bens.
A riqueza honesta não é má nem condenável, assim como a pobreza não é garantia de salvação. Mas ambas suscitam atitudes éticas que podem facilitar ou dificultar a procura por Deus. É para isto que Jesus quer despertar os cristãos nesta parábola.
A situação cômoda em que se encontram os ricos pode diminuir o zelo pelas necessidades dos pobres e excluídos da nossa sociedade.
Jesus chama os pobres – aqueles que choram, têm fome e sede – de bem-aventurados; não por causa da pobreza como tal, mas pela atitude ética da fé e do amor ao próximo que essa pobreza preserva ou suscita. E chama os ricos de infelizes (Lc 6,24-26), não por causa da riqueza como tal, mas porque esta pode fazer “murchar” a fé e o senso da vida futura.
O rico morreu sem fome física e espiritual, por isso nada mais esperava encontrar na eternidade, satisfeito que estava em seu bem-estar terreno. Já Lázaro, que teve fome física e doenças, tinha esperança de uma realidade melhor do que a vida terrestre. No além, a fome material e espiritual de Lázaro foi saciada, ao passo que, no rico, ela não existia.
Alguém pode ser rico, mas ter um coração de pobre por cultivar o desapego, a humildade e a caridade. Assim como alguém pode ser pobre, mas ter um coração de rico, ou seja, sem caridade nem humildade. Lázaro era pobre na terra. Abraão era rico. Mas ambos tiveram a mesma sorte final, porque, em circunstâncias diferentes, tiveram o mesmo amor a Deus e o mesmo desprendimento dos bens terrenos.
A parábola nos lembra de que o céu e o inferno começam no nosso dia a dia, pois nele não nos faltam fatos, acontecimentos nem coisas diárias que sejam objetos de santificação. A fé descobre, na vida diária, sinais de Deus, pois não vivemos de milagres, mas do dia a dia. É nele que devemos encontrar a vida de santificação. Muitos procuram sinais e milagres, mas dizem que, se o Senhor se fizesse “mais sensível” e lhes desse um sinal, seriam mais fervorosos. Isso é pura ilusão, meu irmão! Quem não tem fé nos dons cotidianos do Senhor encontrará razões falsas para não reconhecer os Seus milagres.
Abraão diz ao homem rico que quem não tem a fé viva rejeitará os sinais mais significativos. Na verdade, Lázaro – irmão de Marta e Maria – e o próprio Jesus haviam de ressuscitar dentre os mortos e aparecer aos judeus, mas nem assim estes se deixaram convencer.
Abraão diz existir um grande abismo entre o céu e o inferno. Ele fala que apenas na vida terrestre podemos nos converter. O tempo da conversão é hoje e agora. A morte nos estabelece uma condição definitiva: o céu para sempre ou o inferno para sempre.
Esta parábola nos leva a concluir que, quando nós deixarmos este mundo, receberemos uma sentença. Veja que Lázaro foi levado ao “seio de Abraão” e o rico aos tormentos do inferno. Isso pressupõe uma sentença de Deus logo após a nossa morte, e essa é definitiva, pois o mau não pode passar para o lugar do justo nem vice-versa. Eu já fiz a minha opção: quero ir para o “seio de Abraão”. E você? Para onde quer ir?
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante 

Preparo-me para a oração, rezando com todos os internautas: 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Trindade Santíssima 
- Pai, Filho, Espírito Santo, 
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser, 
eu vos adoro, amo e agradeço. 
E invoco o Espírito Santo para que me ilumine na Leitura Orante: 
Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis. 
E acendei neles o fogo do vosso amor. 
- Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado. 
- E renovareis a face da terra. 

Oremos: 

Ó Deus, que instruistes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém. 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Começo lendo atentamente o texto do dia, possivelmente, na minha Bíblia : 
Lc 16,19-31. 

Nesta parábola, que Jesus contou, está um forte apelo à conversão. Enquanto vivemos é tempo de conversão, mudança de vida, solidariedade, tempo de viver as propostas do Reino que é amor, perdão, justiça, fraternidade. Amanhã talvez, eu e você não tenhamos mais tempo. Depois da morte este tempo não existirá mais. E viveremos eternamente como fomos encontrados neste momento. 

2. Meditação (Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Pergunto-me se não estou deixando o tempo passar, deixando a conversão para depois. 

O bem-aventurado Alberione recebeu de Deus e comunicou à Família Paulina, o apelo de viver em "contínua conversão". Os bipos, na Conferência de Aparecida, disseram:
 "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação. 
(DAp 351). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Jesus me recomenda a dar aos outros o melhor, a partilhar, a viver a fraternidade. 

Oração da Campanha da Fraternidade 2012 

Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 

4. Contemplação(Vida/ Missão) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Meu olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em minha vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus abençoe este meu propósito. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 

- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp

Oração Final

Pai Santo, inunda-nos com o teu Espírito para que saibamos escutar a Palavra de Vida que nos envias através da natureza que encanta; dos companheiros de caminhada; da Escritura Sagrada, que sussurras no silêncio dos corações e que se encarnou em Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.




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