quinta-feira, 15 de junho de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 15/06/2023

ANO A


Mt 5,20-26

Comentário do Evangelho

A justiça do Reino de Deus

Qual é a justiça maior que a dos escribas e fariseus, necessária para entrar no Reino dos Céus? A justiça do Reino é formulada em seis antíteses (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-47).
A primeira antítese (vv. 21-26) retoma a bem-aventurança da mansidão (5,4) e a exemplifica. Não só é proibido matar, como não se pode dar títulos ofensivos ao irmão. Esta primeira antítese de não matar (cf. Ex 20,3; Dt 5,7) visa não só a morte física, mas toda ofensa moral cometida contra o irmão explicitada pela tríade: raiva, imbecil e louco. A ilustração positiva desta sentença é fornecida pelas duas sentenças sobre a reconciliação. Ao homem que vai apresentar a sua oferta, Deus lhe permite lembrar não só o mal cometido contra alguém, mas de um mal que alguém cometeu contra ele. O perdão e a reconciliação são exigidos para que o homem, membro do povo de Deus, proceda como Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
Fonte: Paulinas em 13/06/2013

Comentário do Evangelho

Requisitos para a reconciliação.

“Justiça”, aqui, é o modo de agir em conformidade com os mandamentos de Deus. Qual é o agir diferenciado exigido dos discípulos que permite entrar no Reino de Deus? Qual é a justiça maior que a dos escribas e fariseus? Essa “justiça maior” é formulada em seis antíteses” (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-47). A primeira antítese, que diz respeito ao nosso texto de hoje, é um modo de retomar e explicitar a bem-aventurança da mansidão (5,4). A lei diz muito mais do que não matar. É preciso ver nesse mandamento, que preserva a vida do semelhante, a proibição de utilizar títulos ofensivos contra o irmão. Daí que para essa primeira antítese não se trata somente da interdição do homicídio ou fratricídio (Ex 20,3; Dt 5,7), mas de toda ofensa moral contra o irmão explicitada pela tríade: raiva, imbecil e louco. As duas sentenças sobre a reconciliação exprimem a atitude requerida dos discípulos e de toda comunidade cristã. O que é requerido de quem vai apresentar a oferta a Deus é a consciência do mal cometido contra alguém ou, então, do mal cometido por alguém contra ele. Num e noutro caso, a atitude requerida é a disposição para a reconciliação. A comunidade cristã é uma comunidade de reconciliados.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
Fonte: Paulinas em 12/06/2014

Vivendo a Palavra

Jesus nos propõe a Lei Nova – a Justiça Evangélica. O Amor como norma de conduta, não como um objetivo final a ser alcançado, mas a ser convivido desde agora. É o Reino de Deus já sentido nesta terra encantada, ainda não em sua plenitude, mas embalado pela esperança do Abraço definitivo do Pai Amado.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2013

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre repudia a justiça do toma-lá-dá-cá, das trocas medidas e calculadas. Na Lei do Amor há maior prazer em dar do que em receber. O cuidado com os irmãos, a generosidade e a compaixão passam a ser as regras de vida dos discípulos missionários de Jesus, que nós tanto desejamos ser.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus ensina a Nova Lei. Não se trata mais daquela lista interminável de restrições e deveres a serem cumpridos, mas do comportamento diferente a ser vivido: a partir da visão de Deus Criador do universo e Pai de todos os homens e mulheres, nós sabemos que somos irmãos e, por isto, a fraternidade é o jeito natural de nos relacionarmos uns com os outros.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2019

VIVENDO A PALAVRA

Jesus nos encanta. O Sermão da Montanha é síntese da nossa espiritualidade cristã. Hoje, Ele apresenta a Justiça Evangélica, que nos liberta da compreensão literal da Lei – como era o costume dos escribas e fariseus do seu tempo. Na visão do Mestre, o ‘não matar’ da Lei é muito mais do que não tirar a vida física de alguém. É ajudar o irmão a viver plenamente, incentivando a autoestima e a consciência pessoal, libertada do pecado.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2021

Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.
Fonte: CNBB em 13/06/2013 e 12/06/2014

Reflexão

Por que a comunidade de Jesus deve superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Porque eles não cumprem o que ensinam; por vezes invalidam a lei com acréscimos ou porque se fixam na letra sem penetrar no espírito (cf. Mt 23,1-7). Jesus se apresenta com autoridade suprema e nos mostra como levar à plenitude as exigências do amor. Os que entram no Reino de Deus devem superar os doutores da Lei e os fariseus e imitar Jesus pela prática do amor gratuito. As palavras ofensivas, a prepotência, o desprezo são manifestações contra a vida do próximo. Não basta não ofender o próximo, é preciso amá-lo como Jesus o ama. O próprio culto a Deus será vazio, se não for revestido de caridade. O amor fraterno, que supõe reconciliação, torna a celebração litúrgica fecunda e agradável a Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 13/06/2019

Reflexão

Por que a comunidade de Jesus deve superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Porque eles não cumprem o que ensinam; por vezes invalidam a lei com acréscimos ou porque se fixam na letra sem penetrar no espírito (cf. Mt 23,1-7). Jesus se apresenta com autoridade suprema e nos mostra como levar à plenitude as exigências do amor. Os que entram no Reino de Deus devem superar os doutores da Lei e os fariseus e imitar Jesus pela prática do amor gratuito. As palavras ofensivas, a prepotência, o desprezo são manifestações contra a vida do próximo. Não basta não ofender o próximo, é preciso amá-lo como Jesus o ama. O próprio culto a Deus será vazio, se não for revestido de caridade. O amor fraterno, que supõe reconciliação, torna a celebração litúrgica fecunda e agradável a Deus.
Oração
Divino Mestre, exiges dos teus seguidores atitudes mais perfeitas do que a dos doutores da Lei e dos fariseus. Eles conhecem os mandamentos de Deus, mas não os praticam. Quanto a ti, Jesus, cumpres fielmente a vontade do Pai e exiges que nossos atos brotem do coração. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 10/06/2021

Reflexão

Por que a comunidade de Jesus deve superar a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Porque eles não cumprem o que ensinam; por vezes invalidam a lei com acréscimos ou porque se fixam na letra sem penetrar no espírito (cf. Mt 23,1-7). Jesus se apresenta com autoridade suprema e nos mostra como levar à plenitude as exigências do amor. Os que entram no Reino de Deus devem superar os doutores da Lei e os fariseus e imitar Jesus pela prática do amor gratuito. As palavras ofensivas, a prepotência, o desprezo são manifestações contra a vida do próximo. Não basta não ofender o próximo, é preciso amá-lo como Jesus o ama. O próprio culto a Deus será vazio, se não for revestido de caridade. O amor fraterno, que supõe reconciliação, torna a celebração litúrgica fecunda e agradável a Deus.

Reflexão

«Se vossa justiça não for maior (...) não entrareis no Reino dos Céus»

P. Julio César RAMOS González SDB
(Mendoza, Argentina)

Hoje, Jesus nos convida a ir além do que pode viver qualquer simples cumpridor da lei. Ainda, sem cair na concreção das más ações, muitas vezes o costume endurece o desejo da procura da santidade, moldando-nos de forma acomodatícia à rotina do comportar-se bem e, nada mais. São João Bosco costumava repetir: «O bom, é inimigo do ótimo». Ai é onde nos alcança a Palavra do Mestre, que nos convida a fazer coisas “maiores” (cf. Mt 5,20), que partem de uma atitude diferente. Coisas maiores, que paradoxalmente, passam pelas menores, pelas pequenices. Encolerizar-se, menosprezar e renegar do irmão não são adequadas para o discípulo do Reino, que foi chamado a ser —nada mais e nada menos— que sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-16), desde a vigência das bem aventuranças (cf. Mt 5,3-12).
Jesus, com autoridade, muda a interpretação do preceito negativo ‘Não matar’ (cf. Ex 20,13) pela interpretação positiva da profunda e radical exigência da reconciliação, colocada —para maior ênfase— em relação com o culto. Assim, não há oferenda que sirva quando «te lembrares que teu irmão tem algo contra ti» (Mt 5,23). Por isso, importa arrumar qualquer pleito, porque caso contrário a invalidez da oferenda se voltará contra ti (cf. Mt 5,3-26).
Tudo isto, só o pode mobilizar um grande amor. São Paulo nos dirá: «De fato os mandamentos: ‘Não cometerás adultério’, ‘Não matarás’, ‘Não roubarás’, ‘Não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, se resumem neste: ‘Amarás o próximo como a ti mesmo’. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei» (Rom 13,9-10). Peçamos ser renovados no dom do amor —até no mínimo detalhe— para com o próximo e, nossa vida será a melhor e mais autêntica oferenda a Deus.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Na verdade, o mais justo e apropriado é que a criatura imite seu Criador, quem estabeleceu a reparação e santificação dos crentes no perdão dos pecados, deixando de ser réus e tornando-nos assim em inocentes e a abolição do pecado em nós foi origem das virtudes» (São Leão Magno)

- «Devemos aprender a fazer penitência, a deixar-nos transformar; sair ao encontro do outro e pedir a Deus que nos dê coragem e força para essa renovação. Em nosso mundo atual, devemos redescobrir o sacramento da Penitência e da Reconciliação» (Bento XVI)

- «Jesus retomou os dez mandamentos, mas manifestou a força do Espírito que actua na letra em que eles se exprimem. Pregou a ‘justiça que excede a dos escribas e fariseus’ (Cf. Mt 5, 20), do mesmo modo que a dos pagãos. E explicou todas as exigências dos mandamentos (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.054)

Reflexão

Da “Lei de Moises” à “Lei do Messias”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, trás afirmar sua fidelidade à Lei de Moisés, Jesus Cristo explica em que consiste seu «lhe dar cumprimento»: Este cumprimento exige algo mais e não algo menos de justiça. Trata-se de um rigorismo maior na obediência da Lei? O que é esta “justiça maior”?
Se no começo do “Sermão da Montanha” põe se a ênfase na máxima fidelidade, agora chama a atenção que Jesus apresente a relação da “Torá de Moisés” com a “Torá do Messias” através de uma série de antíteses: “foi dito aos antigos... ,Ora, eu vos digo...”. O Eu de Jesus destaca de um modo como nenhum mestre da Lei pode-se permitir. A multidão nota que Jesus situa-se ao mesmo nível que o Legislador, à mesma altura que Deus.
Que deixou Jesus fora da Lei? Nada! Então acrescentou algo? Sim, Acrescentou-se a Si mesmo. A centralidade do Eu de Jesus na sua mensagem dá a tudo uma nova orientação!

Recadinho

Diante de uma pessoa que erra, que tipo de atitude tomamos? - Conseguimos manter a verdadeira fraternidade respeitando o próximo? - O que é mais fácil ouvir dos outros, coisas boas ou ruins? - Minhas palavras dão testemunho de minha fé? - Sou grato a Deus pelo dom da vida? O que faço para retribuir tão grande amor?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 12/06/2014

Meditação

“Deixa tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão”. No jeito novo de viver, ensinado por Jesus, a justa atitude interior e a prática do amor fraterno são mais importantes que atos exteriores de culto. Ele o diz de forma muito viva ao apresentar a imagem de alguém que deixa sua oferta diante do altar, e sai às pressas para procurar o irmão com quem se deve reconciliar. Se o ensinamento fosse levado a sério, não haveria tantas divisões entre nós.
Oração
Ó Deus, que destes no Evangelho um fermento para a humanidade, concedei aos vossos fiéis, chamados a viver no meio do mundo que, desempenhando suas funções na sociedade, abrasados de espírito cristão, construam sem cessar o vosso reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho


Hoje, reparamos que Jesus procede como Mestre, com especial autoridade. Uma autoridade divina! Algo nunca visto! Os fariseus falavam de “não matar”; Cristo proíbe até insultar. Jesus exige-nos respeito total por todos.
  - O nosso Pai Deus faz chover sobre todos; é bom para todos. Os fariseus faziam cálculos; Deus não calcula. No céu não se admitem cálculos!

Comentário do Evangelho

RESPEITO PELO PRÓXIMO

O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divina.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: "não matarás".
Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo. Nas ações litúrgicas, Jesus exigia dos discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de forma que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 12/06/2014

Meditando o evangelho

A RECONCILIAÇÃO NECESSÁRIA

A busca do espírito da Lei levou Jesus a reinterpretar os mandamentos do Decálogo. O mandamento de não matar, na perspectiva de Deus, vai além do gesto material de tirar a vida física do próximo. E comporta a exigência de ter um trato fraterno e respeitoso para com o semelhante. Implica não agredi-lo verbalmente, de forma a desmoralizá-lo e fazê-lo perder a boa fama. Existe, pois, uma maneira de matar o próximo, sem privá-lo da vida física, também abarcada pelo mandamento. O discípulo do Reino não pode ficar tranqüilo se, com palavras e gestos inconsiderados, acaba por ferir o próximo.
O mandamento exige também o viver reconciliado com o próximo, como pré-condição para uma correta relação com Deus. Uma oferenda só é agradável a Deus se, quem a oferece, não guarda, em seu coração, ódio nem rancor contra o próximo. Enquanto a reconciliação não for efetivada, a oferta não pode ser feita, porque Deus não a aceitará.
Por outro lado, o processo de reconciliação não pode ser protelado indefinidamente. Existe um tempo limite para fazê-lo. É preciso agir com prontidão para não acabar nas mãos do juiz, Deus, que pedirá conta da ofensa grave à sua Lei.
A reinterpretação dos mandamentos por parte de Jesus permite ao discípulo tornar-se mais atilado no seu desejo de relacionar-se, corretamente, com Deus e com o próximo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a viver reconciliado com todos, de modo a poder viver reconciliado com o Pai.
Fonte: Dom Total em 13/06/2019 e 10/06/2021

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Cristianismo não combina com Mediocridade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os Escribas e Fariseus a toda hora aparecem nos evangelhos sinóticos como alvo de duras críticas por parte de Jesus, mas eu costumo dizer, que se em nossas comunidades fosse possível ter um deles, tal como eram naquele tempo, todos iriam gostar, respeitá-los e admira-los. Sabem por quê?
Simples... Eram piedosos, zelosos cumpridores de suas obrigações, eram virtuosos e praticam uma moral muito elevada e, portanto, eram pessoas íntegras. Daí o leitor poderá se perguntar, mas então, por que os coitados são bombardeados nos relatos do evangelho?
Porque a prática cristã não é moralismo e nem um mero preceito. Cristão tem que ir além para estar acima da média, o ato criminoso de se tirar a vida de alguém, implicava em um duro castigo no juízo do tribunal. Então, se não matar o outro, pode pousar de "bonzinho" cumpridor da lei, pois Jesus desmonta essa perfeição hipócrita, um sentimento de ódio ou uma ofensa moral contra o irmão, terá um julgamento mais severo no Grande Conselho.
Geralmente ficamos na média, daí vem a palavra mediocridade, cumpro a lei e não a transgrido de modo algum, mas naquilo que ela não fala, posso deitar e rolar. Não mato o meu irmão porque é pecado grave, mas no meu coração o odeio, o abomino, o desprezo e o acho um imbecil. Pronto! Aí está o pecado, bem escondido dentro do pecador. Na verdade se mata o irmão com palavras, difamações, insinuações maldosas, injúrias. Quantas pequenas mortes na comunidade, na pastoral e no movimento. Tiros e facadas com a língua!
Jesus coloca a necessidade da reconciliação com o irmão, em primeiro lugar, e depois com Deus, senão esta última será uma grande mentira espiritual. "Me dou bem com todos, mas com aquela pessoa não dá, não exijam isso de mim..." Quantas vezes a gente diz isso ou pensa isso, procurando amenizar o pecado, procurando inocentar-se diante da comunidade e da nossa consciência.
Não entraremos no Reino dos Céus! Pode tirar o "Cavalinho da Chuva".

2. Procura reconciliar-te
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus não rompe com o que foi ensinado ao povo de Israel. Ele quer que seus discípulos não fiquem apenas na letra do que foi dito. Avancem e vivam os ensinamentos em espírito e verdade. Sabemos o que foi dito aos antigos. Agora, é preciso levar o que foi dito às últimas consequências. Foi dito que não devemos matar. Sabemos, porém, que há muitas maneiras de matar. Mata-se até com a língua. Não nos apresentemos diante de Deus sem antes examinarmos a qualidade da nossa relação fraterna. Se alguém não estiver bem conosco, vamos primeiro acertar o passo para depois apresentar a Deus a nossa oferenda.
Fonte: NPD Brasil em 13/06/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Aprimoramento da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há muitos cristãos que seguem a risca as leis religiosas, mas o fazem por uma dessas duas razões: ou seguem a lei para garantirem seu lugar no céu, ou para não correrem o risco de irem para o inferno. E isso é muito triste e lamentável para quem diz ter um espírito e princípio cristão. Os escribas e Fariseus agiam assim, e se achavam merecedores da Salvação de Deu, sem o mínimo espírito de comunhão com o restante da comunidade, aliás, em termos de salvação era cada um para si e Deus por todos.
O desdobramento da palavra “Não Matar” é bem amplo e Jesus vai falar sobre isso, deixando muito claro que qualquer ira, ofensa ou agressão, física ou moral pode sim matar o irmão. Há certos olhares ou gestos que às vezes dirigimos a algumas pessoas, que matam mais que uma arma de fogo. Muitas vezes se faz acusações contra cristãos que estão á frente de algum trabalho, ou mesmo um sacerdote, com insinuações maldosas, ditas pela inveja, essa é uma forma muito discreta de se matar alguém na comunidade.
Fazermos a parte que é para Deus, mas não fazermos a parte que é ao próximo, de nada adianta, o evangelho nos diz que Deus não aceita ofertas de quem age dessa forma, e essas ofertas não só em valor ou em espécie, mas os nossos trabalhos pastorais, nossas ações no ministério, na catequese, na liturgia, e há outros que pensam que é suficiente estarem de bem com o padre, o resto não têm muita importância.
No final, o evangelho fala de uma dívida pela qual seremos todos cobrados, e, aqui basta nos lembrarmos do que diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,8: “A ninguém devais coisa alguma a não ser o amor...”.
A prisão como castigo, a que se refere o evangelho, é a prisão em si mesmo, em um egoísmo que sufoca, essa solidão dolorosa já ocorre nesta vida, mas poderá tornar-se eterna na outra, se não descobrirmos a tempo que o amor ao próximo, marcado por relações sempre fraternas, está no centro da Vida de quem professa a Fé Católica.

2. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal - Mt 5,20-26
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O ser humano é a obra-prima de Deus e deve estar sempre em primeiro lugar em nossas considerações. A qualidade dos nossos relacionamentos mostra quem somos, no que acreditamos, o que buscamos na vida. É importante levar a oferenda até o altar, e é preciso fazê-lo. Mais importante, porém, é reconciliar-se com o irmão. Os gestos rituais são expressão da fé. Mostram o que cremos. Deixar a oferenda ao pé do altar, retirar-se e ir ao encontro do irmão magoado comigo por alguma razão é também um gesto ritual de louvor a Deus. O Evangelho diz que é o irmão que tem algo contra mim, e não eu contra ele. E, no entanto, sou eu que devo tomar a iniciativa de procurá-lo, porque é a ruptura da comunhão fraterna o que me afasta da Mesa da Comunhão.

3. A EXIGÊNCIA DA COMUNHÃO FRATERNA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

O ensinamento de Jesus foi sempre incisivo na questão da comunhão fraterna. Este tema aparece já nas primeiras páginas da Bíblia que relatam o terrível episódio do assassinato de Abel pelas mãos de seu irmão Caim, nos primórdios da humanidade. Este fratricídio brutal e injustificado abriu a porta para todos os demais homicídios que mancharam de sangue a história da humanidade. Quando o Decálogo declarou, de maneira inequívoca, "Não matarás", estava visando a preservação da humanidade. Sem respeito à vida, a sobrevivência dos seres humanos estaria comprometida.
Os discípulos de Jesus foram confrontados com uma exigência superior à da Lei mosaica. Era preciso dar um passo adiante e assumir a comunhão fraterna como imperativo. Dela decorria a capacidade de ser compreensivo com o outro, evitando irritar-se com ele ou jogar-lhe em rosto palavras ofensivas. O relacionamento com Deus deveria ser vivido juntamente com o relacionamento com o próximo. A oferenda a Deus seria inútil, se o coração do oferente fosse contaminado pela inimizade, e o seu relacionamento com alguém estivesse rompido. A reconciliação tem prioridade em relação ao culto.
O discípulo sensato apressa-se a cumprir a ordem do Mestre, mesmo reconhecendo que deverá superar inúmeras barreiras, para chegar à reconciliação e acontecer a comunhão.
Oração
Pai, não permitas que meu coração se feche para meu próximo, e dá-me forças para superar todas as barreiras que me impedem de viver em comunhão com ele.
Fonte: NPD Brasil em 10/06/2021

HOMILIA

O REINO DOS CÉUS

Segundo o Evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1, 20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna imprescindível na vida existencial do homem e extensivo a todas outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos digo… Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo.
Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que, mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as pessoas. Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alerta para não cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar, roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.
O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divino.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: “não matarás”.
Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
A Palavra de Deus que Jesus veio esclarecer para nós vai muito mais além do que as coisas que nós praticamos, mas atinge também ao que nós pensamos e falamos ou expressamos a partir do nosso coração. Assim sendo, nós não podemos chamar os nossos irmãos e irmãs nem mesmo de tolos ou idiotas. Quanto ensinamento para nós! A oferta que fazemos ao Senhor será desnecessária, se primeiro não oferecermos a nossa compreensão e perdão às pessoas com as quais nos relacionamos. Enquanto caminhamos aproveitemos o conselho do Mestre para que a nossa justiça seja maior do que a justiça dos “mestres da lei” e dos “fariseus” de hoje. Como é a nossa justiça? O que é justo para Deus? A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a reconciliação. E a nossa? Fazemos as nossas ofertas no Altar do Senhor, mas como está o nosso coração? Reflita agora: – Como você trata as pessoas com quem você convive? – Você tem costume de falar mal os seus amigos, suas amigas? – Você o faz de coração? – E quando você faz a sua oferta na hora do ofertório, qual é a sua atitude diante de Jesus?- Você já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa feita, do ódio por alguém?
A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo.
Na liturgia de hoje, Jesus exige de mim e de ti, como seus discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
Ele vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem valor à medida que contribua para a libertação e a promoção da vida. Jesus não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. A grande novidade que Jesus me ensina hoje é o perdão sem limites e a reconciliação, que me levam à comunhão de vidas com Deus e com os meus irmãos.
Por isso, quero neste dia ó Senhor Jesus que me ensineis a perdoar os meus irmãos e irmãs para poder estar em comunhão com o Vosso e o meu Deus e com os meus irmãos já aqui na terra.
Fonte - Canção Nova
Fonte: Liturgia da Palavra em 12/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

QUINTA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 12/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação

Não podemos só querer que os outros se reconciliem; nós também precisamos viver reconciliados uns com os outros. Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação.

Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5, 23-24).

A Palavra de Deus hoje nos convida a revermos os nossos relacionamentos, porque não dá para nos relacionarmos com Deus se não olharmos o nosso relacionamento com o nosso próximo. Como precisamos levar com seriedade a maneira como nos relacionamos uns com os outros!
Dois conselhos fundamentais de Jesus sobre a reconciliação: Precisamos promover a reconciliação com os irmãos e precisamos nos reconciliar com nossos irmãos. Não podemos só querer que as pessoas se reconciliem; nós também precisamos viver reconciliados uns com os outros. Por isso, Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação. Não faça vista grossa – brigou, se desentendeu, está sem falar com uma pessoa – não jogue simplesmente os desentendimentos para debaixo do tapete, não finja que nada aconteceu; mas busque luz em Deus, busque solução em Deus, busque a graça d’Ele para sanar os desentendimentos, para sanar aquilo que, muitas vezes, não conseguimos fazer da nossa parte humana.
O mesmo Evangelho nos chama à atenção para as palavras que saem de nossa boca. Quantas vezes, dizemos palavras pesadas uns aos outros, quantas vezes já se torna comum no meio de nós usarmos palavras que ofendem, tiram a dignidade humana e oprimem a outra pessoa. O Evangelho diz que chamar o outro de “patife” e “tolo” nos faz réus do juiz, é causa de condenação no juízo. Vejam que, no nosso linguajar comum, muitas vezes, “tolo” e “patife” são até sinônimos de “elogio” em comparação a outras palavras mais pesadas que nós usamos para nos referirmos uns aos outros.
A Palavra de Deus quer purificar o nosso linguajar, a Palavra de Deus quer tirar as palavras pesadas que há em nossa boca, sobretudo em nosso coração, em relação ao nosso próximo.Não usemos de palavras pesadas, não usemos de palavras amaldiçoadas, não usemos de palavras que não edificam nosso próximo!
Que o nosso modo de tratarmos uns aos outros seja baseado na misericórdia e na bondade divina. E ainda que estejamos com raiva, ainda que estejamos encolerizados, mesmo que estejamos chateados uns com os outros, não temos o direito de xingarmos, blasfemarmos e dizermos palavras pesadas para os outros.
Que Deus hoje purifique o nosso modo de falar e de nos relacionarmos uns com os outros!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A primeira exigência do amor é o respeito

Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno” (Mateus 5,22).

Que respeito nós precisamos ter uns para com os outros! A primeira exigência do amor é o respeito, mas, infelizmente, nos desrespeitamos muito facilmente uns aos outros. Primeiro, nos sentimentos e afetos, pois somos muito impulsivos; e a partir do impulso da cólera, nós facilmente brigamos, gritamos e nos agredimos.
Nada justifica a agressão verbal – nem vou falar da física, porque é crime! Estou falando de coisas vergonhosas que cometemos uns com os outros, inclusive, muitas vezes, em nome da fé.
Nada justifica qualquer tipo de agressão ao outro. Irmãos podem discordar, mas não podem se agredir. Irmãos podem ter pontos de vista diferentes, mas não podem se insultar. Irmãos podem ficar chateados uns com os outros, mas jamais podem desrespeitar uns aos outros.
A exigência do amor evangélico é muito séria, mas vivemos, muitas vezes, um amor que não tem nada a ver com o Evangelho. Não é simplesmente o amor onde encontramos os nossos irmãos da igreja, vivemos bem com quem gostamos e desrespeitamos quem não gostamos, quem não reza na nossa cartilha, quem não fala como nós, quem não pensa aquilo que nós acreditamos.
O que vai nos salvar não é aquilo que cremos como doutrina, mas é o amor que praticamos e vivemos, é o respeito que devemos nutrir uns pelos outros. Não podemos permitir que, na nossa boca, a irá e a cólera estejam movendo os nossos sentimentos e afetos, porque se a boca diz aquilo de que o coração está cheio, estamos agredindo uns aos outros com expressões muito baixas.

O que vai nos salvar é o respeito que devemos nutrir uns pelos outros

O Evangelho está nos dizendo: “Quem chamar o seu irmão de patife será condenado”, mas a palavra “patife” é até bonita perto de tantas outras palavras agressivas e duras que usamos para nos tratar uns aos outros. “Quem chamar o seu irmão de idiota ou tolo, será condenado ao fogo do inferno”. As nossas palavras estão nos condenando, porque nós, de uma forma até adocicada, usamos palavras de teor agressivo para nos referirmos ao outro.
Primeiro, as pessoas têm nome e elas precisam ser chamadas pelo nome, elas não podem ser rotuladas pela nossa agressividade. Quando vamos nos referir àquela pessoa, chamamos daquele nome feio, pesado, agressivo e infernal, que, infelizmente, tem trazido o inferno para o meio de nós.
Precisamos nos purificar a partir da boca, sobretudo do coração, para que não sejamos condenados pelas nossas próprias palavras.
O amor é exigente, e uma das exigências fundamentais do amor é que nos respeitemos com aquilo que falamos e tratamos uns outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 13/06/2019

HOMILIA DIÁRIA

Busquemos sempre nos reconciliar com o próximo

Quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta” (Mateus 5,23-24).

As igrejas falam de ofertas, as pessoas falam de ofertar-se a Deus e ao próximo, e o ofertar é uma grande oferenda. Veja, a oferenda que Deus quer, em primeiro lugar, é a reconciliação.
Se vamos diante do altar, vamos para nos reconciliar com Deus, mas ninguém se reconcilia com Ele quando ainda não se reconciliou com os outros, com os irmãos. Precisamos deixar de lado esse espírito perverso e enganador, em que as pessoas se colocam umas contra as outras e, simplesmente, ignoram-se.
Às vezes, a pessoa diz assim: “Eu comungo todos os dias”, “Rezo o meu rosário todos os dias”, “Tenho as minhas práticas”. Essas práticas são meios, são bênçãos, e elas que nos levam na direção de Deus, mas essas práticas precisam nos quebrar por dentro, precisam arrebentar o coração para que se voltem verdadeiramente para a reconciliação.

O que nos coloca verdadeiramente em Deus é o coração imolado, para que nos reconciliemos uns com os outros

Se queremos milagres em nossa vida, não conheço milagre maior do que corações reconciliados. Quando falamos em “reconciliar” é porque havia uma conciliação, havia uma comunhão, e essa comunhão foi rompida, foi agredida ou, de alguma forma, foi dissimulada pelos acontecimentos. E ao invés de viverem reconciliadas, as pessoas vivem brigadas, separadas, desunidas, colocam-se umas contra as outras.
À medida que não vamos resolvendo as pequenas coisas, as coisas pequenas vão se tornando grandes, e pessoas que relativizam coisas pequenas permitem que elas cresçam e vão se tornando cada vez maiores. E, às vezes, quando a coisa se torna tão grande, a reconciliação torna-se humanamente impossível.
Casais que poderiam se reconciliar não conseguem mais fazê-lo; famílias que poderiam se juntar não conseguem mais; irmãos que precisam conviver juntos não conseguem.
Hoje, percebemos um grande cisma, um grande movimento de separação, de divisão formando-se e crescendo, sobretudo porque não sabemos sacrificar nossos próprios sentimentos e afetos, porque estamos sendo levados pelos impulsos dos sentidos, e facilmente ficamos ressentidos uns com os outros.
A Igreja do Senhor leva seus filhos a reconciliarem-se com o Senhor e uns com os outros. As ofertas que vão nos colocar diante de Deus não são nossas ofertas materiais, pois estas são simbolismos; o que nos coloca verdadeiramente em Deus é o coração imolado, para que nos reconciliemos uns com os outros.
É preciso um grande esforço para superarmos as mágoas, os rancores e os dissabores que vamos criando ao longo da vida. O Céu é a pátria dos reconciliados. Reconciliemo-nos uns com os outros enquanto estamos à caminho, porque senão seremos entregues ao tribunal, e do tribunal de Deus só sairemos se pagarmos o último centavo. É preferível nos reconciliarmos em vida para que, na vida futura, tenhamos direito ao Reino dos Céus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/06/2021

Oração Final
Pai Santo, derruba as nossas barreiras para que ouçamos a Lei Nova trazida pelo teu Verbo Encarnado. Que vivamos o Amor espontâneo, sem discriminações, desinteressado de qualquer retribuição e libertador. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para olharmos nossos irmãos através dos seus próprios olhos. Saberemos, assim, suas razões e desejos, vencendo a tentação de julgá-los e, pior, de condená-los. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, manso e humilde de coração, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a substituir a Lei esculpida na pedra pela Lei escrita por Jesus nos nossos corações. Faze-nos fraternos com os homens e mulheres, cuidadosos com a natureza que criaste para nosso encantamento, e filhos agradecidos, conscientes do teu Amor paterno/maternal. Pelo mesmo Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, Senhor, nosso Deus. És a Rocha em que nos firmamos. Liberta-nos da nossa pretensão infantil de atingir a santidade apenas memorizando a tua Palavra. Precisamos vive-La! Dá-nos a consciência de que a nossa missão na vida é como cuidar de uma sementinha de Amor que está plantada em nós para crescer todos os dias até o final de nossa carreira, sempre alimentada pelo teu Carinho Paternal. Pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2021

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