quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Santa Isabel da Hungria - 17 de novembro




Quando Isabel faleceu, aos 24 anos, era considerada “Santa” por muitos. Foi noiva aos 14 anos, mãe aos 15 e viúva aos 20. Tendo ficado sozinha, escolheu a pobreza franciscana da Ordem Terceira. Visitou os doentes e assistiu-lhes, mesmo os fétidos, não obstante a sua soberana linhagem do trono da Hungria.
Santa Isabel da Hungria e da Turíngia, OFS (Pressburgo(?), 7 de Julho de 1207 – Marburgo, 17 de Novembro de 1231) , filha de André II da Hungria e da rainha Gertrudes de Andechs- Meran, descendente da família dos condes de Andechs-Meran.
Do lado materno, era sobrinha de Santa Edwiges, tia das santas Cunegundes (Kinga) e Margarida da Hungria e tia-avó de Santa Isabel de Portugal e do lado paterno prima de Santa Inês da Boêmia. Casara-se com o Duque Ludwig da Turíngia, filho do Landgrave Hermano I e de Sofia da Bavária, soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império Romano-Germânico. O noivado foi realizado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, capital do Ducado da Turíngia, quando Isabel tinha apenas 4 anos e Luís 11.
Os dois príncipes tiveram três filhos e, realmente, apaixonaram-se e viveram uma grande e intensa história de amor, num matrimônio exemplar, que atraiu sobre Isabel os ciúmes de sua sogra, a duquesa Sofia, e demais parentes do esposo. Foi fortemente influenciada pela espiritualidade franciscana, cuja ordem surgiu naquela época. Quis viver uma pobreza voluntária total, no que foi desaconselhada pelo seu diretor espiritual, Conrado de Marburgo, que a aconselhou a viver as virtudes do seu estado.
Dela conta-se que, certa vez, quando levava algumas provisões para os pobres nas dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas vermelhas e brancas, embora não fosse época de flores. Dizendo-lhe que prosseguisse seu caminho, apanhou uma das rosas, que guardou pelo resto de sua vida.
Em outra situação, avisado pela mãe de que a esposa havia acolhido um leproso sobre o próprio leito, Ludwig correu para lá, mas os olhos de sua alma se abriram e ele contemplou uma imagem de Cristo Crucificado. Ludwig apoiava e auxiliava a amada esposa em suas grandes obras de caridade. Porém, tamanha prodigalidade para com os pobres irritava os seus cunhados, os príncipes Henrique e Conrado da Turíngia.
Ao partir para as cruzadas acompanhando o imperador Frederico II, Ludwig faleceu de peste em Otranto, o que causou enorme dor em Santa Isabel, que recebera a notícia da morte em outubro, após o nascimento da terceira filha, Gertrudes. Esta dor, entretanto, foi ainda acrescida de maiores agruras quando seus cunhados, livres do temor que nutriam pelo irmão mais velho, expulsaram-na do castelo com seus filhos, em pleno inverno, sem dinheiro e sem mantimentos, e ainda proibindo o povo de agasalhá-la e a seus filhos.
Resgatada mais tarde por sua tia Matilda, Abadessa do Convento Cisterciense de Ktizingen, Isabel preferiu confiar a seus parentes a educação dos três filhos – Hermano, Sofia e Gertrudes – e quis tomar o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, junto de suas duas fiéis damas de companhia Jutta e Isentrude.
Seu confessor e Mestre, algum tempo depois, juntamente com os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada, corajosamente enfrentaram os Príncipes, irmãos do duque falecido, e exortaram-lhes a crueldade praticada contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a restauraram em seus bens e propriedades.
Mestre Conrado de Marburgo a orientou numa vida de renúncia (não sem ele mesmo impor-lhe uma rígida e sufocante disciplina que precisou da intervenção dos amigos para ser abrandada), e ela usou parte de sua fortuna para construir um Hospital em honra a São Francisco de Assis em Marburgo. Nesta época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma extraordinária, e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha. Dizia-se que São João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que inúmeras vezes ela foi visitada pelo próprio Jesus Cristo e pela Virgem Maria, que a consolavam em seus sofrimentos. Uma de suas amigas depôs no processo de canonização que surpreendeu várias vezes a santa elevada no ar a mais de um metro do chão, enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento absorta em êxtase contemplativo. Perguntada certa vez sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia disse: “Minha herança é Jesus Cristo!”.
Henrique ficou como Regente de ducado durante a menoridade do sobrinho mais velho, o novo Duque soberano, porém Isabel preferiu viver na pobreza absoluta, o que muito desejava, retirou-se primeiro para Eisenach, depois para o Castelo de Pottenstein e, finalmente, para uma modesta residência em Marburgo onde às suas expensas mandou construir o Hospital de Marburgo, ingressou na Ordem Terceira Franciscana e aí, em Marburgo, prestou assistência direta aos pobres e doentes, onde veio a falecer poucos anos depois, em 1231, com apenas 24 anos. Foi sepultada com grandes honras. Na Alemanha, também seu marido Ludwig e sua filha Gertrudes são honrados como santos.
Dela disse o Cardeal Ratzinger Arcebispo de Munique, Papa Bento XVI: “O que fez foi realmente viver com os pobres. Desempenhava pessoalmente os serviços mais elementares do cuidado com os doentes: lavava-os, ajudava-os precisamente nas suas necessidades mais básicas, vestia-os, tecia-lhes roupas, compartilhava a sua vida e o seu destino e, nos últimos anos, teve de sustentar-se apenas com o trabalho das suas próprias mãos (…)”.
Deus era real para ela. Aceitou-o como realidade e por isso lhe dedicava uma parte do seu tempo, permitia que Ele e sua presença lhe custassem alguma coisa. E como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou a partir de Deus o ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão por que quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano. (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, em 2 de dezembro de 1981).
Foi canonizada pelo Papa Gregório IX em 1235. Por ocasião do VII Centenário do seu nascimento (20 de novembro de 2007) a Cidade do Vaticano fez uma emissão extraordinária de selo comemorativo do evento com 300.000 séries completas, com 10 selos por folha. É padroeira da Ordem Franciscana Secular.
Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!

Referências:
L’Osservatore Romano, edição semanal em português, 5 de janeiro de 2008, pg.2
RATZINGER, Josepf. Homilias sobre os santos (trad. Roberto Vidal da Silva Martins). São Paulo: Quadrante, 2007

Santa Isabel da Hungria

Santa Isabel da Hungria rainha e
terciária franciscana (1207-1231)

Rainha e terciaria franciscana (1207-1231)
Vida breve, mas intensa. Filha de André, rei da Hungria, e de Gertrudes, nobre dama de Merano, queimou etapas atingindo a santidade em 24 anos, no decurso dos quais experimentou alegrias e dores com o ânimo de quem está sempre agradecida a Deus.
Noiva aos 4 anos, esposa aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20 anos — quando o marido, Luís IV, duque da Turíngia, morreu em Otranto, à espera de embarcar com Frederico II para a cruzada na Terra Santa. O seu matrimônio fora combinado, como ocorria entre as casas reinantes da Europa.
Foi entretanto um matrimônio feliz sob todos os aspectos, a ponto de fazer exclamar a jovem esposa, com toda a sinceridade: “Se eu amo tanto uma criatura mortal, quanto não deverei amar ao Senhor!”. Amou a Deus com toda a alma, amou-o no próximo, destinando riquezas materiais e espirituais ao alívio dos infelizes.
Teve três filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, em seis anos de vida conjugal. À morte do marido, Isabel retirou-se para Eisenach, depois para o castelo de Pottenstein e, finalmente, escolheu como residência uma modesta casa de Marburgo, onde erigiu, às próprias expensas, um hospital, reduzindo-se à pobreza. Vendeu até o dote para completar a obra. Para os pobres sempre havia lugar no hospital, e Isabel reservava para si os trabalhos mais humildes.
Contra ela explodiram os maus humores reprimidos dos cunhados, que suportavam mal sua generosidade para com os pobres. Privaram-na por fim dos filhos e ela pôde viver plenamente o ideal franciscano de pobreza, ingressando na Ordem Terceira, obediente às diretrizes de um rigoroso confessor. À sua morte foi proclamada santa em altas vozes pelo povo. Isso a tal ponto, que o papa Gregório IX, em 1235, quatro anos depois da morte dela, inscreveu-a oficialmente no livro de ouro dos santos.
Sob seu nome surgiram várias congregações. Na Alemanha, as mulheres que se dedicam ao cuidado dos doentes são chamadas simplesmente (mas não tão facilmente) “Elisabethinerinnen”.
Retirado do livro: 'Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente', Paulinas Editora.
Fonte: Paulinas em 2015

Santa Isabel da Hungria

NascimentoNo ano de 1207
Local nascimentoHungria
OrdemPrincesa e religiosa
Local vidaTuríngia
EspiritualidadeFilha de André II, rei da Hungria, desde seus primeiro anos de idade fora prometida em casamento a Luis, filho de Herman, margrave da Turíngia e com 14 anos de idade Isabel partia para a Turíngia para o casamento. Perseguida pela sogra pelo ciúmes do filho, ainda em país estrangeiro, a vida de Isabel não era fácil. Mas dedicando-se cada vez mais à caridade, encontrava forças para vencer a essas dificuldades. Certa vez, acostumada a levar na própria saia, pães para os mendigos, seu esposo o soube e se indignou Quando a viu sair do palácio, seguiu-a e perguntou-lhe: " O que levas aí em tua saia?" Isabel, temendo, diz-lhe: "Rosas!" - sem se e lembrar que era inverno e rigoroso. Seu esposo a fez mostrar-lhe e, efetivamente, apareceram somente rosas... Em outra ocasião, a sogra tentando irar o filho contra Isabel, disse-lhe: " Isabel está com alguém em seu quarto... quem será?" O esposo abriu a porta em pânico e viu Jesus Crucificado deitado em sua cama: era o leproso que Isabel estava cuidando. Eis uma de suas exclamações: "Se eu amo de tal modo uma criatura mortal, como deveria amar ao Senhor Imortal, dono de minha alma?" Tornando-se viúva, desencadearam sobre ela os que não suportavam vê-la ajudando os pobres: separaram-na dos filhos, expulsaram-na do castelo de Wartemburg e então foi viver o ideal franciscano da ordem Terceira, dedicando-se inteiramente a Ordem.
Local morteHungria
Morte17 de Novembro de 1231, aos 24 anos de idade
Fonte informaçãoOs santos de cada dia
OraçãoDeus, nosso Pai, Santa Isabel foi um conforto para os pobres e defensora dos desesperados. A ninguém negava sua caridade e o apoio nas horas difíceis. Colocou a serviço dos necessitados todas as suas riquezas. Visitava diariamente os doentes, cuidando pessoalmente de suas enfermidades. Ela os alimentava, zelava por suas roupas, conduzia-os de um lado para outro, providenciando tudo o que eles necessitavam. Além disso, amou apaixonadamente esposo e filhos. Temperava a sua caridade intensa com uma oração profunda e uma fé inabalável. Por isso, Senhor, queremos abrir o nosso coração ao trabalho da vossa graça. Transformai também o nosso interior, para que sejamos luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo.
DevoçãoPiedade, pureza e justiça: era o seu lema. Honrava também a São Francisco de Assis.
PadroeiroDas noras e dos pobres
Outros Santos do diaGregório Taumaturgo, Dionísio, Hugo, Aniano Gregório de Tours (bispos); Eugênio (diác); Alfeu, Aciselo, Zaqueu, Deófilo, Vitória, Eufêmia e Tecla (márts.).
Fonte: ASJ em 2015

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