Chiquinquirá é uma pequena cidade situada às margens do rio
Suárez, na Colômbia. É também conhecida como capital da província do ocidente e
capital religiosa da nação. Seu nome, na língua dos índios chibcha, significa
"povo sacerdotal".
No século XVI, os missionários dominicanos
chegaram na Colômbia, portando a imagem de Nossa Senhora para converter os
indígenas ao catolicismo. Um dos colonizadores era Dom Antonio de Santana um
homem muito rico, designado como administrador das aldeias de Sutmarchán e
Chiquinquirá. Devoto da Virgem do Rosário ele pediu ao padre dominicano, André
Jadraque, que providenciasse uma imagem dessa invocação para colocar na capela
erguida em Sutmarchán. A encomenda foi passada ao pintor Alonso de Narváez,
radicado na região. Num tecido rústico de algodão fabricado pelos índios, o
artista pintou a imagem de Maria do Rosário ladeada pelos Apóstolo Santo André
e Santo Antonio de Pádua. A inclusão dos dois santos foi iniciativa de Alonso,
pois sobrara espaço suficiente na tela para homenagear os padroeiros do padre e
do administrador, seus clientes.
O quadro foi colocado no altar da capela de
Sutmarchán durante a missa de inauguração da capela, em 1562 e ficou exposto
para veneração popular durante doze anos. Depois, já quase apagado e corroído
pela umidade, foi levado à casa da fazenda dos Santana em Chiquinquirá. Em
1577, Dom Antonio faleceu e a viúva Dona Joana, se retirou para aquela
propriedade. Na arrumação da chegada, o quadro do Virgem do Rosário foi
colocado num canto da capela e lá ficou esquecido.
Oito anos depois chegou na fazenda Maria Ramos,
uma cunhada do falecido Dom Antonio, vinda da Espanha para ajudar nos trabalhos
domésticos da casa. A piedosa mulher não se acostumava à nova residência e ao
clima do país, por isso rezava muito à Virgem Maria. Certo dia resolveu
organizar a capela e limpou o quadro da melhor maneira possível, mas não
conseguiu saber de que devoção se tratava. Quando soube que era uma antiga
pintura de Nossa Senhora do Rosário, pendurou o quadro num lugar de destaque da
capela e passou a rezar diante dele. Algum tempo depois, Maria Ramos começou a
suplicar à Virgem do Rosário que tivesse a felicidade de identificar o seu
vulto naquele quadro, que mais parecia um borrão de tinta. E assim procedia
diariamente durante a oração do Rosário.
Maria Ramos teve as preces atendidas no dia 26 de
dezembro de 1586, quando ocorreu o milagre. Ela saia da capela quando uma índia
cristã chamou sua atenção para a tela toda iluminada. Elas notaram que as cores
do quadro ficaram mais fortes e a pintura voltou a ser nítida outra vez. As duas
começaram a gritar felizes por Dona Joana. Então as três mulheres se ajoelharam
diante da Virgem do Rosário e louvaram a Deus pela bondosa graça.
Naquele lugar, em 1608, foi construída uma igreja
que se tornou Santuário e em 1812, foi consagrada Basílica dedicada a Nossa
Senhora do Rosário de Chiquinquirá. Quatro anos depois, na luta da
independência da Colômbia, a Virgem recebeu a mais alta patente do Exercito. E
com a vitória o próprio Simon Bolívar, o libertador, humildemente foi à
Basílica agradecer e depositar sua espada aos pés da Mãe Santíssima. O Papa Pio
VII declarou solenemente Padroeira da Colômbia, Nossa Senhora do Rosário de
Chiquinquirá, em 1829, para ser celebrada no dia 09 de julho. Mas o povo a
homenageia também em 26 de dezembro, data do primeiro milagre do quadro. A
coroação canônica ocorreu em 1919.
Em 18 de novembro de 1794, se repetiu o milagre da
renovação da imagem dessa invocação, desta vez pintada em madeira, na cidade de
Maracaibo, Venezuela. Uma igreja foi erguida no local do prodígio. A fama dos
milagres se manteve vigorosa através dos tempos e os venezuelanos passaram a
invocar "La Chinita", como amorosamente nomearam a Virgem do Rosário
de Maracaibo. Assim, em 18 de novembro de 1942, a Igreja Católica coroou canonicamente
a imagem da Padroeira de Maracaibo. Foi a primeira celebração oficial no seu
dia. Além disso, a igreja onde se venera a imagem milagrosa venezuelana foi
consagrada como: Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Chiquinquirá de
Maracaibo.
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