sábado, 22 de dezembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 22/12/2018

ANO C


Lc 1,46-56

Comentário do Evangelho

Maria pronuncia seu cântico

Respondendo à saudação de Isabel, Maria pronuncia seu cântico, no qual,com brevidade, apresenta a obra salvífica de Deus, em relação a ela, à humanidade em geral e aos remanescentes de Israel. Em relação a Maria, Deus fez grandes coisas. Ela, serva humilde, foi escolhida para ser mãe do Filho de Deus, o Salvador. Ela é a primeira bem-aventurada do Reino. Em relação à humanidade, Deus, pela encarnação e vida de Jesus, subverte as sociedades e as religiões: liberta e promove os pobres e humildes, derruba os poderosos e distribui os bens dos ricos. E, aos descendentes do arameu Abraão, em Israel, vem confirmar sua misericórdia, em face das suas infidelidades históricas, oferecendo-lhes também a salvação. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, faze-me sensível à espiritualidade daquela que escolheste para ser mãe de teu Filho, porque ela penetrou, de modo admirável, em teu mistério de amor.
Fonte: Paulinas em 22/12/2012

Vivendo a Palavra

Aprendamos com Maria quem é o nosso Deus: aquele que olha para os humildes e despreza os soberbos; enche de bens os famintos e se lembra da misericórdia prometida aos nossos pais. Um Pai que ensina a solidariedade entre os irmãos, o cuidado com todos e a generosidade para com os carentes.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/12/2012

VIVENDO A PALAVRA

Aprendamos com Maria quem é o nosso Deus: Aquele que olha para os humildes e despreza os soberbos; enche de bens os famintos e se lembra da misericórdia prometida aos nossos pais. Um Pai que ensina a solidariedade entre os irmãos, o cuidado com todos e a generosidade dispensada aos carentes.

Reflexão

Maria reconhece, no canto do magnificat, que Deus realizou maravilhas em sua vida, mas que esta realização não foi somente para ela e que não é um fato isolado na história do povo de Deus, de modo que as maravilhas que Deus realiza nela são, na verdade, para todo o povo de Deus, uma vez que pelo seu Filho virá a salvação para todos os povos. Sendo assim, devemos compreender que quando Deus realiza maravilhas nas nossas vidas, essas maravilhas não são apenas para nós, mas a todas as pessoas a partir de nós, e quando Deus realiza maravilhas nas vidas das outras pessoas, também somos beneficiados por ele.
Fonte: CNBB em 22/12/2012

Reflexão

Hino alegre e vibrante que Maria canta por causa das maravilhas que Deus opera em favor do povo. O cântico mostra que Maria estava em total sintonia com a mensagem dos profetas e o espírito dos salmos, nos quais ela se inspira. Enquanto proclama a grandeza do Senhor, ela estremece de alegria em Deus que a escolheu para ser a mãe do Salvador. Consciente de que todas as gerações vão considerá-la feliz, ela realça a misericórdia de Deus para com os pobres e “aqueles que o temem”. Igualmente destaca a justiça de Deus que provoca na sociedade verdadeira reviravolta: “Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes”. Sublinha, enfim, a lealdade do Senhor que cumpre suas promessas “em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O SENHOR FEZ EM MIM MARAVILHAS

O hino de louvor, proclamado por Maria ao visitar Isabel, resumiu a pedagogia divina no mistério da salvação. Para salvar a humanidade, Deus contou com instrumentos humildes, como foi o caso de Maria, que não passava de uma simples serva. A salvação resultava da misericórdia divina, presente ao longo da história da humanidade e manifestada na vida de quantos foram tementes a Deus. Por outro lado, a salvação consistia na desarticulação dos esquemas erguidos por pessoas soberbas, que se bastavam a si mesmas, davam as costas para Deus e se prevaleciam do próximo. A segurança dessas pessoas seria arrasada, reduzindo-as a uma situação de total indigência. Só assim haveriam de ter consciência da inutilidade dos bens acumulados. A atitude de Deus com os pobres, os humildes e com quem se faz servidor é radicalmente oposta: os humildes serão elevados e valorizados; os famintos, saciados; os abatidos, reerguidos. Tudo isto é obra do amor.
Maria trazia no ventre aquele que fora destinado por Deus para instaurar a salvação da humanidade. Sinal evidente de que Deus não se esquecia de sua promessas e não abandonava os que necessitavam de salvação. As maravilhas realizadas na vida de Maria seriam, por conseguinte, indício das maravilhas que o Senhor iria realizar na vida de cada ser humano. Toda a humanidade tinha, pois, como Maria, motivos para engrandecer o Senhor.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba reconhecer as maravilhas realizadas pelo Pai, na vida de Maria e na história da humanidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O CANTO DE MARIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há nas relações humanas uma virtude um tanto fora de moda que se chama Gratidão, pois em uma sociedade onde a Gratuidade cedeu espaço para o mercantilismo e as relações interesseiras, ser grato a alguém parece que não tem muito sentido. A palavra "muito obrigado" virou apenas uma cortesia, um mero formalismo, da boca para fora.
O Canto de Maria, na casa de Isabel, denominado de Magnificat, não é apenas um "muito obrigado a Deus" porque Ele atendeu a seus interesses, concedeu-lhe um favor solicitado, pois diferente da troca ou barganha, a relação de Deus com os homens é pautada pela gratuidade, sem que haja qualquer merecimento da parte de quem é agraciado.
Ser grato a Deus e cantar-lhe um hino de ação de graças quando todos os nossos interesses foram atendidos conforme nosso desejo e pedido, é uma obrigação. Eu pedi, Deus me atendeu, e agora estou obrigado a agradecer...Se o modo de Deus agir fosse esse, o Cristianismo não teria passado de uma seita dentro do judaísmo, que possivelmente nem chegaria ao primeiro século de existência. Olhemos com atenção esse canto de Maria...
Primeiro que Deus não espera de nós a gratidão, e nem quer Ele nos ver prostrados, agradecidos pelo bem que ele nos fez, esse tipo de coisa só existe nas relações humanas, quando vivemos a procura de quem "alise" o nosso ego, somos pequenos e bem frágeis, ainda não temos a Generosidade de Deus, que se doa e se entrega, sem esperar absolutamente nada em troca. Não há ser humano, por mais altruísta que seja, que esteja imune a esse sentimento, todos nós, sem exceção, esperamos alguma forma de gratidão, ainda que se faça de graça, por idealismo, a gratidão por parte do outro nos faz um bem imenso, não vejo isso como um pecado...
Primeiro vamos notar que Maria não olha para si e nem para seus interesses ou planos que aliás, eram outros, por isso na afirmação "O Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor", Maria está rezando com o seu povo que alimentava a grande Esperança Messiânica.
Ester prefigura Maria que, gozando dos favores do Rei, quando este lhe estende o Cetro para que ela faça o seu pedido, Ester intercede pelo povo. Maria canta as grandezas de Deus porque em seu íntimo já está Aquele que irá cumprir todas as promessas feitas a Abraão.
Diante de Deus, quem se esvazia de si mesmo, ficará repleto da Graça Divina, mas quem, ao contrário se encher de orgulho e vaidade, vai ficar desapontado justamente porque diante de Deus e da sua obra, se sentirá vazio, por isso os pobres e humildes serão exaltados e irão se fartar, enquanto que os ricos se sentirão pobres, no sentido de sentirem falta de alguma coisa que a riqueza material não consegue oferecer.
Maria será exaltada e sempre lembrada de Geração, justamente por ser ela a prova inequívoca de que a ação Divina é marcada pela gratuidade, e a partir de Maria todos poderão também experimentar desse Amor Divino que se esvazia daquilo que é, ocultando a Divindade em nossa carne.
Em Maria e sempre com ela, todos os que se fazem pobres e pequenos diante de Deus, percorrerão esse mesmo caminho, que conduz o Homem a comunhão plena com Deus, seu destino final, que não está perdido lá no passado, mas está á frente, como promessa de Deus que irá se cumprir...
Essa é a MARAVILHA que Deus realizou, não só em Maria, mas em todos nós, com a encarnação do Verbo Divino...

2. Sua misericórdia se estende de geração em geração
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Disse o Papa Francisco num dos seus sermões que o Magnificat é o cântico da esperança, é o cântico do povo de Deus no seu caminhar através da história. É o cântico de muitos santos e santas, alguns conhecidos, outros – muitíssimos – desconhecidos, mas bem conhecidos por Deus: mães, pais, catequistas, missionários, padres, freiras, jovens, e também crianças, avôs e avós. Eles enfrentaram a luta da vida, levando no coração esperança dos pequenos e dos humildes. Maria diz: “A minha alma engrandece ao Senhor...” Este cântico é particularmente intenso, onde o Corpo de Cristo hoje está sofrendo a Paixão. Onde está a Cruz, para nós cristãos, há esperança, sempre. Se não há esperança, nós não somos cristãos. Por isso gosto de dizer: não deixeis que vos roubem a esperança. Que não vos roubeis a esperança, porque esta força é uma graça, um dom de Deus que nos leva para a frente, olhando para o Céu. E Maria está sempre lá... cantando com eles o Magnificat da esperança.

HOMILIA DIÁRIA

A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes

Postado por: homilia
dezembro 22nd, 2012

”A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador…” Este cântico do Magnificat é a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da Salvação, a qual Maria retoma em todas as etapas desde as origens. Essa história é conduzida por Deus sem interrupção e, como critério, o Seu amor misericordioso à exaltação dos humildes e dos pobres.
Na narrativa do evangelista Lucas, por ocasião da visitação de Maria à sua prima Isabel, após a saudação da jovem, Isabel a proclama bendita e bem-aventurada. Concluindo o diálogo, Maria entoa o cântico de ação de graças, consagrado na tradição católica como o “Magnificat”. Este hino, bem como o cântico de Zacarias (“Benedictus”) e o de Simeão (“Nunc Dimitis”) foram colhidos por Lucas dentre a tradição das comunidades cristãs e inseridos na sua narrativa das infâncias de João Batista e de Jesus.
Apenas as pessoas sabem ser humildes e simples, por isso, as puras de coração são tocadas pela virtude da gratidão e, consequentemente, louvam e glorificam Deus como o fez Maria.
É uma coisa grandiosa quando um homem se põe de joelhos diante de Deus. E aquele que fica de joelho encontra o seu verdadeiro lugar, dá o sentido da proporção e da medida, afirma que nada é e que Deus é tudo.
É pura verdade e justiça a Sua misericórdia sobre aqueles que O temem. A lei da graça que se realiza em Maria se torna universal. Com o seu “sim” e neste canto de louvor, ela nos ensina que Deus realiza a sua graça quando o homem se convence da necessidade que tem dela. Só quem é cônscio de sua pobreza alcançará a riqueza que produz. A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes; não os poderosos, mas os fracos; não os saciados, mas os famintos.
O cântico de Maria é uma apresentação do Deus revelado por Jesus ao longo do Evangelho de Lucas. É o Deus que subverte as sociedades e as religiões estruturadas sobre o poder. É o Senhor que liberta e promove os pobres e oprimidos, derruba os poderosos e distribui os bens da criação para todos. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.
Quem confia sabe esperar, mas quem tende à autossuficiência não é capaz de entender o que isso significa. A conversão exige que mudemos nossos pensamentos e percebamos a presença de Deus no mundo.
Sejamos como Maria que, compreendendo o tempo de Deus, cantou o “Magnificat” na casa de Isabel.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 22/12/2012

Oração Final
Pai Santo, que a disponibilidade generosa de Maria, servindo à prima Isabel, não seja para nós apenas uma cena do passado, mas inspiração para a nossa vida cotidiana. Dá-nos coragem e força, Pai amado, para seguirmos Maria nos caminhos de Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/12/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que a disponibilidade generosa de Maria, servindo à prima Isabel, não seja para nós apenas uma cena admirável que ficou no passado, mas inspiração para a nossa vida cotidiana. Dá-nos coragem e força, amado Pai, para seguir Maria nos caminhos de Jesus, o Cristo, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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