domingo, 9 de setembro de 2018

LEITURA ORANTE DO DIA - 09/09/2018



LEITURA ORANTE

Mc 7,31-37 - "Efatá" - Abra-se! Liberte-se!


- A nós, que nos encontramos nesta rede da internet,
a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto Mc 7,31-37, e
observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Jesus saiu da região que fica perto da cidade de Tiro, passou por Sidom e pela região das Dez Cidades e chegou ao lago da Galileia. Algumas pessoas trouxeram um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a mão sobre ele. Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. Depois olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem:
- "Efatá!" (Isto quer dizer: "Abra-se!")
E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. Jesus ordenou a todos que não contassem para ninguém o que tinha acontecido; porém, quanto mais ele ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido. E todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam:
- Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem!
Refletindo
Jesus, junto ao lago da Galileia cura um homem que era surdo e quase mudo. Bastante incomunicável. “Jesus pôs os dedos nos ouvidos dele”. Com “um pouco de saliva” Jesus faz o homem falar “sem dificuldade”. A saliva, segundo os antigos, tinha poder terapêutico. A saliva de Jesus tem poder de Deus: é milagrosa. Antes deste gesto libertador, Jesus “olhou para o céu” e “deu um profundo suspiro”. Olhar para o céu indica de onde vem a graça. O profundo suspiro significa súplica. As pessoas que assistiram a este milagre comentavam: “Fez tudo bem!”. Faz recordar a ação criadora de Deus, que também várias vezes “Viu que era bom” (Gn 1).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Jesus pode pronunciar sobre mim “Efatá!”?
De que preciso ser libertado/a por ele?
Sou uma pessoa reconhecida e vejo o bem que Deus realiza na minha vida, na vida das outras pessoas?
No mundo?
Meditando
Entre muitos louvores que disseram nossos bispos em Aparecida, recordamos um: “Louvamos a Deus porque na beleza da criação, que é obra de suas mãos, resplandece o sentido do trabalho como participação de sua tarefa criadora e como serviço aos irmãos e irmãs. Jesus, o carpinteiro (cf. Mc 6,3), dignificou o trabalho e o trabalhador e recorda que o trabalho não é um mero apêndice da vida, mas que “constitui uma dimensão fundamental da existência do homem na terra”, pela qual o homem e a mulher se realizam como seres humanos. O trabalho garante a dignidade e a liberdade do homem, e é provavelmente “a chave essencial de toda ‘a questão social’”. (DAp 120).

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre. Vou reconhecer no meu ambiente, nas pessoas com quem me relaciono a ação criadora e libertadora de Deus.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Ir. Patrícia Silva, fsp
patricia.silva@paulinas.com.br

Leitura Orante
23° Domingo Tempo Comum, 09 de setembro de 2018


ABRIR OS SENTIDOS PARA O ENCONTRO

“Jesus saído novamente dos territórios de Tiro,
veio por Sidônia para o mar da Galiléia... (Mc 7,31)

Texto Bíblico: Marcos 7,31-37

1 – O que diz o texto?

Uma imagem constante no evangelho de Marcos: Jesus, portador da Vida, é um itinerante; rompe os espaços geográficos – culturais - religiosos e transita com muita liberdade pelo território pagão. Alí também se encontravam os excluídos, aspirando viver relações mais humanizadoras.
Nesse deslocamento, algumas pessoas trazem um surdo-mudo a Jesus e pedem que lhe imponha a mão. O surdo-mudo poderia ir ao encontro d’Ele, mas não teria como expressar seu pedido.
O Mestre separa o surdo-mudo da multidão e lhe confere uma atenção especial, em um espaço protegido, onde pode estar a sós com o doente. É apenas nesse encontro entre os dois que a confiança necessária pode crescer para que aquele, cuja boca e ouvidos estão fechados, se abram.
O processo da cura do surdo-mudo é descrito aqui em cinco passos, onde Jesus abre a possibilidade para o encontro deste homem com os outros e para o encontro com o Pai: coloca os dedos nos ouvidos do surdo, toca a língua do mudo, eleva os olhos ao céu, suspira e ordena: “Efatá” – “abre-te”.
Palavra dirigida ao coração do surdo-mudo. É como se dissesse: “abre-te à tua identidade! Destrava teu interior!” Depois de tantos passos através do não verbal, vem a palavra. E o surdo-mudo desata sua língua e começa a falar.
Contrariamente aos outros milagres, Jesus realiza uma série de gestos que demonstravam proximidade e envolvimento: tocou o corpo do homem, olhou para o céu, exprimindo sua comunhão com o Pai, e suspirou como sinal de participação profunda no acontecimento. A cura deixa de ser um ritual puramente exterior, mas brota de um encontro, de um gesto que demonstra comunhão entre o doente e Jesus.
Jesus, com seus sentidos abertos e acolhedores, destrava os sentidos do pobre homem excluído e o capacita a integrar-se na convivência social; com os sentidos abertos, agora ele pode expressar a riqueza de sua interioridade. Uma vez libertado da atrofia dos sentidos, o homem se emancipou, recuperou sua autonomia e agora pode manifestar-se sem bloqueios; nada mais o limita.
Com todos os órgão e sentidos do seu corpo mobilizados, ele insere-se na comunidade que ouve a Deus e proclama que Ele é o único Senhor. Desaparecem as causas que lhe impediam optar com liberdade; a possibilidade de uma nova vida se abriu para ele.

2 – O que o texto diz para mim?

Parece lógico, que alguém tivesse que atuar para conduzir o surdo-mudo até Jesus, para que fosse “tocado”; aqui aparece a força do contato.
Sei pouco da riqueza de meu contato. O contato me cura. É um caminho de comunicação maravilhoso. Na enfermidade, muitas pessoas não buscam mais que o contato. Um verdadeiro contato me envia sempre para dentro. Não é somente o contato da pele, mas o que me põe em marcha para meu interior.
O contato me faz despertar. Existe a idade da palavra, a do ouvido, a do olhar..., mas neste momento Jesus se detém na idade do contato. O caminho do contato é o da mais profunda comunhão.
A mão é fonte de contato, é canal de passagem da energia curativa.

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Nessa nobre missão de ajudar os outros a “dar à luz” o melhor deles mesmos, Jesus foi um sábio “parteiro”: n’Ele posso contemplar em quê consiste o saber servir de ajuda para que a vida possa emergir como dom. Jesus se dedica ao surdo-mudo de forma carinhosa, como uma mãe. Ele toca a língua do mudo com sua saliva. Este é um gesto maternal. O surdo-mudo só consegue abrir seus ouvidos e sua língua, num ambiente marcado pela confiança e pelo amor maternal.
É sugestiva a imagem de ser “parteiro da vida”, ou seja, saber favorecer o nascimento de cada um, em sua verdade mais profunda, em todas as suas possibilidades. É colaborar com o Deus Pai - Mãe nessa bela missão, ajudando cada pessoa a ser o que pode e está chamada a ser.
“Ativar e expandir vida” foi a paixão que mobilizou todo o ministério de Jesus: seu desejo de que todos tivessem vida e vida em plenitude, sua capacidade de fazer emergir a vida atrofiada, centrou-se de um modo especial nos excluídos, marginalizados, enfermos, pessoas “oficialmente pecadoras”...; pois, assim Deus o havia revelado, assim sentia Ele seu coração entrar em sintonia com o coração do Pai, que põe mais amor onde há mais necessidade.
Poder “dar vida”, capacitar para que cada pessoa pudesse viver sua vida e sua verdadeira identidade foi, para Jesus, uma fonte profunda de fecundidade e de felicidade.
“Efatá”: “abre-te”. O ser humano, mesmo sendo pura abertura e amplitude sem limites, tende a fechar-se. Talvez, porque isso lhe traz uma sensação de segurança, ao crer que mantém o controle sobre o pequeno espaço ao qual se reduziu.
Para começar, ele se fecha em seu próprio corpo, como se as fronteiras físicas do mesmo delimitassem também sua identidade; fecha-se em suas ideias atrofiadas, em sua religião burguesa, em seu legalismo e moralismo doentios, em suas intolerâncias e preconceitos...
Nesse contexto, a palavra de Jesus aparece como um convite firme a sair de qualquer identificação redutora: “abre-te”, “não te mantenhas fechado na crença de uma identidade isolada, que não pode ouvir nem contar a Beleza que realmente és”.
“Abre-te”, “não te feches em nada, não te reduzas a nenhum objeto, não te deixes aprisionar em nenhuma jaula, reconheça a abertura sem limites do “oceano” que constitui tua verdadeira natureza”. “Abre-te”…, “a quê? À tua verdadeira identidade!”

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, assim como o surdo-mudo, também eu posso viver dentro de bolhas, que me atrofiam e impedem que me cheguem o rumor da vida dos demais, com seus problemas e suas alegrias; ou permanecer fechada dentro de minhas pequenas fronteiras, com dificuldades para expressar o que sinto e vivo.
Enquanto permaneço fechada, reduzida a falsas identidades, gero confusão e sofrimento. Acredito naquilo que não sou e esqueço quem realmente sou. Tal fechamento evoca a imagem de uma jaula, feita à medida dos limites que minha própria mente estabelece. Condenar-me-ei a um sofrimento estéril e insolúvel, por um único motivo: confundir-me com algo que não sou.
O surdo-mudo necessitava abrir os ouvidos e a língua, mas eu também tenho necessidade de abrir alguma dimensão de minha pessoa, ou talvez alguma capacidade adormecida ou bloqueada.
É provável que, normalmente, a abertura seja progressiva: à medida que consinto abrir algo em mim, ser-me-á mostrado o próximo passo a ser dado. Como nas “sete moradas” de S. Teresa D’Ávila, diferentes portas se sucedem, uma depois de outra; assim se revela ser meu mundo interior. Cada porta aberta me coloca diante de outra nova “porta”, que clama para ser também aberta.
E, no percurso interior, vou tendo acesso a espaços cada vez mais originais e inspiradores, até chegar finalmente a me reconhecer na Divina Morada, minha verdadeira identidade, meu “eu profundo”. Daí nasce a sabedoria, unindo corpo – mente - afetividade, coração.
Esse caminho conduz à descoberta de que sou Um com Aquele que me habita e me conecta com o universo, forjando minha identidade de filho, filha, irmão e irmã de todos. Quando me conecto com esta realidade, toda minha vida se equilibra e adquire sentido; esbarro na Fonte.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Deixar ressoar no meu interior esta expressão: “A quê ou em quê preciso abrir-me?”
Quê portas de minha vida é preciso abrir?
Capacidades adormecidas (amor, ternura, alegria, generosidade, solidariedade, liberdade...), defesas protetoras que se converteram em armadura oxidada (medo, indiferença, imagem idealizada, intolerância...), “manias” nas quais se instala costumes e rotinas que me mantém fechada em uma bolha de tolerado conforto...

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: Marcos 7,31-37
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Comece – Fx 02 (04:15)
Autor e intérprete: Jorge Trevisol
Participação: Karla Fioravante
Vocal: Dalva Tenorio, Luan , Vanessa, Suely Ferreira, Karla Fioravante, Ringo , Ricado Moreno
CD: Mistério, amor e sentido
Gravadora: Paulinas Comep

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