Deixe a Palavra de Deus conduzir você a uma conversão profunda
“Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. Então Herodes disse: ‘Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?’ E procurava ver Jesus.” (Lucas 9,7-9)
Meus irmãos e minhas irmãs, percebemos, hoje, no Evangelho, a inquietação do tetrarca Herodes. A inquietação domina o coração dele.
O Evangelho de hoje é bem curto: três versículos, mas é um Evangelho muito significativo. A figura que aparece aqui, destaque — João Batista —, trouxe o anúncio do Messias, não aquele anúncio esperado, aquele Messias idealizado, mas o Messias real que trouxe a libertação, uma libertação que parte do coração do ser humano, uma libertação que parte da conversão de cada pessoa. Essa é a verdadeira libertação!
E, às vezes, falar de conversão incomoda, sobretudo nos tempos de hoje; não agrada muito ter que contrariar a minha vontade corrompida, desviada e ter que me encaixar no Evangelho. Essa foi a inquietude também do tetrarca Herodes.
Hoje, a palavra de ordem é: “Acomode-se na forma como você se sente bem”. Nos tempos de hoje, escutamos isto: “Você tem de que se acomodar do jeito como você se sente bem, como você se identifica, como você se vê; e o Evangelho que se converta no meu modo, o Evangelho que se molde a mim”. Mas a Palavra de Deus é exigente, é inquietante e provoca uma ruptura. Do contrário, não se vive a Palavra de Deus.
Falar de conversão incomoda, sobretudo nos tempos de hoje
Herodes tentou calar a voz do profeta, tentou calar a voz de Deus dentro da sua consciência, degolando João Batista — você conhece muito bem a história. Por isso ele se inquietou tanto, pois queria a mulher do seu irmão.
No cristianismo não há lugar para o adultério. No cristianismo quando nós dizemos “poliamor”, justamente é o amor do pai pelo filho, do esposo pela sua esposa, entre os irmãos. Isso, de fato, é poliamor no cristianismo, mas não há lugar para adultério.
E o tetrarca Herodes teve justamente que se incomodar com essa palavra provocadora. Matou João Batista, mas não resolveu a sua inquietação, só fez piorar porque quem não se converte vai tentar eliminar tudo e todos que contrariam o seu comportamento.
O final do Evangelho diz que ele buscava ver quem era Jesus, mas não para adorá-Lo, mas para eliminá-Lo do mesmo jeito que ele fez com João Batista.
Peçamos ao Senhor, neste Evangelho de hoje — inquietante —, que as nossas consciências sejam incomodadas pela Palavra de Deus e que ela nos conduza a uma conversão profunda e sincera.
Sobre todos vós desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Donizete Ferreira
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
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