terça-feira, 26 de dezembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 24/12/2017

ANO B


4º DOMINGO DO ADVENTO

Ano B - São Marcos
Cor Roxa

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.”

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Celebrando este último domingo do Advento, somos informados da chegada iminente de Jesus. Através dos profetas, Deus preparou a alma de seu povo para este acontecimento. Mil anos antes, o profeta Natan garantiu ao rei Davi que um de seus descendentes se sentaria no trono e que o reino dele seria firme para sempre. Hoje é o anjo Gabriel que diz à Maria que ela teria um filho; que Deus lhe daria o trono de seu pai Davi; que seu reino seria para sempre e que seria chamado Filho de Deus. E quando Maria disse: “eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”, o Filho de Deus encarnou-se em seu seio por obra do Espírito Santo. (Após a procissão de entrada, acender quarta vela da coroa do Advento.) ATENÇÃO: Srs. Padres e comunidades, o quarto domingo do advento se estende até à tarde do mesmo. À partir das vésperas, celebra-se a liturgia do Natal do Senhor.
http://diocesedeapucarana.com.br/portal/userfiles/pulsandinho/24-de-dezembro-de-2017---4-domingo-do-tempo-do-advento.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, mais algumas horas e estaremos reunidos para celebrar a solene Vigília do Natal do Senhor. Por esta Eucaristia, unidos aos sentimentos e expectativas da Virgem Maria, aguardaremos com alegria o anúncio da chegada do Filho do Altíssimo. Como nos sugere o hino, supliquemos ainda mais uma vez : “Oh! Vinde enfim, eterno Deus, descei dos altos céus. Deixai a vossa habitação, que a terra espera a salvação. Que o céu orvalhe o Redentor, baixai das nuvens, ó Senhor! Germine a terra o nosso Deus, pra que nos abra os altos céus!”.
http://www.arquisp.org.br/sites/default/files/folheto_povo_deus/af_04_4o_domingo_do_advento.pdf

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: A catequese evangélica, como a paulina, preocupa-se em afirmar claramente que Jesus pertence à família real de Davi. Evidencia assim a existência concreta de Jesus e o cumprimento das promessas messiânicas. Deus coloca sua morada entre os homens e faz da humanidade seu templo: as pedras que o constituem são os homens do "sim" incondicional a Deus. Maria é a primeira pedra viva da casa de Deus entre os homens! No quarto e último Domingo do Advento, a Igreja se prepara para celebrar o Natal, proclamando a anunciação do Senhor e enaltecendo a figura da Virgem Maria como símbolo da humanidade que se abre ao mistério de Deus e acolhe o Redentor. Celebremos esta Eucaristia com o coração vibrante no Senhor, assim como cantou Maria seu hino de louvor e viveu uma vida inteira de ação de graças ao Senhor.
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d8

Lc 1,26-38

Comentário do Evangelho

Maria experimenta Deus vivendo nela

Davi queria construir um templo para abrigar a arca da Aliança. Através da arca, que continha as tábuas da Lei, o povo experimentava a presença de Deus. Sobre a sua intenção de construir referido templo, ele consulta o profeta Natã, o mesmo que denunciou o grave pecado do rei. No entanto, a resposta de Natã a Davi não agradou a Deus: “realiza o projeto que tens no coração”. Deus faz Natã voltar atrás e comunicar a Davi o que Ele deseja. Deus não é prisioneiro de nossos projetos nem tampouco de nossos caprichos. Davi invertia a ordem das coisas: não era ele o benfeitor de Deus, mas Deus quem era o benfeitor de Davi. O mal de Davi era a sua vaidade. Se Deus, à época, rejeita para si um santuário, é porque o seu Filho, encarnado para a salvação de toda a humanidade, será o lugar de sua habitação.
Na tradição da Igreja, a “arca da Aliança” é Maria, pois ela carregou no seu próprio seio a Palavra encarnada do Pai. Se Maria é a arca, Jesus é, como dissemos acima, o “Templo” no qual Deus habita e é encontrado. Nesse “Templo” não há o véu que esconde o rosto de Deus, pois Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15). Estando diante dele, se está diante de Deus (cf. Jo 14,9). O texto do anúncio do anjo a Maria é surpreendente. É Deus quem toma a iniciativa de vir ao encontro do ser humano para fazê-lo participar da obra do seu amor. O relato, tomado no seu conjunto, mostra que Deus vai manifestando e fazendo compreender o seu projeto de amor num diálogo permanente com o ser humano. É em nossa história pessoal que Deus trava um diálogo conosco, como fez com Maria, para nos dar a possibilidade de participar de sua própria vida. Gerando, segundo a carne, o Filho de Deus, Maria experimenta Deus vivendo nela, e ela se experimenta participando da vida divina. No dinamismo da encarnação, em que a criação chega à sua plenitude, Deus quis contar com o ser humano. Nem a esterilidade de Isabel nem tampouco a virgindade de Maria foram impedimentos para que Deus cumprisse a sua palavra. A liberdade do ser humano poderia ter sido um impedimento. No entanto, em Maria, ícone da Igreja, Deus encontra o “sim”, a adesão humana necessária para que o seu Verbo tivesse uma existência histórica, como membro de um povo.
Pe. Contieri
Oração
Infundi Senhor em nossos corações a vossa graça, para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e morte, à glória da ressurreição.
Fonte: Paulinas em 21/12/2014

Vivendo a Palavra

Voltamos à casinha de Nazaré, refúgio para nossas angústias, medos e ansiedades e, na doce companhia de Maria, preparemo-nos para a chegada do Menino Deus aos nossos corações. Que a nossa presença no mundo seja o anúncio vivo da Libertação que Ele nos trouxe e que cabe a nós partilhar.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2014

VIVENDO A PALAVRA

Voltamos à casinha de Nazaré, refúgio para nossas angústias, medos e ansiedades e, na doce companhia de Maria, preparemo-nos para a chegada do Menino Deus aos nossos corações. Que a nossa presença no mundo seja o anúncio vivo da Libertação que Ele nos trouxe e que cabe a nós partilhá-la com os irmãos de caminhada.
http://arquidiocesebh.org.br/para-sua-fe/espiritualidade/meu-dia-em-oracao/4o-advento-eis-escrava-do-senhor/

Homilia do 4º Domingo do Advento

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Seu Reino não terá fim”
Descendente de Davi

O nascimento de Jesus não é um ato isolado na história da humanidade. Acontece em continuação às maravilhosas intervenções de Deus na História do povo de Israel, com destinação a todos os povos.
Deus preparou o nascimento de seu Filho na Humanidade, escolhendo para si um povo e neste, uma família cujo patriarca rei Davi recebe a promessa de uma herança eterna que vai acontecer em Jesus. Davi quis construir uma casa, isto é, um templo para Deus.
E Deus responde através do profeta Natã: “O Senhor anuncia que Ele te fará uma casa...
Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante de mim, e teu trono será firme para sempre” (2Sm7,11.16).
É o que rezamos no salmo 88: “Fiz um juramento a Davi, meu servidor. Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, de geração em geração garantirei teu reinado... Com ele firmarei minha aliança indissolúvel”.
No anúncio a Maria Lucas diz que José “é descendente de Davi” (Lc 1,27). Falando do Menino que iria conceber proclama: “Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lc 32-33).
Filho de Davi segundo a carne, Filho de Deus, segundo o Espírito: “Ele será chamado Filho do Altíssimo... O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra (presença de Deus), Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,32.35). Cumprem-se as profecias de um Salvador, Messias, Filho de Deus.
Maria é virgem, pois Ele é Filho de Deus. Ela é a humanidade que acolhe a Divindade. É a Divindade que assume a Humanidade. É o momento da salvação. A carne se une a Deus.

Casa aberta a todos

O nascimento durante o recenseamento o coloca na lista entre todos os homens. Os Anjos que cantam anunciam que pertence à Glória de Deus. Faz parte do povo por ser da casa e família de Davi. Na fé se faz mistério aberto a todos conforme as Escrituras proféticas (Rm 16,25-37).
Com sua Morte e Ressurreição completa a promessa de abrir o santuário de Deus a todos. Em Cristo todos podem ter acesso ao Pai. O anúncio do Anjo nos abre ao universalismo da fé. Como o seio virgem de Maria concebeu e como o ventre morto de Isabel gerou, o seio da humanidade murcho pelo pecado pode conter o Filho do Criador e gerá-Lo pelo Espírito a todo Universo.
Todos são chamados a ir a Belém para ver o que aconteceu e o que o Senhor deu a conhecer (Lc 2,15). Esses são em primeiro lugar os que são necessitados. Maria sintetiza em si a vocação de todo cristão: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim seguindo a tua palavra”.
A missão de Jesus Ele a realiza como serviço, fazendo a vontade do Pai. A porta que abre a todos o caminho é realizar a vontade do Pai, como o fez Jesus.
Assim implantou o Reino e nos fez casa de Deus. Maria, casa de ouro Maria tornou-se casa de Deus. É casa de ouro. O ouro está na beleza de sua abertura a Deus que a quis como sua casa.
É preciosa porque concebe o Filho de Deus e concebe a Palavra do Filho. Maria sintetiza em si esse momento de salvação. Traz Deus a nós e nos leva a Deus em sua própria carne. Ela é um sacramento em união a seu Filho sacramento do Pai.
Nos sinais humanos do Filho leva-nos ao Divino que é. O Mistério que a envolveu ela O distribui como Mãe generosa a seus filhos. Na preparação do Natal do Senhor, somos chamados a viver a abertura para que o Verbo eterno reine sobre nós.

Leituras: 2° Samuel 7,1-5;8b-12.14ª.16; Salmo 88; Romanos 16,25-27; Lucas 1,26-38

Ficha nº 1398 - Homilia do 4º Domingo do Advento

Deus preparou o nascimento de seu Filho escolhendo um povo. Neste escolheu uma família, de Davi a quem prometeu uma casa eterna. No anúncio do nascimento de Jesus é lembrando que é da família de Davi.
No seio de Maria, na pessoa do Filho se cumpre a promessa de um Salvador que como Deus se une à humanidade. É o momento da Salvação. No recenseamento Jesus é parte da Humanidade. Pertence à Glória de Deus. Faz parte da família de Davi. Abre o santuário a todos.
Por Cristo temos acesso ao Pai. É o universalismo da fé. Jesus realiza sua missão como serviço fazendo a vontade do Pai. A porta que abre a todos o caminho é realizar a vontade do Pai, como fez Jesus. Maria tornou-se casa de Deus, casa de ouro beleza de sua abertura a Deus que a quis como sua casa. E concebe o Filho e a Palavra do Filho.
Maria sintetiza em si esse momento de salvação: traz Deus a nós e nos leva a Deus em sua própria carne. O Mistério que recebeu ela o distribui como Mãe generosa. Somos chamados a viver a abertura para que o Verbo eterno reine sobre nós.

Construindo uma casa

Começamos a preparação imediata para o Santo Natal. Deus esteve sempre presente no meio de seu povo. Agora de um modo diferente. A Palavra de Deus usa a imagem da casa, isto é, uma família que continua.
No Antigo Testamento estava no templo. Davi quis construir uma para Deus, pois ele tinha a sua de cedro e o templo, a casa de Deus funcionava numa tenda, isso havia já 300 anos.
Deus responde: Eu é que vou construir uma casa para você, isto é, a família de Davi permanecerá para sempre. E Jesus é da família de Davi e permanece para sempre. O Anjo diz a Maria que seu Reino não teria fim. Este Reino é para todos os povos. O Anjo anuncia a Maria que ela seria a mãe do filho de Deus que nasceria. Ele é Filho do Altíssimo.
Como se realizou este fato tão grande? O Espírito Santo te cobrirá com sua sombra, diz o Anjo. Sombra significa a presença de Deus. Nós participamos do Natal quando fazemos como Maria: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim, segundo tua palavra”.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/12/2014

HOMILIA

Alegria: o Senhor está no meio de nós

Com o 4° domingo, o Advento chega ao auge. O evangelho traz o pleno cumprimento de todos os sinais que anunciam a vinda do Salvador. A promessa feita a Davi, de que sua descendência teria seu trono firmado para sempre (2Sm 7; cf. 1ª leitura), realiza-se no filho de Maria, juridicamente inserida, através de seu noivo José (o noivado tinha força jurídica), na descendência de Davi (Lc 1,27). A este filho, Deus dará – embora não do modo que se esperava – o trono de Davi, o governo da casa de Jacó (Israel) para sempre (cf. 2Sm 7,16). Já aprendemos, por estas últimas palavras, que as profecias se cumprem de um modo que a inteligência humana desconhece (1). O modo de Jesus ser o Cristo que reinará para sempre, e o modo em que a casa de Israel se tomará um povo universal, nenhum contemporâneo de Maria o podia imaginar, e mesmo Maria só o vislumbrava como Mistério de Deus. As profecias não são programas a serem executados. São sinais da obra inesperada que Deus está realizando, sinais que a gente só entende plenamente depois da obra realizada.
Outro sinal que a gente reconhece ao reler o A.T. à luz do Evento de Jesus Cristo é a profecia de Is 7,14. Embora o rei Acaz não gostasse de que Deus se intrometesse nos seus negócios políticos, Deus lhe deu um sinal: o nascimento de um filho de uma mulher nova (“virgem”, traduz a versão grega do A.T., usada pelos primeiros cristãos). Esse filho seria chamado Emanuel, “Deus conosco” (cf. Mt 1,23; 4° dom. Adv. A). No tempo de Is, isso significava: nos dias de catástrofe que hão de vir (722 a.C.: destruição do Norte e invasão do Sul pelos assírios), este rapaz de nome Emanuel, nascido como que por ordem de Deus, lembrará que Deus está com o povo. Mas, para quem conhece a história de Jesus, esse sinal reveste um sentido novo. Prefigura o mistério de Deus, a obra de seu “sopro” ou “espírito” vivificador (cf. Gn 2,7; Ez 37,9; Sl 104[l03],29-30) em Maria, suscitando nela um filho que não é fruto da geração humana (Lc 1,34; cf. Mt 1,18-24), mas um presente de Deus à humanidade: sendo obra do Espírito Santo, que veio sobre Maria, este filho é chamado “Santo” e “filho do Altíssimo” (Lc 1,36; cf. as atribuições do filho real em Is 9,5-6; 11,1-5), o filho em que Deus investe todo seu bem-querer (Lc 3,22), enviado e ungido com seu Espírito (4,18). É o verdadeiro e definitivo “Deus conosco”.
Mas o sinal por excelência da realização da promessa é o próprio nascimento do precursor de Cristo, do seio de Isabel, que tinha a fama de ser estéril (1,36). João Batista é “sinal” no sentido mais pleno imaginável: seu nascimento mostra a força do Altíssimo gerando o Salvador; sua missão prepara o caminho para este Salvador; sua pregação anuncia o Reino que o Cristo inaugura.
Ora, a obra de Deus através da História, assinalada pelos referidos sinais, anunciada como plenificando-se na alegre saudação do Anjo, que proclama a plenitude da graça de Deus em Maria (Lc 1,28-30; cf. Sf3,14-15; Zc 2,14 etc.), só se toma fecunda para o homem se este o quiser. Daí, a importância de dizer: “Sim”. Maria, respondendo ao Anjo (representando Deus mesmo) seu Fiat (“Faça-se em mim segundo a tua palavra”; Lc 1,38), colocando-se, como serva, a serviço do Senhor, é a primeira de todos os que, pela adesão da fé, “dão chances” à obra definitiva de Deus em Jesus Cristo. O Fiat de Maria representa a fé da humanidade e a disponibilidade com que a Igreja quer assumir o Mistério de Natal (cf. oração final).
Diante de todos esses sinais, na história de Israel e de Maria, devemos afirmar o que Paulo nos diz na 2ª leitura: em Cristo se toma manifesto o que, desde séculos, as Escrituras, ao mesmo tempo que o assinalavam, escondiam: o Mistério de Deus (Rm 1,25-26; cf. Mt 13,35). Os autores escriturísticos vislumbravam uma presença fiel de Deus nos fatos provisórios da História. Vistos a partir de Jesus Cristo, estes fatos tornam-se indícios do que se manifesta, em plena clareza, nele mesmo, e isto, para todos os povos, ao menos, quando conduzidos pela auscultação da fé (Rm 1,26) Por isso, podemos louvar e agradecer (1,27).
(1.) 0 “recado” de Natã a Davi, de que sua descendência estaria firme para sempre (2Sm 7,16), foi entendido, originariamente, como a certeza de que Israel sempre teria um rei da dinastia davídica, e o nascimento de um filho real é saudado, em Is 9,6, como sendo a confirmação desta promessa. Depois que o Exílio (586-535 a.C.) abolira o reinado, o “para sempre” foi interpretado como significando “de novo”. Israel (reduzido a um pequeno resto, ou seja, a população de Judá, no sul do pais) teria um novo rei (davídico), um novo “ungido” (Messias ou Cristo). Mas o que é anunciado a Maria ultrapassa de longe o que os judeus depois do exílio esperavam.
Fonte Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: Liturgia da Palavra 21/12/2014

Meditando o evangelho

A AGRACIADA DE DEUS

O Anjo do Senhor definiu Maria como a repleta de graça. Nesta afirmação, está contido um movimento de dupla direção: de Deus para Maria - de Maria para Deus. E, neste movimento articula-se o mistério divino na vida da mãe de Jesus.
Deus, em seu amor infinito pela humanidade e desejoso oferecer-lhe salvação, escolheu Maria para colaborar no seu plano de salvação. Esta escolha não se explica com parâmetros humanos, mas se perde nos abismos da liberdade divina. Deus concede, à jovem de Nazaré, a riqueza de suas graças: a predispõe a ser sua interlocutora, dando-lhe sensibilidade para captar os apelos divinos e tornando-a capaz de ir além de si mesma para  decidir-se a aceitar o projeto divino de salvação.
Maria, por sua vez, embora elevada a um nível altíssimo de santidade, que lhe fora comunicada pela plenitude da graça divina, conservava a simplicidade e a humildade de quem se sabia servidora. Em seu coração, não houve lugar para a soberba e a vanglória. Agraciada por Deus, mantinha-se no escondimento, não exigindo para si tratamento condizente com sua condição de mãe do Filho de Deus. Bastava-lhe saber-se cumpridora da vontade de Deus, ajudada pela graça que a plenificava. Não ambicionava grandezas mundanas, uma vez que possuía o bem mais precioso: estava repleta do próprio Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, que minha vida se inspire no exemplo de Maria, em sua disposição para cumprir a vontade de Deus.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-12-24

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. JESUS, O FILHO DE MARIA!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Depois do nome, a referência mais importante de uma pessoa é a sua filiação, filho de fulano e de cicrana, ter uma mãe e um pai, uma origem, algo que está na essência da nossa humanidade, sem essa referência, até da existência se pode duvidar. Quem é ele, filho de quem, onde mora? O Filho de Deus, onipotente, onipresente, onisciente, aceita trilhar o mesmo caminho do homem. A encarnação é obra de Deus, mas que irá acontecer com a colaboração do homem.
O rei Davi era a dinastia mais famosa de Israel, pois unificara o norte e o sul formando um dos maiores impérios do oriente, o povo sonhava com aqueles tempos em que Israel era uma nação respeitada e temida pelas demais, pois o rei Davi impunha respeito, pelo poder do seu numeroso exército, mas acima de tudo por ter sido ungido do Senhor, pois ser rei era uma missão divina. As profecias falavam que o esperado messias era dessa família e que seria igual ou até melhor que Davi, ele era para o povo o braço poderoso de Deus lutando a favor dos pobres, alinhando-se com os homens justos e punindo os maus.
Os grandes acontecimentos ou decisões importantes que representem mudança na vida do povo, só poderiam ocorrer no meio dos poderosos, ao povo cabia ouvir, dizer amém e agüentar as conseqüências. Entretanto a vinda do messias começa a ser articulada entre Deus e uma mocinha pobre da periferia chamada Nazaré, até ela própria fica assustada e surpresa quando percebe que está em suas mãos mudar os rumos da história do seu povo. A mudança dos rumos de uma nação, só começa a acontecer de fato, quando o povo descobre a sua força. Deus nunca seguiu as estruturas humanas para realizar a salvação da humanidade, escolhe como parceiro pessoas fracas, aparentemente incapazes de fazer qualquer mudança.
Por caminhos tortuosos, incompreensíveis para os homens, Deus irá cumprir com a promessa, o noivo de Maria chama-se José e pertence a família do grande rei Davi mas apesar disso, José é um homem do povo, que vive de sua profissão de carpinteiro. E Maria? Quais eram seus planos de vida?
Todos nós temos de ter um projeto de vida, quem não tem, acaba não vivendo bem e nem sabe o sentido da vida. Maria estava prometida em casamento a José, como seu povo ela também esperava o messias, ela também alimentava no coração a esperança de dias melhores.
E em um momento de oração Maria se abre para ouvir a Deus e descobrir a sua vontade a seu respeito. Somente uma fé madura e consciente consegue se abrir diante de Deus e ao mesmo o questiona. Há certas coisas em nossa vida de difícil solução, e que seria tão bom se Deus fizesse do nosso jeito. Não que Deus seja sempre do contra, mas nunca vai ser do nosso jeito. Em Maria vemos o que é realmente a fé, quando não fazemos questão que seja do nosso jeito, mas sim do jeito de Deus, daí é que as coisas vão acontecer. Só que o jeito de Deus não é muito fácil de aceitar porque ultrapassa a lógica humana.
Maria não é casada, não tem marido, quando ela apresenta essa dificuldade o anjo anuncia que as coisas irão acontecer do jeito de Deus e para que Maria possa confiar é lhe dado um sinal, a prima Isabel, avançada em idade e ainda por cima estéril, irá conceber uma criança. Os sinais de Deus nunca seguem a lógica humana, mas é preciso confiar. E Maria aceita totalmente a missão, que não será das mais fáceis, abre mão de todos os seus planos, inclusive o casamento com José, ela aceita o risco de ser acusada de infidelidade, o que poderia fazer com que fosse condenada á morte, caso o noivo a denunciasse.
Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra - Para nós, hoje é muito fácil aceitar e entender essa história. Mas pensemos um pouco em Maria, que não fazia idéia do que vinha pela frente, mas sabia que Deus estava com ela.
Hoje o reino de Deus vai acontecendo e sendo edificado em meio aos homens, na medida em que, como Maria, nós aceitamos o desafio, fazendo de nossa vida uma entrega total e silenciosa nas mãos do Pai. Para isso é sempre preciso renovar a cada dia a decisão em favor de Jesus e seu reino...
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com

2. Não tenhas medo, Maria!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Um pouco mais e o Natal chegou. Maria e José estão procurando um lugar para colocar o menino. Maria o tem dentro de si e vai dá-lo de presente a toda a humanidade. Do seu seio ela o colocará no seio da humanidade. Ela o colocará no nosso coração. Será que o menino precisa de uma casa? O rei Davi queria construir uma Casa para Deus. Deus não quis e disse a Davi: “Fui eu que tirei você do meio das ovelhas e é você quem vai construir uma casa para mim?”.
Na realidade, Deus não está interessado em ter um Templo. O que ele quer é um lugar para o povo morar sem ser molestado, sem ser oprimido por gente violenta, vivendo uma vida tranquila, sem inimigos. O Senhor é que vai construir uma casa para Davi. Davi não precisa ter medo. Ele pode compor salmos e cantá-los em honra do Senhor Deus, porque “o amor está garantido para sempre”. O Deus que fez uma aliança com Davi é leal. Ele mantém a palavra dada e garante o trono de Davi para sempre. Davi é sincero em seu desejo de construir um Templo para Deus. Ele mesmo tem um palácio bonito e Deus tem apenas uma tenda na qual são feitos os serviços religiosos. O conselheiro de Davi era o profeta Natã, que lhe dizia para fazer o que mandava o seu coração. Deus, porém, tem uma surpresa para Davi. Ele vai construir para seu Filho uma casa inesperada, colocada no meio dos povos, ao alcance de todas as gentes.
A construção da casa de Deus se tornou realidade quando o anjo Gabriel ouviu a resposta de Maria: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. Maria é o Templo de Deus. O Espírito Santo vem sobre ela e ela concebe o Filho de Deus. Maria é a Arca da Aliança, o Templo do Deus vivo. Deus não precisa de outra casa. Ele começa a estar onde Maria está, na casa de Nazaré, nas montanhas da Judeia, na cidade de Belém, no Egito, na cruz e em toda parte. O Deus sábio escolheu o corpo de uma mulher para ser o Templo de sua glória. A construção se tornou visível quando ela aceitou colocar o seu corpo a serviço do projeto de Deus. Maria não se julgou dona do seu corpo. Ela o colocou totalmente a serviço de Deus. E assim, do seu corpo saiu o corpo do Salvador.
http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d8

HOMILIA

Seja você o lugar da morada de Deu

Seja você o lugar da morada de Deus! Maria traduz santidade, traduz a presença de Deus, transmite fidelidade a Deus, transmite o lugar que precisamos ser para Deus entrar e habitar.
“O anjo, então, disse-lhe: ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus’” (Lucas 1, 30-31).
Deus escolheu uma casa, uma habitação, um lugar para morar no meio de nós. Deus escolheu uma tenda para habitar em meio à nossa humanidade perdida, sofrida, machucada por causa do pecado. Deus precisava de uma casa nova, pura e santificada; o lugar onde Ele habitaria no meio de meio de nós, por isso o Ele próprio escolheu o ventre de Maria.
O ventre de Maria é o solo sagrado, o lugar santo, é o lugar da habitação de Deus no meio de nós! Assim como o Senhor já havia prometido a Davi que permaneceria para sempre em sua casa, que repousaria na sua casa – Maria é o lugar por excelência do cumprimento das profecias divinas. É nela que a Palavra de Deus se cumpre no sentido mais pleno.
Deus quis estar entre nós e quis precisar do ventre, do ser; quis precisar de Maria para fazer este intercâmbio entre o céu e a terra. Não é que nós queremos louvar Maria, exaltá-la; não, nós queremos reconhecer a grandeza de Deus que olhou para a pequenez de Sua serva, nós queremos reconhecer a bondade d’Ele, que teve misericórdia e compaixão de nós ao escolher Seus meios e Seus caminhos para habitar em meio a nossa humanidade.
Maria é a primeira redimida, a primeira salva, a primeira escolhida, a primeira abençoada. Nela está toda a humanidade, que precisa ser salva e redimida. Se o solo, o ser de Maria, é o solo sagrado de Deus, Ele quer também que a nossa casa, o nosso lar e a nossa família sejam também sagrados e abençoados!
Quero convidá-lo para que, neste Natal, você traga esse lugar abençoado de Deus para dentro da sua casa. Sim, receba Maria em sua casa, receba aquela que é a portadora de Deus, receba aquela que se tornou o lugar de habitação e morada de Deus por excelência. Eu tenho certeza de que a sua casa vai se tornar um lugar sagrado e abençoado.
Quando eu vejo a imagem da Virgem Maria não paro na imagem, eu paro naquilo que a imagem traduz para mim. Maria traduz santidade, traduz a presença de Deus, ela transmite fidelidade a Deus, transmite o lugar que precisamos ser para Deus entrar e habitar. Eu quero olhar para ela, a Bem-aventurada, sempre Virgem Maria, e a seu exemplo, a seu modo e à sua maneira, eu quero também ser o lugar da morada de Deus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/12/2014

Oração Final
Pai Santo, nós agradecemos pela Encarnação de tua Palavra em Jesus de Nazaré. Prepara nossos corações para que ele seja morada digna do Cristo. Que sejamos mansos e humildes, mas corajosos e alegres para anunciar teu Reino de Amor que chega. Pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/12/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, nós agradecemos pela Encarnação de tua Palavra Criadora em Jesus de Nazaré. Prepara nossos corações para que ele seja morada digna do Cristo. Que sejamos mansos e humildes, mas corajosos e alegres para anunciar teu Reino de Amor que chega com Ele. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
http://arquidiocesebh.org.br/para-sua-fe/espiritualidade/meu-dia-em-oracao/4o-advento-eis-escrava-do-senhor/

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