domingo, 18 de agosto de 2019

LEITURA ORANTE DO DIA - 18/08/2019



LEITURA ORANTE

A Assunção de Maria - Lc 1,39-56 - O cântico



Saudação
- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos,
pela grande rede da internet,
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
"Nós acreditamos que a Leitura Orante da Palavra é capaz de iluminar as buscas de todo ser humano e é a partir da Sagrada Escritura que nós podemos melhor compreender o que significa fazer a vontade de Deus. É a partir da Palavra que nós encontramos orientações seguras para as iniciativas da comunidade de fé”, afirmou o papa Francisco

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente,   o texto:
Lc 1,39-56, e observamos pessoas, palavras, relações, lugares.
39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46 Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47 e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49 porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo 50 e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51 Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52 Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53 Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. 54 Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55 conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”. 56 Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. .
Refletindo
No episódio da Visitação, Maria e Isabel viveram uma experiência inédita de si mesmas, quando uma se abriu para a experiência da outra, para a habitação de Deus na outra.
No momento, elas conseguiram assumir em si a outra pessoa, ou outro projeto de Deus. O sentido último, o sentido teologal da solidariedade, é esta capacidade de hospedar dentro de si uma outra pessoa – qualquer que ela seja -, e no episódio da Visitação tivemos a dilatação máxima do significado da solidariedade, porque as duas mulheres que foram protagonistas da cena estavam grávidas de filhos que, do ponto de vista das possibilidades humanas, eram filhos do impossível. Elas se visitaram enquanto mães. Elas se reconheceram enquanto pessoas amadas e chamadas por Deus. Elas vibraram de alegria e se abençoaram enquanto foram capazes de escutar uma outra voz, capazes de agradecer, e de rezar.
Solidariedade não significa apenas experimentar em si sentimentos positivos genéricos, ou um bem intencionado fazer algo por alguém. Não podemos reduzir o conceito a fatos exteriores, operativos, pois a solidariedade é algo que nasce da escuta interior, e cuja finalidade última é o descobrir-se em Deus, sentir-se na sua presença, sentir-se inserido no seu projeto. Não seria impossível nem impróprio dizer que o último degrau da solidariedade é a oração: não tanto enquanto um ato específico, mas como um estado habitual.
A solidariedade é uma resposta ao chamado de Deus e, de qualquer maneira que ela seja vivida, constitui sempre uma forma ativa de compromisso, é um serviço recíproco. No episódio da Visitação é difícil dizer qual das duas mulheres precisava da outra, qual delas auxiliava e servia a outra. Nós estamos acostumados a dizer que Maria foi ao encontro de Isabel para servi-la: isso por força do hábito, e que empreendeu uma viagem para ver a outra. Mas as dinâmicas desse episódio não são assim tão simples. A obrigação que motivou a visita de Maria a Isabel, segundo nos informou Lucas, não era uma obrigação de caráter material, de serviços práticos, desses auxílios caseiros que Isabel poderia receber sem problema algum por outras vias. Era uma necessidade que elas tinham de se confrontar na fé.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Convida-me a ser uma pessoa solidária.
Meditando
Recordamos as palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: “Agora, desde Aparecida, Maria convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo.” (DAp 265).

3. Oração (Vida)
O que o texto nos leva a dizer a Deus?
Rezamos o Salmo 44

À vossa direita se encontra a rainha,
com veste esplendente de ouro de Ofir.

10 As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa direita se encontra a rainha
com veste esplendente de ouro de Ofir.

11 Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
"Esquecei vosso povo e a casa paterna!
12 Que o Rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!

16 Entre cantos de festa e com grande alegria,
ingressam, então, no palácio real".

Canto a canção vocacional:
Mais, mais, mais
Cantores de Deus
CD Iguais

O Senhor me escolheu
E me mandou profetizar
Não gritou nos meus ouvidos
Não mandou nenhum bilhete
Nem telefonou
Não pôs carta no correio
Não mandou nenhum e-mail
Nem telegrafou
Não me disse por um anjo
Não mandou nenhum arcanjo
Não me apareceu
Não bateu na minha porta
Não entrou pela janela
Mas me escolheu

Deus me elegeu
Deus me convidou
Deus me convocou
Como é que eu sei que me chamou
Se não me disse nem falou
E nem sequer apareceu?

Vi que Deus chamava com
Os olhos do meu coração
Ouvi meu Deus falar pelos
Ouvidos do meu coração
Senti que Deus chamava
Quando eu vi a dor do povo
Senti que Deus falava
Quando ouvi a minha igreja
E o coração querendo

Mais, mais, mais, mais,mais
Meu coração querendo a paz.
Meu coração querendo a paz.
Querendo a Paz.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus e o coração de Maria, reconhecendo as graças que Ele nos concede a cada instante.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

ir. Patricia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
https://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

Leitura Orante
Solenidade da ASSUNÇÃO DE MARIA, 18 de AGOSTO de 2019

Assunção: vida plena antecipada

“Naqueles dias, Maria partiu sem demora
para uma cidade na região montanhosa de Judá.” (Lc 1,39)

Texto Bíblico: Lucas 1,39-56

1 – O que diz o texto?

O mistério da Assunção desperta imagens de movimento, de atração para cima, de impulso ascensional; nosso olhar é atraído para a altura e vemos a Maria elevada para a plenitude que chamamos “céu”.
Ao falar da Assunção nos referimos ao cume do processo vital de Maria, o resultado final da obra que Deus realizou naquela que não colocou nenhuma resistência à sua ação: “Faça-se em mim...”.
A proclamação do dogma da Assunção foi uma maneira de revelar que a salvação de Maria foi absoluta e total, ou seja, que alcançou sua plenitude. Essa plenitude só pode consistir em uma unificação e identificação absoluta com Deus. Maria foi “aspirada” para “dentro” de Deus.
Ela terminou o ciclo de seu processo de maturação terrena e chegou à sua plenitude, através do processo interno de identificação com Deus. Mas, ao “ser assunta ao céu”, Maria não se afastou de sua condição de mulher do povo, pobre e despojada.
Nessa identificação com Deus não cabe mais nada. Chegou ao limite de suas possibilidades. Porque “assumiu” Deus em sua vida, Maria foi “assumida” totalmente por Deus; ela deixou Deus ser grande na sua vida; por isso, Deus a engrandeceu plenamente.
Sabemos que, para chegar à Assunção, Maria viveu um longo caminho de descentramento, de “saída de si”, de esvaziamento, para que Deus “realizasse maravilhas nela”. Maria foi “assunta ao céu” porque “desceu” em direção aos outros, revelando-se como a “mulher do serviço solidário”.
O evangelho deste domingo nos apresenta Maria “caminhando depressa”, desde Nazaré da Galileia até às montanhas da Judeia, para chegar à casa de sua prima Isabel; naquela primeira “meta” de sua corrida, recebeu dos lábios de Isabel a primeira bem-aventurança: “Feliz és tu que acreditaste...” Esta expressão foi a antecipação da felicitação que Maria vai receber no final definitivo de sua trajetória. Toda a vida de Maria consistiu em dirigir-se apaixonadamente para essa meta definitiva, profundamente associada à vida e missão do seu próprio Filho.

2 – O que o texto diz para mim?

“Maria, a mãe que cuidou de Jesus, agora cuida com carinho e preocupação materna deste mundo ferido. Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, assim também agora Se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano. Ela vive, com Jesus, completamente transfigurada, e todas as criaturas cantam a sua beleza. É a Mulher «vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça» (Ap12, 1). Elevada ao céu, é Mãe e Rainha de toda a criação. No seu corpo glorificado, juntamente com Cristo ressuscitado, parte da criação alcançou toda a plenitude da sua beleza. Maria não só conserva no seu coração toda a vida de Jesus, que «guardava» cuidadosamente (cf.Lc2, 51), mas agora compreende também o sentido de todas as coisas. Por isso, posso pedir-Lhe que me ajude a contemplar este mundo com um olhar mais sapiente”(Laudato sii 241)
Estas palavras do Papa Francisco me situam frente ao mistério da Assunção da Virgem Maria aos céus. Maria revela, à Igreja e à humanidade, o final da vida do ser humano, o sentido da peregrinação desta vida, os motivos de esperança. Em um mundo que bloqueia cada dia mais o horizonte de sua transcendência, em um mundo onde cada dia se faz mais asfixiante o clima do sem sentido e a falta de esperança, em um mundo onde cada dia tem mais motivos para o pessimismo..., este mistério da Assunção de Maria me abre a uma dimensão mais profunda da vida, ou seja, me capacita a perceber um novo sentido sobre a minha peregrinação terrestre. Trata-se de um convite a uma certeza e a uma visão mais otimista sobre a humanidade e seu futuro.
Este Mistério me recorda que o verdadeiro ser humano ainda não está em casa. Está todo o caminho. A luz do mais além ilumina minha atualidade; a certeza de futuro dá sentido e consistência ao presente.
Esta plenitude à qual chegou Maria, me abre a esperança de seguir seus passos. E os passos de Maria são os passos da Visitação, daquela que faz de sua vida um serviço por pura gratuidade.
O texto de Lucas sobre a Visitação está carregado de símbolos. A primeira palavra em grego é “anastasa”, que significa “levantar-se”, “surgir”, e que na tradução oficial passou por alto. É o verbo que o mesmo Lucas emprega para indicar a ressurreição. Significa que Maria ressuscita a uma nova vida, e sobe à “montanha”, o espaço do divino. Maria foi “assunta” porque “subiu” em direção ao serviço.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

A visita de Maria à sua prima simboliza a visita de Deus a Israel. A subida da Galileia à Judeia me está adiantando a trajetória da vida pública de Jesus. O “Emanuel” se manifesta no sinal mais simples, uma visita. Tudo acontece fora da esfera da religião oficial. A partir de agora, devo encontrar a Deus no cotidiano das casas, onde se desenvolve a vida. Jesus, já desde o ventre de sua mãe, começa sua missão de levar aos outros a salvação e a alegria.
Eu sei que quando os seres humanos se encontram, acontece uma mudança, uma transformação. Lucas me recorda isso tantas vezes em seu Evangelho, sobretudo no relato do ícone da Visitação.
Maria se faz caminho para visitar a sua prima Isabel e revelar o verdadeiro sentido do encontro.
O encontro muda minha vida. Além disso, um encontro não vem sozinho: tem o efeito cascata, pois me move a fazer o estupendo percurso que me leva do “eu” ao “tu” esvaziando-me de toda auto-referencialidade, que é o real impedimento do autêntico do encontro; assim, chegamos ao fecundo “nós”, criando uma rede de solidariedade.
Em todo encontro revelo minha verdadeira identidade; nele, me reconhece diferente, e a diversidade me enriquece. Isso ocorre sobretudo, quando do encontro passo à convivência, à companhia, à colaboração e à corresponsabilidade.
A “cultura do encontro” é minha maneira de ser e fazer Igreja, de construir a comunhão, de visibilizar a caridade, de exercer a misericórdia.
Trata-se de caminhar para um novo paradigma, que me leve da acolhida ao encontro, do encontro ao cuidado. Esta nova sensibilidade me abre à acolhida da vida descartada, excluída, enferma e muitas vezes fracassada, para serem lugar e espaço de humanização.

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Nos encontros, a vida de cada pessoa é ativada, enriquecida, potencializada. Quem se experimenta a si mesmo como “vida” é já uma pessoa “assunta ao céu”. A Vida definitiva já está “pairando” sobre minha vida. Por isso, Assunção é vida plena antecipada, é um contínuo renascer, uma nova criação.
Senhor, vivo já a Assunção quando não me deixo  determinar por uma vida estreita e atrofiada, presa pelos apegos... Sou “assunta” quando sonho, busco e ativo todos os dinamismos humanos de crescimento e de expansão em direção aos outros. Eu me “elevo” quando “desço” em direção à humanidade ferida e excluída. O “subir” até Deus passa pelo “descer” até às profundezas da realidade pessoal e social, sendo presença servidora.
“Viver a assunção” implica esvaziar-me do “ego”, para deixar transparecer o que há de mais divino em mim. Não há maior glorificação. Este esvaziamento não implica a minha anulação enquanto “pessoa”, mas minha potenciação. Na medida em que os aspectos que a limitam diminuem, aumenta o que há de plenitude.
Com razão, viu Santo Inácio no “sair do próprio amor, querer e interesse” o termômetro de toda vida espiritual, a chave de toda existência que queira deixar transparecer o ser e o agir de Deus em mim.
O “sair do próprio amor” significa que o centro da vida seja ocupado não pelo ego com suas velhas pulsões de cobiça, honra vã e soberba, mas por Deus. Significa que, a partir desse lugar de adoração e de encontro, meu eu se abra às preferências de Deus, deixando “Deus ser Deus” em minha interioridade.
Assim, na minha peregrinação, já tenho o privilégio de “saborear” antecipadamente o dom da Assunção.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Contra uma concepção cada vez mais “econômica” do mundo, contra o triunfo do possuir, do ter, do prestígio, o Magnificat exalta a alegria do partilhar, do perder para encontrar, do acolher, do admirar, da felicidade da gratuidade, da contemplação, da doação..
O ser humano, e todo o seu ser, transforma-se então em louvor a Deus. Nenhum outro texto me revela de maneira tão densa e tão profunda a vida interior de Maria, os pensamentos e os sentimentos que invadem sua alma, a consciência de sua missão, sua fé e sua esperança, sua experiência de Deus, enfim.
Rezar as “marcas salvífica” de Deus na minha história pessoal; quê maravilha o Senhor tem feito em minha vida?

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Lucas 1,39-56
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Cântico de Maria – fx 01
Autor: Pe. Ney Brasil
Intérpretes: Rita Kfouri - Débora Reis - Ricardo Moreno - Marcelo Mattos
CD: Com Maria mãe de Jesus – Pe. Ney Brasil
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 03:20

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