quarta-feira, 18 de outubro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/10/2017

ANO A


Lc 11,47-54

Comentário do Evangelho

O profeta é o homem do gesto e da palavra.

Os profetas eram homens de Deus, portadores da Palavra de Deus; suscitavam a esperança, denunciavam os crimes, desvelavam a infidelidade à Aliança, anunciavam o amor sem limites de Deus por seu povo (ver: Jr 20 e 26). O profeta é o homem do gesto e da palavra. No entanto, foram mortos; fizeram calar a palavra, não quiserem ouvir a voz de Deus. Há um modo de interpretar a Escritura que faz dos doutores da Lei coniventes com a morte dos profetas do passado de Israel. A pretensão de possuir o conhecimento da Escritura os impede de escutar a Deus, e eles, por sua vez, fecham às pessoas a possibilidade de uma compreensão correta da Palavra de Deus: “... ficastes com a chave da ciência: vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar” (v. 52). O que Jesus diz dos profetas do passado, acontecerá com ele mesmo: “Quando Jesus saiu de lá, os escribas e os fariseus começaram a importuná-lo e a provocá-lo em muitos pontos, armando ciladas para apanhá-lo em suas próprias palavras” (v. 54).
Carlos Alberto Contieri,sj
Fonte: Paulinas em 17/10/2013

Vivendo a Palavra

Jesus expõe a contradição: os filhos constroem túmulos para os profetas que os pais mataram. Vivos, os Mensageiros incomodavam com a Verdade e eram perseguidos. Mortos, eram venerados. Não poucas vezes o mesmo acontece conosco: a Verdade nos desinstala. Nós procuramos ocultá-la com ritos vazios.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/10/2013

VIVENDO A PALAVRA

O Mestre lamenta os vícios da sociedade em que vivia e mostra qual é o caminho da Verdade: ele é simples e transparente. Jesus vê em profundidade o mal que se esconde nos corações humanos. Os mesmos ‘ais de vocês’ poderiam ser ouvidos por nós, hoje, pois também nós vivemos tempos de dissimulação e de egoísmo exacerbado.

Reflexão

A sociedade humana é a sociedade da morte e procura destruir todas as iniciativas que promovem a verdadeira vida. Como o Reino de Deus é o Reino da Vida, ele sofre perseguições e rejeição por parte do mundo. O mundo odeia tudo o que está relacionado com a vida e nega seus valores, trata mal quem age assim, provoca quem procura viver retamente, arma ciladas para pegá-los de surpresa. Mas todo aquele que de fato é do Reino de Deus enfrenta todas essas dificuldades e luta pela vida, sabendo que Deus é o seu grande parceiro nesta luta e que a vida triunfará sobre o pecado e a morte.
Fonte: CNBB em 17/10/2013

Meditação

Você tem mania de corrigir os que erram? - Não é melhor colocar em primeiro lugar o espírito de caridade fraterna? - Procura usar de delicadeza no trato com os outros? - Como tratamos os que não professam a mesma fé e do mesmo modo que nós professamos? - Lembra-se de rezar pelos cristãos que, em muitos países, são perseguidos por causa da fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 17/10/2013

Meditando o evangelho

O SANGUE DOS PROFETAS

A franqueza usada por Jesus no confronto com os seus adversários permitia-lhe entrever o que se passava no coração deles. Recusava-se a pactuar com sua hipocrisia, denunciando o modo como pretendiam agradar a Deus. Essa liberdade de Jesus em denunciar o comportamento dos seus adversários só podia torná-lo alvo de ódio feroz.
A experiência do Mestre estava em perfeita consonância com a dos profetas do passado. Também eles foram perseguidos e mortos, sem que o povo desse ouvido à apelos. Em outras palavras, preferiu-se calar a voz de Deus a acolhê-la com humildade e desejo de conversão.
Mais que todos os profetas e mensageiros do passado, Jesus era a voz privilegiada de Deus na história humana. Na condição de Filho, fora enviado para proclamar o caminho da salvação. Todas as suas palavras e suas ações deveriam levar as pessoas a se converterem para o Reino. No entanto, por parte de um grupo de escribas e fariseus, só encontrou fechamento e recusa de acolher o caminho que ele lhes propunha.
O Pai pedirá contas a esse grupo de pessoas, como pediu aos que derramaram o sangue dos profetas, desde a criação do mundo. Tamanha insensibilidade clama aos céus! Sua punição manifesta a rejeição divina de pactuar com a maldade.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de receptividade, faze-me dócil para acolher as palavras de Jesus, deixando-me tocar e converter por elas.

Liturgia comentada

Eu lhes enviarei profetas... (Lc 11, 47-54)
Conforme a Carta aos Hebreus (1, 1), nos tempos da Primeira Aliança o Senhor se dirigiu a seu povo através dos profetas. Eram homens comuns, vaqueiros ou catadores de sicômoros, que o Espírito de Deus impelia a profetizar. Nada que nos faça pensar em “adivinhões” a prever o futuro. Antes, eram vozes de alerta que advertiam os responsáveis pelo povo escolhido quando se afastavam da vontade do Senhor. Foi o caso de Natã, que visitou o Rei Davi para conduzi-lo à contrição e à penitência.
O Antigo Testamento chama o profeta de “rabi” (aquele que foi chamado) ou de “ro’eh” (o vidente). Ezequiel terá sido o campeão das visões, como a daquele “carro celeste” que muitos se atreveram a traduzir como uma nave espacial. Com palavras ou gestos simbólicos (a canga quebrada de Jeremias, o casamento de Oseias, o tijolo de Ezequiel, etc.), os profetas revelam as intenções de Deus para a vida de seu povo.
Na intersecção das duas Alianças, João Batista foi o grande profeta enviado por Deus, quando os céus voltaram a se abrir após 150 anos de silêncio. Sua missão? Apontar o Cordeiro de Deus, identificando na pessoa de Jesus o Messias esperado.
Ao longo dos séculos, os profetas foram rejeitados, perseguidos, silenciados pela violência. Por isso mesmo, Jesus lamentava a Cidade Santa: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!” (Mt 23, 37.) Assim se manifestava, ao longo dos séculos, a recusa impenitente de um povo amado que não reconhecia o amor de que era alvo.
João Batista, o Precursor, preso por Herodes e, a seguir, decapitado, resume de forma cabal essa estranha vocação dos enviados de Deus. Por fim, na plenitude dos tempos, Jesus Cristo – o próprio Filho de Deus – sofreria também de modo extremo a rejeição e a morte.
Nos tempos apostólicos, o mesmo ódio seria derramado sobre os servidores de Deus, a começar por Estevão (At 7, 58) e Tiago (at 12, 2). Desde os césares romanos até os tiranos modernos, idêntico fim teriam os cristãos que professam sua fé em Jesus Cristo. Cumpria-se assim a profecia do Senhor: “Sereis odiados de todos, por causa do meu Nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.” (Mt 10, 22.)
O Senhor precisa de profetas. Aceitaremos esta missão?
Orai sem cessar: “Eis-me aqui! Enviai-me!” (Is 6, 8b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 17/10/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Saber ser humilde quando se é corrigido

Um ponto marcante que nos prova a nossa ignorância é o fato de não sabermos ser humildes quando somos corrigidos.
“Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar” (Lc 11,52).
Nós continuamos, hoje, a meditar o debate de Jesus com os fariseus e com os mestres da Lei. Mais uma vez, Jesus mostra a Sua dureza para com esse grupo, também chamados de “fariseus” e, hoje, especificamente olhando para os doutores da Lei.
Porque, como a Palavra diz, os fariseus e mestres da Lei são aqueles que sabem tudo da Lei; julgavam, condenavam e olhavam os outros a partir da sua própria interpretação. Por isso Jesus afirma que eles tinham a chave da ciência.
“Ciência” é o que se entende como o conhecimento do bem e do mal, o conhecimento do que é correto e do que é errado. Uma vez que eu tenho essa ciência, este conhecimento, cabe a mim julgar, cabe a mim saber quem está correto e quem não o está.
É um verdadeiro erro acharmos que somos sabedores de alguma coisa e nos acharmos melhores do que os outros ou acima deles; porque temos conhecimento disso ou daquilo ou porque temos esta ou aquela formação. Ou porque somos próximos de Deus, porque participamos da Santa Missa, da Eucaristia, porque Ele está conosco.
Dessa forma, nos achamos detentores da verdade, os donos da verdade, até das coisas de Deus. Quando, na verdade, o Senhor não se deixa aprisionar por ninguém, nem por nenhuma religião, nem por nenhum mestre ou doutor, tampouco por nenhuma ciência.
Deus é livre e soberano e age do modo que quiser; ninguém pode determinar a ação d’Ele. Nós podemos invocá-Lo, pedir-Lhe algo, podemos esperar n’Ele e também podemos correr atrás da manifestação d’Ele, mas ninguém tem a chave do Seu coração, ninguém tem a chave da Sua ciência. É por esse motivo que Jesus corrige os mestres da Lei e quem age como eles.
Outra coisa que nos chama a atenção na Palavra de Deus, hoje, é justamente que os doutores da Lei, uma vez que foram corrigidos, não aceitaram a correção, depois se revelaram, repreenderam, maltrataram, provocaram Jesus e armaram ciladas contra Ele. Outro ponto marcante que nos prova a nossa ignorância é o fato de não sabermos ser humildes quando somos corrigidos.
A verdadeira ciência, aquela que vem do Coração de Deus, se humilha; as outras são sinônimo de orgulho. Que Deus nos dê a sabedoria, a ciência do Céu, pela santa humildade.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/10/2013

Oração Final
Pai Santo, orienta os nossos passos no Caminho da Verdade. Que nós nos aproximemos da tua Palavra Santa – que anuncias por meio de tantos sinais – e que a vivamos e a proclamemos aos irmãos através do testemunho de uma vida transparente, feita de relações fraternas com o nosso próximo. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/10/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos verdadeiros filhos teus. Que os irmãos sintam, por nossa presença e testemunho de vida, o desejo de seguir a Jesus de Nazaré, vivendo as relações que Ele viveu: fraternas com os companheiros de jornada e filial contigo, Pai amado. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém

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