segunda-feira, 12 de junho de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 12/06/2023

ANO A


Mt 5,1-12

Comentário do Evangelho

A vida é recebida de Deus.

Os doze primeiros versículos do capítulo 5 de Mateus são conhecidos como “bem-aventuranças”. O gênero literário das bem-aventuranças é bastante atestado no Antigo Testamento, sobretudo, na literatura sapiencial. Um exemplo disso é o Salmo 1. O ensinamento de Jesus não é somente para os discípulos, mas também para a multidão. Viver a e na esperança é a condição dos discípulos neste mundo. As bem-aventuranças visam incutir nos discípulos e na multidão essa virtude que é consequência da fé em Deus. A primeira bem-aventurança, poderíamos dizer, é o fundamento de todas as demais. O Espírito que há no ser humano, ele o recebeu de Deus; é o espírito insuflado nas narinas de Adão por Deus e que o chamou à existência (Gn 2,7). A pobreza de espírito deve ser compreendida em relação a Deus: a vida é recebida de Deus e, diante dele, o ser humano está desnudo. Viver essa realidade é assumi-la com um coração puro. A partir daqui, pode-se compreender que as bem-aventuranças são um apelo aos discípulos a viverem a vida referida a Deus e na confiança nele. Tudo passa e é efêmero; só Deus não passa.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me sensível aos sofrimentos dos pobres e dos marginalizados, movendo-me a lutar para que tenham sua dignidade respeitada, pois são teus preferidos.
Fonte: Paulinas em 09/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

Nós devíamos agradecer ao Pai o privilégio de – de tempos em tempos – ouvir Jesus traçando para nós o seu próprio perfil, para que o sigamos pelos caminhos da vida. De fato, ninguém como ele foi pobre em espírito, aflito, faminto de justiça, misericordioso, puro e manso de coração. O nosso modelo!
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2017

VIVENDO A PALAVRA

Quem são esses ‘Felizes’ ou ‘Bem-aventurados’ que o texto retrata? Em primeiro lugar, é o próprio Jesus de Nazaré, porque Ele é pobre em espírito, não é acomodado, é manso e humilde de coração, tem fome e sede de Justiça, é misericordioso, puro de coração, promove a Paz e é perseguido por causa da Justiça. Felizes podemos ser todos nós, seguindo os passos e o Caminho de Jesus Cristo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/06/2021

Reflexão

A partir de hoje, a Igreja nos propõe a leitura continuada do Evangelho de São Mateus nos dias de semana do Tempo Comum, omitindo o seu início porque é apresentado no ciclo litúrgico do Natal e o seu final, que nos é proposto para a reflexão no ciclo da Páscoa, de modo que iniciamos com o sermão da montanha (capítulos 5, 6 e 7). O sermão da montanha nos mostra a moral da Nova Aliança e começa com as bem-aventuranças, apresentadas no Evangelho de hoje, e que nos mostram as motivações e as virtudes que nos são necessárias para que assumamos os valores do Reino de Deus e possamos viver de forma madura o que nos é proposto por Jesus.
Fonte: CNBB em 09/06/2014

Reflexão

As bem-aventuranças estão inseridas no Sermão da Montanha, resumo do ensinamento de Jesus a respeito do Reino e da transformação que esse Reino produz. Aos discípulos Jesus promete a felicidade, não apenas no céu, mas também a que se pode experimentar ao longo desta vida. A felicidade brota de uma série de valores sobre os quais se assenta o Reino de Deus: pobreza, humildade, justiça, misericórdia, pureza de coração, sofrimento por causa da justiça. As bem-aventuranças questionam os nossos critérios habituais e os critérios de uma sociedade que caminha exatamente na direção contrária e que se funda em pseudo-valores: ganância, exploração e várias outras formas de injustiça. Em outro discurso, Jesus recomenda: “Busquem primeiro o Reino de Deus e sua justiça”(Mt 6,33).
Oração
Ó Jesus Mestre, de maneira solene ensinas a teus discípulos, e a nós, os valores do Reino de Deus. Vem em nosso socorro, Senhor, e corrige nossa tendência a buscar a felicidade nos bens terrenos. Torna-nos pessoas de coração puro, a fim de colocarmos em ti toda a nossa segurança. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 07/06/2021

Reflexão

As bem-aventuranças estão inseridas no sermão da montanha, resumo do ensinamento de Jesus a respeito do Reino e da transformação que esse Reino produz. Aos discípulos, Jesus promete a felicidade não apenas no céu, mas também a que se pode experimentar ao longo desta vida. A felicidade brota de uma série de valores sobre os quais se assenta o Reino de Deus: pobreza, humildade, justiça, misericórdia, pureza de coração, sofrimento por causa da justiça. As bem-aventuranças questionam os nossos critérios habituais e os critérios de uma sociedade que caminha exatamente na direção contrária e que se funda em pseudo-valores: ganância, exploração e várias outras formas de injustiça. Em outro discurso, Jesus recomenda: “Busquem primeiro o Reino de Deus e sua justiça” (Mt 6,33).
(Dia a Dia com o Evangelho 2023

Reflexão

«Felizes os pobres no espírito»

Rev. D. Àngel CALDAS i Bosch
(Salt, Girona, Espanha)

Hoje, com a proclamação das Bem-aventuranças, Jesus nos faz notar que frequentemente somos uns desmemoriados e que atuamos como crianças, pois as brincadeiras fazem esquecer certas obrigações. Jesus temia que a grande quantidade de “boas noticias” que nos tem dado —quer dizer, de palavras, gestos e silêncios— se diluísse em nossos pecados e preocupações. Lembra, na parábola do Semeador, a imagem do grão de trigo sufocado nos espinhos? Por isso São Mateus introduz as Bem- aventuranças como princípios fundamentais, para que não as esqueçamos nunca. É um resumo da Nova Lei apresentada por Jesus, como uns pontos básicos que nos ajudam a viver de maneira cristã.
As bem-aventuranças estão destinadas a todo o mundo. O Mestre não só ensina aos discípulos que o rodeiam, nem exclui a nenhum tipo de pessoa, ele apresenta uma mensagem universal. Agora bem, destaca as disposições que devemos ter e a conduta moral que nos pede. Embora a salvação definitiva não aconteça neste mundo, e sim no outro, enquanto vivemos na terra devemos mudar nossa mentalidade e transformar nossa maneira de valorizar as coisas. Devemos acostumar-nos a ver o rosto de Cristo que chora nas pessoas que choram, nas que querem viver sem a palavra e, nos mansos de coração, nos que fomentam as ânsias de santidade, nos que tomaram uma “determinada determinação”, como dizia Santa Teresa de Jesus, para ser semeador da paz e alegria.
As bem-aventuranças são o perfume do Senhor participando na historia humana. Também na sua e na minha. Os dois últimos versículos incorporam a presença da Cruz, pois convidam à alegria quando as coisas ficam difíceis humanamente falando por causa de Jesus e do Evangelho. E é que, enquanto a coerência da vida cristã seja firme, então, facilmente virá a persecução de mil maneiras diferentes, entre as dificuldades e contrariedades inesperadas. O texto de São Mateus é claro: então «Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus. Pois foi deste modo que perseguiram os profetas que vieram antes de vós» (Mt 5,12).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Vêm Deus aqueles que são capazes de O olhar, porque têm abertos os olhos do espírito. Toda a gente tem olhos, mas alguns têm-nos escurecidos e não vêem a luz do sol» (Santo Teófilo de Antioquia)

- «Cada uma das Bem-aventuranças provém do olhar de Jesus dirigido aos seus discípulos. Descrevem a sua situação factual: são pobres, têm fome, choram, são odiados e perseguidos... Apesar da situação concreta de ameaça, ela torna-se uma promessa quando vista à luz providencial que vem do Pai» (Bento XVI)

- «As bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem-nos a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua paixão e ressurreição; definem os actos e atitudes características da vida cristã; são as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de todos os santos» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.717)

Reflexão

O Sermão da Montanha no Evangelho de Mateus

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje começamos a contemplar Jesus como o “Maestro”, cujos ensinamentos —em grande medida— foram reunidos por Mateus no chamado “Sermão da Montanha”. Previamente, o evangelista tinha narrado as tentações de Jesus e a sua primeira aparição na vida pública (a proclamação do Reino e a chamada dos primeiros Apóstolos).
Destacamos dois aspectos singulares do Evangelho de S. Mateus. Primeiro: fala expressamente da «Galileia dos pagãos» como o lugar anunciado pelos profetas (cf. Is 8,23; 9,1) onde aparecerá uma «grande luz». Mateus responde assim à surpresa do facto do Salvador não vir de Jerusalém nem da Judeia, mas de uma região que já era considerada meio-pagã, a Galileia: isto é precisamente, na realidade, uma prova da sua missão divina. Segundo: desde o principio, Mateus recorre ao Antigo Testamento para conhecer até os detalhes aparentemente mais insignificantes sobre Jesus: todas as Escrituras se referiam a Ele.
Mateus mostra que o Jesus que ensina é ao mesmo tempo o Jesus que salva.

Reflexão

O Sermão da Montanha apresenta Jesus como o novo Moisés

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, o Evangelho nos apresenta o início do “Sermão da Montanha”, que em São Mateus ocupa três capítulos (Mt 5-7). De que se trata? Com esta grande composição em forma de sermão, Mateus nos apresenta Jesus como o novo Moisés, no sentido profundo da promessa de um verdadeiro “profeta” relatada no "Livro do Deuteronômio”.
O versículo introdutório é muito mais que uma ambientação mais ou menos casual: Jesus “se senta”, um gesto próprio da autoridade do mestre. Senta-se na “cátedra” do monte como o “Moisés maior”, que estende a Aliança a todos os povos. O “monte” refere-se, simplesmente, ao lugar da predicação de Jesus: É o novo Sinai.
"A montanha” é o lugar de oração de Jesus, onde se encontra face a face com Pai; por isso é também o lugar no qual se ensina sua doutrina, que procede de sua intima relação com o Pai. “A montanha” por tanto, indica-nos o definitivo Sinai.

Recadinho

Você é feliz? - Você contribui para que seu próximo seja feliz? Como? - Como você encara a realidade da pobreza, a material e a espiritual? - Você tem consciência de que a misericórdia é tudo em nossa vida? - Qual a bem-aventurança que mais lhe agrada? Explique-se.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 09/06/2014

Meditação

Ter fome e sede é precisar muito de alguma coisa, é desejá-la ardentemente. A ideia de justiça na Bíblia é mais ampla do que a nossa. Justiça é o equilíbrio querido por Deus, a harmonia universal por Ele estabelecida. É dom gratuito e misericordioso que nos põe em sintonia com Deus, com os outros e com o mundo. Justiça é salvação, paz e realização que devemos procurar sempre mais.
Oração
Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

«Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus».


Hoje, Jesus sobe a uma pequena colina para pregar a uma multidão que o seguia. Fala-lhes das bem-aventuranças. Com este sermão o Senhor anima-nos a viver com alegria as virtudes (pobreza, limpeza, misericórdia…) e a sofrer com paciência as dificuldades da vida (injustiças, tristezas…).
- Jesus nunca nos prometeu um caminho sem problemas. Mas garante-nos a sua ajuda e o prêmio pelo esforço para seguir o seu caminho. Nunca desanimes!

Comentário do Evangelho

No início de seu ministério, Jesus apresenta às multidões as bem-aventuranças, que são o programa do Reino dos Céus cuja presença entre nós já fora anunciada por João Batista (Mt 3,17). A proclamação é feita no alto da montanha. Moisés, na montanha, recebeu de Deus os Mandamentos. Agora é Jesus que transmite as bem-aventuranças aos discípulos que vêm a ele, no alto. Entre a pobreza e a justiça, estão as demais bem-aventuranças. A pobreza é a forma concreta de libertar-se da submissão aos interesses dos ricos e poderosos. O apelo à justiça, marcante em Mateus, é o fundamento das demais bem-aventuranças, pelas quais podemos transformar este mundo em um mundo de fraternidade, justiça e paz.
Oração
Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo do bem-aventurado José de Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 09/06/2014

Meditando o evangelho

OS PREFERIDOS DO REINO

As bem-aventuranças têm a ver com o Reino de Deus proclamado por Jesus. Para compreender a pregação de Jesus sobre o Reino, urge reportar-nos à triste experiência de monarquia em Israel. A experiência frustrada do passado deveria ser retomada no presente, de maneira compatível com o querer do Senhor do Reino.
A ideologia real do Antigo Oriente atribuía aos reis, como tarefa primordial, a defesa dos mais fracos e pequeninos. Entre estes, em primeiro lugar, os pobres, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros. Toda a política do reino deveria ter em vista favorecê-los, e impedir que se tornassem vítima da prepotência alheia.
Entretanto, os reis de Israel foram os primeiros a oprimir e explorar os pobres. De maneira inescrupulosa, fechavam os olhos para a violência que sofriam, tornando-se cúmplices desta afronta a Deus.
Esta experiência suscitou no coração dos pobres a esperança de que, um dia, Deus haveria de intervir na história humana, para estabelecer a ordem querida por ele, e fazer-lhes justiça. Para tanto, Deus encarregaria o seu Messias.
A palavras de Jesus, nas bem-aventuranças, enquadram-se nesta esperança dos pobres. Ele veio não apenas relembrar à humanidade o projeto de Deus, mas sim empenhar-se, de corpo e alma, para que, afinal, ele se implantasse na história humana.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, torna-me sensível aos sofrimentos dos pobres e dos marginalizados, movendo-me a lutar para que tenham sua dignidade respeitada, pois são teus preferidos.
Fonte: Dom Total em 12/06/2017 e 07/06/2021

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Bem Aventuranças, uma afronta à Pós-Modernidade.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Olhar para as Bem Aventuranças apenas como uma revolução social seria muito pouco, Jesus não está preocupado em fazer uma revolução para restaurar a realeza em Israel, embora fosse assim visto por muita gente, até mesmo por seus discípulos. Também não podemos olhar para as Bem Aventuranças como uma esperança meramente escatológica, daí o nosso Cristianismo seria enganoso e alienante.
Embora a questão social não seja aqui relevante, as Bem Aventuranças, proclamadas solenemente como um Código de Conduta, exatamente como fez Moisés ao receber o Decálogo no alto de uma montanha, inverte o quadro religioso daquele tempo, e o Social dos nossos tempos.  Para o Israelita Fiel, felicidade e Bênção Divina era sinalizada com Terra e Posteridade numerosa, portanto, quanto mais rico fosse a pessoa, mais abençoada era ela diante de Deus, algo bem parecido com o que apregoam as Correntes Neo-pentecostais dos nossos tempos, que se baseiam na Teologia da Prosperidade.  Naqueles tempos era inconcebível dizer que um pobre era Feliz, isso é, Bem aventurado, e hoje também.
Como é que um pobre diabo, afundado em contas e mais contas a pagar, sempre ganhando menos do que têm necessidade, carente de assistência na saúde, educação, como é que um sujeito assim pode dizer que é feliz?  Feliz mesmo é quem é rico e pode realizar todos os seus sonhos de consumismo...
Jesus inverte esse quadro e começa as Bem Aventuranças com a mais ousada de todas: Bem Aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Quando a elite tomou conhecimento dessa nova Norma de conduta, dos seguidores de Jesus, devem ter caído na risada, e hoje, no mínimo, não falta os que olham com certa desconfiança essa afirmativa revolucionária de Jesus...Feliz os pobres...
Felizes os mansos...os aflitos...os que choram...os que têm fome e sede de justiça, ao final tudo dará certo para eles. Os mansos herdarão a terra, os que choram serão consolados, os que querem justiça, a terão. Todas essas remetem á primeira...coração de pobre, que são todos aqueles que confiam unicamente em Deus. O conhecem, o buscam, abrem o coração, a mente e a alma para sua Graça Santificante. Esses não precisam esperar o Reino, eles já o têm dentro de si e o manifestam em suas relações com os outros. São os Misericordiosos, os Puros de coração, os que promovem a Paz, as Bem Aventuranças, esse estado de felicidade não está em um horizonte fechado, exclusivo e particular, como pensavam os Judeus, para quem Mateus escreve seu evangelho, mas de quem vive em comunhão com o outro...
E para que ninguém pense que, viver as Bem Aventuranças, é viver já no céu, com os pés longe dessa terra, em uma religião alienante, Jesus fala ao final das injúrias e perseguições que sofre quem decide aderir a ele e viver segundo o seu Reino, e não mais conforme os valores e modelos de felicidade que o mundo nos apresenta. Quando discordamos dos valores e modo de viver, que a Pós-modernidade nos apresenta como modelo, seremos sim, incompreendidos, perseguidos, por causa da nossa Fé em Jesus Cristo. Ser Pobre em Espírito não está condicionado a ter ou não bens materiais, mas sim em se ter Deus no coração e na Vida, e em pertencer totalmente a Ele.

2. Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus - Mt 5,1-12
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Quem é feliz aos olhos de Deus? Quem é bem-aventurado diante dele? Os pobres em espírito e os perseguidos por causa da justiça. Destes é o Reino dos Céus. E quem mais junto deles? Os mansos e os aflitos, os que têm fome e sede de justiça e os misericordiosos, os puros de coração e os que promovem a paz. Estes agradam a Deus, gente de qualquer raça, nação ou religião. Os cristãos, porém, são bem-aventurados quando perseguidos e caluniados por serem seguidores de Jesus. Eles terão uma grande recompensa nos céus. Se, nesta terra, perseguições e calúnias fazem parte de sua herança, que sua companhia seja feita de mansos, misericordiosos e pacíficos, gente de coração puro, que busca a justiça, solidários na pobreza e na aflição. Bem-aventurado o mundo se em seu meio se multiplicarem os bem-aventurados. Iniciamos hoje a leitura semanal de Mateus com o Sermão da Montanha.

3. É POSSÍVEL SER SANTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

A santidade é uma meta a ser atingida por todos os cristãos. Ninguém é excluído deste apelo nem pode eximir-se de dar sua resposta. Mas importa nutrir um ideal sadio de santidade, sem se deixar levar por falsas concepções.
Ser santo é ser capaz de colocar-se totalmente nas mãos do Pai, contar com ele, sabendo-se dependente dele. Por outro lado, é colocar-se a serviço dos semelhantes, fazendo-lhes o bem, como resposta aos benefícios recebidos do Pai. O enraizamento em Deus desabrocha em forma de misericórdia para com o próximo.
A santidade constrói-se no ritmo da entrega da própria vida nas mãos do Pai, explicitada no serviço gratuito e desinteressado aos demais, deixando de lado os interesses pessoais e tudo quanto seja incompatível com o projeto de Deus.
Este ideal não é inatingível. E se constrói nas situações mais simples nas quais a pessoa é chamada a ser bondosa, a não agir com dolo ou fingimento, a criar canais de comunicação entre os desavindos, a superar o ódio e a violência, a cultivar o hábito da partilha fraterna, a ser defensor da justiça.
Qualquer cristão, no seu dia-a-dia, tem a chance de fazer experiências deste gênero. Se o fizer, com a graça de Deus, estará dando passos decisivos no caminho da bem-aventurança.
Oração
Espírito bem-aventurado, coloca-me no caminho da santidade, a ser construída na entrega confiante de minha vida nas mãos do Pai, e na misericórdia para com meu próximo.
Fonte: NPD Brasil em 07/06/2021

HOMILIA

O PROGRAMA DA VIDA DE JESUS

«O discurso da Montanha foi direto ao meu coração. Foi graças a este discurso que aprendi a amar Jesus», afirmava Gandhi, pai da Índia moderna e promotor da estratégia da não-violência ativa. A admiração provém em particular das Bem-aventuranças, que são o coração do programa de Jesus. É uma mensagem a compreender no contexto bíblico mais amplo sobre o sentido da existência. Acertar ou errar, vencer ou perder, conseguir ou fracassar, acomodar-se ou ir contra a corrente, terminar com um “bendito” ou com um “maldito.
Jesus acrescenta a sua alternativa no discurso programático das Bem-aventuranças. O que está em jogo nas alternativas expressas por Jesus é a vida, a salvação, a própria salvação eterna. Jesus propõe um programa: organizar a vida, tendo Deus como ponto de referência, para que o resultado definitivo seja um «bem-aventurados sereis…», e não um «ai de vós…». Optar por Jesus significa agir em favor dos necessitados, descobrir a bem-aventurança mesmo no meio das realidades consideradas habitualmente negativas, perdedoras, segundo as opiniões da maioria: felizes de vós os pobres, felizes de vós os que agora tendes fome, de vós que agora chorais, de vós que sois insultados e rejeitados… Alegrai-vos! O paralelismo de Lucas continua com imagens opostas, intercaladas pelo «ai de vós». O «ai de vós», porém, não é uma ameaça ou um castigo, é a lamentação de Jesus, a amargura pela situação dos que seguem projetos mundanos de opulência, satisfações egoístas, prepotências, predomínio, honras… Jesus amargura-se face a isso: ai de mim por vós!
Só quem confia plenamente em Deus consegue viver a gratuitidade, partilhar sem acumular, alegrar-se com poucas coisas, encontrar «perfeita alegria» mesmo nos insultos, rejeições e perseguições. A alegria espiritual das bem-aventuranças não tem nada a ver com satisfações masoquistas. Todavia não elimina o comum sofrimento inerente às situações difíceis, mas sabe descobrir aí uma mensagem superior, uma sabedoria nova, um caminho de salvação, uma misteriosa fecundidade pascal, um «sinal da humanidade renovada». Mesmo se não é de fácil e imediata compreensão.
As Bem-aventuranças são um auto-retrato de Jesus: pobre, sofredor, perseguido… Escolheu o caminho da paixão, morte e ressurreição para dar a vida ao mundo. O programa que Jesus confia aos apóstolos – e aos missionários de todos os tempos – não pode ser diferente: o missionário é o homem/mulher das Bem-aventuranças, como os definiu João Paulo II: Em especial nas Bem-aventuranças da perseguição e da pobreza, vividas na partilha de vida. A confirmá-lo estão as dezenas de missionários que todos os anos caem vítimas da violência: em 2009 foram 37! Ao seu testemunho deve-se associar o de tantos outros (voluntários, jornalistas, forças da ordem…) caídos em serviço. Na origem de tais mortes encontram-se muitas vezes bandidos e assaltantes; outras vezes são evidentes as motivações religiosas e sociais.
Optar por Cristo significa atuar sempre a favor dos fracos e dos necessitados, com os quais Ele se identifica: famintos, andrajosos, doentes, presos, estrangeiros… Temos a certeza disso com as duas sentenças finais: «vinde, benditos de meu Pai», ou «afastai-vos de mim, malditos» (Mt 25,34.41). Existe coerência entre o Evangelho das Bem-aventuranças e o teste do juízo final. O caminho das Bem-aventuranças conduz à Bem-aventurança definitiva. À felicidade verdadeira e duradoira!
Senhor Jesus, não permitas que eu me curve aos caprichos do mundo, e faze-me caminhar firme na estrada das bem-aventuranças.
Padre  Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 09/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

SEGUNDA

Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 09/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

Deus tem um plano de felicidade para a nossa vida!

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

Amados irmãos e irmãs, passando o tempo de Pentecostes, nós voltamos para o Tempo Comum na Liturgia da Igreja nesta décima semana. Nós retomamos este tempo de graça ao começarmos a refletir sobre o Sermão da Montanha.
Que beleza de ensinamento e de mensagem e, acima de tudo, de regra para a nossa vida se quisermos viver a vontade de Deus e tudo aquilo que há e precisamos para a nossa salvação, o Sermão da Montanha nos dá as dicas e os ensinamentos fundamentais para isso.
O Sermão das Bem-aventuranças é como se fosse o segredo da felicidade. “Bem-aventurados” quer dizer “felizes”. O mundo proclama que é feliz quem tem dinheiro, quem tem posses, quem tem poder, quem vive o prazer como bem quiser. Jesus, o Senhor da Vida, vem nos mostrar onde é que está o sentido da vida e como, de fato, podemos ser felizes para sempre.
A felicidade consiste na pobreza evangélica, em viver o desprendimento e o despojamento e não se apegar a nada. Quem não tem, deve trabalhar para ter com honestidade sem se afligir porque não tem. E aqueles que têm, devem saber dividir com quem não têm e viver como se não tivesse. Despojado, desapegado, porque deste mundo nós nada levamos!
Bem-aventurados aqueles que confiam no Senhor, mesmo em meio às aflições que a vida proporciona, porque é de Deus que recebe o consolo; quem sabe em Deus confiar e não coloca em nenhum outro a sua confiança.
Feliz de quem vive a mansidão do Espírito e não vive na agitação, na revolta e não se torna rebelde a Deus e a tudo, porque é o próprio Deus quem vem saciar a nossa fome e a nossa sede de justiça.
Feliz e bem-aventurado é quem tem um coração misericordioso, assim como Deus se compadece de nossas misérias e fraquezas, alcança a misericórdia aquele que sabe agir com misericórdia para com o seu próximo.
Bem-aventurados serão aqueles que promovem a paz; que não promovem disputas, brigas, competições e discórdia entre os homens, mesmo que as situações pareçam conflituosas.
Bem-aventurados são aqueles que vivem a pureza de coração e não se entregam às impurezas deste mundo, não se entregam à malícia e a toda e qualquer sujeira que este mundo deseja colocar dentro de nós.
Deus tem um plano para a nossa felicidade, Ele nos quer plenamente felizes, a receita está na Sua Palavra, porque só o Senhor tem palavras de vida eterna!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 09/06/2014

HOMILIA DIÁRIA

A felicidade é a comunhão com Deus

Felicidade é aquilo que dá sentido a nossa vida, preenche o nosso interior, coloca-nos em comunhão com a felicidade eterna

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

O sermão da montanha tem, no seu início, as bem-aventuranças. Bem-aventuradas são as pessoas que são verdadeiramente felizes. Eu sempre questiono o que é a felicidade, e essa pergunta deve estar no coração de cada um de nós, porque não há anseio maior para a alma humana do que o desejo de ser verdadeiramente feliz.
Na busca da felicidade, encontramos extravios pelo caminho, encontramos caminhos errados para buscá-la. Há placas sinalizando por toda estrada que a felicidade está ali e aqui, há aqueles que a buscam no dinheiro, numa vida voltada para os bens materiais, há outros que buscam nos prazeres.
Não estou falando de felicidades momentânea, nem a Palavra se refere a isso, pois felicidade é aquilo que dá sentido a nossa vida, preenche o nosso interior, coloca-nos em comunhão com a felicidade eterna.
A felicidade não é outra coisa a não ser a comunhão com Deus. A felicidade não é outra coisa a não ser não sair do foco, da direção da luz d’Aquele que é a plena felicidade. Felicidade é encontrar Deus, é viver a vida n’Ele!
Pode parecer muito abstrato, mas como ser feliz em Deus? As bem-aventuranças ou as luzes da felicidade nos apontam como viver isso. Primeiro, a pobreza do desprendimento. É mais feliz quem não é apegado a nada nem vive preso a nada. É feliz quem é promotor da paz, quem não promove discórdia. É feliz quem tem um coração manso, sobretudo, sóbrio e prudente. É feliz quem tem um coração puro, que não se deixa levar pelos prazeres desordenados nem olha a vida só do ponto de vista material. É feliz, nesta vida, quem é perseguido, marginalizado, desprezado, porque esses têm os primeiros lugares no coração de Deus.
Se precisamos de receita para encontrar a felicidade, as fórmulas científicas não a trazem para nós, mas o Evangelho, a Palavra de Deus, indicam-nos o caminho, a direção, indicam-nos por onde nós devemos andar para encontrarmos a verdadeira felicidade que vem de Deus!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Caão Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

O autor da verdadeira felicidade é Deus

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5,3).

As bem-aventuranças que o Evangelho nos apresenta devem fazer parte, acima de tudo, das nossas metas de vida, porque o anseio maior do coração humano é a felicidade.
Deus quer a nossa felicidade. Às vezes, vejo pessoas pregando a tristeza, pregando em nome de Deus. Temos que nos submeter à tristeza? Não! Não se submeta à tristeza, porque ela não vem de Deus, e ela mata. Deus quer que sejamos felizes, mas o sentido de felicidade para Ele não é o sentido humano e mundano.
O sentido de felicidade é d’Aquele que é o Autor da verdadeira felicidade: Deus. Por isso, os valores evangélicos, muitas vezes, contrapõem-se aos valores humanos, porque o primeiro valor evangélico é o desprendimento.
Aprendemos, no mundo em que estamos, a nos apegar, a termos e possuirmos cada vez mais. Toda pessoa que é apegada a bens e pessoas é sofrida e machucada, não encontra o sentido de ser feliz. Aqui, não é uma questão de ter ou não bens, a questão é onde colocamos o nosso coração.

Feliz é aquele que traz a verdadeira felicidade que está na paz, na união e na concórdia

Não há felicidade na ambição, na avareza, na cobiça, não há felicidade em ter por ter, e cada vez querer ter mais. Experimente a felicidade de um coração que sabe partilhar, dividir e cuidar. Experimente ser feliz e bem-aventurado tendo um coração desprendido e pobre.
Se você vier a ter todos os bens deste mundo, não se apegue a nenhum deles. Sei que a pessoa sente-se a mais feliz do mundo porque adquiriu a casa, conseguiu aquele carro. Tudo isso é passageiro, por isso cuide, lute para ter, só não coloque o seu coração no “ter”, porque ele passa. Agora, o que nós somos, seremos para sempre. A felicidade está em desprender-se.
Bem-aventurados e felizes quem passa por aflição, porque Deus consola o coração aflito. Geralmente, quem passa aflição é por causa do bem, da justiça, da verdade e o consolo da sua aflição é o coração de Deus.
Bem-aventurados todos aqueles que exercem misericórdia para com os outros. Como é feliz o coração que sabe ser misericordioso, porque triste é o coração maldoso, rancoroso; triste é o coração que vive da mágoa, do ressentimento e do rancor, mas o coração que se enche de amor desdobra-se em misericórdia para com o outro.
É feliz quem sabe promover a paz, porque no mundo onde se multiplica dilaceram-se as discórdias, as divisões, as desuniões; onde as pessoas estão brigando por tudo, feliz é aquele que traz a verdadeira felicidade que está na paz, na união e na concórdia.
Quem tem um coração pacífico tem um coração puro, e os puros vêm a Deus. Aqui é uma pureza de ter um coração que não se mistura, não se contamina, não vê maldade, não a promove nem é movido por ela. Que beleza aproximar-se dos corações puros, que são recheados de intenções purificadas no coração de Deus! Os corações purificados não só trazem Deus para nós, mas nos levam para perto d’Ele.
Deus nos quer felizes e nos apresenta o programa da felicidade que se chama: bem-aventuranças.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/06/2021

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, a beleza do texto evangélico pode levar-nos a uma admiração puramente estética e, eventualmente, até dificultar nossa disposição em segui-lo. Dá-nos, Pai amado, discernimento e coragem para perceber por onde passam os caminhos de Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão, para acompanhá-los pela nossa vida afora.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, que nos amas com ternura, és Tu a Fonte da Vida! Dá-nos, pelo teu Espírito, sabedoria para ouvir, acolher no coração e praticar em nossas relações existenciais com a Humanidade e a Natureza a Palavra de Jesus de Nazaré, sintetizada no texto que ouvimos hoje. Que o exemplo vivido por Ele nos encoraje a segui-Lo pelos caminhos desta terra encantada que nos emprestas. Ajuda-nos, Pai, a viver Felizes, como Jesus de Nazaré!
Fonte: Arquidiocese BH em 07/06/2021

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