quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 28/02/2019

ANO C


Mc 9,41-50

Comentário do Evangelho

O bem também é feito fora da comunidade dos discípulos

Jesus continua a instruir os seus discípulos a como se comportarem ante a diversidade. O bem também é feito fora da comunidade dos discípulos. A comunidade é chamada a se abrir ao bem que vem de outrem; pois ela também é beneficiária do bem que outros, “de fora”, lhe fazem: “Quem vos der um copo de água…” (v. 41).
Da comunidade é exigida coerência. O escândalo é uma pedra de tropeço que impede outros de progredirem na vida cristã. A comunidade precisa estar aberta para acolher e sustentar, com o seu testemunho, os que se aproximam dela para ajudá-los a uma verdadeira mistagogia. Por isso, o escândalo, ante a incoerência interna, da distância entre o crer e o agir, entre o falar e praticar, deve ser rechaçado veementemente. Segundo Mt 5,13, o discurso é “sal da terra”. Mc 9,50 diz que o “sal é bom”. É bom na justa medida: nem mais, nem menos.
A presença do discípulo, portador do mistério pascal de Cristo, deve dar sentido à vida. No entanto, se ele desvirtua sua missão, é como o sal que perdeu suas propriedades, incapaz de dar sabor a todas as coisas.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto possa servir de contra-testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti.
Fonte: Paulinas em 23/05/2013

Vivendo a Palavra

Jesus usa a metáfora das mãos, pés e olhos para significar a nossa capacidade de trabalhar, de nos locomovermos e de enxergar – que deve ser utilizada para a construção do Reino de Deus já nesta terra, fazendo o bem entre os irmãos. De outra forma, seria melhor para nós que não tivéssemos mãos, pés, olhos...
Fonte: Arquidiocese BH em 23/05/2013

Reflexão

É muito comum ouvirmos que isso ou aquilo é escandaloso e, normalmente, quando isso acontece, o fato está relacionado com questões de sexualidade. O escândalo é muito mais do que isso. Dar escândalo significa ser ocasião de pecado para as outras pessoas, independentemente da natureza ou da forma do pecado. Jesus nos mostra no Evangelho de hoje a importância que devemos dar para os nossos atos, para que eles sejam testemunho da nossa adesão ao Reino de Deus e não uma negação da nossa adesão que tenha como conseqüência o afastamento das pessoas. Não podemos nos esquecer de que a nossa fidelidade a Jesus no nosso dia a dia é a nossa grande arma no trabalho evangelizador.
Fonte: CNBB em 23/05/2013

Reflexão

O escândalo existe quando na comunidade há quem, ao invés de servir, quer ser maior que os outros, colocando-se como superior. Essa ambição pode pôr em perigo a adesão dos “pequeninos” a Jesus. Os servidores do Reino, ao verem os veteranos seguidores de Jesus brigando por causa de poder, acabam desanimando e desistindo do serviço gratuito e generoso. As obras (a mão que pega o proibido), o comportamento (o pé que anda no mau caminho) e a ambição (o olho que olha cobiçando) buscam prestígio e superioridade: devem ser extirpados, pois são prejudiciais aos que querem ser fiéis a Jesus. O mal deve ser arrancado pela raiz. O sal, que impede a corrupção dos alimentos, é figura da fidelidade a Cristo. A fidelidade de todos à mensagem do Evangelho conservará a paz na comunidade.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

A MUTILAÇÃO NECESSÁRIA

Jesus tinha consciência da qualidade de vida de seus companheiros de missão. Por isso, não nutria esperanças infundadas a respeito deles. Embora tivessem recebido a tarefa de atrair pessoas para o Reino, corriam o risco de levá-las a afastar-se dele, e assim, tornar-se anti-apóstolos.
O alerta lançado por Jesus é suficientemente forte para não dar margem a dúvidas. Servindo-se da metáfora da mutilação corporal, o Mestre sublinhava a necessidade de precaver-se contra tudo o que pudesse ser motivo de escândalo, de afastamento da fé por parte de quem ainda dava os primeiros passos no caminho do Reino.
A mutilação da mão refere-se à prevenção contra o mal que pode ser realizado com este membro: a violência, o roubo. O pé pode conduzir o discípulo por vias perigosas, contrárias às do Reino. O olho pode levá-lo à sedução da cobiça, da luxúria, dos maus pensamentos.
Jesus poderia ter-se estendido e falado da língua e de outros membros do corpo humano. Bastava-lhe, porém, aludir a três órgãos importantes, por meio dos quais os discípulos podiam causar escândalos. Gestos inconseqüentes praticados por eles funcionariam como contra-testemunho e teriam como efeito afastar as pessoas de Deus.
As mutilações aludidas pelo Mestre deveriam acontecer não no âmbito físico e exterior, e sim no âmbito espiritual e interior. É a partir daqui que se começa a combater as ações escandalosas.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, torna-me forte para tirar da minha vida tudo quanto possa servir de contra-testemunho a meu próximo e levá-lo a afastar-se de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Nossos pequeninos...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A gente lê esse evangelho e imediatamente pensamos nos “escândalos” que vez ou outra abalam nossas comunidades e a própria Igreja, principalmente os que ocorrem no campo da sexualidade e assim, parece que o resto dos nossos pecados não é escândalo. Este evangelho não é um apelo a moral e aos bons costumes, como alguém possa pensar, mesmo porque, a m oral cristã e os bons costumes deve sim fazer parte da nossa vida de cristãos.
O escândalo tem uma vítima certa nesse evangelho: são os pequeninos! Se for compreendido como crianças, vamos voltar a pensar no escândalo da Pedofilia, cometido contra crianças sim, em casas religiosas e comunidades cristãs, por pessoas que em seu sacerdócio têm a missão de acolher e proteger os pequenos e não aproveitar-se deles, para saciar um instinto bestial e incontrolável. Mas também não é isso. Os pequeninos mencionados no evangelho não são as crianças.
Então mudamos o foco e olhamos no contexto social, pronto! Pequeninos são os pobres e necessitados que frequentam a comunidade, e que precisam ser acolhidos e assistidos em suas necessidades. Sem dúvida que essa é uma verdade evangélica, que deve e precisa ser praticada nas comunidades, se elas quiserem ser realmente cristãs. Mas o foco não é esse...
Só lembrando que Jesus é extremamente rigoroso quando fala daquele que provocou o escândalo contra os pequeninos: deveria amarrar uma pedra de moenda no pescoço e atirar-se ao mar!
Vamos então desvendar esse mistério. Em nossas comunidades há pessoas que testemunham uma Fé descomunal, são realmente fervorosos no testemunho que dão em suas vidas. Levam uma vida de oração, pautada pela Santa Palavra, recebem a Eucaristia com frequência, enfrentam provações e tribulações e não se deixam abalar. Não estou inventando. Na nossa comunidade existem pessoas assim, cujo exemplo nos estimula a buscar também a santidade.
Mas, há outras que não são nada disso, rezam de vez em quando, vão à missa de vez em quando, só entram na igreja em dias de Batismo de algum parente ou casamento de alguém, mas se dizem cristãos e há até quem frequente a comunidade. Quando estamos diante dessas pessoas sentimos uma grande vontade de “Rasgar o verbo” e dar nelas uma boa sacudida para que acordem e comecem a viver o verdadeiro cristianismo. Eis aí os “pequeninos” que Jesus fala nesse evangelho, e que às vezes, por causa de uma palavra mais “dura” de nossa parte ou de nossas lideranças, ficam aborrecidas e se afastam da comunidade, perdendo o pouquinho de Fé que tinham.
Contra eles temos muitas vezes gestos bruscos com nossos membros, olhares maliciosos e irônicos, e assim os conduzimos ao pecado da “ruptura”, perdendo a oportunidade de amá-los, acolhê-los e os aproximarem-se mais de Cristo Jesus, incentivando-os a permanecerem na comunidade e a crescerem cada vez mais na Fé. Agora já sabemos quem são os “pequeninos” da comunidade e como o Senhor quer que os tratemos. Eles estão lá nas assembleias de Casamentos e Batizados, ou mesmo em nossas pastorais e movimentos. São pequenos na Fé, talvez, mas nutrem amor pelo Cristo e cabe a nós fazer com que cresçam e se tornem maduros na Fé. É o desafio que Jesus hoje nos lança...

2. NÃO SER OCASIÃO DE PECADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé. O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos. Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino. Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.
A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.
Fonte: NPD Brasil em 23/05/2013

HOMILIA DIÁRIA

Santidade é coisa de quem leva Deus a sério

Precisamos ser sérios, enérgicos no combate ao mal, na luta pela nossa santidade. Santidade é coisa de gente séria. Santidade é coisa de quem leva Deus a sério.

É Jesus quem diz: “Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga” (Mc 9,43-44).

Por que Jesus diz isso a respeito da mão, do pé, dos olhos… E assim diria de cada parte do nosso corpo?
A verdade é que podemos levar esse Evangelho “ao pé da letra”, ou seja, vamos mutilar e, na verdade, pouca coisa irá restar. O que, de fato, Jesus está nos motivando – e nos chamando a dizer – é que nós não podemos entregar nosso corpo ao pecado. Nós não podemos entregar nenhuma parte do nosso corpo ao erro.
Muito pelo contrário, precisamos usar aquilo que os Santos Padres da Igreja faziam, aquilo que os Santos fizeram, ou seja, as pessoas que querem crescer em Deus na espiritualidade fazem: a mortificação. Precisamos ser realmente sérios na nossa espiritualidade do combate ao mal. Porque, senão, o vício e o mal irão crescer em nós, e depois será difícil de se dominar.
Às vezes usamos mal as nossas mãos, usamos errado os nossos pés, usamos de forma errada a nossa língua, o nosso corpo. Jesus nos convida a santificar o nosso corpo. “Corta” o seu corpo, “corta” a sua mão, onde ela estiver sendo levada pelo erro ao pecado. Em outras palavras, precisamos ser sérios, enérgicos no combate ao mal, na luta pela nossa santidade. Santidade é coisa de gente séria. Santidade é coisa de quem leva Deus a sério!
Você precisa assumir para si mesmo que seu corpo, sua alma, todo o seu ser quer viver a vontade de Deus. Que você não quer usar nenhum dos instrumentos que Deus lhe deu – para sua santificação – para cometer o erro, o pecado. É preciso um pouco mais de seriedade. É preciso usar da mortificação, do combate espiritual. Usar das armas espirituais para combater o mal que há no mundo, o mal que muitas vezes quer nos dominar.
Que Deus dê essa graça a todos nós: sermos firmes na nossa luta pela santidade! Que nosso corpo seja para o bem e não para estar a serviço do pecado.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 23/05/2013

Oração Final
Pai Santo, envia sobre nós o teu Espírito para que, repletos por seu Amor, nós façamos bom uso dos dons e talentos que nos emprestas, colocando todos a serviço do bem e da paz entre os nossos companheiros de jornada. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/05/2013

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