ANO A
Lc 13,10-17
Comentário do Evangelho
Ação libertadora de Jesus
Lucas inicia sua narrativa destacando que Jesus "estava ensinando". A narrativa exprime como Jesus acompanhava seu ensino libertador com gestos concretos, coerentes e eficazes. A mulher encurvada que não consegue olhar para o alto representa o povo subjugado pela ideologia religiosa da Lei, imposta pelo Templo e pela sinagoga, a qual tinha como uma das principais observâncias o repouso sabático. Libertada da Lei que a oprime, a mulher readquire sua estatura normal e sua dignidade, humanizada pela prática de Jesus, passando a louvar a Deus. O mundo de hoje é o espaço onde os discípulos, revelando o amor vivificante de Deus, são chamados a renovar a ação libertadora de Jesus.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que eu saiba dar ao amor ao próximo a devida primazia, não submetendo este mandamento a preceitos secundários que me impedem de descobrir a tua verdadeira vontade.
Fonte: Paulinas em 29/10/2012
Comentário do Evangelho
Na cura da mulher manifesta-se a obra de Deus
A cura da mulher curvada em dia de sábado, na sinagoga, é ocasião para discussão sobre o descanso sabático. A cura da mulher é dita com os verbos no passivo; trata-se do passivo divino, o que indica que Jesus e, com ele, o narrador do evangelho vêm na cura dela a obra de Deus. A reação da mulher que se põe a glorificar Deus mostra que ela interpreta o acontecimento da mesma maneira. A menção do longo período da enfermidade da qual a mulher sofria e a imediatez de sua cura visam mostrar o poder da palavra de Jesus. A causa da fúria do chefe da sinagoga é o fato de Jesus ter realizado a cura no dia de sábado. No entanto, não é a Jesus que ele se dirige, mas à multidão. Com isso, o narrador quer mostrar a hipocrisia dele. Ademais, ele acusa a multidão de ter a intenção de ser curada no dia de sábado, quando não sabe se o que ele afirma é verdadeiro. Tudo isso é ocasião para discutir o sentido do descanso sabático. Jesus ensina a verdadeira finalidade do repouso sabático: ao libertar Israel da casa da servidão, Deus quis que a memória das feridas e sofrimentos impedisse o povo de perder a humanidade, outro nome da bondade. Por isso, Jesus disse que era preciso que fosse curada em dia de sábado.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu saiba dar ao amor ao próximo a devida primazia, não submetendo este mandamento a preceitos secundários que me impedem de descobrir a tua verdadeira vontade.
Fonte: Paulinas em 26/10/2015
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
MULHER, FOSTE LIBERTADA DE TUA ENFERMIDADE
A cena do Evangelho de hoje acontece em uma sinagoga, onde Jesus ensina, em um sábado. Depois de Jesus, a figura central da narrativa é uma mulher. No tempo de Jesus, elas eram bastante marginalizadas. A mulher do trecho do Evangelho de hoje está oprimida por sua doença há muitos anos: encurvada, não tem perspectiva, não pode olhar para a frente ou para o alto.
A intervenção libertadora de Jesus a reintegra plenamente no povo eleito, como filha de Abraão, e lhe devolve a dignidade de filha de Deus. Ela se endireita e começa a louvar a Deus. Plasticamente, é a cena de uma criatura, de pé, com a vida voltada para o alto, para o mistério do infinito amor. O sábado torna-se novamente a plenitude da criação.
O rigorismo legalista do chefe da sinagoga reage: certamente, ele faz menção aos trabalhos proibidos de se realizar no sábado. Para ele, o boi e o jumento são mais importantes do que a mulher. Os inimigos de Jesus se envergonham; as multidões se alegram. O sábado torna-se kairós, tempo especial do agir salvífico de Deus. E Jesus é Senhor do sábado e da vida.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Fontes: https://catequisar.com.br/liturgia/artigos/liturgiadiaria/ e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/mulher-foste-libertada-de-tua-enfermidade-30102023
Vivendo a Palavra
Mais uma vez o Mestre se confronta com o formalismo religioso, impondo o seu jeito livre de exercer o Amor: quando se trata de fazer o bem para o próximo, vale a compaixão, muito mais do que os limites impostos pela letra da Lei. Jesus não apenas realiza a cura, como estabelece a escala de valores que Ele segue.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/10/2012
Vivendo a Palavra
O Reino do Pai, lugar do Amor, não está sujeito a regulamentos e interdições impostos pelos homens. No sábado como em qualquer outro dia, o bem, a cura e a libertação do ser humano são bem-vindos. Vivamos nossa Igreja com a mesma liberdade que Jesus quis nos ensinar, superando as limitações impostas pela religião dos poderosos do Templo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2015
VIVENDO A PALAVRA
A multidão se alegrava ao ver as maravilhas que Jesus operava. Ele a libertava da escravidão imposta pelo Lei, quando a Lei era entendida em sua letra e não no seu espírito. Uma lição definitiva para nós, Igreja de Jesus, que queremos segui-lo: nem o sábado deve nos inibir de fazer o bem, libertar os irmãos e vivermos nós mesmos a nossa própria liberdade.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/10/2017
Reflexão
Quando o valor material está em jogo em uma determinada situação, ninguém duvida sobre a necessidade de uma ação, pois tudo é permitido para evitar a perda material. Mas quando o valor é a pessoa humana, tudo é muito complicado. Não se pode agir por uma série de motivos como proibições legais, necessidade de uma melhor organização, haverá melhores oportunidades, não é assim que se fazem as coisas e uma série de outros argumentos. Tudo isso nos mostra que nos nossos tempos, os valores não são diferentes dos do tempo de Jesus. Nos mostra também que não vivemos plenamente o Evangelho, pois amamos mais o dinheiro do que os nossos irmãos e irmãs.
Fonte: CNBB em 29/10/2012 e 26/10/2015
Reflexão
O esquema se repete, como se repete a incompreensão dos chefes religiosos. Jesus ensina na sinagoga, em dia de sábado. Está presente uma mulher encurvada, símbolo do povo sobrecarregado de pesados fardos. Sem que ela profira alguma palavra, Jesus, com uma ordem e imposição das mãos, a liberta de sua enfermidade: “No mesmo instante ela se endireitou”. Liberta e agora feliz, ela se põe a glorificar a Deus. Desconforto para o chefe da sinagoga, que, apegado a seu legalismo hipócrita, tenta impedir que os outros glorifiquem a Deus como seres capazes de estar de pé. Jesus argumenta que essa “filha de Abraão” é mais importante do que uma religião que não liberta e só traz peso para as pessoas. Os inimigos de Jesus ficam sem graça, e a multidão “se alegrava por todas as maravilhas que Jesus realizava”.
Oração
Ó Jesus Libertador, livras da enfermidade a mulher encurvada, símbolo do povo oprimido. O chefe da sinagoga fica indignado porque fazes cura no dia do repouso sabático. Explicas que libertar os oprimidos é ato agradável a Deus. O povo simples o entende e se alegra pelas maravilhas que realizas. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 25/10/2021
Reflexão
O esquema se repete, como se repete a incompreensão dos chefes religiosos. Jesus ensina na sinagoga, em dia de SÁBADO. Está presente uma mulher encurvada, símbolo do povo sobrecarregado de pesados fardos. Sem que ela profira alguma palavra, Jesus, com uma ordem e imposição das mãos, a liberta de sua enfermidade: “no mesmo instante ela se endireitou”. Liberta e agora feliz, ela se põe a glorificar a Deus. Desconforto para o chefe da sinagoga que, apegado a seu legalismo hipócrita, tenta impedir que os outros glorifiquem a Deus como seres capazes de estar de pé. Jesus argumenta que essa “filha de Abraão” é mais importante do que uma religião que não liberta e só pesa para as pessoas. Os inimigos de Jesus ficam sem graça, e a multidão “se alegrava por todas as maravilhas que Jesus realizava”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Reflexão
«O chefe da sinagoga, porém, furioso porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado»
Rev. D. Francesc JORDANA i Soler
(Mirasol, Barcelona, Espanha)
Hoje, vemos a Jesus realizar uma ação que proclama seu messianismo. E ante ela o chefe da sinagoga se indigna e repreende as pessoas para que não venham curar-se em dia de sábado: Mas o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse ao povo: «São seis os dias em que se deve trabalhar; vinde, pois, nestes dias para vos curar, mas não em dia de sábado» (Lc 13,14).
Eu gostaria que nos concentrássemos na atitude deste personagem. Sempre me surpreendeu que, diante de um milagre evidente, alguém seja capaz de fechar-se de tal modo que o que Ele viu, não lhe afeta no mais mínimo. É como se não tivesse visto o que acabava de ocorrer e o que isso significa. O motivo está na vivência equivocada das mediações que muitos judeus tinham naquele tempo. Por diferentes motivos - antropológicos, culturais, desígnio divino- é inevitável que entre Deus e o homem haja umas mediações. O problema é que alguns judeus fazem da mediação um absoluto. De maneira que a mediação não lhes põe em comunicação com Deus, e sim, ficam na sua própria mediação. Esquecem que são os últimos e ficam no meio. Dessa maneira não pode comunicar-lhes suas graças, seus dons, seu amor e, portanto sua experiência religiosa não enriquecerá sua vida.
Tudo isso lhes conduz a uma vivência rigorosa da religião, a encerrar seu deus em uns meios. Fazem um deus sob medida e não o deixam entrar em suas vidas. Na sua religiosidade acham que tudo está solucionado se cumprem com algumas normas. Compreende-se assim a reação de Jesus: «Hipócritas!, disse-lhes o Senhor. Não desamarra cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber?»(Lc 13,15). Jesus descobre a falta de sentido dessa equivocada vivência do sabath.
Esta palavra de Deus deveria nos ajudar a examinar nossa vivência religiosa e descobrir se realmente as mediações que utilizamos nos põe em comunicação com Deus e com a vida. Somente desde a correta vivência das mediações podemos entender a frase de Santo Agostinho: «Ama e faz o que queiras».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «O verdadeiro templo de Cristo é a alma dos fiéis: adorna este santuário, embeleza-o, deposita nele as tuas oferendas e recebe Cristo. Qual é o sentido de decorar as paredes com pedras preciosas, se Cristo está morrendo de fome na pessoa de um homem pobre?» (São Jerônimo)
- «Os doutores da lei repreenderam Jesus, porque ele curou no sábado. Ele fez o bem no sábado. Mas o amor de Jesus era dar saúde, fazer o bem. E isso está sempre em primeiro lugar» (Francisco)
- «Libertação e salvação. Pela sua cruz gloriosa, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado, que os retinha numa situação de escravatura. (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.741)
Reflexão
A criação dirige-se para o “Sábado”
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje os fariseus aparecem —outra vez— pedidos na casuística ritualista do "descanso sabático", sem captar a sua maravilhosa profundidade: a “Bíblia” —o Antigo Testamento— devia ler-se de uma nova maneira. Deus criou o mundo para iniciar com o homem uma historia de amor. A criação está pensada como um espaço para a Aliança.
Por tanto, é lógico, que a criação se dirija até o “sábado”, o dia em que o homem e a criação inteira participam no descanso, na paz e na liberdade de Deus. O sábado é uma visão de liberdade: escravo e senhor são iguais nesse dia, porque “descansam” todas as relações de subordinação. Nesse dia Deus e o homem situam-se como num mesmo plano e tratam-se de “Tu” a “tu”.
—Meu Senhor, cada semana espero o dia de repouso para celebrar a nossa Aliança rememorando o “dar-se” de Deus ao homem e renovando o “responder” do homem a Deus.
Meditação
A mulher nada pedira, mas Jesus sabia o que estava em seu coração e o quanto sofria. Curou-a. Mas era sábado, e o chefe da sinagoga achava que nesse dia nem milagre se podia fazer. Jesus denunciou a má vontade dissimulada daquele homem. Aprendo duas lições: não devo esperar que me peçam ajuda, e não posso usar falsos pretextos religiosos para condenar alguém. Como é nossa reação diante dos necessitados?
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade, e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Comentário sobre o Evangelho
Jesus cura no sábado e enfrenta a hipocrisia dos que o criticam
Hoje estamos em festa com o Senhor: que milagre tão bonito! Aquela boa mulher, 18 anos “encurvada”, agora está “reta” por Jesus em um segundo. Que maravilha! Jesus é Deus e Deus veio ao nosso mundo. Todos contentes!
—Todos? No! Aí estava o “cinza” na sua vez: «o chefe da sinagoga, indignado de que Jesus tivesse deito uma cura no sábado». Deixe as manias e deixe de “chatear” aos seus irmãos!
Meditando o Evangelho
APRESSAR-SE EM FAZER O BEM
Nenhum empecilho era suficientemente grande para impedir Jesus de fazer o bem. Nem mesmo as veneráveis prescrições religiosas. Ao confrontar-se com alguém precisando de sua ajuda, ele sempre se apressava em estender-lhe a mão.
É Jesus quem toma a iniciativa de curar uma infeliz mulher. Prostrada há muitos anos pela enfermidade, era obrigada a viver curvada, sem poder erguer-se. Seu estado físico era a imagem do peso que carregava sobre si: o da humilhação de ser considerada castigada por Deus; o da impossibilidade de ser útil aos demais, além da opressão de seu próprio sofrimento físico. A incapacidade de erguer-se significava não estar apta para relacionar-se com os outros, em pé de igualdade. Sua condição tornava-a um ser inferior.
Sem ter sido solicitado, Jesus faz-se protetor da mulher sofredora. E, como sinal de sua misericordiosa solidariedade, intervém em favor dela, libertando-a da enfermidade opressora. Após a imposição das mãos do Mestre, ela se ergue e dá glória a Deus pelo benefício recebido, por reconhecer que sua libertação era obra divina.
A indignação do chefe da sinagoga, encarregado de zelar pelo cumprimento do repouso sabático, não impressiona Jesus. Libertar um ser humano de qualquer tipo de opressão é tão urgente e necessário, a ponto de justificar até mesmo uma não observância da Lei. Afinal, Deus fica contente com a libertação de seus filhos.
Oração
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Espírito de presteza em fazer o bem, torna-me solícito em socorrer meu semelhante necessitado, e não permitas que eu me omita, quando se trata de ajudá-lo.
Fonte: Dom Total em 26/10/2015
Meditando o evangelho
LIVRE DA OPRESSÃO
A mulher doente, que Jesus encontrou numa sinagoga, em dia de sábado, era a imagem viva do ser humano oprimido. Ela vivia encurvada, sem poder erguer-se.
Toda doença, na mentalidade da época, era entendida como resultado da ação do Demônio sobre o ser humano. Portanto, a doença crônica desta mulher era interpretada como um enorme fardo imposto sobre ela por forças demoníacas.
A dupla opressão dessa criatura - mulher e doente - tocou a sensibilidade de Jesus, que tomou a iniciativa de curá-la, ou seja, libertá-la do poder do Demônio. Sem precisar ser solicitado, Jesus a resgatou das garras de Satanás, assumiu suas dores e se pôs a seu lado, na luta contra o inimigo da natureza humana.
A reação espontânea da mulher mostrou como tinha entendido perfeitamente o que lhe acontecera. Dando glória a Deus pelo benefício recebido, ela reconheceu que o próprio Deus havia agido nela, por meio de Jesus. Por conseguinte, este era o Messias esperado, portador da salvação prometida. Finalmente, o ser humano via-se livre do poder do Mal.
A cura realizada por Jesus irritou o chefe da sinagoga. Esse valorizava tanto o repouso sabático a ponto de imaginar que, quem já sofria, há dezoito anos, de uma doença, podia esperar um pouco mais para ser curada. Bem outro foi o pensamento de Jesus!
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, liberta-me do jugo que o pecado me impôs. Desta forma, me verei livre do peso que me mantém encurvado, impedindo-me de caminhar ereto para junto de ti.
Fonte: Dom Total 30/10/2017 e 25/10/2021
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Mulher que andava curvada
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Jesus encanta e desconcerta, a instituição e o povão têm reações diferentes, e iremos conduzir a reflexão nesse sentido, transportando-a para os dias de hoje)
__Heim moço, você que estava lá na sinagoga naquele sábado que Jesus curou essa mulher, mate a minha curiosidade, você que a viu de perto, é verdade que ela andava curvada que nem bicho? Que doença terrível era essa que não deixava a pessoa andar com a cabeça erguida?
__ É verdade sim, ela tinha como que um peso terrível nas costas, que a prostrava a andar quase de quatro, e não era só ela não, era uma doença comum naquele tempo, muitos na comunidade andavam daquele jeito...
___Credo, mas há 18 anos andando assim?
___Dezoito anos significava que essa pessoa tinha maioridade, mas não tinha autonomia para ver, pensar e agir, pois ela só via, pensava e agia como a Instituição determinava, era proibido a um Filho ou Filha de Abraão fazer diferente. E vocês aí da Pós Modernidade, já conseguiram curar essa doença?
___Ché moço, por aqui a maioria anda arcado, quando não é pela própria religião, que oprime, massifica e explora, é a ideologia própria do nosso tempo, consumismo, Neo-Liberalismo, ateísmo, relativismo e vai por aí...
___Então, se vocês são a Igreja de Jesus Cristo, têm que curar o pessoal que anda arcado, Jesus de Nazaré, aqui no nosso tempo, não andava curvado e não queria que ninguém andasse. Falava o que tinha de ser falado, pensava livremente e agia assim também, bem que tentaram "enlatá-lo". Para que ele se submetesse à instituição, mas não teve jeito...
___Começo a entender o tamanho da encrenca que ele arrumou por aí... Os Donos da Verdade Religiosa que haviam se apossado da Revelação Divina, sentiram-se ameaçados com a presença de Jesus na comunidade...
___Isso mesmo! Jesus curou a mulher no dia de sábado, tirou o terrível peso da costa dela e a partir daí ela se libertou e passou a andar de cabeça erguida, bem ereta, tornando-se seguidora de Jesus. Os Coordenadores da Comunidade espumaram de raiva, e tentaram disfarçar a raiva, a inveja e o ciúme, defendendo a instituição, como se Jesus fosse inimigo dela, porque libertou a pobre mulher em dia de sábado... Cambada de mentirosos!
___E o povão, como reagiu?
___Ah moço, dava gosto de ver a alegria e o entusiasmo que tomou conta do povo, para desespero dos Poderosos da comunidade, o povo logo percebeu algo novo que Jesus havia trazido , e não se deixava mais enganar pela lábia dos que se diziam Doutores e Donos da Verdade, Jesus ensinava o povo a ser livre, a pensar e agir de acordo com o coração e a consciência, e não mais com a Lei....O Senhor entendeu, moço, esse ensinamento?
___Claro que entendi, minha tia leu esse evangelho e está querendo ir á igreja para ser curada de um Bico de Papagaio e Hérnia de disco, depois dessa entrevista, vou ter de explicar a ela que Jesus é capaz de bem mais do que isso, aliás, é o que ele quer de verdade, uma cura total, que faça a gente levantar a cabeça, pensar, agir e fazer a nossa própria história, sempre com Ele, Nele e por Ele, na construção do Reino Novo!
2. Mulher, estás livre da tua doença - Lc 13,10-17
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Estamos sempre do lado de Jesus, somando com ele, defendendo-o de seus adversários. No entanto, é difícil não estar de acordo com o chefe da sinagoga, que ficou furioso porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. Não podia ter feito em outro dia? “Há seis dias para trabalhar”, disse o chefe da sinagoga ao povo. “Venham nesses dias para serem curados, e não no sábado!”. Jesus o chamou de hipócrita. De fato, imaginemos Jesus dizendo para a mulher encurvada: “Volte amanhã, ou na segunda-feira. Não posso curá-la hoje porque é dia santo, é dia de Deus. Deus descansa no sétimo dia e nós também. Aguente mais um pouco. Fique encurvada mais um dia. Quando não for dia de Deus, eu curo a senhora”. Palmas para Jesus que não disse nada disso e curou a mulher encurvada.
Fonte: NPD Brasil em 25/10/2021
HOMILIA DIÁRIA
Cristo nos liberta do legalismo com seu amor salvador
Postado por: homilia
outubro 29th, 2012
A chave de leitura desta narrativa é: Jesus estava ensinando numa sinagoga, num dia de sábado. Havia aí uma mulher que, havia dezoito anos já, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de ficar bem direita. Vendo-a, Jesus a chamou e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. Ele impôs as mãos sobre ela, e ela se ergueu bem direita e começou a louvar a Deus.
A mulher encurvada, que não consegue olhar para o alto, representa o povo sujeito à ideologia do Judaísmo. Jesus é livre para curar no sábado, e diante da fúria do chefe da sinagoga, argumenta que se, no dia do sábado, é permitido desamarrar um animal para que ele beba, com muito mais razão ele podia libertar esta mulher “amarrada” por satanás, curvada sobre a terra, impedida de louvar a Deus. Libertando a todos do legalismo, Jesus manifesta o amor salvador e vivificante.
O chefe da sinagoga, porém, furioso porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado, se pôs a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Vinde, pois, nesses dias para serdes curados, mas não em dia de sábado”.
O Senhor respondeu-lhe: “Hipócritas! Não solta cada um de vós seu boi ou o jumento do curral, para dar-lhe de beber, mesmo que seja em dia de sábado? Esta filha de Abraão, que Satanás dominou durante dezoito anos, não devia ser libertada dessa prisão, mesmo em dia de sábado?” Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que Ele fazia.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 29/10/2012
HOMILIA DIÁRIA
Deus retira de nós os espíritos malignos que curvam nossa vida
A graça de Deus, quando vem ao nosso coração, é para nos endireitar, para tirar de nós aqueles espíritos que nos deixam encurvados
“Jesus colocou as mãos sobre ela e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus.” (Lucas 13, 13)
Essa mulher sofria, há dezoito anos, com um espírito que a tornava doente e encurvada; ela não conseguia se endireitar de forma nenhuma. Até que um dia Jesus a tocou e aquele espírito, que a deixava encurvada, saiu dela. A segunda coisa é que ela se endireitou e pôde ficar ereta e caminhar normalmente.
Sabe, meus irmãos, existem espíritos no meio de nós que vão curvando nossa vida e nosso proceder, deixando-nos como pessoas encurvadas na vontade, na disciplina e na disposição de mover a vida.
Existem espíritos muito negativos, com os quais nós, muitas vezes, não sabemos lidar; e eles vão crescendo em nós. Fico pensando no quanto é encurvada a vida de uma pessoa que cultiva o espírito de amargura, azedume e tristeza!
Sei que nenhum de nós quer ficar amargo, azedo ou triste. Há situações tristes que acontecem em nossa vida que nos deixam para baixo, mas não há problema em ficar triste, em passar por problemas difíceis. O problema é quando paramos ou permitimos que esses espíritos nos paralisem.
A tristeza é tolerável, porque todos nós passamos por isso; agora, passar a vida toda amargo e azedo por causa de um problema faz a vida da própria pessoa se amargar. Quem está ao lado dela, quem convive com ela também vai tornando um pouco amarga e azeda sua própria vida e existência.
Deixe-me dizer a você: Deus não nos quer encurvados, Ele nos quer direitos, retos. É por isso que a Sua graça, quando vem ao nosso coração, ao nosso encontro, é para nos endireitar, tirar de nós aqueles espíritos que nos deixam realmente encurvados.
É preciso olhar para frente; e “olhar para frente” é olhar, primeiro, para a graça de Deus, é permitir que ela entre, penetre em nós e nos purifique, lave-nos e renove-nos de tudo aquilo que está velho, mofado e estragado nosso interior.
É preciso retirar o azedume, a amargura, a tristeza, a mágoa, a decepção e a irritação que nos tira a alegria de viver. É preciso sacudir esses espíritos, para que a vida saia da curva na qual, muitas vezes, ela se encontra.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: https://homilia.cancaonova.com/pb/homilia/deus-retira-os-espiritos-malignos-que-curvam-a-nossa-vida/ (26/10/2015)
HOMILIA DIÁRIA
Jesus nos liberta dos espíritos que nos mantêm cativos
Jesus veio para nos libertar de todo e qualquer espírito que nos escraviza, que nos mantêm cativos e aprisionados
“Mulher, estás livre da tua doença. Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus.” (Lucas 13,12-13)
Essa mulher estava encurvada e incapaz de se endireitar há 18 anos, pois um espírito estava nela, deixando-a encurvada e torta. Esse espírito deixou essa mulher aprisionada por 18 anos.
Há espíritos que entram em nós e nos aprisionam – alguns mais, outros menos –, mantêm-nos presos e cativos a ele. Todo e qualquer espírito que nos aprisiona entorta, curva e inclina a nossa vida, torna-nos incapazes de caminhar na direção correta.
Cada um deve pedir a Deus a graça para reconhecer que espírito o está atormentando e tirando da reta da vida, tornando-a turva.
Às vezes, algumas pessoas se deixam prender por esses espíritos a vida inteira; outras reconhecem que são prisioneiras, mas não buscam a graça de se libertar.
Quem é escravo do espírito do alcoolismo sabe o quanto ele escraviza. Quando falo de alcoolismo, olho para quem é escravo do orgulho, da soberba, do dinheiro, do ressentimento e da mágoa. Há pessoas que levam uma mágoa por 30 anos; às vezes, até para o caixão. Que triste essa vida!
Há quem seja escravo de uma sexualidade desenfreada, de uma vida nas drogas. Poderíamos enumerar tantas situações, tantos espíritos que entram em nós e são mais fortes do que nossa vontade! “Eu não quero ter raiva dessa pessoa. Eu até tento, mas só de lembrar dela, já me dá raiva”. Estamos prisioneiros desse espírito da raiva. “Eu não queria beber, mas eu não consigo controlar. Estou escravo do espírito da bebida”.
O mal entrou em nós e criou essa má inclinação. Se isso é uma má notícia, não podemos ficar nela, porque há uma Boa Nova chamada Jesus. Ele veio para nos libertar de todo e qualquer espírito que nos escraviza, que nos mantêm cativos e aprisionados.
Precisamos deixar que Jesus Salvador, Jesus libertador, aja em nosso coração, em nossa mente e vontade. Precisamos querer ser livres.
Essa mulher tornou-se livre, e os religiosos da época se escandalizaram, porque era dia de sábado. Mas se sábado é dedicado para o Senhor, Ele quer fazer com que sábado, domingo ou qualquer dia da semana seja o dia da libertação. Deus quer nos ver livres de todo e qualquer espírito que nos mantêm cativos, presos, aprisionados, que tiram a nossa liberdade. Jesus, o Senhor, quer libertar todos nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 30/10/2017
HOMILIA DIÁRIA
Peçamos a Deus que preencha o nosso coração de misericórdia
“Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente.” (Lucas 13,11)
Quero que todos nós possamos fazer o que Jesus fez, pois Ele não só ensinava. Ensinar quer dizer que Ele olhava para a Palavra (porque Ele era a Palavra), mas olhava para Deus, para que Deus chegasse ao coração de todos.
Não basta ensinar a Palavra, é preciso que, com a Palavra, penetremos as pessoas que estão ao nosso lado porque muitas estão sofrendo. E Jesus olhou para aquela mulher em que fazia dezoito anos que sofria com o Espírito terrível a tornando uma mulher doente e encurvada… Era desprezada, uma coitada.
As pessoas olhavam as pessoas que tinham enfermidade, sobretudo, mais graves, como merecedoras, como castigo, como se elas tivessem feito algo que merecessem aquilo e, por isso, estavam pagando e não olhava com o olhar da graça nem da misericórdia, quanto menos com o olhar do amor e do cuidado.
Suplico a Deus todos os dias que me dê um olhar de misericórdia, de amor, de compaixão, de cuidado para com meu irmão
Muitas pessoas estão sofrendo porque não estão sendo olhadas, e não é para serem olhadas com “olhar de coitadas”, mas com o olhar de amor e de cuidado, porque é esse o olhar que cura e liberta, é esse o olhar que Jesus volta para essa mulher que, há dezoito anos, sofre de um espírito que a atormentava; e os religiosos da sua época não ligaram para ela. E Jesus mesmo proclamou: “Mulher, esteja livre dessa sua enfermidade”.
O chefe da sinagoga ficou furioso porque Jesus tinha curado aquela mulher em dia de sábado. O sábado representava o culto, que representa Deus. Como é que uma pessoa que ama Deus fica furiosa porque fazemos o bem ao outro?
Às vezes, queremos achar que o sagrado é apenas o culto que presto a Deus, mas, se não presto atenção ao meu irmão, que culto hipócrita presto a Deus! Que culto hipócrita é esse onde meu olhar se volta para o sacrário, para a cruz, para as coisas sagradas — e que bom que se volta —, mas esse mesmo olhar não se volta para Jesus sofredor, esse olhar não se volta para Jesus que está aqui sofrendo, passando fome e necessidade, sofrendo enfermidade e aflição. É que nós preferimos a passividade da oração, onde vou lá orar para Jesus me consolar, cuidar das minhas coisas, do meu egoísmo, me dar o que preciso e fico chateado quando Jesus não dá o que quero.
Sou incapaz de olhar para Jesus sofredor, real, em carne viva em tantos que passam debilidades e sofrimentos nos dias de hoje em nosso meio, onde nós estamos. Sou incapaz de pedir alguma coisa para Deus. Suplico a Ele todos os dias que me dê um olhar de misericórdia, de amor, de compaixão, de cuidado para com meu irmão. Não quero que Deus me cumule de bens porque, muitas vezes, o bem não é graça, é desgraça.
Fico me enchendo de coisas e começo a olhar, inclusive, as pessoas como coisas. E elas não são coisas, as pessoas são presença divina. Mas elas estão sendo descuidadas, ignorados e maltratadas, e estou vivendo aquela cegueira espiritual de entender que o culto é só eu estar na presença de Deus (e como preciso estar). Se estou na presença de Deus e não saio da presença d’Ele para ver meu irmão sofrendo, muitas vezes, dentro da igreja que estou, passando aflição e necessidade, me pergunto para que serve o nosso culto, para que serve as nossas celebrações, se falta amor e misericórdia em nosso coração?
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 25/10/2021
Oração Final
Pai Santo, dá-nos coragem e grandeza d’alma para exercer a liberdade de Filhos teus quando se tratar de servir o nosso próximo. Que as obrigações prescritas na Lei não nos sirvam de desculpa para deixar de fazer o bem ou praticar a caridade. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/10/2012
Oração Final
Pai Santo, não poucas vezes nós nos satisfazemos em cumprir preceitos, esquecendo-nos de seguir a Lei do Amor, que os ultrapassa. Envia, Pai amado, o teu Espírito para nos libertar das amarras impostas pelos homens. Que a nossa única Lei seja o seguimento do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2015
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que a nossa religião seja uma religação contigo, onde nos apresentamos transparentes e sem hipocrisia; seja a releitura permanente de tua Vontade de nos ver felizes; e seja a re-opção diária por nossa conversão ao Caminho, à Verdade e à Vida – representados por Jesus, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo vive, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 30/10/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário