terça-feira, 18 de setembro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 19/09/2012

19 de Setembro de 2012 


Lucas 7,31-35

Comentário do Evangelho

Em Jesus a plenitude do humano

Ao mencionar "as pessoas desta geração", Jesus está se referindo à classe dirigente judaica. O termo "geração" (geneá), no Antigo Testamento, é aplicado com frequência ao povo hebreu, em um determinado momento histórico, de maneira recriminatória (por ex.: "Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais" - Dt 1,35). 
Os chefes religiosos do Templo e das sinagogas difamam João (tem demônio) e Jesus (comilão e beberrão). Assim fazem porque rejeitam em João o anúncio da libertação do pecado pela prática da justiça, pois isto esvazia e rompe com o Templo. Rejeitam em Jesus o amor misericordioso que acolhe a todos, com o que são descartados os preceitos excludentes da Lei. 
João retirava-se para o deserto em protesto à vida corrompida na cidade e no Templo de Jerusalém. Porém, Jesus retorna às comunidades rurais e urbanas da periférica e gentílica Galileia, onde anuncia o Reino de Deus. O Filho do Homem é a plenitude do humano. O humano para ser realizado, ser pleno, é necessariamente solidário; é o viver em comunhão com todos para que não haja nenhum excluído e todos tenham vida plena. Esta é a verdadeira obra de sabedoria.
José Raimundo Oliva

Vivendo a Palavra

Nós prestamos pouca atenção aos nossos companheiros de viagem. Ficamos centrados em nós mesmos, atentos apenas aos nossos pequenos dramas pessoais, esquecidos de que não poucas vezes o caminho para resolvê-los passa pelo cuidado e pela ajuda que dispensamos ao próximo.

Reflexão

Todos nós somos cristãos, e muitas vezes nos orgulhamos disso, afinal de contas, temos a salvação em Jesus Cristo e a filiação divina, sem contar que somos templos do Espírito Santo. Porém devemos nos questionar se a nossa vida é coerente com o que cremos, pois muitas vezes vivemos uma religião de gestos exteriores, de cumprimento de normas rituais, de práticas religiosas, mas não vivemos o essencial: não somos capazes de amar, não temos os mesmos sentimentos de Jesus Cristo: a misericórdia, a justiça, a fraternidade, a solidariedade. Com isso, o Evangelho soa todos os dias em nossos ouvidos, mas não toca os nossos corações, nem transforma as nossas vidas, e a sabedoria fica longe de nós.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Convertei-vos e Celebrai
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Meninos sentados na praça e que gritam aos outros "Tocamos flauta e não cantais, cantamos uma lamentação e não chorais..." Com essa expressão talvez estranha para nós, Jesus diz uma grande verdade: queremos sempre que as pessoas dancem conforme a nossa música, isto é, que pensem e ajam como nós, e se for uma religião ou até mesmo aspecto cultural, que não mudem nada e nem venham com coisas novas.

João Batista, o Precursor de Jesus, tinha algo novo a anunciar, mas como vivia de um jeito meio estranho e não se alimentava, diziam que ele estava possesso de um demônio. (Qualquer fenômeno que não conseguimos definir, atribui-se ao demônio).

Jesus de Nazaré é diferente de João Batista, aliás, não se encaixa no perfil de Messias anunciado, em vez de acabar com os pecadores e homens maus, tem amizade com eles, senta-se para tomar refeição com eles, e come e bebe com eles. Por isso o rotularam de comilão e beberrão.

E assim, o Novo que se encarnou em meio a humanidade, acabou rejeitado justamente porque era humano demais. Esse evangelho traz um forte apelo á conversão neste tempo do advento, mas o que é a conversão? Justamente purificar o olhar e o coração, para ver e sentir a presença de Jesus e do seu Reino nas pessoas e nos acontecimentos da história e da nossa vida. Mas tenhamos cautela, Jesus não está formatado do jeito que nós queremos e o imaginamos, a conversão interior é primeiramente dom de Deus, que vem com a Graça oferecida em Jesus.

Quando olhamos o mundo e as pessoas com os olhos de Jesus, não exigimos que as pessoas "dancem só conforme a nossa música", pois o Reino a todos renova e se refaz nas virtudes e nos valores que cada um tem e disponibiliza para os irmãos e irmãs.

2. Em Jesus a plenitude do humano
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA

Oração
Pai, purifica-me de toda forma de orgulho que me leva a desprezar meu semelhante e a julgar-me superior a ele. Como Jesus, desejo estar próximo de quem se afastou de ti.

3. ATITUDES CONTRADITÓRIAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O modo como era tratado por seus contemporâneos deixava Jesus irritado. A má vontade deles levava-os a interpretar mal tudo o que o Mestre fazia. De forma alguma, deixavam-se convencer pelo messianismo de Jesus, mesmo vendo seus milagres e prodígios.
Uma das atitudes de Jesus, censurada por eles, era sua solidariedade com os pecadores e as pessoas marginalizadas pela sociedade. Jesus não se envergonhava de ser visto na companhia desse tipo de gente, nem de sentar-se à mesa com ela. Sua atitude fundava-se numa profunda consciência de ter sido enviado para trazer a salvação, mormente aos pecadores. Sendo assim, seu tempo deveria ser gasto com estes e não com quem pensava ter assegurada sua própria salvação. Jesus estava com quem o Pai queria que ele estivesse. Ele não haveria de mudar de comportamento por causa das críticas e das maledicências alheias.
Entretanto, o Mestre percebia na reação de seus críticos uma raiz viciada: no fundo, não queriam mesmo era se converter. Qualquer quer fosse a atitude de Jesus, teriam motivos para rejeitá-lo.
João, em sua austeridade de vida, fora chamado de possesso. Jesus, que vivia sem preconceitos, era chamado de glutão e beberrão.
A condenação desses inimigos do Mestre seria conseqüência de sua má vontade, que os levava a fechar-se à salvação oferecida por Deus.
Oração 
Senhor Jesus, ensina-me a ser solidário com os pecadores e marginalizados, de modo a manifestar-lhes a misericórdia de Deus.

Com quem posso comparar esta geração?


Postado por: homilia

setembro 19th, 2012


Jesus Cristo está diante da multidão que O cerca para ouvi-Lo – pura e simplesmente – sem saber qual deve ser o grau de pertença ao Reino de Deus. Engraçado é notar as pessoas que O escutavam, pois eram de renome em matéria de religião. Eram os chefes religiosos do Judaísmo.
Jesus começou assim a Sua pregação: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4,17). João Batista, Seu percursor, tinha começado da mesma maneira:“Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,2). E agora o Senhor os censura, porque eles não querem se converter quando o Reino dos Céus está próximo.
Na parábola, o Mestre compara aquela geração a um grupo de crianças que tenta se comunicar com outro grupo, com brincadeiras de alegria ou de tristeza. Porém, o outro grupo não corresponde, fecha os olhos, a boca e ouvidos para não ouvir, falar e ver, acabando por rejeitar todas as tentativas de diálogo com as outras. Por isso: “Com quem posso comparar as pessoas de hoje? Com quem elas são parecidas?” (Lc 7,31).
Assim como Jesus censurou a geração do tempo de João Batista, também hoje Ele continua falando: “A quem hei de comparar esta geração? Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram”.Estamos diante de pessoas que se alegram com o sofrimento dos outros. Não conseguem chorar com os que choram, sorrir com os que sorriem, comer com os que comem, viver com os que vivem. Uma sociedade fechada no seu casulo.
As pessoas só pensam nos próprios interesses e não querem saber nada sobre os outros. O bem, a confiança, a justiça, a fraternidade, a comunhão, o amor, o respeito pela pessoa – e pelo que lhe é alheio – desapareceram entre as pessoas. Muitos homens e mulheres não querem se converter, não querem abandonar a vida do pecado.
Ao “João Batista” de hoje, que faz o seu anúncio de conversão de maneira austera – como um asceta – é chamado de louco. E os ministros sagrados que agem na pessoa de Jesus, que na simplicidade, humildade e solidariendade se abeiram do pobre, do excluido, do doente e do abandonado chamam-no de pecador e publicano. E é chamado de comilão e beberrão.
A sociedade se esquece que o Reino dos Céus é para os simples e humildes. Aqueles que Jesus chama de “pobres em espírito”. A razão é porque os pobres, pecadores e excluídos não são escravos da riqueza e do poder e, consequentemente, acolhem o convite à conversão tanto feita por João Batista quanto por Jesus e continuada pelos discípulos e missionários de Jesus Cristo.
Que você, meu irmão, tenha a prudência de aceitar as advertências de Jesus, para não deixar escapar e passar o tempo da sua missão, este tempo no qual estamos, durante o qual Ele poupa mais uma vez a sua vida.
Se ela é poupada, é para que você se converta e que ninguém seja condenado, porque você não sabe quando virá o fim dos tempos. Deve, portanto, viver o tempo da graça, o tempo da salvação, o tempo da fé. Caso contrário, Jesus gritará bem alto nos seus ouvidos:“Com quem posso comparar esta geração?”.
Padre Bantu Mendonça
Leitura Orante

Lc 7,31-35 - Como crianças!


Como crianças!

Reúno-me a todas as pessoas que se encontram em torno da Palavra na internet:

- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Preparo-me para a Leitura, rezando:

Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco,
aqui reunidos (pela grande rede da internet),
para melhor meditar
e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente na Bíblia o texto: 
Lc 7,31-35, 
e observo as palavras de Jesus.

E Jesus terminou, dizendo: 
- Mas com quem posso comparar as pessoas de hoje?

Com quem elas são parecidas?
Elas são como crianças sentadas na praça. Um grupo grita para o outro: "Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram!" João Batista jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: "Ele está dominado por um demônio." O Filho do Homem come e bebe, e vocês dizem: "Vejam! Esse homem é comilão e beberrão; é amigo dos cobradores de impostos e de outras pessoas de má fama." Mas aqueles que aceitam a sabedoria de Deus mostram que ela é verdadeira.

Jesus usa uma comparação interessante. Compara as pessoas de má vontade a crianças caprichosas que nunca estão satisfeitas e querem todas as demais pessoas à sua volta, “dançando” e “chorando” conforme elas comandam. Ninguém as agrada. Diz Jesus que a João que jejuava estas pessoas o chamam de possesso. A Ele, que é amigo dos pecadores, e veio para salvá-los, chamam-no de comilão e beberrão. Difícil contentar a quem apenas quer condenar, criticar, distorcer. Sobretudo a quem não admite alguém superior ou igual a si. Para esses, é difícil aceitar Jesus. É difícil aceitar o precursor. É o que Jesus quer dizer, quase em tom de lamento e indignação.

2. Meditação (Caminho) 
O que o texto me diz no momento?
Minha vida reflete o que o texto diz ou há contradições?  
 Os bispos, em  Aparecida, falaram de mudança de época, contradições:
 "Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus; "aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas. Surge hoje, com grande força, uma supervalorização da subjetividade individual. Independentemente de sua forma, a liberdade e a dignidade da pessoa são reconhecidas. O individualismo enfraquece os vínculos comunitários e propõe uma radical transformação do tempo e do espaço, dando papel primordial à imaginação. Os fenômenos sociais, econômicos e tecnológicos estão na base da profunda vivência do tempo, o qual se concebe fixado no próprio presente, trazendo concepções de inconsistência e instabilidade. Deixa-se de lado a preocupação pelo bem comum para dar lugar à realização imediata dos desejos dos indivíduos, à criação de novos e muitas vezes arbitrários direitos individuais, aos problemas da sexualidade, da família, das enfermidades e da morte." (DAp 44).

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai.
Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus,
que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre. Escolho uma frase ou palavra para memorizar.
Vou repeti-la durante o dia. Esta Palavra vai, aos poucos, fazendo parte da minha vida.

nção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós.  Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz.  Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso,  Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

Setembro - Mês da Bíblia 2012
O tema é: Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Marcos
e o lema é: Coragem! Levanta-te! Ele te chama!

Irmã Patrícia Silva, fsp

Oração Final
Pai Santo, o Evangelho ensina que o caminho do Reino passa pela fraternidade, é feito de solidariedade com o próximo. Faze-nos, Pai amado, cuidadosos com nossos irmãos, atentos às suas carências e dispostos para a misericórdia. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário