ANO B
Lc 10,1-12
Comentário do Evangelho
Convite universal ao discipulado
Com este texto, Lucas desenvolve um pouco mais as instruções para os missionários que já foram apresentadas no envio dos doze. Agora se trata do envio dos setenta e dois em missão nos territórios dos gentios. Está aumentando o número de trabalhadores para a colheita. Lucas é o único a mencionar este envio dos setenta e dois. Como Lucas tem uma perspectiva universalista, percebe-se que ele quer registrar a abrangência maior do movimento de Jesus, não restrito ao universo do judaísmo.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.
Fonte: Paulinas em 04/10/2012
Vivendo a Palavra
O Senhor continua escolhendo e enviando discípulos para cuidar da sua messe. Francisco, com certeza, foi um dos que pegaram no arado e não olharam para trás. Celebrando hoje a sua festa, queremos seguir seu bonito exemplo de discípulo missionário da Igreja, sinal do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/10/2012
VIVENDO A PALAVRA
O Senhor continua escolhendo e enviando discípulos para cuidar da sua messe. Francisco, com certeza, foi um dos que pegaram no arado e não olharam para trás. Celebrando hoje a sua festa, queremos seguir seu bonito exemplo de discípulo missionário da Igreja, sinal do Reino de Deus nesta terra. Agora, os enviados somos nós.
Reflexão
Jesus escolheu outros setenta e dois discípulos, que não eram os Apóstolos e os enviou à sua frente aos lugares onde ele deveria ir, nos mostrando, assim, que a obra evangelizadora da Igreja não é uma atividade exclusiva dos que pertencem à sua hierarquia, mas é compromisso de todos os que lhe pertencem, que são Igreja, porque todos são, pela graça do batismo, operários da messe do Senhor. E os leigos e leigas, de um modo especial, estão sujeitos às ameaças do mundo por isso são enviados como cordeiros no meio de lobos, uma vez que irão testemunhar, no meio do mundo, os valores que não são do mundo, despertando para si o ódio do mundo, que rejeita o Reino de Deus que é anunciado.
Fonte: CNBB em 04/10/2012
Reflexão
Jesus envia seus discípulos “como ovelhas no meio de lobos”. A perspectiva de rejeição assusta. Entretanto, é possível entrever um movimento carregado de esperança: evangelizar é transformar uma sociedade de lobos numa sociedade de irmãos. Com efeito, os discípulos levam a mansidão, a pobreza, o espírito de paz. Sem exigências, “comendo e bebendo o que tiverem”. Curam os doentes e anunciam o Reino de Deus. Recebem a justa retribuição pelo trabalho, e batem os pés como gesto de julgamento contra os inimigos do Reino. Naturalmente, essa benéfica transformação entra em choque com o egoísmo de muitos e as estruturas sociais injustas. Diante do panorama um tanto sombrio da missão, os discípulos não precisam recuar de medo. Eles vão em nome de Jesus: “O Senhor… os enviou à sua frente”.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
A MESSE É GRANDE
No caminho para Jerusalém, Jesus enviou discípulos à sua frente com a missão de preparar sua passagem. Eram trinta e seis duplas que visitavam cidades e lugarejos, anunciando a chegada do Reino de Deus e restituindo a saúde aos doentes. Exatamente o que Jesus fazia. Portanto, os discípulos antecipavam o que Jesus faria, depois, predispondo as pessoas para acolherem sua mensagem.
Esta colaboração com a missão de Jesus era fundamental. Ele reconhecia a grandiosidade da tarefa que tinha pela frente e a necessidade de muita gente, com ele e como ele, dedicar-se ao serviço do Reino. Desta forma, os discípulos estavam sendo preparados, pouco a pouco, para dar continuidade à missão de Jesus, quando sua ação missionária tivesse chegado ao fim. E isto aconteceria em breve.
As instruções dadas por Jesus aos seus enviados preveniram-nos quanto à realidade da missão. Ser ovelhas em meio a lobos foi a metáfora que o Mestre encontrou para descrever o desafio da missão. Os discípulos deveriam contar com dificuldades, perseguições, e até mesmo a morte. Isto, porém, não deveria ser motivo para abandonarem a tarefa recebida. Não haveria de faltar quem os acolhesse e partilhasse com eles o próprio pão. Caso fossem rejeitados, deveriam seguir adiante, pois tinham o mundo inteiro para evangelizar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, confirma minha missão de servidor do Reino e não me deixe desanimar diante das dificuldades.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Conversa com Lucas
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Nada melhor do que uma conversa (ainda que seja em nosso imaginário) para apimentarmos a nossa reflexão, fomos atrás de um dos 72 enviados
--------- Assim que vocês foram enviados, Jesus falou aquela frase de caráter vocacional”A messe é grande e os operários são poucos. Por que?
Disc. Anônimo ---- Bom, a frase expressa a realidade daquele tempo, depois dos tempos pós-pascais, projetando-se para o futuro e chegando hoje a vocês também, a demanda de pessoas a serem evangelizadas será sempre maior do que os missionários.
-------- E por que tem que rezar ao Dono da Messe, para que resolva a situação enviando mais operários?
Disc. Anônimo ----- ah...isso é importante, ninguém se torna missionário evangelizador por conta própria, se o próprio Senhor não suscitar em seu coração esta graça, em suma, não se trata de um empreendimento humano....
__ Ser enviado como cordeiro no meio de lobos, é algo meio desanimador, não é?
Disc. Anônimo ----- sim, mas é um alerta que o Senhor nos faz, cordeiro representa a fraqueza, a fragilidade do missionário diante dos poderes do mundo, estaremos sempre em menor número, sempre haverá alguém, alguma força ou ideologia que quer devorar e exterminar quem anuncia a Boa Nova. O texto aponta para os últimos 40 anos do primeiro século, quando a perseguição aos cristãos foi intensa.
_ Então hoje estamos livres dos lobos?
Disc. Anônimo ------ claro que não! O cordeiro é presa fácil nas garras do lobo, os cristãos discípulos missionários pagam um alto preço pela sua fidelidade nos dias de hoje. Os lobos famintos para destruir a vida, estão por toda parte....
__ Há uma série de recomendações para os discípulos, dá para resumir tudo isso, ou cada uma delas têm um significado especial?
Disc. Anônimo ------ Primeiramente o texto afirma que o discípulo missionário é um peregrino por este mundo, daí vem as recomendações de desapegar-se de toda e qualquer segurança que esta vida possa nos oferecer.
------- E a questão da hospedagem, que não pode ser mudada do começo ao fim da missão?
Disc. Anônimo --- Em encontros de CEBs e outros movimentos populares, as comunidades oferecem hospedagem aos que vêm de fora, nas casas de membros da própria comunidade, imagine você querer um hotel 5 estrelas e acaba pegando uma casa mais modesta? O autêntico discípulo missionário contenta-se como o que lhe oferecem, pois não anda atrás de luxo e grandezas mas o seu foco é o anúncio da Palavra.
___ Finalmente a última e mais intrigante exortação, que negócio é esse , de quando não for bem recebido, saia na rua e rogar uma praga pro Dono da casa, batendo os pés no chão para deixar a poeira? Não parece coisa de cristão, não é?
Discípulo anônimo ----- Espere aí, não é praga ou maldição, como muita gente pensa. Esse gesto é um profundo apelo á conversão, pois a pessoa têm o direito de rejeitar a Palavra de Deus, é livre para isso, porém, o discípulo missionário, não pode compactuar com essa recusa e deve mostrar que a pessoa está fazendo uma ruptura com Deus, está recusando o maior dos tesouros que é a sua Palavra. Não deve portanto o discípulo missionário calar-se diante dessa recusa, mas de alguma forma mostrar que ouve esta ruptura entre a Palavra de Deus e a Vida daquela pessoa. Um dia, pela graça de Deus aquela pessoa cairá em si, percebendo a besteira que fez ao recusar ouvir a Palavra, se estiver ainda nesta vida, poderá retornar em tempo, mas se for na outra, então o rigor será bem maior, pois, terá plena consciência de que a Verdade lhe foi comunicada, mas só que agora a ruptura é definitiva e NUNCA mais ouvirá Deus lhe falando...
2. O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Dando ênfase à formação dos discípulos na primeira etapa da subida a Jerusalém, Jesus envia 72 deles em missão, com recomendações muito precisas. Trata-se de um verdadeiro exercício de prática pastoral organizado por Jesus e continuado pelas comunidades dos primeiros tempos. Esta prática não se perdeu. Existe ainda hoje. Por detrás das recomendações de Jesus há um espírito e uma maneira de ver a Igreja e sua missão, que devem perdurar em todas as ações da Igreja: a força é o Cristo, o anúncio é o Reino, o que fica é a paz.
HOMILIA DIÁRIA
A missão é mais forte do que o medo
Postado por: homilia
outubro 4th, 2012
Lucas narra que Jesus envia um novo grupo: o dos 72 discípulos. Eles são enviados “na frente” do Senhor, como precursores, como preparadores da chegada do Reino de Deus. O número 72 é simbólico e indica a universalidade da missão: o número 72 é múltiplo de 12 para representar a totalidade do povo de Deus.
A missão, portanto, não é uma tarefa somente de alguns, do grupo dos Doze, mas uma obra também dos leigos, ou seja, de todos os cristãos. Assim, a missão é universal desde a sua origem e compreende todos. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados “dois a dois” também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro no caso de desânimo diante das dificuldades.
Jesus, depois de ter falado em semente e em arado, fala agora de colheita. Esta última, por sua vez, é imensa. Mas os trabalhadores disponíveis são poucos. Ontem e hoje vivemos a mesma situação. É um trabalho gigantesco e nunca haverá trabalhadores suficientes; só o Pai pode chamá-los e enviá-los. Assim, é necessário rezar a Ele, pedindo que chame mais pessoas. É justamente por causa da extensão da missão que Jesus chama mais este grupo de ajudantes e, mesmo assim, são poucos diante da imensidão da missão que Ele tem pela frente e da qual nos torna participantes.
Jesus faz o envio: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. É a imagem clássica da fraqueza diante da violência. A missão é uma obra difícil e perigosa. Aqueles que Ele enviou devem cumprir fielmente o seu trabalho, mas não devem exigir demasiado de si mesmos nem entrar em pânico diante da grandeza da missão. Devem, sim, ter consciência que não será uma tarefa fácil e que nem sempre serão recebidos “de braços abertos”. Devem fazer sua parte com competência e perseverança, pois, em último caso, a responsabilidade é de Deus; e Ele não deixará cair em ruínas a sua messe, mandando trabalhadores necessários para isto.
A mensagem a ser levada é o dom da paz – no sentido mais completo – às pessoas e às famílias e, sobretudo, a mensagem de que “o Reino de Deus está próximo de vós”. O Reino de Deus é, antes de tudo, uma pessoa: Jesus. Quem O acolhe encontra a vida, a alegria e a missão de anunciá-Lo.
O gesto de “bater, sacudir a poeira dos pés”, era um gesto simbólico dos israelitas que, ao ingressar de novo no próprio país, depois de terem estado em território pagão, não queriam ter nada em comum com o modo de vida deles. Libertar-se da poeira que se grudou aos pés enquanto estavam em território pagão significava ruptura total com aquele sistema de vida. Fazendo isso, os discípulos transferem toda a responsabilidade pela rejeição da Palavra àqueles que os acolheram mal e rejeitaram o anúncio do Evangelho. E a paz oferecida não se perde, mas volta a quem oferece.
O estilo da missão de Jesus e dos discípulos é o oposto daquele dos poderosos que o mundo de hoje idolatra. Não se baseia sobre a vontade de dominar, a arrogância ou a ambição, mas sobre a proposta humilde, respeitosa, atenta aos mais fracos, oferecida na gratuidade, sem buscar outras recompensas. O Evangelho de Jesus é uma mensagem de vida verdadeira para quem confia somente em Deus, que é Pai e também Mãe: “como uma mãe que acaricia o filho, assim eu vos consolarei” e em Cristo crucificado e ressuscitado.
Os 72 discípulos tinham uma tarefa nova e difícil. Mas estes voltam para Jesus muito contentes porque ficaram impressionados pelos prodígios que puderam ver. Jesus freia um pouco esta alegria e diz: “antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”.
Como podemos nós, discípulos de Jesus, seguir nossa missão em meio aos lobos do tempo atual? A missão é mais forte do que o medo. Às vezes, somos tomados por pensamentos negativos, tipo: “O que vão pensar?” ou “O que vão dizer?”. É humano sentir medo, mas a missão deve superar os nossos temores. Nenhum profissional tem medo de falar de sua profissão. Então, por que deveríamos nós, cristãos, ter medo de falar de Cristo, da Sua Pessoa, da Sua verdade, da Sua vida, do Seu amor, do Seu mistério?
A fé e a missão começam no coração e devem terminar nos lábios e nas ações. Não podemos deixar que o receio atrapalhe a nossa missão cristã.
Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher Seu Filho Jesus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 04/10/2012
Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a ouvir o mandato de Jesus e faze-nos portadores e fontes da tua Paz neste mundo conturbado em que vivemos. Dá-nos a coragem e a mansidão de Francisco de Assis, nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 04/10/2012
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ajuda-nos a ouvir o convite de Jesus e faze de nós portadores e fontes da tua Paz neste mundo conturbado em que vivemos. Dá-nos a força, a coragem e a mansidão de Francisco de Assis, nós te pedimos, amado Pai, pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
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