Papa Francisco. Foto: Grupo ACI
VATICANO, 13 Mar. 14 / 10:20 am (ACI/EWTN Noticias).- Por ocasião de sua visita
oficial à República da Coréia do Sul prevista de 14 a 18 de agosto, o Papa
Francisco presidirá a beatificação de 124 mártires sul-coreanos.
A Rádio Vaticana informou que “trata-se de uma viagem que fala de paz em uma
terra que vive uma guerra fria há 50 anos e para abraçar os jovens
protagonistas daquela que pode ser considerada como uma espécie de JMJ (Jornada
Mundial da Juventude) asiática”.
Espera-se que a beatificação seja celebrada no próximo dia 15 de agosto, festa
da Assunção da Santíssima Virgem
Maria.
Em 7 de fevereiro de 2014 o Papa Francisco autorizou o Prefeito da Congregação
para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, a publicação do decreto que
reconhece o martírio dos servos de Deus Paul Yun Ji-Chung, leigo coreano e de
outros 123 companheiros, assassinados por ódio à fé na Coréia entre os anos
1791 e 1888.
Com esta visita o Papa Francisco segue os passos de seu antecessor, o Beato
João Paulo II, que visitou a Coréia em maio de 1984 e em outubro de 1989.
“É preciso ir à Ásia. Porque o Papa Bento não teve tempo de ir à Ásia e é
importante”, disse o Papa Francisco aos jornalistas em 28 de julho de 2013 no
avião de volta a Roma depois de celebrar no Rio de Janeiro (Brasil), a Jornada
Mundial da Juventude a nível mundial.
História da Igreja Católica na Coréia
A história da Igreja Católica na península da Coréia está marcada por uma longa
perseguição.
Os primeiros católicos se remontam ao final do século XVIII, quando um grupo de
intelectuais leigos tentou procurar um novo caminho para construir o país
procurando novos valores e encontraram um livro de um jesuíta italiano, o Padre
Mateo Ricci, intitulado: “O verdadeiro significado do Senhor do Céu”, uma
espécie de catecismo escrito no idioma chinês.
O interesse pelos novos valores da reforma social pouco a pouco se converteram
em fé e os coreanos cristãos escolheram a um deles para enviá-lo a Pequim
(China), para receber o Batismo:
O primeiro batizado da Coréia foi Pedro Li, que quando regressou, batizou a
seus amigos, dando origem à primeira comunidade católica do país.
A Igreja na Coréia recebeu a chegada do clero francês da Sociedade de Missões
Estrangeiras de Paris - em 1836-. Mas os valores cristãos foram contra os
interesses da dinastia de Joseon, e começou uma perseguição de 100 anos onde
morreram mais de dez mil mártires, 103 dos quais foram canonizados pelo Beato
João Paulo II em 1984.
Ao final de 1800 a liberdade religiosa chegou à Coréia, mas pouco tempo depois
chegou a invasão japonesa, em 1910 a Coréia foi anexada ao Japão, até que em
1945 com a Segunda guerra mundial, o país foi dividido em Norte e Sul.
Depois do Concílio Vaticano II a Igreja Católica cresceu a um ritmo
extraordinário, e se em 1960 meio milhão de coreanos eram católicos -menos de 2
por cento da população-, hoje em dia os católicos chegam a cinco milhões e
meio, 11 por cento da população.
Etiquetas: Coréia do Sul, beatificação e canonização
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