quarta-feira, 20 de março de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/03/2019

ANO C


Lc 16,19-31

Comentário do Evangelho

A parábola do rico e Lázaro

O rico compreende que é a obediência à Lei o meio de entrar no Reino de Deus, por isso ele pede que Lázaro seja enviado aos irmãos dele para alertá-los. Mas Abraão insiste que eles já têm os meios: Moisés e os Profetas, isto é, a Escritura. Se eles rejeitam esse meio, rejeitarão também Lázaro ressuscitado dos mortos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que nada neste mundo me impeça de ver o sofrimento de meu próximo e fazer-me solidário com ele.
Fonte: Paulinas em 28/02/2013

Vivendo a Palavra

O Evangelho nos anima a transformar em vida tudo o que sabemos da Lei do Senhor. Somente uma existência – relacionamento com nós mesmos, com os outros, com a natureza e com o Senhor – coerente com os princípios da sobriedade, da fraternidade, do cuidado e do amor filial nos levarão ao Reino do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

O caminho para o céu não é outro senão este nosso pobre e pequeno planeta azul… Jesus não ameaça o rico com o inferno. Ele quer mostrar a todos que o Reino está aberto para os que cumprem a vontade do Pai, expressa nas Escrituras Sagradas que, naquele tempo, era referida como ‘a Lei e os Profetas’. Vale para nós, hoje: não devemos apenas guardar a Palavra de Deus no coração; precisamos vivê-la com os irmãos e para os irmãos.

Reflexão

O tempo santo da quaresma é tempo de conversão. Quando falamos de conversão, precisamos pensar antes de tudo nas suas motivações, pois delas depende a sua perseverança. O Evangelho de hoje nos mostra um dos principais elementos que devemos levar em consideração no que diz respeito à motivação para a conversão que é a questão dos valores. Para o homem rico, os valores fundamentais eram a quantidade de bens materiais e os prazeres do mundo. De nada lhe adiantaram Moisés e os Profetas porque, como não havia comunhão de valores, estes se tornaram discursos vazios e a religião foi reduzida a ritualismos. Nesta quaresma, precisamos assumir como próprios de todos nós os valores do Evangelho para que de fato nos convertamos.
Fonte: CNBB em 28/02/2013

Reflexão

Lucas compõe um drama para mostrar que os ricos cavam para si um abismo que os separa da Vida. O homem rico é debochado: entrega-se aos prazeres da comida e do luxo, além de desprezar o mendigo, deitado à porta de sua casa. O pobre tem identidade, seu nome é Lázaro, e espera saciar a fome com as sobras do ricaço. É da natureza do rico avarento enxergar só a si mesmo: fecha-se no próprio orgulho e ignora a humilhação e sofrimento alheios; falta-lhe a decisão de ser solidário e fraterno com quem passa necessidade. Final do drama: cada pessoa presta conta dos seus atos. O pobre, que viveu em total despojamento à semelhança de Cristo, passa da morte à glória. O rico, que viveu de modo egoísta e desprezou os demais filhos de Deus, vai ao encontro de uma vida de tormentos.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O EGOÍSMO PUNIDO

A visão estreita da pessoa egoísta não lhe permite ir muito além do limitado círculo de seus interesses. Vive fechada em seu pequeno mundo, cultivando seus projetos mesquinhos. O sofrimento e as necessidades dos outros são, para ela, coisa sem nenhuma importância. O "outro" não existe!
A desventura dos egoístas consiste em não perceber que estão construindo sua própria condenação. Recusar-se a viver em comunhão com o próximo revela uma recusa mais fundamental: a de viver em comunhão com Deus. Idolatrando os bens deste mundo, acreditam ser supérflua a presença de Deus em suas vidas. Na raiz da incapacidade de fazer-se servidor, numa atitude de generosidade e desprendimento, está a perigosa pretensão de ocupar o lugar reservado unicamente a Deus. Sua auto-suficiência leva-os a prescindir do Criador, e a recusar-se a recorrer a ele. Em suma, fecham as portas para a sua salvação.
Engana-se quem conta com uma segunda possibilidade de alcançar a salvação. Quando o rico da parábola, naquele lugar de tormento dá-se conta de sua insensatez, pretende que Deus mande alguém para advertir seus cinco irmãos, a fim de que não tenham sorte semelhante. Seu pedido, porém, não é aceito.
A história humana está repleta de apelos ao amor e ao serviço. Basta um pouco de atenção e disponibilidade para escolhermos este caminho exigente. Caso contrário, só nos restará um castigo inadiável.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de inteligência, dá-me a graça de compreender que o caminho da salvação passa pelo amor desinteressado ao próximo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ser! Mais importante que Ter!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não se pode ler esse evangelho sob a ótica de alguma ideologia humana, pois se corre o risco de interpretar que os ricos vão para o inferno e os pobres para o céu. O evangelista, ao refletir com as suas comunidades não estava nenhum pouco preocupado com a questão social, mas sim com algo que é muito mais importante: a abertura que damos a Deus, a sua palavra, a sua Salvação e á sua Graça Santificante.
O pobre Lázaro não têm muitos méritos para ir ao céu, aqui chamado de seio de Abraão, é um homem extremamente carente e que vive de esmolas, não fala que ele era bom, juto, amável, que frequentava comunidade. O Rico, que nem nome tem, curte a sua riqueza esbanjando seus bens, regalando-se com banquetes todos os dias. O evangelho nem menciona que o rico passava indiferente pelo esmoleiro chamado Lázaro. Talvez isso até ocorresse, já que Lázaro esmolava no portão da entrada do Palácio do Rico.
Parece que o pobre entrou nesse evangelho como “âncora”, para que o evangelista possa falar do pecado do rico, que, confiando unicamente em sua riqueza, apostou nela todas as suas fichas e nunca sentiu necessidade de se abrir á Deus e a tudo o que ele nos oferece. Só na outra vida é que “caiu a ficha”, pois descobre (tarde demais, diga-se de passagem) que há algo mais importante do que a riqueza: a Salvação que vem unicamente pela Graça, sua sede terrível mostra que ele não a tinha e imagina ingenuamente que poderá tê-la,e que um “pouquinho” já será suficiente. O tal que se banqueteava na fartura, agora se contenta com uma minúscula gotinha de água da Salvação. Tarde demais...
O fato de não ter-se aberto á Salvação ainda em vida, criou um abismo entre ele e Deus e consequentemente com as pessoas, isolando-se em um terrível egocentrismo, o mesmo mal que hoje em dia corroe a alma e o coração de muitos.
Quem se abre a Graça de Deus e a sua Salvação, irá se relacionar com ele porque o descobrirá nos mais carentes. Essa é a verdadeira religião, á que nos leva a Deus, passando antes pelo próximo. O resto é a Religião da Mentira que leva a pessoa ao mesmo lugar de tormento onde foi parar aquele Ricaço. Daí, qualquer arrependimento será inútil, porque como dizia minha saudosa mãe “A Inês já é morta”.

2. Pai Abraão, tem compaixão de mim!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O Tempo da Quaresma nos mostra o caminho que nos leva para o céu. Tudo é muito claro na parábola do rico esbanjador e do pobre Lázaro. O rico não vai para o céu porque não fez nada pelo pobre que estava sentado, com fome, à sua porta.

HOMILIA DIÁRIA

Não arrisque seu futuro!

Postado por: homilia
fevereiro 28th, 2013

Este trecho do Evangelho de hoje – segundo Lucas – faz parte de uma sequência de parábolas mencionadas por Jesus: a do filho pródigo, a do administrador infiel e, automaticamente, a parábola do rico e Lázaro.
Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém, esta alegoria contradiz dois princípios:
1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.
2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da Bíblia.
Na verdade, Jesus – nesta parábola – não estava tratando do estado do homem na morte, nem do tempo quando se darão as recompensas. Ademais, interpretar que esta parábola ensina que os homens recebem sua recompensa imediatamente após a morte, é contradizer claramente o que a Bíblia apresenta por um todo (Mt 16,27; 25,31-40; I Cor 15,51-55; Is 4,16-17; Ap 22,12), dentre outros textos.
Obviamente, nesta parábola Jesus estava fazendo uma clara distinção entre a vida presente e a futura, pretendendo através desta relação mostrar que a salvação do judeu-fariseu, ou de qualquer homem, seria individual e não coletiva (como criam) e isso através da verdadeira consideração à imutável Lei de Deus aos profetas (Lc 16,27-31).
A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida.
Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel, Jesus adverte: “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc 16,11).
Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.
Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas Sagradas Escrituras. Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos o absurdo de ter que admitir ser o “seio de Abraão” o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com os outros.
As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes, porém, os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da ressurreição (Jo 14,12-15.20-21; Sl 6,5; 115,17; Ecl 9,3-6 e Is 38,18).
Na verdade, esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que n’Ele depositava sua confiança. Os judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício do seu desagrado para com os ímpios.
O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna. Infelizmente, eles esqueceram do segundo objetivo que se encerra na Lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,39).
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 28/02/2013

Oração Final
Pai Santo, que nos deste Moisés, os Profetas e, na plenitude do tempo, o teu Filho Unigênito para anunciar o teu Reino, dá-nos discernimento e coragem para construirmos tua Igreja neste mundo, como testemunha da tua Presença inefável e esperança do teu abraço final. Pelo mesmo Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, perdoa a surdez do nosso entendimento e cria em nós um coração sensível para escutar a tua Mensagem. Ela se mostra no universo que criaste e nos emprestas para que cuidemos dele; na humanidade e na tua Igreja; nos sinais dos tempos; nas Sagradas Escrituras; no segredo dos nossos corações e, muito especialmente, no Cristo, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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