quinta-feira, 18 de julho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/07/2019

ANO C


Mt 12,1-8

Comentário do Evangelho

O sábado é dom de Deus

Com poucas variantes, este relato se encontra também nos outros dois sinóticos (Mc 2,23-28; Lc 6,1-5). Trata-se de uma controvérsia acerca do descanso sabático: “… os teus discípulos fazem o que não é permitido fazer em dia de sábado!” (v. 2). Os fariseus são, aqui, os adversários.
Mas o que é permitido fazer em dia de sábado? A cena se passa numa plantação de trigo. Segundo podemos compreender da objeção dos fariseus, em dia de sábado era proibido arrancar as espigas. Jesus responde recorrendo, em primeiro lugar, à história de Davi (1Sm 21,1-10). A fome e a necessidade de manterem em boas condições a vida justificam a atitude de Davi.
Este fato da história de Davi é um exemplo que justifica e ilustra a defesa que Jesus faz de seus discípulos. Jesus interpreta corretamente à Torá, pois ela é dada ao povo de Deus para proteger o dom da vida e da liberdade. O sábado é dom de Deus (cf. Ex 16,29) para recordar a escravidão do Egito e a libertação do povo por Deus (cf. Dt 5,15). Exatamente por isso, no sábado é permitido fazer o bem e salvar uma vida.
Jesus é mais que o Templo, pois nele Deus habita plenamente. Citando Os 6,6, Jesus põe a misericórdia, que supera todo sacrifício, como princípio da ação (ver: Is 58,3-8). O sábado é tempo privilegiado de manifestação do poder salvador do Filho do Homem, poder de dar vida, de fazer viver.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me misericordioso no trato com o meu semelhante, e livra-me de toda tendência ao legalismo sem piedade, que se coloca a serviço da morte.
Fonte: Paulinas em 19/07/2013

Vivendo a Palavra

Nada mais natural e espontâneo para um grupo que caminha feliz por um campo de trigo na manhã de sábado do que colher algumas espigas para serem degustadas. Mas os fariseus não pensavam assim: eles seguiam a religião da letra da lei e viam pecado em tudo. Como é a nossa Igreja? Buscamos o sacrifício ou a misericórdia?
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2013

VIVENDO A PALAVRa

Nada seria mais natural e espontâneo para um grupo que caminha feliz pelos campos de trigo em uma manhã ensolarada de sábado, do que colher algumas espigas para serem degustadas. Mas os fariseus não pensavam assim: eles seguiam a religião da letra da Lei, que via pecado em tudo. Como é a nossa Igreja? Buscamos o sacrifício ou a misericórdia?

Reflexão

Existem pessoas que acham que é difícil seguir Jesus por causa da radicalidade das exigências evangélicas, no entanto, essas mesmas pessoas ficam criando uma série de dificuldades a partir de um legalismo ritual, moral e religioso que acabam por fazer do seguimento de Jesus uma causa de sofrimento e de dor e não uma causa de alegria e felicidade de quem descobre os valores que o conduz para a vida eterna. Muitos cristãos vivem colocando proibições e ficam contentes quando podem falar "não" a alguém. De fato, essas pessoas não entenderam o Evangelho de hoje, muito menos o amor que Deus tem para com seus filhos e filhas.
Fonte: CNBB em 19/07/2013

Reflexão

Na época de Jesus, o sábado era instituição religiosa válida, que o próprio Jesus sempre respeitou e praticou. A mesma atitude ele adotou em relação a outras instituições da religião judaica. Mas às vezes ele as colocava em questão. O que Jesus questionava não era a instituição religiosa em si, mas a escala de valores daqueles que tornavam absoluto o que era relativo e esqueciam o que era mais importante. Jesus argumenta que certas urgências e necessidades do ser humano têm preferência sobre a Lei. O centro é a pessoa. As leis foram criadas para favorecê-la e ajudá-la a viver dignamente. Se não cumpre tal objetivo, de que vale tal lei? O verdadeiro culto agradável a Deus se expressa mediante obras de misericórdia: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Dar de comer é obra de misericórdia.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditação

O que o domingo significa para mim? - Como transcorro o “dia do Senhor?” - Coloco as coisas de Deus em primeiro lugar? - Viver a religião é para mim um peso ou algo que me realiza como pessoa humana? - Trato a todos com bondade e misericórdia?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 19/07/2013

Meditando o evangelho

O IMPERATIVO DA VIDA

Jesus foi firme ao rebater as críticas dos fariseus quando viram os discípulos colhendo espigas de trigo e comendo-as, em dia de sábado. Para os fariseus, este fato configurava-se como um aberto desrespeito à Lei. E, pior ainda, praticado com a anuência do Mestre Jesus. Algo de errado estava acontecendo: alguém, pensando ensinar em nome de Deus, mostrava-se incapaz de respeitar uma Lei dada pelo mesmo Deus. Daí podia-se concluir, sem perigo de errar, que Jesus não vinha da parte de Deus.
Entretanto, este desrespeito à Lei de Deus era só aparente. Jesus estava em perfeita comunhão com Deus ao concordar que, quem estivesse com fome, podia encontrar um meio de saciá-la, mesmo atropelando uma Lei religiosa. O imperativo da vida estava perfeitamente de acordo com a vontade de Deus. Errado seria obrigar os discípulos do Mestre a desfalecer pelo caminho, embora tivessem alimento à mão, só porque a colheita estava no rol das atividades proibidas em dia de sábado.
O gesto de Jesus teve um antecedente no Antigo Testamento, na pessoa de Davi. Fugindo da perseguição de Saul, chegara faminto a um santuário, cujo sacerdote, na falta de outro pão, ofereceu ao fugitivo o pão consagrado, que só aos sacerdotes era permitido comer. Gesto sensato, pois o pão consagrado destinava-se a garantir a vida de um ser humano. Portanto, a atitude do sacerdote foi plenamente agradável a Deus. O mesmo aconteceu com Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de flexibilidade, que eu não seja contaminado pela subserviência à Lei, sabendo que, para Deus, o imperativo da vida é mais importante.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A SUPREMACIA DA MISERICÓRDIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Deixando de lado o legalismo farisaico, Jesus guiava-se pelo princípio da misericórdia, no trato com os seus discípulos. Esta opção prática levava-o a relativizar as exigências da Lei, sempre que estivesse em jogo a sobrevivência do ser humano, quando se tratava de garantir a vida.
O episódio relatado pelo Evangelho revela o entrechoque de posições. Por um lado, os fariseus expressam seu desacordo ao verem os discípulos de Jesus fazerem, em dia de sábado, o que não era permitido – colher espigas. Este gesto era interpretado como um trabalho agrícola. Por outro lado, Jesus aprova a iniciativa dos discípulos, por saber que comiam as espigas para matar a fome.
A atitude de Jesus encontrava um precedente no Antigo Testamento. Quando Davi, fugindo da perseguição de Saul, chegou ao santuário de um lugarejo, o sacerdote não hesitou em dar a ele e a seus companheiros os pães consagrados que, por Lei, só ao sacerdote cabia consumir. Tendo diante de si um bando de fugitivos famintos, o sacerdote teve a sensatez de colocar a Lei em segundo plano.
A piedade orgulhosa dos fariseus, sempre pronta a condenar quem não se submetesse a seus ditames, devia dar lugar a uma visão humanitária da religião. Afinal, as leis existem em função da vida. Seria contraditório que, por causa delas, alguém viesse a morrer.
Oração
Pai, faze-me misericordioso no trato com o meu semelhante, e livra-me de toda tendência ao legalismo sem piedade, que se coloca a serviço da morte.
Fonte: NPD Brasil em 19/07/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Os policiais da comunidade...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A exemplo dos moralistas de plantão, os Fariseus eram naquele tempo, aquilo que poderia ser chamado hoje de “policiais da comunidade”, só de olho no que os outros fazem para poder acusa-los perante a autoridade. Claro que a Policia Militar faz esse trabalho, e os bons policiais o fazem com todo zelo, e se perceber uma atitude suspeita de alguém, imediatamente irá abordá-lo, pois faz parte do seu trabalho.
Os moralistas também agem dessa forma, seguem á risca a lei e julgam-se no direito de fiscalizar as demais pessoas, para que também o façam e não admitem que alguém venha a violar algum preceito da lei. Pessoas assim tornam-se insuportáveis para os outros, porque são como uma engrenagem sem lubrificante; são secas, rigorosas, até que um dia a “casa cai”, quando os outros descobrem que esse grupo só enganava, porque lhes faltava o essencial: o amor e a misericórdia na relação com os demais.
Esse grupo de Fariseus parece que tiravam o dia para “fiscalizar” as pessoas suspeitas, principalmente Jesus e seus discípulos e neste evangelho, em um dia de sábado o flagram colhendo espigas para comerem, pois no meio da caminhada sentiram fome. Querendo mostrar a Jesus o Santo caminho da Lei de Moisés (quanta pretensão) acusam os discípulos de estarem fazendo algo que é proibido em dia de sábado: trabalhar!
Jesus toma então alguém importante da História de Israel, o grande Rei Davi, de cuja estirpe viria o Messias, e mostra-lhes que o próprio Davi infligiu aquela lei, quando junto com seus companheiros entrou no templo e comeu dos pães sagrados, exclusivos dos sacerdotes. O ensinamento de Jesus é exatamente esse: que acima de qualquer lei está a Lei do Amor e da preservação da Vida, e toda lei autêntica deve ter ao centro a Vida do Homem. Jesus não revoga a Lei de Moisés, mas lembra do que está no centro dela, e que os Fariseus há muito tinham esquecido. Não se coloque nenhuma Lei ou norma acima do amor e da misericórdia para com as pessoas.
Os membros dos nossos Conselhos Pastorais, bem como os Coordenadores e Cooperadores, devem estar atentos e muito abertos á Palavra de Deus, para que não se corrompam com o velho Farisaísmo que tanto Jesus condenou.

2. Quero misericórdia!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No Evangelho de Mateus, Jesus é o Senhor do sábado por ser Deus. Para Marcos, basta ser homem para ser senhor do sábado, pois o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado. O sábado, o dia do descanso do Senhor, quando foram concluídas todas as obras da criação, era o sétimo dia. Com ele, fechava-se o ciclo do tempo de uma semana, a primeira da criação. Passado o sábado, no oitavo dia, o primeiro da nova semana, Deus pode ver toda a sua obra. Na Bíblia hebraica, esse dia não é chamado de primeiro, mas de dia Um, assim como Deus é Um. Ele rompe o ciclo fechado do tempo da semana, que se repete ininterruptamente. É o oitavo dia, que abre o tempo para a eternidade. O ser humano, preso na semana de sete dias, é libertado na imensidão da eternidade. Libertos de toda e qualquer dominação do tempo e do espaço, passamos do sétimo dia para o oitavo, o Dia do Senhor.

HOMILIA DIÁRIA

Não permita que seu coração seja endurecido

Não deixe seu coração endurecer pela incredulidade. Mesmo que a sua fé seja provada, não afaste o seu coração do Senhor

“Moisés e Aarão realizaram muitos prodígios diante do Faraó; mas o Senhor endureceu o coração do Faraó, e ele não deixou que os filhos de Israel saíssem da sua terra” (Ex 11, 10)

Nós estamos acompanhando a história da salvação através da leitura do livro do Êxodo. Moisés, escolhido para libertar o povo de Deus, com seu auxiliar Arão, vai diante do faraó para ser porta-voz do Senhor.
Ele diz que o Deus de Israel, deseja tirar o seu povo da escravidão do Egito. Mas é óbvio que o faraó não dará ouvido a Moisés e irá endurecer seu coração, obrigando o profeta a realizar muitos prodígios diante do próprio faraó.
A Palavra diz que Deus endureceu o coração do faraó. Isso acontece porque, diante dos milagres que Deus realizava, por meio de Moisés, o faraó se sentia desmoralizado e refém do poder do Senhor.
O fato é que cada vez parecia mais difícil a libertação do povo, pois o governante do Egito estava cada vez mais irredutível. E aos olhos humanos não havia esperança.
Quantas vezes as pessoas veem as obras do Senhor, mas fecham o coração para não reconhecê-las. Por causa disso, sofrem até entender que está diante da vontade do Senhor; assim foi com o faraó, quando perdeu seu primogênito.
Não deixe seu coração se endurecer pela incredulidade. Mesmo que a sua fé seja provada, não se afaste do Senhor. Pelo contrário, abra seu coração para a graça de Deus e você poderá contemplar as Suas maravilhas.
Que Deus hoje lhe conceda um dia abençoado!
Fonte: Canção Nova em 19/07/2013

Oração Final
Pai Santo, nós te damos graças pela liberdade que nos foi outorgada por Jesus. Que nós sejamos rigorosos no cumprimento de tua Lei, mas que saibamos distinguir entre o seu espírito, que dá vida, e a sua letra, que mata. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/07/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós te damos graças pela liberdade que nos foi outorgada por Jesus. Que nós sejamos rigorosos no cumprimento de tua Lei, mas que saibamos distinguir entre o seu Espírito, que dá vida, e a sua letra, que mata. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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