segunda-feira, 16 de agosto de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/08/2021

ANO B


Mt 19,16-22

Comentário do Evangelho

Deus na origem de toda bondade

“... que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. O homem relaciona vida eterna com fazer algo. É fazendo algo de bom que se alcança a vida eterna – é esta concepção que subjaz à pergunta daquele anônimo. Em primeiro lugar, a vida eterna é um dom de Deus. Jesus, por sua vez, vai ultrapassar a pergunta dele, afirmando que o essencial é buscar quem é o único bom.
Deus é a fonte de toda bondade, a fonte da vida. Se algo de bom pode ser feito, é porque Deus está na origem de todo bem. A vida eterna é dom e, como tal, precisa ser recebida. Não é merecimento pelo cumprimento irrepreensível da Lei, ainda que o cumprimento da Lei seja vida (ver: Dt 30,15-16). Só o cumprimento dos mandamentos não é suficiente; então, o que falta, ainda?
Para ser perfeito, isto é, para amar como se é amado por Deus, é preciso desapego, pois a vida eterna não se compra. O seguimento de Jesus é o caminho da vida eterna: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). “... jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens” (v. 22).
A tristeza mostra que o jovem reconhece o seu apego. Mas será capaz de optar pela “perfeição”? Ele aceitou e fez o recomendado por Jesus? Nós não o sabemos! Mas cabe a nós respondermos, diante de Deus, estas mesmas questões, pois elas nos dizem respeito. A vida cristã autêntica depende da resposta a estas perguntas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 19/08/2013

Vivendo a Palavra

Não basta a boa intenção. Nós precisamos levar a nossa vida seguindo o modelo das relações vividas por Jesus de Nazaré: relação com nós mesmos, com o próximo, com a natureza e com o Pai Misericordioso. Nisto se resume toda a Lei e os Profetas. Esta é a estrada da santidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2013

VIVENDO A PALAVRA

Não basta a boa intenção. Nós precisamos levar a nossa vida seguindo o modelo das relações vividas por Jesus de Nazaré: relação com nós mesmos (de sobriedade), com o próximo (de compaixão), com a natureza (de cuidado) e com o Pai Misericordioso (de gratidão). Nisto se resume toda a Lei e os Profetas. Esta é a estrada da santidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2019

vIVENDO A PALAVRa

Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer com vista a “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos céus. “Pratique os mandamentos” é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?”. Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes: estar totalmente disponível para o Reino dos céus. Esse passo o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração, e ele não é capaz de se desfazer de seus bens, pois são sua segurança. Volta para sua condição social não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.

Reflexão

Deus nos ama com amor eterno e, por isso, quer relacionar-se conosco. A partir disso, devemos perceber qual é o verdadeiro sentido da religião. O que caracteriza o verdadeiro cristão não é a mera observância dos mandamentos, mas a busca da perfeição que está no seguimento de Jesus, portanto no relacionamento com ele. Porém, existem valores deste mundo que se tornam obstáculo para este relacionamento, como é o caso dos bens materiais, que impediram o jovem de buscar livremente a vida eterna e a perfeição, através da caridade e do seguimento de Jesus, embora observasse todos os mandamentos.
Fonte: CNBB em 19/08/2013

Reflexão

Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer em vista de “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos Céus. “Pratique os mandamentos”: é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?” Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens, e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes. Estar totalmente disponível para o Reino dos Céus. Esse passo, o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração. Ele não é capaz de se desfazer delas; são sua segurança. Volta para sua condição social, não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 19/08/2019

Reflexão

Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer com vista a “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos céus. “Pratique os mandamentos” é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?”. Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes: estar totalmente disponível para o Reino dos céus. Esse passo o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração, e ele não é capaz de se desfazer de seus bens, pois são sua segurança. Volta para sua condição social não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
Oração
Senhor Jesus, desafias o homem rico a dar um salto de qualidade, isto é, passar da mera observância dos mandamentos ao “caminho de perfeição” em vista do Reino de Deus. Livra-nos, Senhor, do apego aos bens terrenos, a fi m de buscarmos a Deus e solidarizarmo-nos com os pobres. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditação

Como você encara o dever para com seus irmãos de sangue? - Como você manifesta humildade? - Que lugar Nossa Senhora ocupa em sua vida? - Qual o ato de devoção a Nossa Senhora que mais lhe agrada? - Você se considera uma pessoa de bom coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 19/08/2013

Meditando o evangelho

UM SÓ É BOM!

A pergunta apresentada a Jesus pelo jovem reflete uma tendência do farisaísmo, a de praticar a virtude visando apenas obter a salvação. Esses fariseus eram calculistas, sempre preocupados em acumular méritos diante de Deus.
Tendo feito tudo quanto estava a seu alcance, interessava ao jovem saber o que poderia ainda fazer de bom para alcançar a vida eterna. Na qualidade de Messias, talvez Jesus pudesse indicar-lhe obras que rendessem méritos de valor muito maior.
O Mestre, porém, tentou corrigir este modo de pensar. Não se alcança a vida eterna pela prática de coisas boas ("O que devo fazer de bom?"), submetendo-se a um código de regras precisas de comportamento, e sim, pela relação com uma pessoa ("Um só é Bom!"), entendendo-se, com isso, tanto Jesus quanto o Pai. O que é bom deve ser praticado por corresponder à vontade daquele que é Bom. Sem esta obediência, os atos de virtude ficam desprovidos de valor.
O jovem é confrontado com a proposta de passar da prática mecânica dos mandamentos para um tipo de relação capaz de transformar-lhe a vida: desfazer-se de tudo e dar aos pobres o valor correspondente para, em seguida, tornar-se seguidor de Jesus. Se o jovem não fosse tão apegado a seus bens, teria tido a chance de experimentar a alegria de conhecer, em profundidade, a vontade salvífica de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa, assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho da salvação.

Comentários do Evangelho

1 - Que devo fazer para ganhar a vida eterna? - José Salviano

Aquele jovem que já seguia os mandamentos, pergunta a Jesus, o que mais ele tinha de fazer para alcançar vida eterna. Vai, vende todos os teus bens e dá o dinheiro para os pobres, e terás um tesouro no céu. Disse-lhe Jesus. O jovem ficou muito triste porque era muito rico.
Aquele jovem, como muita gente no mundo, havia acumulado, ou herdado um tesouro.  Hoje também existem muitas pessoas que investem no Banco Do Brasil, na Caixa Federal, e em outros bancos. Compram gado, terras ou imóveis porque a propaganda diz que este é o melhor negócio, o melhor investimento. Tais pessoas ao fazer todos os tipos de investimento, constroem um tesouro na Terra.
Outras pessoas preferem construir tesouros no céu. Optam pelo melhor investimento, embora muitos não concordam com isso, ou não sabem. Essas pessoas ajudam os pobres. Dando esmolas, ou contribuindo para que eles saiam da situação de miséria a que se encontram. Isto, porque às vezes, em vez de dar o peixe, é melhor a gente dar o anzol para o sujeito ir pescar.
Acabamos de comparar dois tesouros. Um que é deste mundo, que nos dá muito prazer, segurança, conforto, vida tranqüila, nos faz importantes e muito respeitados. Porém, é um tesouro que apesar das precauções, como o seguro, por exemplo, é muito vulnerável. Uma crise financeira, um grande desfalque, um roubo, um incêndio, são as traças que corroem o tesouro terreno. Além disso, este tesouro fica para os outros quando morremos. Não levamos nada para a outra vida, a qual, não se sabe ao certo para onde se vai, mesmo porque o tesouro material não nos garante a vida eterna. Pelo contrário, pode mesmo nos fazer perdê-la.
Já o outro tesouro acumulado no céu, apesar de não nos proporcionar grandes prazeres nesta vida, nos garante estar um dia desfrutando a vida eterna. É o tesouro que os ladrões não levam, é o tesouro que as crises financeiras e os incêndios não destroem.
Poderíamos idealizar um terceiro tesouro. Seria uma riqueza moderada, que dessem muitos empregos, e cujos empreendimentos seriam diretamente direcionados para promover os menos favorecidos ou os excluídos da sociedade. Uma maravilha de tesouro! Mas a grande pergunta, é: Quem toparia se aventurar neste tipo de investimento?  Que tal você?
Sal

2 - Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu – Claretianos

Primeira leitura: Juízes 2,11-19 - O Senhor mandou-lhes juízes; eles, porém, nem aos seus juízes quiseram ouvir.

Salmo responsorial: Salmo 105, 34-37.39-40.43ab e 44 (R. 4a) Lembrai-vos de nós ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo.

Evangelho: Mateus 19, 16-22 - Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu.

Jesus quer instruir seus discípulos e o evangelista quer instruir a sua comunidade, sobre a atitude que devemos ter diante da pobreza e da riqueza. O diálogo inicial sobre o que devemos fazer para alcançar a salvação se move na lógica do que todos já sabem. Cumprir os mandamentos, algo que o jovem rico fez bastante bem.
Contudo, a pergunta chave é a que se encontra na metade do relato: Que posso fazer ainda? Jesus propõe o paradigma da perfeição, que acrescenta o cumprimento, os verbos “partilhar e seguir”. Podemos ser boas pessoas, cumprindo as normas básicas da religião ou da sociedade, porém, somente é verdadeiro cristão quem partilha com os pobres sua riqueza e com Jesus sua vida.
Pobreza e seguimento entram em conflito com a riqueza do jovem. Para tristeza de todos, triunfa a riqueza. O jovem não compreendeu que em Jesus e nos pobres estava seu grande tesouro e que por estes valem a pena deixar tudo. – São muitos os cristãos que nunca se perguntam “que nos falta fazer ainda?”, erroneamente convencidos de que o batismo e o cumprimento ritual são suficientes. – A propósito, o que nos resta por fazer ainda?

3 - “passaporte para a casa do Pai.” - Helena Serpa

Os mandamentos nos são dados para que tenhamos aqui uma vida feliz, entregues à providência de Deus. Ele nos deu a Sua Lei para que a cumpramos e possamos viver, desde já, o reino dos céus, a vida eterna. Por isso, Jesus é afirmativo e nos avisa: não chegaremos ao céu pelo que fizermos de bom, porque só Deus é Bom. Mas nos orienta: “Se tu queres entrar na vida, observa os mandamentos”. Portanto, os mandamentos são o caminho que nos levam a possuir a eternidade. A vida eterna começa aqui e, atingir a perfeição do céu, implica em desapegarmo-nos de tudo o quanto nos prende aqui na terra, projetos pessoais, vontade própria, ideias humanas, bens materiais e colocá-los à disposição de Deus em favor de alguém. Todas as nossas ações devem ter um motivo, uma razão de ser e um objetivo dentro do que Deus nos propõe. O jovem da parábola, cheio de tristeza, afastou-se de Jesus, porque era muito rico. Ele não percebeu que o apego à sua riqueza estava tirando dele o direito de perseguir a perfeição seguindo a Jesus. Que Jesus é o único que pode nos salvar, e com Ele, nós não precisaremos das riquezas aqui da terra, pois o nosso tesouro está guardado no céu, para onde caminhamos. Com efeito, crer em Jesus e seguir a Sua Lei é o passaporte que nos levará a uma vida plena na casa do Pai. – Você é uma pessoa apegada ao que você possui? – Você também fica triste com esta palavra de Jesus? – O que mais prende você aqui na terra? – Para você o que significa a vida eterna?
Helena Serpa
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 19/08/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. No que consiste a Perfeição Cristã
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Cristianismo não pode ser confundido com as virtudes morais ou código de ética, sem dúvida que há uma moral e uma ética cristã, enquanto conseqüência de algo maior que é a opção radical por Jesus Cristo em uma experiência amorosa que o coloca como Absoluto em nossa vida, sem isso, até a moral e a ética cristã tornam-se vazias e sem sentido.
O evangelho traz-nos essa profunda reflexão de alguém que se aproximou de Jesus em busca de uma virtude humana aprimorada, de uma moral que superasse tudo o que já se conhecia enquanto norma de Vida de Fé, por aqueles tempos. Na verdade, cabe a nós buscarmos incansavelmente uma perfeição que nesta terra jamais alcançaremos, e que compreende a Salvação e a Graça de Deus que nos é oferecida em Jesus Cristo, não enquanto recompensa ou resposta á essa nossa busca incansável, mas enquanto puro dom e graça, dada gratuitamente sem qualquer merecimento de nossa parte.
Se o Cristianismo fosse apenas um conjunto de regras morais, ou um elenco de virtudes a ser seguido, estaríamos dando continuidade ao Judaísmo, em cujo seio surgiu o Cristianismo. Em um primeiro momento Jesus cita esse código de leis, estabelecido para o Povo da Antiga Aliança, e que têm na expressão “Não Matarás” o centro maior do decálogo, os demais são conseqüência dele. Jesus Cristo não queima nenhuma etapa, não despreza o que diz a Lei de Moisés, mas cita-a como uma referência até então.
Porém, em seguida, percebendo sinceridade em seu interlocutor, lança o desafio e o convida para ir além da Lei, da questão ética e das virtudes morais. O Ser humano é o centro da Lei, porque têm um caráter sagrado e a razão primeira de todo Ser Humano é Deus, quer o homem creia ou não, essa Verdade é Imutável. Não Matar o irmão, significa afirmar que o Dom da Vida que é Deus está em cada Ser humano que é intocável em sua Dignidade e por isso é chamado pelo próprio Deus a viver, sentir e experimentar essa nova realidade que transcende a sua própria natureza humana.
O texto afirma que o homem foi embora triste diante do convite feito por Jesus, pois era muito rico. Não quer este evangelho debater a questão social, ou a posse dos bens materiais enquanto causa de perdição para o homem. O que encontramos aqui é a capacidade de cada homem e mulher, em perceber que a existência humana não se limita a peregrinação nesta terra, mas vai muito além. A riqueza que muitas vezes nos prende, impedindo-nos de responder positivamente a esse chamado de Jesus para vivermos o Transcendente, conseguindo em uma visão de Fé contemplarmos um Horizonte além desta Vida...

2. Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu - Mt 19,16-22
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Ouvimos no Sermão da Montanha: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. E agora ouvimos Jesus dizer a alguém que perguntou o que devia fazer de bom para ter a vida eterna: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. O que significa “perfeição” para o ser humano limitado por natureza? Nesta conversa, na qual Jesus diz: “Vem e segue-me”, é bastante claro que “perfeição” significa, não estar preso aos bens deste mundo, estar livre para seguir Jesus Cristo, desimpedido para poder ir com ele a qualquer lugar. E, além disso, com a garantia de um dote guardado no céu, o dinheiro dado aos pobres. Tanto é assim que o jovem não seguiu Jesus por estar preso aos bens deste mundo, que eram muitos. A pobreza, que é desgraça para muitos, pode ser virtude para alguns. Luxo e exuberância não convêm ao seguidor de Jesus. O Mestre não tinha uma pedra para reclinar a cabeça. Livrar-se de bens para seguir Jesus, e não seguir Jesus para adquirir bens.

Liturgia comentada

Se queres ser perfeito... (Mt 19, 16-22)
Nos últimos tempos, mesmo em certos ambientes de nossa Igreja, quando se fala em “perfeição”, brotam sorrisos céticos, como se a simples ideia de perfeição fosse utopia fora de nosso alcance. Ou sintoma de orgulho espiritual. Como se fôssemos batráquios, incapazes de chegar às estrelas... Ora, se os filhos de Deus (fomos adotados no Batismo!) não fossem capazes de tender à perfeição, não viria do próprio Deus uma ordem como a que se lê na manhã do Antigo Testamento: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Lv 19, 2.) Nem ouviríamos de Jesus, já na luz plena do Novo Testamento: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mt 5, 48.)
Além do mais, a “perfeição” não resulta de práticas de ascetismo ou de algum atletismo espiritual. Santos não são heróis nem super-homens, mas pecadores que se deixaram transfigurar pelo amor de Deus. O amor nos aperfeiçoa. A mocinha mimada se casa: nascem os filhos e, no dia-a-dia, ela aprende a amar e a servir, colocando-se em último lugar tão somente porque ama os filhos. O amor aos filhos santifica as mães. O garotão narcisista se forma em medicina e vai trabalhar no asilo das velhinhas. Ali, leva um choque ao descobrir a velhice com suas cruzes terríveis. Seu coração se comove e o doutorzinho passa a dedicar-se àquelas vovozinhas de alma e coração. Pouco a pouco, sem o perceber, será santificado pelo carinhoso amor que foi brotando nele. O amor aos pacientes santifica os médicos.
Neste Evangelho, encontramos um jovem que cumpria os mandamentos. Todos os dez! E isto já era admirável. Ao manifestar desejo de seguir a Jesus, o Mestre leu seu coração e percebeu que, mesmo sem infringir a Lei, era apegado aos bens que possuía. Ora, sem liberdade não se pode amar. O apego à matéria constrange o coração do homem, sufoca-o de cuidados, cerca-o de temores, rouba-lhe a paz. E o Mestre a quem pretendia seguir nem mesmo um travesseiro possuía, onde pudesse descansar a cabeça. Livre como os pardais, palmilhava as estradas da Palestina a semear uma estranha sementeira de amor.
Daí a observação penetrante, que cortou o peito do jovem como lâmina afiada: “Uma coisa te falta...” Ele poderia ter pensado: “Uma coisa me falta? Mas tenho tudo. Nada me falta!” Faltava, porém... Faltava a liberdade que vem do desapego. A liberdade que torna possível um salto no escuro, um vôo cego no amor divino.
Somos livres para seguir a Jesus?
Orai sem cessar: “Fora de vós, Senhor, não há felicidade para mim!” (Sl 16 [15], 2)
Texto de  Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Fonte: NS Rainha em 19/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

O que devemos fazer para possuir o Reino do Céus?

O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar.

A liturgia de hoje nos apresenta um jovem muito rico, que se confronta com Jesus e Lhe pergunta o que precisaria fazer para possuir a vida eterna. Jesus, hoje, aponta-nos o caminho que devemos percorrer para possuirmos a vida.
Esse caminho apontado para o jovem é direcionado também a mim e a você. O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar. A primeira delas é “guardar os mandamentos da lei de Deus, observar os mandamentos da lei divina”.
Nós nem podemos pensar nos outros passos se não vivermos o primeiro. Você se recorda dos dez mandamentos? Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar seu santo nome em vão, não matar, não roubar, não pecar contra a castidade… Enfim, aqueles mandamentos que aprendemos desde criança, mas que deixamos de observar um ou outro.
A segunda coisa é “saber repartir”. “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu” (Mt 19,21).
Às vezes, não precisa ser muito rico, pois todo mundo tem o que partilhar. Muitas vezes, são os mais pobres que partilham o pouco que têm; outros, retêm as coisas para si.
Discípulo de Jesus Cristo não pode ser acumulador de bens, discípulos de Jesus Cristo tem o dom e a graça da partilha. Nós entraremos no Reino dos Céus se soubermos observar os mandamentos de do Senhor, partilhar os bens que temos, sejam eles poucos ou muitos. Sobretudo, temos de cuidar dos pobres, dar atenção aos necessitados e não fazermos de nada um tesouro na Terra, porque nosso único tesouro está no Céu, e é ele que devemos guardar para sempre.
Não podemos nos apegar a nada que é da Terra, porque um tesouro maior, uma graça maior é reservada para nós no Céu.
Que hoje saibamos percorrer esses passos que nos conduzem para a eternidade feliz junto do Pai.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 19/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

Busquemos a vida eterna todos os dias

“Alguém se aproximou de Jesus e disse: ‘Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?’” (Mateus 19,16).

É a vida eterna que Deus nos trouxe, é a vida eterna que devemos buscar e lutar a cada dia de nossa vida. É importante dizer que vida eterna não é a vida após a morte. A vida eterna é a vida de Deus em nós.
Entramos na eternidade quando permitimos que a graça de Deus entre em nós e nós entramos na lógica e na dinâmica do Reino de Deus. O que devemos fazer para entrar nesta vida? O que devemos fazer para que a vida eterna esteja em nós e estejamos caminhando para ela?
Ora, a primeira, a essencial e a mais importante de todas as coisas é observar os mandamentos. “Se queres entrar na vida em Deus observa os mandamentos”. Muitos de nós não estamos tendo vida em Deus, porque estamos negligenciando os mandamentos divinos ou estamos tratando os mandamentos como coisa simplória, coisa de criança, de catequese.
Olhemos o mundo pagão em que nós estamos, olhemos a humanidade que diviniza a si mesma e deixa Deus de escanteio. No nosso coração, precisamos amar a Deus sobre todas as coisas. Amar a Deus mais do que o nosso celular, mais do que o nosso trabalho, amar a Deus sobre tudo aquilo que realizamos, sem nenhum fanatismo, vivendo cada coisa no seu lugar, mas sempre colocando Deus em primeiro lugar, honrando-O com o trabalho, com aquilo que fazemos e onde estamos.
Viver os mandamentos é a grande graça, pois eles precisam ser espelho para a nossa vida. Precisamos examinar a nossa consciência, os nossos atos, as nossas atitudes a partir da graça de Deus em nós e dos mandamentos que Ele nos deu.
Quando vivemos os mandamentos da Lei de Deus com toda a intensidade do nosso coração, vamos nos tornando desapegados, despojados e caminhamos em busca da perfeição, porque não basta ser bom, é preciso buscar ser muito bom, é preciso buscar a perfeição.
Acostuma-nos com a mediocridade. “Como está a vida? Mais ou menos. Como está a graça? Sempre mais ou menos”. Deus não nos quer mais ou menos. É preciso um trabalho interior para progredir na graça e na fé. Se estamos parados nos mandamentos, vamos progredir nos mandamentos. O passo definitivo para que a graça de Deus esteja em nós é o despojamento.
Veja: os mandamentos são o primeiro passo, mas o despojamento é o segundo. E despojar quer dizer ser livre das coisas e dos bens. Jesus está dando um conselho: “Para ser perfeito, vai e vende”. Aquilo que não nos desfizermos na vida, a vida vai desfazer de nós, nem que seja com a morte, porque dessa vida não levamos nada.
Só entra na eternidade quem não se apegou a nada nessa vida. Podemos até possuir os bens, mas não levamos nem uma agulha que guardamos em nossa gaveta. Ser de Deus é ser livre para amá-Lo acima de tudo e de todos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 19/08/2019

Oração Final
Pai Santo, que o nosso amor aos irmãos se manifeste em ajuda eficaz em suas dificuldades. Que sejamos cuidadosos com o próximo, generosos na partilha dos bens e talentos com que nos cumulaste, e agradecidos a Ti, Pai amado, sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez um de nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o nosso amor aos irmãos deve se manifestar na forma de ajuda eficaz em suas dificuldades. Que sejamos cuidadosos com o próximo, generosos na partilha dos bens e talentos com que nos cumulaste, e agradecidos a Ti, amado Pai, sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez um de nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2019

oRAÇÃO FINAl
Senhor Jesus, desafias o homem rico a dar um salto de qualidade, isto é, passar da mera observância dos mandamentos ao “caminho de perfeição” em vista do Reino de Deus. Livra-nos, Senhor, do apego aos bens terrenos, a fim de buscarmos a Deus e solidarizarmo-nos com os pobres. Amém.

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