"A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo
copiosa chuva de graças espirituais e temporais". (Pio XII, 6/8/50)
O que é?
O Escapulário ou Bentinho do Carmo
é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à
Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na
esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental.
No dizer do Vaticano II, "um sinal sagrado, segundo o modelo dos
sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo
espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja". (S.C. 60)
Algumas informações:
Só pode benzer e impor Escapulário
quem estiver revestido de ordem sacra, ou seja, sacerdotes e/ou diáconos.
Não importa qual seja o tamanho, matéria ou cor de que é feito o
Escapulário. O seu uso diário e permanente, embora muito recomendado, não é
essencial; essencial é o compromisso de viver cristãmente, à imitação de
Maria Santíssima.
A Medalha-Escapulário substitui plenamente o próprio Escapulário. Quanto
aos compromissos práticos, recomenda-se muito a recitação e a meditação do
terço ou, pelo menos, uma parte dele ou qualquer outra prática de devoção a
Maria.
Às paróquias do Carmo, Sodalícios
da Ordem Carmelitana Secular, Confrarias do Carmo, Colégios, Hospitais,
Asilos, Orfanatos consagrados a Nossa Senhora do Carmo recomenda-se a
promoção dos Encontros da Família Carmelitana com a finalidade sobretudo,
de estreitar os laços de verdadeira fraternidade cristã. Temos todos um
mesmo ideal de santificação e de auxílio mútuo neste empreendimento - e
isto se torna mais fácil se tivermos consciência de que somos uma grande
Família, de que somos todos irmãos do CARMO!
Texto retirado do livro "Fraternidade do Escapulário do Carmo"
escrito por Frei Nuno Alves Corrêa.
O Poder do Escapulário
O Monte Carmelo, na Palestina, é o
lugar sagrado do Antigo e Novo Testamento. É o Monte em que o Profeta Elias
evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, vendo os 450
sacerdotes pagãos do Baal e os 400 profetas dos bosques, fazendo descer do
céu o fogo devorador que lhes extinguiu a vida. (III Livro dos Reis, XVIII,
19 seg.).
É ainda o Profeta Elias que implora do Senhor chuva benfazeja, depois de
uma seca de três anos e três meses (III Livro dos Reis, XVIII, 45).
É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem da Ordem Carmelitana.
Alí, viviam eremitas entregues à oração e à penitência.
Há quem afirme que o primeiro oratório em louvor à Virgem Maria foi
levantado no Monte Carmelo. Sempre foi transmitida a crença que aquela
nuvem branca que surgiu do mar e se transformou em chuva benéfica é símbolo
da Imaculada Conceição de Maria.
São Luis IX, rei da França, sobe ao Monte Carmelo. Encontra-se com aqueles
eremitas e fica encantado, quando lhe contam que sua origem remonta ao
Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e penitência, cultivando
ardente devoção à Nossa Senhora.
Trinta anos, antes de São Luis IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados
ingleses levaram para a Inglaterra alguns monges.
Na Inglaterra, vivia um homem penitente, como o Profeta Elias, austero como
João Batista. Chamava-se Simeão. Mas, diante de sua vida solitária na
convacidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de
Stock.
Dizem os historiadores que Nossa Senhora lhe apareceu, exortando-o a
unir-se aos Monges Carmelitas.
Os Carmelitas transferiram-se do Oriente para a Europa, por causa das
perseguições sofridas, com seus conventos destruídos, queimados, seus
religiosos presos, mortos e os sobreviventes dispersos. Diferente porém não
foi sua sorte na Europa.
São Simão Stock, unindo-se aos
Carmelitas, tanto se distinguiu por sua piedade, austeridade, visão e
liderança, acabando sendo eleito Superior de todos os Carmelitas da Europa,
em 1245. Teve coragem de adaptar a vida dos Carmelitas, que devia ser um
misto de contemplação e de atividade apostólica e pastoral. Preparou os
Religiosos, mandando-os às Universidades. Isto desagradou aos mais velhos.
Se não bastassem as dificuldades internas, o clero diocesano que não
aceitava os frades mendigantes Franciscanos e Dominicanos, fez guerra
também aos Carmelitas. São Simão Stock até pensou em mudar o hábito que
tanto chamava a atenção na Europa.
Sentindo ele sempre mais a oposição interna e externa e sendo já
nonagenário, reconhecia que as provações eram superiores a suas forças.
Foi então que recorreu com muita confiança à proteção de Nossa Senhora. Na
noite de 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, no condado de Kent,
Inglaterra, assim rezava São Simão Stock na sua cela: "Flor do
Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe
benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do
Mar!".
Terminada esta prece, levanta os olhos marejados de lágrimas, vê a cela
encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, apareceu-lhe a Virgem
Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo
a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal: "Recebe, filho
queridíssimo, este Escapulário de tua Ordem, como sinal peculiar de minha
fraternidade, como privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Quem
morrer revestido dele não sofrerá o fogo eterno. Eis um sinal de salvação,
de proteçao nos perigos, eis uma aliança de paz e de eterna amizade".
Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário permaneceu como sinal de Maria.
Na última aparição de Lourdes e de Fátima, Nossa Senhora traz o
Escapulário.São passados 733 anos, desde o dia 16 de julho de 1251. Todos
os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade, com sincero desejo
de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram protegidos na
alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida espiritual e
corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e a
assistência de Maria Santíssima.
O Escapulário é a devoção de papas
e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a devoção de
todos. Foi a devoção de São Luis IX, de Luis XIII, Luis XIV da França,
Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom
João I, de Portugal.
E a devoção dos Papas: Bento XV o pontífice da paz, chamou o Escapulário a
"arma dos cristãos" e aconselhava aos seminaristas que o usassem.
Pio IX gravou em seu cálice a seguinte inscrição:"Pio IX, confrade
Carmelita". Leão XVIII, pouco antes de morrer, disse aos que o
cercavam: "Façamos agora a Novena da Virgem do Carmo e depois
morreremos".
Pio XI escrevia, em 1262, ao Geral dos Carmelitas: "Aprendi a conhecer
e a amar a Virgem do Carmo nos braços de minha mãe, nos primeiros dias de
minha infância". Pio XII afirmava: "É certamente o Sagrado
Escapulário do Carmo, como veste Mariana, sinal e garantia da proteção e
salvação ao Escapulário com que estavam revestidos. Quantos nos perigos do
corpo e da alma sentiram a proteção Materna de Maria".
O Papa João XXIII assim se pronunciou: "Por meio do Escapulário do
Carmo, pertenço à família Carmelitana e aprecio muito esta graça com a
certeza de uma especialíssima proteção de Maria. A devoção a Nossa Senhora
do Carmo torna-se uma necessidade e direi mais uma violência dulcíssima
para os que trazem o Escapulário do Carmo"
Paulo VI afirmava que entre os exercícios de piedade devem ser recordados o
Rosário de Maria e o Escapulário do Carmo.
O Papa João Paulo II é devotíssimo de Nossa Senhora e coloca a recitação do
Rosário entre suas orações prediletas. Ele quis ser Carmelita. Defendeu sua
tese sobre São João da Cruz, o grande Carmelita renovador da Ordem.
John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do
Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima
ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o
escapulário na mão?
Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos
usem o Escapulário".Artigo escrito por Dom Pedro Fedalto, Arcebispo
de Curitiba .
O Valor e o Significado do Escapulário
O Escapulário de Nossa Senhora do
Carmo é um sinal de Maternidade Divina de Maria. Como tal, representa o
compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os
discípulos de Cristo.
O uso do Escapulário a Virgem nos
ensina a:
* Viver abertos a Deus e à sua
vontade;
* Escutar e praticar a palavra de Deus;
* Orar em todo momento, descobrindo Deus presente em todas as
circunstâncias;
* Estar aberto a caridade e as necessidades da Igreja;
* Alimentar a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela proteção e
intercessão de Maria.
O Escapulário do Carmo não é:
* Um sinal de proteção mágica ou amuleto;
* Uma garantia automática de salvação;
* Uma dispensa de viver as exigências da vida Cristã.
O Escapulário em suas normas práticas:
* O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou pessoa autorizada;
* O uso do Escapulário exige no mínimo a oração de três Ave-Marias em honra
a Nossa Senhora do Carmo;
* O Escapulário compromete com uma vida autêntica de Cristãos que se conformam
com as exigências evangélicas, recebem os sacramentos e professam uma
especial devoção à Santíssima Virgem.
Artigo escrito pelo Pároco-reitor Padre Luiz Alberto Kleina.
Os sinais na vida humana e cristã
Vivemos em um mundo com uma quantidade elevada de símbolos: o raio de luz, a chama de fogo, a água que brota… Na vida de cada dia também existem gestos que expressam e simbolizam valores mais profundos: como o partilhar os alimentos (sinal de amizade), um passeata (sinal de solidariedade), permanecer em pé (respeito).
Como homens e mulheres temos as necessidades de sinais ou símbolos que nos ajudem a entender e viver. Como cristãos temos a Jesus, o grande dom e ao mesmo tempo sinal eterno do amor do Pai. Ele estabeleceu a Igreja como sinal e instrumento de seu amor. E inclusive utilizou pão, vinho, água para remontarmos às realidades superiores que não vemos nem tocamos: constituiu sinais capazes para dar-se-nos verdadeiramente, isto é, os Sacramentos. Na celebração dos Sacramentos os símbolos (água, óleo, pão, imposição das mãos, alianças) expressam e operam uma comunicação com Deus, que se faz presente através de coisas concretas e cotidianas. Ademais os sinais litúrgicos, existem na Igreja outros sinais, ligados a um acontecimento, a uma tradição, a uma pessoa.
UM DESTES SINAIS É O ESCAPULÁRIO DO CARMO.
Origem do Escapulário
Na Idade Média muitos cristãos queriam unir-se às Ordens Religiosas então fundadas: Franciscanos, Dominicanos, Agostinianos, Carmelitas. Surgiu um laicado a elas associados mediante as Confrarias. As Ordens religiosas trataram de dar aos leigos um sinal de filiação e de participação em seu espírito e apostolado.
Este sinal estava constituído por uma parte significativa do hábito: capa, cordão, escapulário. Entre os Carmelitas se estabeleceu o Escapulário, em forma reduzida, como expressão de pertença a Ordem e de compartilhar sua devoção mariana. Atualmente o Escapulário da Virgem do Carmo é um sinal aprovado pela Igreja e proposto pela Ordem Carmelitana como manifestação do amor de Maria por nós e como expressão de confiança filial; Ela, cuja vida queremos imitar.
O “Escapulário” em sua origem era um avental que os monges vestiam sobre o hábito religioso durante o trabalho manual. Com o tempo assumiu um significado simbólico de querer levar a cruz de cada dia, como verdadeiros seguidores de Jesus. Em algumas Ordens religiosas, como o Carmelo se converteu num sinal de decisão de viver a vida como servos de Cristo e de Maria. O Escapulário simbolizou o vínculo especial dos Carmelitas a Maria, Mãe do Senhor, expressando a confiança em sua materna proteção e o desejo de seguir seu exemplo de doação a Cristo e aos demais. Assim se transformou num sinal mariano por excelência.
O Escapulário, Sinal Mariano
O Escapulário aprofunda suas raízes na longa história da Ordem, onde representa o compromisso de seguir a Cristo como Maria, modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo. Este compromisso apresenta sua origem lógica no batismo que nos transforma em filhos de Deus.
A Virgem nos ensina:
· a viver abertos a Deus e a sua vontade, manifestada nos acontecimentos da vida;
· a escutar a voz (Palavra) de Deus na Bíblia e na vida, pondo em prática as exigências desta voz;
· a orar fielmente sentindo a presença de Deus em todos os acontecimentos;
· a viver próximo de nossos irmãos e ser solidários com eles em suas necessidades.
O escapulário introduz na família do Carmelo, isto é, em uma grande comunidade de religiosos e religiosas que, nascidos na Terra Santa, estão presentes na Igreja há oito séculos. Compromete a viver o ideal desta família religiosa que é a amizade íntima com Deus através da oração. Apresenta o exemplo dos santos e santas do Carmelo com os quais se estabelece uma relação familiar de irmãos e irmãs. Expressa a fé no encontro com Deus na vida eterna pela intercessão de Maria e sua proteção.
Escapulário do Carmo não é:
· Um amuleto (um objeto para uma proteção mágica);
· Uma garantia automática de salvação;
· Uma desculpa para não viver as exigências da vida cristã, ao contrário;
O Escapulário do Carmo é:
Um sinal “forte” aprovado pela Igreja há vários séculos e representa nosso compromisso de seguir a Jesus Cristo como Maria:
· abertos a Deus e a sua vontade;
· guiados pela fé, pela esperança e pelo amor;
· solidários aos necessitados;
· orando constantemente e descobrindo a presença de Deus em tudo;
· um sinal que introduz na família do Carmelo;
· um sinal que alimenta a esperança do encontro com Deus na vida eterna sob a proteção de Maria Santíssima.
Normas práticas
O Escapulário é imposto uma única vez por um sacerdote carmelita ou outra pessoa autorizada; Pode ser substituído por uma medalha que represente por uma parte a imagem do Sagrado Coração de Jesus, e por outra a da Virgem. Esta medalha é abençoada quando é trocada. O Escapulário é para os cristãos autênticos que vivem conforme as exigências evangélicas, recebem os Sacramentos e professam uma especial devoção a Santíssima Virgem (expressada com a reza cotidiana de ao menos três Aves Marias).
Fórmula de imposição do Escapulário
Recebe este Escapulário, sinal de uma relação especial com Maria, Mãe de Jesus que te comprometes a imitar. Este escapulário te recorde tua dignidade de cristão, tua entrega ao serviço do próximo e a imitação de Maria. Leva-o como sinal de sua proteção e como sinal de tua pertença a família do Carmelo. Esteja disposto a cumprir a vontade de Deus e a comprometer-te no trabalho pela construção de um mundo que responda ao plano de fraternidade, justiça e paz.
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