A
devoção ao Sagrado Coração de Jesus é muito antiga; os Padres da Igreja já
falavam dela; tudo brota daquele Coração “manso e humilde” que por nós foi
transpassado pela lança do soldado Longuinho, na Cruz do Calvário. Dele saiu
sangue e água, símbolos do batismo e da Eucaristia, e também da Igreja, Esposa
de Cristo, que nasce do lado aberto do novo Adão, como Eva nasceu do lado
aberto do primeiro.
Após
uma fase de eclipse, esta devoção ganhou novo impulso após as visões de Santa
Margarida Maria Alacoque (1647-1690), difundidas por seu confessor São Claude
de la Colombière (1673-1675). Era uma época difícil, onde havia uma heresia
chamada Jansenismo, de Jansen, que pregava um cristianismo triste, onde poucos
se salvavam, onde se disseminava um medo de receber Jesus eucarístico, etc.
Para
eliminar essa tristeza Jesus mostrou seu Coração humano e misericordioso a
Santa Margarida, como tábua de salvação para todos os pecadores que nele
confiassem.
Santa
Margarida Maria Alacoque foi uma freira que nunca transpôs os muros do
seu convento das visitandinas de Paray-le-Monial da Ordem da Visitação de Santa
Maria, instituição religiosa fundada por São Francisco de Sales
(1567-1622) e Santa Joana de Chantal (1572-1641), morrendo antes de completar
45 anos, em 17 de outubro de 1690, sendo canonizada em 1920, pelo papa
Bento XV. Recolhida, em profunda oração, pela porta do tabernáculo saiu uma
espécie de vapor que foi se transformando na figura de homem que se encaminhou
até ela e ali na sua presença abriu a túnica que lhe cobria o peito, lhe
mostrando o coração em chamas inextinguível e lhe disse:
“Eis
aqui o coração que tanto amou os homens e pelos quais e tão mal correspondido
pelo menos tu, filha minha, chora pelos que me ofendem, geme pelos que não
querem orar, imola-te pelos que renegam e blasfemam contra o meu santo nome.
Prometo-te na grandeza do meu amor que abençoarei os lares que neles me
hospedem, que os que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras seguidas,
não morrerão sem receber os sacramentos da penitência e da Eucaristia.”
Depois
de 150 anos de enormes dificuldades impostas especialmente pelos jansenistas e
o terror da Revolução Francesa, em 1856, Pio IX instituiu a festa litúrgica do
Sagrado Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a
consagração do mundo ao Coração de Jesus. Duzentos anos depois que Santa
Margarida pediu ao Rei Luís XIV a consagração da França ao Coração de Jesus, o
grande presidente do Equador, Gabriel Garcia Moreno, consagrou seu país em
1873, ao Coração de Jesus.
Vários
Papas incentivarem esta devoção através de encíclicas. Atualmente a festa do
Sagrado Coração na sexta-feira após a festa de Corpus Cristi. Leão XIII
na “Annum Sacrum” (1899), deixou-nos a Oração para consagração ao Sagrado
Coração. Pio XI na “Miserentissimus Redemptor” (1928); Pio XII na “Haurietis
aquas” (1956); João Paulo II na “Redemptor Hominis” (1979) e Bento XVI em carta
ao Pe. Kolvenbach Geral da Comapanhia de Jesus, falaram da importância dessa
devoção. Em 1872, Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o
escapulário com a imagem do Sagrado Coração.
A
piedade ligada ao Coração de Jesus está em união com a devoção ao
Imaculado Coração de Maria. Muitos santos recomendaram esta devoção: São João
Eudes, Santa Margarida Maria Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa
Catarina Labouré e São Maximiliano Kolbe.
Numerosas foram às promessas do Sagrado Coração de Jesus sendo as
mais admiráveis as seguintes:
1
– Eu lhes darei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
2
– Eu farei reinar a paz em suas famílias.
3
– Eu os consolarei em todas as suas aflições.
4
– Serei seu refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.
5
– Derramarei muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.
6
– Os pecadores encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da
misericórdia.
7
– As almas tíbias se tornarão fervorosas.
8
– As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.
9
– Abençoarei Eu mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e
venerada.
10
– Darei aos sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.
11
– As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu
Coração e dele nunca serão apagados.
12
– No excesso da misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da
perseverança final aos que comungarem na primeira sexta feira de nove meses
seguidos.
Prof. Felipe Aquino
*Autoriza-se
a sua publicação desde que a fonte seja citada
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