domingo, 30 de julho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 30/07/2017

ANO A


Mt 13,44-52

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A liturgia atual nos apresentará, a última série de parábolas sobre o Reino dos Céus. Tesouro! Eis uma palavra frequentemente empregada pelo ser humano na linguagem dos afetos, na literatura amorosa. Usada neste sentido, a palavra tesouro nada tem que ver com o espaço surpreende e encanta. A isso é que chamamos “tesouro”. Rede! Eis outra palavra específica da atualidade. Esta palavra é chave para que compreendamos a realidade não de forma hierárquica, piramidal, e sim interconectada. Somos um feixe de relações e delas nos vêm a ventura e a desventura, a informação e o virús. estar conectado à rede é risco e é possibilidade. Portanto, tesouro e rede são as duas chaves que nos permitem aprofundar os ensinamentos de Jesus.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, louvado seja o Senhor que nos reuniu neste domingo para que, por Ele, ofereçamos ao Pai um sacrifício de louvor, um culto verdadeiro em espírito e verdade. Sabendo que “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus”, eis que aqui estamos para trazer ao altar a nossa vida, a nossa lida desta semana, e tudo aquilo que fizemos para colaborar com edificação do Reino de Deus, anunciado por Jesus. Que o Senhor se manifeste a nós por sua Palavra e por seu Corpo; que o Senhor escute nossas súplicas; que o Senhor nos fortaleça na missão de anunciar o Evangelho.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Existe um evidente contraste entre a riqueza do ensinamento bíblico sobre o "Reino" e a pobreza da idéia que dele têm os cristãos. A imagem do Reino não lembra mais quase nada às nossas mentes. E mesmo que continuem a persistir algumas expressões no vocabulário eclesial corrente (construção do Reino, vinda do Reino...), parece que perderam seu dinamismo interior e um conteúdo claro e definido. No entanto, o Reino constitui o objeto primário da pregação do NT. João Batista e Jesus iniciam sua pregação com o anúncio de alegria: "Está próximo o Reino de Deus". A Boa-nova proclamada por Jesus é, em suma, a vinda do Reino de Deus. O que quer dizer-nos Jesus?

PROCURAR JESUS, ENCONTRAR JESUS: EIS O GRANDE TESOURO!

Papa Francisco
(Angelus - 27 de Julho de 2014)

[…] Quantas pessoas, quantos santos e santas, lendo o Evangelho com o coração aberto, foram literalmente conquistados por Jesus, e converteram-se a Ele. Pensemos em São Francisco de Assis: ele já era cristão, mas um cristão «ao sabor da corrente». Quando leu o Evangelho, num momento decisivo da sua juventude, encontrou Jesus e descobriu o Reino de Deus, e então todos os seus sonhos de glória terrena esvaeceram. O Evangelho leva-nos a conhecer o Jesus verdadeiro, faz-nos conhecer o Jesus vivo; fala-nos ao coração e muda a nossa vida. [...]

[…] Cada dia devemos ler um trecho do Evangelho; e também trazer conosco um pequeno Evangelho, no bolso, na bolsa, contudo ao alcance da mão. E ali, lendo um trecho encontraremos Jesus. Ali, no Evangelho, tudo adquire sentido e encontramos aquele tesouro, ao qual Jesus chama «o Reino de Deus», ou seja, Deus que reina na tua vida, na nossa vida; Deus que é amor, paz e alegria em cada homem e em todos os homens. É isto que Deus quer, foi por isto que Jesus se entregou a si mesmo, a ponto de morrer numa Cruz, para nos libertar do poder das trevas e nos transferir para o reino da vida, da beleza, da bondade e da alegria. Ler o Evangelho significa encontrar Jesus e ter aquela alegria cristã, que é um dom do Espírito Santo.

Comentário do Evangelho

A necessidade do discernimento.

O discernimento é a arte de distinguir entre o bem e o mal. O discernimento é necessário, pois bem e mal coexistem não somente fora do ser humano, mas no coração dele mesmo (cf. Mc 7,20-23). O que Salomão pede a Deus é a capacidade de escutar e a arte de discernir entre o bem e o mal. Escuta e discernimento são dois momentos de uma mesma atitude do homem que busca conhecer e realizar a vontade de Deus.
O evangelho deste domingo é composto de três parábolas, pronunciadas em casa, aos discípulos, e da conclusão de todo o discurso em parábolas (vv. 51-52). As duas primeiras parábolas (vv. 44-46), complementares entre elas, acentuam dois aspectos: o grande valor do tesouro e da pérola encontrados, símbolos do Reino dos Céus, e a atitude de quem os encontra. É no ensinamento de Jesus que o tesouro do Reino de Deus está escondido e protegido. Quem o descobre experimenta grande alegria e engaja toda a sua vida para não perdê-lo. A pérola de grande valor (ver: ap 21,21; Pr 3,15; 8,11; 31,10; Jó 28,18) encontrada é resultado de uma busca intencional. A aquisição do bem encontrado requer, como na primeira parábola, o engajamento de toda a vida. O Reino dos céus é comparável a bens que ultrapassam infinitamente o valor que se poderia atribuir-lhe. Segundo essas duas parábolas complementares, quem descobre o Reino dos Céus nas palavras e nos gestos de Jesus fará a experiência de uma tal alegria que será capaz de sacrificar suas antigas convicções e seguranças. É essa exigência que Jesus faz ao jovem rico (Mt 19,21); é o que São Paulo exprime de maneira tão lapidar: “o que era para mim lucro, tive-o como perda, por amor de Cristo” (Fl 3,7). A parábola da rede focaliza que há um tempo para tudo sobre a face da terra (Qo 3,1-8). A paciência instruída pelo discernimento é a atitude exigida dos discípulos. Há um tempo para a pesca e um tempo para a triagem da pesca realizada. A parábola não deixa nenhuma margem ao equívoco: a triagem acontecerá no fim do mundo (vv. 49-50; Mt 25,31-46). Os versículos 51 e 52 são a conclusão de todo o discurso de Jesus em parábolas. A resposta positiva dos discípulos à pergunta de Jesus significa que eles compreenderam a natureza do Reino dos céus e a sua situação neste mundo, o seu desenvolvimento e as exigências que ele impõe. A resposta positiva dos discípulos à pergunta de Jesus mostra, igualmente, que eles reconhecem que Jesus é quem revela o mistério de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu seja decidido e rápido em desfazer-me do que me impede de acolher plenamente o teu Reino. Que meu coração nunca se apegue a coisa alguma deste mundo.
Fonte: Paulinas em 27/07/2014

Vivendo a Palavra

A sabedoria que o Evangelho de Jesus Cristo nos transmite ensina que não devemos descartar as coisas antigas – nossa tradição –, mas também a estarmos atentos às coisas novas. O Espírito continua soprando vida, e vida é ressurreição constante. Estejamos preparados para admirar agradecidos e encantados a paisagem sempre nova da nossa viagem.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2014

Recadinho

O Reino de Deus é a pérola mais preciosa que possa existir! O tesouro para muitos escondido! É nosso encontro com a bondade e misericórdia infinita de Deus! - Você pode dizer que encontrou a pérola preciosa? Em que consiste? - Você consegue encontrar tesouros escondidos no íntimo de seu coração? - Você caminha na luz de Deus? - Não é daqueles que se apegam demais aos tesouros deste mundo? - Cite um exemplo de alguém que é uma pérola preciosa de amor a Deus e ao próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 27/07/2014

Meditando o evangelho

EM BUSCA DO "MAIS"

O tesouro descoberto por acaso e a pérola preciosa encontrada após uma longa busca indicam uma postura imprescindível para quem se faz discípulo do Reino: capacidade de abrir mão do que lhe parecia ser valioso – a riqueza acumulada – para ficar apenas com o que é fundamental, o verdadeiramente necessário. Surge, então, uma questão implacável: vale a pena?
A disposição para obter o "mais" choca-se muitas vezes com o que é "menos". Neste sentido, o discípulo necessita de muita audácia para que o apego ao "menos" não o impeça de adquirir o que é "mais". É a audácia do agricultor que encontrou o tesouro e do comerciante em busca de uma pérola preciosa. Eles venderam tudo quanto possuíam, e que haviam conseguido à custa de longos e penosos anos de trabalho e esforço, para adquirir apenas um bem: o primeiro, o campo onde se escondia o tesouro, e o segundo, uma única pérola. Sabiam, porém, que aquele não era um campo qualquer, nem uma pérola como tantas outras. Ao dar-se conta do valor incomensurável do bem a ser adquirido e da chance que tinham diante de si, não hesitaram em se decidir.
A "aquisição" do Reino exige do discípulo abrir mão de tantas coisas tidas como valiosas, mas que são um bem menor, se comparadas com ele. Afinal, o Reino é o próprio Deus desejoso de fazer-se senhor de cada pessoa e da história humana.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, meu grande anseio é deixar-te ser o senhor de minha vida. Faze-me suficientemente audacioso para renunciar a tudo quanto me afasta deste objetivo.

HOMILIA

JESUS É A PÉROLA DE GRANDE VALOR

No Evangelho de hoje somos convidados a contemplar duas realidades. Duas pérolas. Uma de mais e outra de menos valor. A de grande valor é escondida com a máxima segurança para não descoberta por ninguém. O mais importante nelas é a focalização da opção radical pelo Reino da justiça, diante do qual vale a pena arriscar tudo, alegremente. Ambas mostram a atitude de alguém que vende tudo o que possui para conquistar o novo, algo de valor incalculável, o único valor absoluto.
A primeira parábola é a do tesouro escondido no campo. A parábola não compara o Reino com o tesouro, mas quer mostrar o estado de ânimo de quem encontra esse tesouro, comparando esse estado de ânimo com o que deveria animar os que descobrem o Reino da justiça como valor absoluto de suas vidas. Como reage quem encontra um tesouro? Como reage quem descobriu que a justiça é o único caminho para conseguirmos sociedade e história novas?
O texto não afirma que o descobridor estivesse à caça de tesouros escondidos. Simplesmente foi por providência, foi sem esforço. O Reino da justiça também não é objeto de buscas intermináveis; está debaixo de nossos pés, a nosso alcance, em nosso chão. A reação de quem encontrou o tesouro é de alegria e desembaraçamento de tudo para a obtenção desse tesouro. Aí está, diz Mateus, o estado de ânimo de quem descobriu, na prática da justiça do Reino, o filão escondido do mundo novo.
O Reino é dom gratuito, manifestado na prática de Jesus. A esse achado inesperado correspondem alegria e desprendimento total. Não se trata de renunciar para obter o Reino. É sua descoberta que possibilita desembaraçar-se alegremente de tudo.
A segunda parábola é a da pérola de grande valor. Há algumas diferenças em relação à anterior: o fato de o comprador estar buscando pérolas e a não-menção da alegria com que vende todos os seus bens. Contudo, o significado é o mesmo da parábola anterior: pelo fato de encontrar um valor maior, desfaz-se de tudo para possuí-lo, porque vale a pena. Fique bem claro, porém, que o Reino não é troca de mercadorias. Não pode ser comprado como o campo que esconde o tesouro, ou como a pérola. As parábolas querem salientar que nada faz falta a quem descobriu o sentido e valor da luta pela justiça.
A parábola da rede lançada ao mar prolonga o tema da parábola do joio no meio do trigo e tem sabor de escatologia final. Na sociedade convivem lado a lado peixes bons e peixes ruins. Quem lança a rede é Deus e só a ele compete ordenar a triagem. O juízo constará de separação. A parábola, portanto, mostra às comunidades cristãs qual será sua sorte final se perseverarem no discernimento e na opção definitiva pelo Reino de justiça.
Os vv. 51-52 pretendem ser a conclusão das parábolas. A insistência cai sobre a compreensão ou discernimento. Vocês compreenderam tudo isso? Não se trata simplesmente de entender o sentido das parábolas, mas antes de compreender, assumir o ensinamento e a prática do Reino que elas manifestam.
Trata-se de compreender o mistério do Reino, que pode ser resumido em dois pontos: 1. O mistério do Reino já foi e continua sendo manifestado naquilo que Jesus diz e realiza; 2. O que ele diz e realiza se prolonga na práxis da comunidade cristã em meio a uma sociedade conflituosa. A função da comunidade não é fazer a triagem ou fugir da realidade, mas dar continuidade à prática de Jesus.
Os discípulos afirmam ter compreendido tudo isso. Por isso todo doutor da Lei que se torna discípulo no Reino do Céu é como um pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas. Este Pai sou eu, és tudo, quando fazes uma opção radical por Jesus a Pérola de grande valor, o Único Caminho, a Verdade, e a Vida de todo e qualquer homem ou mulher.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 27/07/2014

REFLEXÕES DE HOJE


30 DE JULHO-DOMINGO

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HOMILIA DIÁRIA

Peçamos a Deus sabedoria para discernir entre o bem e o mal

É o Espírito Santo quem nos dá a sabedoria necessária para termos discernimento, prudência e para tomarmos as decisões corretas.
“Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido” (Mateus 13, 44).
A Palavra de Deus, que nos é anunciada hoje, nos ajuda a entender o valor, a importância e o significado que o Reino de Deus tem para nós. Comparar o Reino de Deus com um tesouro ou com pérolas preciosas nos dá realmente a dimensão e o valor da importância que esse Reino tem para a nossa vida. Na verdade, ele significa tudo, não tem nada neste mundo mais importante do que ele e quem o descobriu, descobriu tudo! Descobriu a razão de viver, o sentido para a vida, porque o Reino de Deus nos traz a razão para o nosso viver.
A primeira leitura da Missa de hoje nos traz um grande ensinamento da maneira como devemos nos dirigir a Deus. Vemos Salomão, muito jovem e escolhido para ser o rei de Israel, se apresenta diante de Deus, ele poderia pedir o que quisesse diante da presença do Senhor, mas ele pede: “Senhor, conceda-me sabedoria, conceda-me um coração compreensivo capaz de governar o seu povo e saber discernir entre o bem e o mal”. O pedido de Salomão agradou tanto o Coração de Deus, porque ele [Salomão] não pediu vida longa, não pediu riquezas, não pediu morte para seus adversários, mas somente a sabedoria para praticar a justiça e fazer a vontade de Deus. Por isso o Senhor atendeu o pedido dele porque este agradou demais o Coração d’Ele.
Deixe-me dizer uma coisa a você: Nós, às vezes, nos preocupamos em pedir tantas coisas para Deus; pedimos saúde, pedimos vida melhor, pedimos paz e prosperidade. Não é errado pedir isso, cada um sabe das suas necessidades. Filho, apresente ao coração de Seu Pai aquilo que é necessidade do seu coração. Mas nós, muitas vezes, nos esquecemos de pedir o essencial, o fundamental, essa riqueza maior que se chama: Espírito Santo.
É o Espírito que nos dá a sabedoria necessária para termos discernimento, para termos prudência, para tomarmos as decisões corretas, para termos a fortaleza necessária. Por isso o pedido de Salomão agradou tanto ao Coração de Deus, porque ele não pediu nada pensando em si; ele pediu para praticar o bem e viver a vontade do Senhor!
Que hoje a Palavra de Deus venha ao nosso encontro irradiando em nosso coração essa vontade de pedir ao Senhor que nos dê o segredo do Seu Reino, que nos dê essas pérolas preciosas: os dons do Seu Santo Espírito e nos conceda, em abundância, a sabedoria e a capacidade de discernir entre o bem e o mal, entre o que é a vontade de Deus e o que não é a vontade do Senhor.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 27/07/2014

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HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 27/07/2014

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a ser como aquele doutor da Lei que se tornou discípulo do teu Reino: mantém-nos respeitosos e atentos sobre a Sabedoria Antiga e, na mesma medida, abertos ao Novo, inspirado por teu Espírito Criador. Nós te pedimos, Pai amado, pelo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do mesmo Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/07/2014

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