segunda-feira, 19 de novembro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/11/2018

ANO B


Lc 18,35-43

Comentário do Evangelho

Os pobres reconhecem Jesus

Jesus e os discípulos caminham para Jerusalém, onde ocorrerá o desfecho de seu ministério com sua pregação entre os peregrinos e a repressão que o levará a morte de cruz. Jesus, pressentindo o que ocorreria, já advertira os discípulos por três vezes (três "anúncios da Paixão" - Lc 9,22; 9,44; 18,32-33). Estes estão apegados à concepção de que Jesus seria o poderoso messias davídico e Jesus procurava demove-los desta ideia.
Agora se aproximam de Jericó. Um cego, à beira do caminho, ouve que é Jesus de Nazaré quem vai passando. Dirige-se a Jesus chamando-o, contudo, de "Filho de Davi", título messiânico de poder que Jesus rejeitava. Nisto consistia a sua cegueira. Curado por Jesus, o homem passa a segui-lo, glorificando a Deus. Neste cego pode-se ver a dificuldade dos próprios discípulos em compreenderem Jesus.
Os pobres que começam a ver integram-se no Reino, o que é fonte de alegria e motivo de glória a Deus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
Fonte: Paulinas em 19/11/2012

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre ensina o respeito à liberdade do próximo: naquela situação de dor, seria óbvio para nós que o desejo do cego era ver. Mas Jesus quis ouvir dele: «O que quer que eu faça por você?» Será que nós, discípulos de Jesus, oferecemos ao companheiro de caminhada a oportunidade de ser ouvido?
Fonte: Arquidiocese em 19/11/2012

VIVENDO A PALAVRA

Nosso Mestre ensina o respeito à liberdade do próximo: naquela situação de dor, talvez fosse óbvio para qualquer um de nós que o desejo do cego fosse enxergar. Mas Jesus quis ouvir dele: «O que quer que eu faça por você?» Será que nós, discípulos de Jesus, oferecemos ao companheiro de caminhada a oportunidade de ser ouvido?

Reflexão

Jesus passou toda a sua vida fazendo o bem para manifestar o amor de Deus para conosco. Quando Jesus realiza curas, quer mostrar que o amor de Deus pelos homens faz com que as pessoas não fiquem à margem do caminho pedindo esmolas, mas com que cada um tenha condições de seguir o seu próprio caminho. É por isso que ele tem compaixão do cego e o cura. Após o processo de libertação, todos são convidados a seguir o próprio caminho, sendo que alguns, como é o exemplo do cego do Evangelho de hoje, resolvem seguir o caminho de Jesus. Quando Jesus cura, não tira a liberdade da pessoa. Aqueles que depois de curados resolvem seguí-lo, o fazem de livre e espontânea vontade, mas tornam-se um motivo para que todos glorifiquem a Deus.
Fonte: CNBB em 19/11/2012

Reflexão

O cego, que reconhece o Messias, contrasta com a cegueira mental dos apóstolos. De fato, o cego, sem ver, já reconhece o filho de Davi (cf. Lc 1,32), ao passo que os discípulos (“os que iam à frente”) tentam impedir que o cego se aproxime do Mestre. Com fé e esperança, o cego expressa gritando seu anseio (v. 38). Sensível à dor alheia e coerente com sua prática libertadora, Jesus pergunta ao cego: “O que deseja que eu faça por você?”, e lhe restitui a visão. Exultante, ele segue Jesus pelo caminho, e a multidão, atenta aos sinais de Deus em seu meio, “deu louvores a Deus”. Em nossa caminhada diária, com frequência encontramos pessoas que, em vez de reerguer-nos com palavras e gestos animadores, nos deixam senta- dos “à beira do caminho”!
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

QUE QUERES QUE EU FAÇA?

A cura do cego de Jericó é carregada de simbolismo.
Estando bem próximo de Jerusalém, onde sofreria a paixão, foi da boca de um pobre marginalizado que Jesus ouviu a proclamação de sua condição messiânica. Ao chamá-lo de Filho de Davi, o mendigo cego professou sua fé no Mestre, como o Messias longamente esperado pelo povo. Seu pedido de piedade manifestava a condição da humanidade inteira, carente da misericórdia de Jesus. Sua fé profunda no poder taumatúrgico do Senhor revelava o tipo de relacionamento que se deveria estabelecer entre Jesus e seus discípulos; relacionamento feito de entrega total e confiante.
A recuperação da visão significava que, para seguir Jesus, como fez o ex-cego, era preciso estar de olhos abertos, colocar-se em contínuo discernimento e não se deixar levar pela cegueira espiritual que pode levar à decepção em relação a Jesus. Tendo-se posto a seguir Jesus, glorificando a Deus, o miraculado tornava-se símbolo da disposição que deve ter o discípulo para seguir o Mestre, mormente, quando se trata de enfrentar a paixão e a cruz.
Jesus dirige a cada discípulo a pergunta "Que queres que eu te faça?". E reserva-lhe um gesto misericordioso, cujo efeito será prepará-lo para a provação da fé. Mas o discípulo não poderá manter-se cego, indiferente ao Senhor que passa, despreparado para segui-lo.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, prepara-me, cada dia, para eu ser teu seguidor, reforçando minha fé e curando a cegueira que me impede de caminhar resoluto contigo.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. UMA ENTREVISTA ESCLARECEDORA COM O EX-CEGO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(... Será que o problema desse homem era apenas a cegueira física, ou havia algo a mais que o fazia um infeliz? ...)

___O que você queria mesmo, era apenas enxergar?
___Não! Além de enxergar eu queria um sentido para a minha vida, enxergar era importante, mas eu, além do mundo, das coisas e objetos e das pessoas, queria ver algo mais, vislumbrar algo que me desse uma boa razão para viver.

___Então você está falando de uma escuridão mais terrível que a cegueira física?
___Sim, exatamente isso, a Vida de quem não descobriu uma razão e um sentido para o existir, é uma escuridão terrível, você não sabe de onde veio e para onde caminha, não imagina que rumo tomar... Por isso fica á beira do caminho a espera de alguma referência, alguma orientação, alguém que te dê uma luz...

___Ah então começo a perceber uma coisa importante, a narrativa da cura da sua cegueira é mais teológica do que jornalística?
___Mas é claro, Lucas o evangelista sabia de como aquela experiência com Jesus o Filho de Davi, mudou totalmente a minha vida.

___E por que você o chama por esse nome de "Filho de Davi"?
___Ah meu amigo, "Filho de Davi" era o grito dos pobres e pequenos daquele tempo, não só isso, mas também de todo homem ou mulher que não tinha mais nenhuma esperança nesta vida, de quem estava no fundo do poço. E eu sabia que era ele que estava se aproximando e gritei com todas minhas forças...

___O que você diz dos que tentaram fazer você se calar...
___Eles achavam que eu não tinha a menor chance de dar uma "guinada de 90 graus" na minha existência, o Nazareno não iria perder tempo comigo que era considerado impuro, desgraçado, sem nenhuma perspectiva futura de mudar para melhor... Igual hoje, pois vocês aí do Terceiro Milênio também têm uma multidão de cegos á beira do caminho, gente que parou de andar porque não sabe para onde vai. Tendo a luz que é Jesus Cristo, e nada fazendo para que estes também conheçam a Luz, é omissão muito grave...

___E sobre a pergunta de Jesus, "O que queres que te faça?", parecer que ele foi irônico, claro que você queria enxergar, não é?
___Não foi irônico não, ele só queria saber se o que eu desejava era apenas uma cura física ou estava a procura de um novo rumo para a minha vida, por isso me fez essa pergunta....

___Nossa! Essa eu não sabia, a coisa mais lógica de um deficiente visual é querer enxergar...
___Pois é, mas a deficiência espiritual é mil vezes pior, então na minha resposta o Mestre percebeu que eu queria mais do que isso, queria ser seu seguidor e discípulo, porque sabia no meu coração que Ele era a Verdadeira Luz, aquele que dá sentido e razão a nossa existência... Pois muitos recebem a graça de uma cura física, Jesus não se nega a fazê-lo, porque sempre age com compaixão e misericórdia, mas as vezes o que foi curado continua com a doença grave que é a descrença e o pecado.

___Olha Sr. ex-Cego, o seu testemunho foi ótimo, pois a gente aqui do Terceiro Milênio fica olhando só a cura física e não percebe esse algo mais que você falou, e que foi na verdade o que levou a multidão a dar glórias a Deus...
___Isso mesmo, eu entrei para a comunidade me sentindo um homem novo, que agora vê e enxerga esse Reino que Jesus inaugurou em nosso meio, aquele dia foi uma Festa inesquecível, o dia em que encontrei com Jesus e a minha vida mudou, porque descobri o sentido e a razão da minha existência. Vê se vocês cristãos aí do terceiro milênio, levam Jesus a esse monte de cegos e cegas que perambulam sem rumo, ou se acomodam á beira do caminho e da sociedade, paralisados pela cegueira, pelo desânimo e falta de esperança. Vê se vocês cristãos das comunidades cristãs, facilitem o acesso á salvação, e não tenham a conduta daqueles que queriam fazer calar a minha voz, o meu grito.

___Pode deixar meu irmão: Essa sua entrevista vai revolucionar a vida de muita gente aqui dos nossos tempos.

2. O cego gritava mais ainda: Filho de Davi, tem compaixão de mim!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Sexta etapa. “Eis que estamos subindo a Jerusalém.” Aproximando-se de Jericó, Jesus encontra um mendigo cego sentado na beira do caminho. Ele grita: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. “Que queres que eu te faça?”, pergunta Jesus. É cego, é pobre, está na beira da estrada, mas o que é que ele quer? A pergunta de Jesus mostra o respeito pela liberdade daquele ser humano. “Que eu possa ver novamente”, foi a resposta. Não era cego de nascença. “A tua fé te salvou.” Recuperou então a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. O cego de Jericó gritou: “Filho de Davi, tem compaixão de mim”. Os dez leprosos clamaram: “Mestre, tem compaixão de nós”. O publicano no Templo rezava: “Meu Deus, tem piedade de mim, pecador”. Tendo aprendido com eles, repitamos muitas vezes: “Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim”. Desfiando as contas de um komboskini grego ou um tchotki russo, do terço bizantino ou do nosso terço, repita calmamente a jaculatória que se tornará em você a “oração do coração”.

HOMILIA DIÁRIA

A visão mais desejada deve ser a visão espiritual

Postado por: homilia
Novembro 19th, 2012

Jesus se aproxima de Jericó, etapa final de sua subida a Jerusalém, distante cerca de vinte quilômetros. Há um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Sabendo que Jesus passa, grita por Ele, identificando-O como Aquele que lhe pode dar tudo o que precisava para curar a sua cegueira e grita: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”
A cegueira quando acomete o indivíduo perfeito e o torna deficiente é muito amarga. A vida daquele homem havia mudado drasticamente pelo fato de a cegueira o haver acometido há algum tempo atrás. O homem era a personificação da infelicidade: não podia enxergar.
Lucas nos relata que ele passava suas horas, seus dias, sentado à beira do caminho que levava a Jericó. Por certo, uma passagem obrigatória de todos os viajantes que se dirigiam àquela cidade ou de lá saíam. Ele, o cego, conhecia cada caravana só pelo tropel de seus camelos, as risadas e os gritos de cada cavaleiro. E, sentado à beira do caminho, pedia esmola.
Na manhã dos acontecimentos narrados pela pena de Lucas, o caminho de Jericó parecia diferente. O pobre mendigo cego chegou cedo, como de costume. Afinal, não se podia perder a oportunidade de arrecadar o máximo possível da bondade dos transeuntes daquele lugar. Algo, entretanto, “cheirava diferente” para ele.
A fama de Jesus já havia corrido por todos os lados daquela região. Por onde quer que Ele fosse, uma multidão O acompanhava. Gente de todas as raças e lugares. O colorido era visto de longa distância. Assim era a fama de Jesus: gente de todos os lugares, de todas as cores e raças. Inclusive, as “raças de víboras” que João Batista falara tanto.
Um grande som, diferente, se ouvia dos lados de Jericó. O que representava aquele barulho diferente? O cego não podia identificar. E chegava cada vez mais perto, a ponto de agora, poder-se ouvir perfeitamente as vozes alegres de pessoas caminhando.
Aquele cego ouvia a tudo aquilo, mas não sabia do que se tratava. Aliás, o pecador, cego, sem Jesus, ouve muito bem, até mesmo a respeito de Jesus, mas não sabe quem Ele é.
Intrigado com algo tão inusitado, pois naquele caminho os sons que ele estava acostumado a ouvir eram diferentes, ele interpela alguém que se aproxima dele. A notícia da chegada de Jesus alvoroça o coração do homem! Ele agora toma consciência do fato. Sabe ser aquela a sua única e grande chance. Sim, porque não quer permanecer a vida toda na cegueira. Jesus, para ele, agora se tornou a grande esperança de felicidade.
Há dias ele ouvira falar que aquele homem tinha feito muitos milagres entre os samaritanos e até pensou que, se pudesse, iria ao encontro dele. Que felicidade! Jesus veio ao seu encontro. Mas não era bem assim… Jesus estava passando. Mas aquele momento era decisivo. Não poderia deixar passar a oportunidade. Então, ele toma a mais importante decisão de sua vida: clama por Jesus. Algumas pessoas o recriminam, impedem-no até. Mas, se houvesse cura para ele, aquela era sua única chance. Clama mais alto: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”
Que fato interessante! Jesus que tudo sabe, não se importou com aquele cego. Ia passando. É claro que Jesus sabia da sua profunda necessidade. Estava apenas aguardando o momento certo. E, aos gritos, o cego insistia: “Tem piedade de mim!” Jesus ouviu. Desde o primeiro instante, Jesus ouviu. Como ouve a todos.
Ordenou que trouxessem o cego. E faz a pergunta: “Que queres que eu faça por ti?” Sua necessidade era física. Era a cura. Disse o cego: “Senhor, eu quero enxergar de novo”.
Para Jesus, a necessidade dele ia mais além: ele necessitava da cura espiritual. Igual a todo pecador que, sem Jesus, necessita da cura espiritual para enxergar a salvação.
Entretanto, Jesus notou naquele cego – além do profundo desejo de cura física – uma fé sem limites. Fé que o levou a clamar por compaixão, não se importando com todos os obstáculos que estivessem a sua frente. Essa tamanha fé leva Jesus a afirmar: “A tua fé te salvou”.
O resultado dessa fé foi imediatamente notada, pois, agora curado, aquele homem sai exultante dando glória a Deus. O povo que ia junto a Jesus, vendo isto, também glorificou a Deus. O pecado cega o homem. Deixa-o a margem da estrada, mendigando, implorando por migalhas da compaixão do mundo.
Coberto por esta capa imunda que Satanás lhe ata sobre os ombros, segue a passos largos rumo ao inferno. Mas Jesus, o Filho de Deus, pode dar luz, vida e salvação. A visão mais desejada deve ser a visão espiritual.
Seja você também como aquele cego e grite bem alto: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” E Jesus, assim como curou e salvou a ele, respondendo também lhe dirá: “Vai em paz! Veja, a tua fé te salvou”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 19/11/2012

Oração Final
Pai Santo, quando a vida nos oferecer condições de servir ao nosso próximo, ensina-nos a sermos humildes e tratarmos com respeito e delicadeza o nosso irmão. Faze-nos parecidos com Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese em 19/11/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, quando a vida nos apresentar condições de servir ao próximo, ensina-nos a ser humildes e tratar com respeito e delicadeza o nosso irmão. Faze-nos ouvintes tranquilos, pacíficos e atenciosos, parecidos com Jesus de Nazaré, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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