Dom Fouad Twal, o
Patriarca Latino de Jerusalém,
em discurso ao Papa Francisco depois da Missa
celebrada em Belém. Foto: Captura do YouTube / CTV
JERUSALÉM, 27 Mai. 14 / 11:41 am (ACI/EWTN Noticias).- Dom Fouad Twal é o Patriarca Latino de Jerusalém
e como tal dirige a Igreja Católica
em Israel, Territórios Palestinos e Jordânia e é Arcebispo de Jerusalém, razão
pela qual foi um dos principais acompanhantes do Papa Francisco em sua visita
histórica à Terra Santa.
Ante uma viagem como esta, Dom Twal
recordou que um dos momentos mais importantes foi “o encontro no Santo Sepulcro
entre o Papa Francisco e o Patriarca Ortodoxo de Constantinopla Bartolomeu”.
Segundo precisa o Arcebispo de
Jerusalém, “a visita é pastoral, certamente, é uma viagem espiritual como
afirmou várias vezes o Papa, para rezar e dialogar com os outros, mas não falta
a dimensão política. Suas palavras e gestos iluminarão tanto as pessoas comuns
como os dirigentes políticos”, afirmou.
E é que conforme explica Dom Twal “a
situação no Oriente Médio é muito complexa, muito complicada. O número dos
refugiados na Jordânia continua em aumento com o que significa de injustiça
para estas pessoas e, desestabilização para um Reino pequeno como a Jordânia.
Por isso, que a paz na Síria ajudará a restabelecer o frágil equilíbrio
regional, sanando por sua vez as feridas da guerra no povo sírio e fazendo com
que o povo da Jordânia recupere a serenidade de vida”.
Porque os temas que o Oriente Médio
enfrenta são muitos e muito variados, entre eles Sua Beatitude destaca como
“tema preocupante” o despertar do fanatismo em alguns ambientes muçulmanos e
judeus e afirma que “o fanatismo nunca é o caminho válido para nenhuma causa.
Muito menos quando o fanatismo pretende usar o Nome de Deus. Esperamos muitas
mensagens do Papa Francisco para mais justiça e paz”.
Conforme assegura o anfitrião do Papa
na Terra Santa, esta visita “é muito curta e isso faz que muitos cristãos e
também muitas outras pessoas não possam chegar a vê-lo. Por exemplo, em
Jerusalém, onde a cidade estará literalmente blindada, apenas poucas pessoas da
paróquia puderam ver o Papa indo para Belém”, por isso se une ao desejo de que
“o Santo Padre possa voltar na Terra Santa para que mais gente tenha a
possibilidade de vê-lo. Sabemos que seria algo totalmente fora do comum, mas
seria uma coisa ótima”.
Trata-se de uma viagem que Dom Twal
definiu como “uma grande alegria para todos os cristãos da Terra Santa.
Certamente de um modo especial para os católicos, mas, para falar a verdade, e
graças à união existencial que existe entre todos os crentes de Cristo na
região, todos: católicos, ortodoxos, anglicanos, luteranos, todos aqueles que
acreditam no Senhor Jesus reconhecem, admiram e amam o Papa”.
Conforme explica, “os Papas nos ensinam
qual é a atitude que o cristão que vem à Terra Santa deve ter. O cristão vem
como peregrino, vem para visitar os lugares santificados pela presença dos
Patriarcas, dos profetas e especialmente por Jesus Cristo, para meditar nos
mistérios da nossa salvação e para rezar, para unir-se mais a Deus”, mas outro
aspecto importante também é o de conhecer como vivem os católicos na Terra
Santa: “Todos os papas peregrinos tiveram um contato direto com a comunidade
cristã do lugar que representa aproximadamente dois por cento da população
total”.
E embora assegure que “não haja
diferenças essenciais” entre as viagens que realizaram os predecessores de
Francisco, sim reconhece que “será belo participar das manifestações e momentos
de oração com o Santo Padre, mas será mais belo ainda ler os discursos do Papa
Francisco, meditar e encontrar na mensagem do santo Padre um programa de vida
para todos, fiéis leigos e religiosos, civis e dirigentes políticos, cristãos,
judeus e muçulmanos”.
Apesar de tratar-se de uma viagem
pastoral, o Papa Francisco abriu as portas do Vaticano para propiciar um
encontro entre palestinos e israelenses. Algo que Dom Twal define como “uma
política constante da Santa Sé intervir pela Paz no mundo inteiro, como em seu
momento interveio no conflito entre a Argentina e Chile”.
Por isso o Arcebispo de Jerusalém está
seguro de que esta visita “ajudará o Papa a conhecer melhor a complexa situação
da região. Na Jordânia com o encontro com refugiados sírios e em Belém com o
almoço com famílias pobres da zona além da visita às crianças de três campos de
refugiados palestinos”.
É óbvio, os encontros com autoridades
israelenses e palestinas, judaicas, muçulmanas, drusas e cristãs contribuirão
ao Papa uma visão interna da situação nessa zona. Mas, sobretudo, Dom Twal
espera “que o exemplo e as palavras do Santo Padre estimulem os governantes a
trabalhar com determinação por uma paz justa e estável”.
Uma paz justa e estável na qual o líder
da igreja católica em Israel, Territórios Palestinos e Jordânia, assegura que
para consegui-la será necessário encontrar “a solução dos dois Estados e ligado
a este o tema das fronteiras, devem ser dois Estados soberanos com fronteiras
reconhecidas mútua e internacionalmente”.
“Assim se poderá dar uma resposta mais
realista ao tema dos refugiados palestinos, a quem se deve reconhecer o direito
de retorno a sua pátria e finalmente o tema do estatuto de Jerusalém,
garantindo o livre acesso de todos os crentes aos lugares Santos”.
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