segunda-feira, 16 de março de 2020

LEITURA ORANTE DO DIA - 15/03/2020



LEITURA ORANTE

Jo 4,5-42 - Deus tem sede do nosso amor



Passo a passo, a caminho com Jesus,
Estamos começando a 3ª semana da quaresma
quando, hoje,  contemplamos
que estamos vivendo um tempo de conversão.
Caminhemos passo a passo com Jesus.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo,
membro da Igreja viva.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
Em silêncio e na solidão.
Inclinamos a cabeça. Fechamos os olhos.
Respiramos suavemente, e olhamos
através da imaginação,
para dentro do nosso coração.
Repetimos, respirando:
“Senhor Jesus, tem piedade de nós".
Peçamos ainda:
Nós vos pedimos a graça de ter uma experiência mais profunda da vida do Espírito
para poder perceber as pulsações desta vida eterna no nosso próprio interior.

Agora, ouçamos o que ele, o Senhor nos diz
Neste tempo de repouso do nosso coração no de Jesus,
em silêncio,
ouvimos o que ele nos quer comunicar.

MÚSICA 1 - Põe teu coração no meu - Pe. Zezinho,scj

1. Leitura (Verdade)
- O que a Palavra diz?
O tempo quaresmal possibilita que redescubramos as profundezas de nós mesmos, as coisas ocultas no nosso interior, para melhor nos conhecermos , crescer e construir  novos modos de nos relacionar conosco mesmos, com os outros, com as criaturas e com Deus.
Este tempo revela por um lado, a realidade interna, machucada, ferida, obscurecida, e de outro, um potencial, um dinamismo, um "poco" de possibilidades, um conjunto de forças positivas. São como que dois rostos do nosso coração.
Assim, vamos ler atentamente o texto de hoje,  na minha Bíblia : Jo 4,5-42.
Chegou, pois, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da propriedade que Jacó tinha dado a seu filho José. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: "Dá-me de beber!" Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar algo para comer. A samaritana disse a Jesus: "Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?" De fato, os judeus não se relacionam com os samaritanos. Jesus respondeu: "Se conhecesses o dom de Deus e quem é aquele que te diz: 'Dá-me de beber', tu lhe pedirias, e ele te daria água viva". A mulher disse: "Senhor, não tens sequer um balde, e o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Serás maior que nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual bebeu ele mesmo, como também seus filhos e seus animais?" Jesus respondeu: "Todo o que beber desta água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna". A mulher disse então a Jesus: "Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água"... Senhor, vejo que és um profeta! Os nossos pais adoraram sobre esta montanha, mas vós dizeis que em Jerusalém está o lugar em que se deve adorar". Jesus lhe respondeu: "Mulher, acredita-me: vem a hora em que nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Estes são os adoradores que o Pai procura. Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade". A mulher disse-lhe: "Eu sei que virá o Messias (isto é, o Cristo); quando ele vier, nos fará conhecer todas as coisas". Jesus lhe disse: "Sou eu, que estou falando contigo".... Muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra da mulher que testemunhava: "Ele me disse tudo o que eu fiz". Os samaritanos foram a ele e pediram que permanecesse com eles; e ele permaneceu lá dois dias. Muitos outros ainda creram por causa da palavra dele, e até disseram à mulher: "Já não é por causa daquilo que contaste que cremos, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo".
Refletindo
Neste  encontro,  Jesus conversa com uma mulher da Samaria. Ela própria se surpreende, porque os judeus não falavam com os samaritanos, a quem tratavam com hostilidade. O maravilhoso diálogo se desenvolve num jogo de pedir e recusar para chegar ao grandioso "dom de Deus". Falam de água do poço e da água viva, falam da vida familiar, falam da salvação, de culto, até que Jesus se apresenta claramente: "O Messias sou eu que estou falando contigo". Chegaram os discípulos e a mulher foi dizer aos seus vizinhos que encontrara o Messias. Com seu testemunho e também porque escutaram o Mestre, muitos creram nele.

Musica 2: Água viva - Pe. Zezinho, scj

2. Meditação (Caminho)
- O que a Palavra diz para nós?
Como são nossos diálogos com Jesus?
Jesus é a presença que permitiu à samaritana e permite a cada um de nós acesso à água viva, no próprio interior, como uma fonte que brota incessantemente.
O encontro com Jesus fez a samaritana viver uma verdadeira "páscoa" passando de uma vida rotineira e dispersa à responsabilidade de anunciar aos outros Aquele com quem se encontrou.. A samaritana  foi conduzida à sua interioridade por meio de um processo que a fez passar da dispersão à unificação, da exterioridade à unidade, da solidão à comunhão com os outros.
Vamos agora, a partir do encontro de Jesus com a samaritana, nos abrir à nossa interioridade que pouco conhecemos, pois, nem sempre nos permitimos entrar nela e, inclusive poucas vezes temos alguma consciência de que ela existe, não é? E é a mais profunda, valiosa e autêntica expressão de nossa vida.
Nosso crescimento pessoal só é possível quando nos nutrimos da água do nosso próprio poço. Este poço é o lugar de nossos melhores recursos, dons, qualidades, potencialidades que dão sabor à nossa vida e nos transforma em pessoa para os demais.
Muitas vezes nossas sedes, desejos, sonhos não encontram canais amplos para jorrar. E então, se atrofiam, permanecendo reféns de uma triste mediocridade, matando nossa criatividade. Se não há paixão naquilo que fazemos tudo vira rotina, sem compromisso.
Meditando
Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram:
"A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (cf. Jo 10,3). É um “sim” que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: “Te seguirei por onde quer que vás” (Lc 9,57).(DAp 136).

Música 3: Água de poço - Pe. Zezinho, scj 

3. Oração (Vida)
- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Bendito sejas, Senhor Jesus,
Tu o Messias, o Salvador do mundo,
porque nos revelas a água viva da tua presença
e nos levas a adorar o Pai no Espírito e em verdade.
Bendito sejas pela água do Batismo.
Faze com que tenhamos sempre  sede de Te conhecer!

4. Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso olhar de contemplação é motivado pelo nosso viver a fundo, não perdendo a capacidade de amar. de vibrar, de buscar a água que mata a sede. 
Que Deus abençoe este meu propósito, por meio da bênção do nosso cardeal, o arcebispo Dom Sérgio da Rocha.

Bênção DO CARDEAL SÉRGIO DA ROCHA (com BG):
Senhor, nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Música 4 - Eu preciso de Deus - Pe. Zezinho, scj

Ouça, também, Rádio Nova Aliança, AM 710,  FM 103,3
Passo a passo com Jesus – 17h30

https://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

Leitura Orante
3º Domingo da QUARESMA, 15 de Março 2020


TEMOS ÁGUA, FALTA-NOS SEDE

“Todo aquele que bebe desta água terá sede de novamente.” (Jo 4,13)

Texto Bíblico: João 4,5-42

1 – O que diz o texto?

Diante da imagem do deserto, muito presente durante o tempo quaresmal, a sensação é de sede.
O deserto evoca nossa sede de água e de plenitude. Onde encontrar a água? Como saciar nossa sede?
É cada vez maior o número de restaurantes que dispõem de “cardápio de águas”. Águas dos mananciais mais puros, dos aquíferos mais profundos, das nascentes mais cristalinas... Água abundante e ao alcance daqueles que podem pagar por ela. Uma água para todas as sedes e uma sede para cada água.
No entanto, no mais profundo de nosso ser, somos habitados por uma sede que nenhuma água pode saciar: sede de sentido, de plenitude, de vida inspirada e criativa...
Bendita sede que nos mantém abertos a Deus e aos outros! As pessoas que fizeram diferença e mudaram o mundo foram aquelas profundamente sedentas. Amaram essa sede de que fala Jesus: “Se tu conhecesses o dom de Deus...” Pessoas que ativaram a sede de justiça, no deserto de uma injustiça asfixiante; pessoas que suportaram a sede de paz sob forte pressão das fábricas de armas; pessoas que viveram a fundo sua fé em uma Igreja que, com frequência, as deixava sedentas e as colocava à margem. Pessoas que se encheram de Deus porque renunciaram saciar aquela sede com qualquer água.
Precisamos de pessoas, como a samaritana, que nos deem as coordenadas d’Aquele que pode despertar nossa sede, antes de nos dar água.
Jesus, junto ao poço de Jacó, é a viva imagem de um “Deus sedento”, que ama a humanidade até morrer de sede por ela, e que uma esponja molhada em vinagre não conseguirá apagá-la.
Junto ao poço, nossa pequena sede e a sede de Deus se encontram. Sua sede de justiça confrontada com nossa sede de harmonia; sua sede de misericórdia confrontada com nossa sede de reconhecimento; sua sede de compaixão confrontada com nossa sede de segurança. Não para diminuir nossa sede, mas para ampliá-la; não para menosprezá-la, mas para dignificá-la.
A vida, carregada de obrigações, compromissos, preocupações, rotinas..., onde investimos tanta atenção e energia, pode maquiar ou bloquear as sensações profundas, fazendo-nos perder o contato com nossa sede original e criando um deserto existencial.
Jesus assume nosso deserto; acolhe-o, fazendo-se presente em seus recantos de dúvida, de medo, de solidão. “Dá-me de beber”, ressoará no nosso eu mais profundo. E poderíamos lhe dizer: com a sede que temos nos pedes que sacie a tua sede? A resposta não se faz esperar: é Deus quem tem sede de nós, é Jesus que nos convida a partilhar de nossa água com Ele.

2 – O que o texto diz para mim?

Jesus cansado e sedento, sentado à beira do poço; uma mulher com sede que acode com seu balde para tirar água. Dois sedentos e com a água no poço.  Sedentos os dois de água, mas, possivelmente, os dois também sedentos de algo mais que água. Jesus sedento quer encher de água viva aquele coração cheio de “maridos”; uma mulher sedenta de algo mais que pudesse apagar a sede que seus maridos não conseguiam.
A samaritana chega ao poço, alheia ao que ali lhe esperava e que, na trivialidade de sua vida cotidiana, tudo se fazia previsível: vai somente buscar água com o cântaro vazio para retornar à sua casa com ele bem cheio. Não há mais expectativas, nem outros planos, nem mais desejos.
Mas o imprevisível está esperando por ela, na pessoa daquele Galileu sentado na beira do poço, que inicia uma conversação sobre coisas banais, talvez para não assustá-la: falam de água e de sede, de poços e de velhas desavenças entre povos vizinhos, coisas de todos os dias.
Jesus começa como o frágil sedento que se atreve a pedir água. A mulher, muito segura de si, sente-se dona do poço, da água e do balde. Subitamente, irrompe a linguagem das “coisas do alto”: o dom, uma água que se converte em manancial vivo, a promessa de uma sede saciada para sempre, um Deus que me busca, fora dos espaços estreitos de templos e santuários.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

A samaritana se defende e procura manter a conversa em um nível de trivial superficialidade, fugindo da irrupção do “novo” em sua vida. Mas, no final da cena, o cântaro que era símbolo da pequena capacidade que está disposta a oferecer, permanece esquecido junto ao poço, já inútil à hora de conter uma água viva.
E os dois, Jesus e a mulher, terminam esquecendo-se da sede, da água, do poço e do balde. Duas vidas que se encontram e se comprometem: Jesus, que vai abrindo caminho para chegar ao profundo daquele coração feminino; a mulher que resiste, mas, aos poucos, se abre às palavras daquele homem imprevisível; Jesus, que vai desvelando a mulher por dentro, fazendo emergir seus profundos vazios; a mulher que começa a sentir o borbulhar do manancial em seu coração, encontrando-se com a verdade de si mesma; Jesus que vai se esquecendo do poço de Jacó e vai abrindo uma nova fonte naquele coração de mulher; a mulher que se esquece da água e do cântaro e regressa ao seu povoado gritando o que seu coração encontrara.
O encontro com a mulher samaritana é um belo ícone para descobrir o Mestre da Galiléia que, como um grande mistagogo, vai conduzindo-a ao centro de si mesmo, à profundidade de seu mistério pessoal e à consciência de ser uma “mulher habitada”.
“Descer” ao fundo do poço é a oportunidade para descobrir regiões novas e novos horizontes, para conhecer o reino interior, para encontrar a riqueza profunda e assim experimentar a transformação.
O caminho para uma nova qualidade de vida passa pela descida ao mais profundo do meu próprio poço.
Isso requer coragem para passar por todas as regiões sombrias e chegar ao fundo. Mas essa descida me possibilita descobrir um mundo diferente que não conhecia, ou que havia perdido.
Lá no fundo, encontra-se um bem precioso que posso levar comigo, que me ajuda em meu caminho e que me faz totalmente íntegra e sã.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, a Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema “Vida, dom e missão”, me motiva a despertar as potencialidades de vida que ainda permanecem adormecidas. É preciso “descer” até às profundezas para descobrir uma nova riqueza que plenificará minha vida; é “descendo” que poderei revitalizar a vida que se tornara vazia e ressequida. É preciso despertar, escavar, avançar em direção ao “manancial” e saber que este não é minha propriedade; ele me é oferecido. Não basta falar de “água viva”, é também necessário “escavar” meu “chão interior”, desbloquear e ampliar o espaço do coração para que o manancial ali presente encontre chance de emergir e dar um novo sabor à minha vida.
A vida sempre está oculta nas profundezas. A pessoa superficial são aquelas que se confundem com suas ideias, seus apegos, suas falsas seguranças... A pessoa do “eu profundo” é aquela que vive a partir da raiz, da fonte mesma da vida, e deixa vir à tona todas as suas riquezas, dons, capacidades...
O percurso quaresmal “desvela” meu “eu profundo”, o lugar onde habitam os aspectos benéficos da minha personalidade, as boas tendências, as qualidades positivas, os dons naturais, as riquezas do ser, as beatitudes originais, as aspirações de grande fôlego, as ideias força, os dinamismos da vida..., que formam o eixo de minha existência, o melhor de mim mesma, o fundamento de minha verdadeira identidade.
“tesouro do ser” (certezas, intuições, projetos, valores...), ainda que pareça esquecido, permanece armazenado em sua mensagem essencial, e pode se tornar a força que orienta toda a vida, a sabedoria da própria vida, um lugar de fecundidade, de criatividade, fonte de renovação...

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Para eu realizar e desenvolver toda a minha potencialidade, buscar, na oração, cavar mais profundamente, até atingir as raízes de meu ser, o núcleo original de minha personalidade.
- Diante da presença de Deus, estar aberta ao contato com a minha própria realidade interior, para que venha à superfície aquilo que sustenta e dignifica o meu viver.
- Dirigir o meu olhar para o mais íntimo de mim mesma, onde nascem sentimentos e valores, decisões e gestos..., onde eu sou convidada a me alegrar com os rastros da Graça.
- Deixar-me conduzir pela “sede” de Deus que está enraizada em meu coração.

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: João 4,5-42
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Tenho sede
Autor: Irmã Míria Terezinha Kolling
Int: Chorus Mutantis
Participação: Adélia Issa
CD: Serei o amor - Santa Teresinha do menino Jesus
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 04:43

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