Catequistas e ministérios e serviços nas comunidades
Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
No quarto domingo do mês de agosto, dentro da perspectiva do mês vocacional celebrado com grande entusiasmo na Igreja no Brasil recordamos a vocação aos ministérios e serviços dos leigos, ou seja, de todos os batizados, mais propriamente daqueles que exercem a missão de catequistas dentro de nossas comunidades. O último domingo de agosto é também o Dia Nacional dos Catequistas.
O primeiro catequista da comunidade é o padre, mas devido aos diversos serviços pastorais o presbítero – seja ele pároco ou vigário paroquial – não pode estar nas turmas de catequese, então ele nomeia e envia os catequistas para que em nome da igreja ensinem os catequizandos os caminhos da fé. Os catequistas têm um papel fundamental dentro da comunidade e não falam em nome de si próprios, ou aquilo que pensam, mas tem de falar em nome da igreja e transmitir aquilo que a Igreja pensa.
Os catequistas prestam um serviço importante à comunidade, e não buscam algo em troca, pois são voluntários. Ser catequista é uma grande graça de Deus e, ao mesmo tempo, é uma grande responsabilidade, pois o catequista deve ser exemplo para a comunidade de fé e para os seus catequizandos.
Desde o ano de 2021 a Igreja tem aperfeiçoado a vocação dos catequistas e, diante da importância do compromisso que é assumido, o Papa Francisco instituiu o ministério de catequista. Do mesmo modo que tem o ministério de leitor e acólito, foi instituído o ministério de catequistas.
A exemplo de tudo na vida, para ser catequista é necessário ter comprometimento e responsabilidade, pois o catequista vai falar para outras pessoas aquilo que a Igreja pensa. Quando a pessoa sente o desejo no coração e o chamado de Deus para ser catequista, não deve começar a exercer a função de imediato, mas em primeiro lugar deve procurar o sacerdote, fazer um período de discernimento para ver se de fato esse é o desejo de Deus, a exemplo de qualquer outra vocação.
Desde o ano de 2021, conforme dissemos acima, foi instituído o ministério de catequistas, através da Carta Apostólica do Papa Francisco “Antiquum Ministerium”. A Carta Apostólica é composta por onze parágrafos nos quais apresenta a sua justificativa, importância desse serviço e define algumas orientações pastorais para os bispos.
Após sentir no coração o desejo de ser catequista e conversar com o pároco, aquele que sente o chamado já inicia o curso de preparação e também o ministério normalmente auxiliando um catequista mais experiente até assumir uma turma. Depois de um bom período de amadurecimento o catequista é convidado a participar da “Escola de catequese”, um período de formação e estágios, e ao final desse período o catequista recebe o ministério das mãos do Bispo diocesano.
A intenção do Papa em instituir o ministério de catequistas é tornar a catequese cada vez mais comprometida e mostra a importância desse ministério para a Igreja. Por isso, a cada ano o padre escolhe catequistas da paróquia para que naquele ano façam a escola catequética, no ano seguinte outros mais e assim por diante. A intenção de ter o ministério é de certa forma para evitar a “rotatividade” dos catequistas, ou seja, não acontecer de que a pessoa queira ser catequista num ano e no outro desista. Dessa forma, a vida pastoral da Igreja vai caminhando e sempre de forma cada vez mais séria.
O catequista é muito importante na comunidade, pois acompanha a vida de fé das pessoas desde bebê com a catequese de batismo, depois com a pré-catequese, catequese infantil, crisma, e ainda a catequese de Adultos. O catequista é aquela pessoa que deve ser sempre lembrada, pois tem um papel muito importante, anuncia a pessoa de Jesus Cristo para aquele vai ser introduzido à fé. Temos todo o trabalho da Iniciação à vida Cristã.
Ser catequista é fruto de um chamado divino, que acolhido com fé, o habilita para transmitir a fé. O catequista que é fiel ao chamado que Deus lhe faz se torna instrumento de Cristo para a comunidade levando-os a plena comunhão com Deus e com a comunidade.
Devemos dar oportunidade as pessoas que queiram assumir o ministério de catequista, a comunidade deve acolher aqueles que chegam para somar. A comunidade deve viver a plena comunhão. Nunca podemos dizer que o grupo daquela pastoral está fechado, mas sempre deve estar aberto para acolher novos membros. Qualquer pessoa mesmo que não tenha experiência com catequese pode ser catequista, com o passar do tempo, essa pessoa deve buscar se formar, participar da escola catequética e ir acompanhando outros catequistas no início, até ter uma turma sozinho.
Neste Domingo dedicado aos catequistas, seria importante, além da homenagem que possa ser feita ao final das missas, renovar o compromisso assumido no início do ministério e o padre os enviar novamente para a missão. Conforme acontece com os demais ministros, os sacerdotes uma vez por ano renovam as suas promessas feitas no dia da ordenação, os leitores e ministros extraordinários da Sagrada Comunhão uma vez por ano também renovam o seu chamado. Agradecer a Deus o chamado para a missão de catequistas, pedindo ao Senhor para que continuem ensinando com amor e entusiasmo as verdades da fé.
Quero, de maneira especial, agradecer a todos os catequistas de nossa amada Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Vocês moram no coração do Bispo Diocesano e de toda a Arquidiocese. O seu precioso trabalho é o mais bonito lírio do jardim de Deus! Que a Santíssima Trindade os ilumine, abençoe e guarde!
Neste Domingo lembrem-se de seu catequista, daquele que o introduziu à fé, o catequista tem um papel muito importante na vida do cristão. Se o seu catequista ainda é vivo e ainda tem o contato dele, envie uma mensagem ou faça um telefonema, caso já tenha falecido ou não tenha mais o contato dele eleve a Deus uma prece por ele.
Recomendo vivamente que os párocos apliquem missas pelos catequistas falecidos de suas paróquias. Eles devem ser sempre lembrados pelo bem que fizeram para a Igreja paroquial e diocesana.
Rezemos nesse Domingo por todos os ministérios e serviços de nossas comunidades e em especial por todos os catequistas. Que através do belo trabalho dos catequistas, a Igreja possa sempre se renovar e receber novos fiéis. Que o espírito Santo ilumine a todos e derrame o seu amor em toda a Igreja. Amém.
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