segunda-feira, 30 de maio de 2016

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 29/05/2016 E 30/05/2016

ANO C



29 de Maio de 2016

Lc 7,1-10

Comentário do Evangelho

Fé e universalidade da salvação

O tema deste nono domingo do tempo comum é a fé e a universalidade da salvação.
O trecho do primeiro livro dos Reis é a resposta à questão posta imediatamente depois do exílio na Babilônia, quando do retorno dos deportados à terra de Israel. Os que voltam do exílio encontram na terra um “povo mesclado”. A pergunta é: que atitude adotar quanto aos estrangeiros que habitavam a terra? Pode-se admitir na sinagoga todos os que o desejam? Se algum estrangeiro se aproxima do Templo e busca o Deus de Israel, é porque reconhece a sua grandeza. Deus não rejeitaria a sua oração, pois ele acolhe a todos. Se Deus assim procede, convém não fechar as portas a quem quer que seja.
O perícope de Lucas, situada na primeira parte do evangelho, em que a questão é a identidade de Jesus, vai para a mesma direção. A menção de Cafarnaum já é importante, pois, simbolicamente, esta cidade, às margens do Lago de Genesaré, abre a mensagem de Jesus aos pagãos, em face de Nazaré, cidade de Jesus (cf. 4,23). O centurião, chefe de cem soldados, é um pagão. A súplica do centurião a Jesus é por um servo seu, que ele estimava muito (v. 2). Para o centurião, o valor essencial parece ser a vida do seu servo (cf. v. 3). Estando a serviço do império romano, ele é considerado impuro. Mas ele mesmo não se diz impuro, pois isso é um conceito judaico-religioso; ele diz ser indigno: “Eu não sou digno de que entres sob o meu teto” (Lc 7, 6). Ele conhece as normas dos judeus quanto à pureza, por isso não vai pessoalmente ter com Jesus, mas envia anciãos judeus para intercederem por ele junto a Jesus. Dizer-se indigno é reconhecer a autoridade de Jesus. O Senhor acolhe a todos e toma a iniciativa de querer ir à casa do centurião. No entanto, o chefe pede que Jesus simplesmente dê uma ordem, pois é o poder da palavra que importa (cf. vv. 7-8). A fé do centurião causa uma profunda admiração em Jesus (v. 9). A fé do pagão ultrapassa a manifestada em Israel. A constatação da cura revela o poder vivificante e eficaz da palavra do Senhor (cf. v. 10).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai,dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me do meu semelhante.
FONTE: Paulinas em 02/06/2013

Vivendo a Palavra

O oficial romano havia mergulhado no Mistério da Encarnação. Sabia que Jesus de Nazaré, o homem, sofria os limites humanos de tempo e lugar, mas o Cristo, que habitava nele, tinha o poder de curar seu servo livre dessas amarras. E deixa para nós esse exemplo de fé e de entrega ao Mistério de Amor do Pai.
FONTE: Arquidiocese BH em 02/06/2013

Reflexão

Uma coisa é a fé em si, e outra coisa é como ela se expressa. Para muitos, a fé em si nem sequer é percebida, de modo que existe uma necessidade muito grande de ritualismo e de formas exteriores de expressão da fé. Quem tem verdadeiramente fé em Jesus, acredita na autoridade do seu nome e na força da sua Palavra, e não necessita de manifestações exteriores para acreditar na eficácia da sua ação. Deste modo, todos nós somos convidados a reconhecer que a grandiosidade da fé do Centurião que acreditou plenamente no poder da Palavra de Jesus e não exigiu dele nenhum rito ou gesto exterior e, porque acreditou, foi atendido naquilo que desejava.
FONTE: CNBB em 16/09/2013

Meditando o Evangelho

UNIVERSALIDADE DA MISSÃO

Ao atender o pedido do oficial romano, Jesus ensinou aos seus discípulos a estarem prontos para realizar uma missão universal, para além dos limites do povo de Israel. Esta advertência justifica-se, se considerarmos a mentalidade segregacionista de seus contemporâneos, para os quais o contato com os pagãos deveria ser ciosamente evitado.
O pedido do oficial romano, que chegou até Jesus pela mediação de alguns judeus, foi aceito de imediato. O Mestre dispôs-se a ir até onde se encontrava o homem enfermo, a fim de curá-lo, sem se importar com o perigo de contrair impureza. Então o oficial, agiu com extrema delicadeza. Ao pensar que seria constrangedor para o judeu Jesus ter de entrar na casa de um pagão, sugeriu-lhe fazer o milagre à distância, sem o incômodo de infringir as rigorosas leis religiosas de seu povo. O segundo pedido do oficial foi uma inequívoca confissão de fé. Ele merecia ser atendido sem demora.
A constatação da "fé" deste pagão, maior que a de qualquer israelita, era um alerta para os discípulos: deveriam estar atentos à boa-vontade dos pagãos, em acolher o Reino. Se, fora de Israel, o Reino produzia seus efeitos nos corações das pessoas, por que limitar seu anúncio aos israelitas? O Reino não era propriedade particular de ninguém. Quem o acolhesse na fé, estaria em condições de ser agraciado por ele.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Espírito de universalidade, sensibiliza meu coração para acolher os apelos que me vêm da humanidade sofredora, para a qual devo ser testemunha do Reino.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-05-29


30 de Maio de 2016

Mc 12,1-12

Comentário do Evangelho

Vamos matá-lo, e a herança será nossa!

Estamos na segunda parte do evangelho segundo Marcos, em que predominam os relatos pré-marcanos da paixão. A imagem de fundo da parábola é Is 5,1-7, que recomendamos seja relido. Esta parábola, com modificações importantes, está presente também nos outros dois sinóticos (Mt 21,33-46; Lc 20,9-19). O cerco sobre Jesus vai se fechando cada vez mais; a sua morte se aproxima. Jesus parte para o ataque. Os destinatários da parábola são os chefes do povo. O texto é a história da rejeição do dom de Deus desde tempos remotos até Jesus, inclusive, que será morto fora dos muros de Jerusalém: “Desde o dia em que vossos pais saíram da terra do Egito até hoje, enviei-vos os meus servos, os profetas, cada dia os enviei, incansavelmente. Mas não me escutaram, nem prestaram ouvidos, mas endureceram a sua cerviz e foram piores que seus pais” (Jr 7,25-26).
Para a tradição bíblica, o povo, simbolizado pela vinha, é a herança de Deus (Jr 50,11; Sl 79,1). A parábola permite-nos concluir que uma das causas da morte de Jesus foi a cobiça: os chefes do povo, de meros administradores, quiseram para si tudo o que era de Deus; quiseram se apossar do que não lhes pertencia. A cobiça elimina quem quer que seja, até o verdadeiro herdeiro; ela traz em si mesma um dinamismo de morte: “Este é o herdeiro. Vamos matá-lo, e a herança será nossa!” (v. 7).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, porque és misericordioso, nunca te cansas de querer levar a mim e a toda a humanidade para junto de ti. Que eu perceba e acolha a manifestação deste teu imenso amor.
FONTE: Paulinas em 03/06/2013

Vivendo a Palavra

Quando nós chegamos ao mundo, tudo estava pronto para nos receber. O Dono da vinha a preparara para nós. Cabe-nos administrá-la e usufruir dela, sem nos esquecermos de partilhar com os mensageiros do Dono – os Pobres que Ele coloca perto de nós – os frutos que colhermos. Eles são a parte que devemos pagar pelo ‘arrendamento’ da vinha.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

O que aconteceu com os vinhateiros apresentadas na parábola do evangelho de hoje pode acontecer a todos nós principalmente quando nos deixamos levar pelo desejo de ter poder e de ter riquezas, que nos leva à tentação de nos apossarmos de tudo, inclusive das coisas de Deus e até mesmo do próprio Deus e a queremos usar de tudo isso em nosso próprio benefício. Quando fazemos isso, estamos na verdade rejeitando a presença do próprio Cristo em nossas vidas, que se dá também por meio dos pobres e necessitados que procuram a misericórdia do nosso coração e não o nosso autoritarismo e a nossa prepotência em relação a eles.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=5&dia=30

Meditando o Evangelho

A PEDRA REJEITADA

Possivelmente a similaridade fonética entre as palavras hebraicas ben (filho) e eben (pedra) levou Jesus a recorrer à citação de um salmo para ilustrar a sua situação. Ele, como Filho, sentia-se como uma pedra rejeitada pelos construtores, que acabou se tornando pedra de sustentação de um edifício. O destino dado pelos primeiros construtores foi superado por quem faria a edificação definitiva.
Assim se passava com Jesus. As lideranças religiosas rejeitavam-no, pois não aderiam à sua pregação e nem reconheciam o testemunho de suas obras. Tinham-no na conta de uma pessoa perigosa que devia ser evitada. Não sabiam como encaixá-lo em seus esquemas, por ser demasiadamente desconforme com tudo quanto eles ensinavam.
Todavia, o curso da história de Jesus não estava nas mãos dessas lideranças. Apenas ao Pai competia determinar tudo o que se referia a seu Filho. Não seriam elas que haveriam de frustrar os planos divinos.
A pedra rejeitada estava destinada a ocupar um lugar fundamental na história de Israel. Garantiria salvação e segurança para o povo, e seria penhor de bênçãos para ele. Por meio dela, o Pai realizaria maravilhas e prodígios, exatamente como proclamava o salmo, em relação ao antigo Israel.
Coube ao Pai desdizer o veredicto dos líderes religiosos a respeito de Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Espírito de sintonia com o Pai, faze-me compreender o seu desígnio a respeito do Filho Jesus, enviado como penhor de salvação para toda a humanidade.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-05-30


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