quinta-feira, 26 de outubro de 2023

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 26/10/2023

ANO A


Lc 12,49-53

Comentário do Evangelho

A paz inquieta

João Batista, ao batizar Jesus, já anunciara que o próprio Jesus batizaria no Espírito Santo e no fogo. É o fogo do amor, que Jesus deseja ver aceso na terra. O batismo, que exprime a entrada no Reino pela prática da justiça, atinge sua plenitude em Jesus, com sua vida de amor, até a morte na cruz, armada pelos poderosos deste mundo. Porém, o amor é mais forte do que a morte, e a vida cheia de amor é eterna.
Aparentemente, causa surpresa a afirmação sobre as divisões na família. Antes, Jesus, ao enviar seus discípulos em missão, incumbiu-os de levar a paz às casas que o recebessem. No evangelho de João, Jesus afirma: "Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou, não como o mundo dá". A paz do mundo é a paz do império, seja romano ou estadunidense, com sua coalizão. Faz-se as guerras de conquista, e sobre os escombros da guerra decreta-se a paz da submissão ao império. É a falsa paz de uma sociedade individualista, excludente, ambiciosa do dinheiro e prenhe de violência. A própria família está sob a influência desta ideologia, muitas vezes resistindo à mensagem de Jesus. A ruptura com valores tradicionais de sucesso e enriquecimento neste mundo, pela opção à prática do serviço e do amor, gera conflitos e divisão.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
Fonte: Paulinas em 25/10/2012

Comentário do Evangelho

Fogo é a explicação da ação do Espírito Santo: purificação e julgamento.

“Fogo eu vim lançar sobre a terra” (v. 49). É difícil não pensar no batismo de Jesus. João disse: “Eu vos batizo com água, mas depois de mim, vem aquele que é mais forte do que eu… ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (3,16). Fogo é a explicação da ação do Espírito Santo: purificação e julgamento. A morte de Jesus (v. 50) é, também, um verdadeiro fogo lançado sobre a terra, que dividirá e dispersará os próprios discípulos. Ela será o lugar do juízo dos que o mataram ou foram coniventes com a sua morte: “E toda a multidão que havia acorrido para o espetáculo, vendo o que tinha acontecido, voltou batendo no peito” (23,48).
A lealdade a Jesus e a decisão de segui-lo está acima de qualquer lealdade e de qualquer outra decisão. Ele não promove a guerra nem sequer a discórdia. Por vezes os inimigos serão os próprios familiares (vv. 52-53). Nenhum laço afetivo deve preceder o amor por Jesus, pois este é o fundamento e a inspiração de todo amor plenamente humano. Nenhum laço afetivo pode ser obstáculo para o seguimento de Jesus Cristo.
Fonte: Paulinas em 24/10/2013

Comentário do Evangelho

É preciso liberdade e desapego.

Jesus não promove a guerra nem tampouco a destruição. A linguagem do evangelho, muitas vezes enigmática para o homem moderno, precisa ser decodificada para fazer emergir o seu sentido. “Fogo” (v. 49) refere-se ao Batismo de Jesus (Lc 3,16). No texto do Batismo o termo “fogo” é utilizado para explicar a natureza da ação do Espírito Santo, a saber, purificação e julgamento. A morte de Jesus é também considerada como um fogo (v. 50) que dividirá e dispersará os seus próprios discípulos. Na morte de Jesus, os homens serão julgados e eles mesmos reconhecerão a sua iniquidade (Lc 23,48). A lealdade a Jesus está acima de qualquer compromisso humano com a defesa de interesses particulares, escondidos, muitas vezes, atrás do argumento da defesa de Deus. Jesus não promove a guerra nem a discórdia. Os que o rejeitam é que perseguem os que o aceitam. É preciso que o discípulo tenha consciência de que os laços afetivos verdadeiros, construídos no amor e tão caros para a saúde da humanidade, não podem ser impedimento, nem servir de coação, ao seguimento de Cristo e a uma vida segundo o Espírito, para quem, livremente, adere à vocação cristã. É preciso liberdade e desapego.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
Fonte: Paulinas em 23/10/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

EU VIM PARA LANÇAR FOGO SOBRE A TERRA


Jesus está subindo a Jerusalém e usa uma linguagem nitidamente simbólica. O símbolo do fogo está associado à Palavra de Deus e ao juízo divino que purifica, mas também ao Espírito Santo e ao próprio Batismo. Esse sacramento já não consiste em um mero banho de purificação dos pecados, mas a um evento novo, que transmite vitalidade, movimento e missão. Nesse sentido, é o tempo da decisão por Cristo, sem adiamentos.
O Batismo é a inserção na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Por ele, recebe-se a adoção filial na força do Espírito Santo. Jesus diz que veio trazer a divisão, a oposição até mesmo no seio da família. A ruptura das relações familiares também é sinal dos tempos messiânicos (Mq 7,6). A paz que Jesus oferece não é um falso irenismo, a ausência de conflitos, nem a situação psicológica de tranquilidade.
Não existe, no cristianismo, uma paz tranquila; ela é sempre inquieta. Pelo Batismo, adere-se à palavra de Cristo, cria-se um relacionamento profundo com ele, faz-se uma opção existencial por ele. Isso gera um estado de paz, inclusive nos conflitos. Assim, no fogo do Espírito Santo, somos capazes de decidir-nos por Cristo Jesus.
Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa

Vivendo a Palavra

O Reino de Deus anunciado por Jesus não é para os acomodados, indolentes, satisfeitos consigo mesmo, mas para os que, animados pelo Amor, são capazes de vencer suas paixões e decidir corajosamente a seguir o caminho da humilde e generosa doação de sua vida aos irmãos, especialmente os pobres.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

Vivendo a Palavra

A Paz que o Filho de Deus trouxe à terra não é o comodismo de quem está satisfeito e se fecha em seu pequeno mundo para preservá-lo, mas é a atitude corajosa e ativa de quem sabe que o Reino de Deus já está em nós e deseja levá-lo aos irmãos, lutando contra a sedução enganosa deste mundo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/08/2016

VIVENDO A PALAVRA

A luta entre nossos sentidos e sentimentos, nossos instintos e desejos – estas são as ‘pessoas da família’: pai-e-mãe, parentes, amigos… – talvez seja a luta sagrada da nossa conversão, do seguimento de Jesus pelas estradas desta vida que já são caminhos do Reino de Deus. Que a batalha contra as tentações que nos dividem seja a nossa missão e ela nos leve à vitória da unidade na fé.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2017

VIVENDO A PALAVRA

Nosso Mestre não confunde humildade e mansidão de coração – que eram características suas –, com comodismo, covardia, inatividade ou passividade. Ele veio trazer o fogo da justiça e quer que seus discípulos também façam o mesmo. Primeiro, sendo justos; em seguida, ajudando a promover os irmãos esquecidos e discriminados pela sociedade humana.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2019

Reflexão

A vinda de Jesus cria um divisor de águas na história dos homens. De um lado encontramos os que são dele e, de outro, os que são do mundo. A partir dessa divisão se estabelece o conflito, que é caracterizado principalmente pela diferença de valores, e exige de todos os que abraçam a fé a consciência de suas consequências, entre elas a de ser odiado pelo mundo. Como cristãos, devemos enfrentar o conflito com o mundo, mas não com as mesmas armas do mundo, uma vez que estas levam à morte, o grande valor do mundo. Devemos enfrentar o mundo com a fé, a espiritualidade, a entrega, a partilha, a doação, a fraternidade, o testemunho, o profetismo, que são valores do Reino e levam à vida.
Fonte: CNBB em 25/10/2012, 24/10/2013 e 23/10/2014

Reflexão

O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo. Lembramos que, no Pentecostes, o Espírito pousou em forma de línguas de fogo sobre as pessoas presentes na sala (cf. At 2,3). O batismo de que fala Jesus é sua morte e glorificação, pleno cumprimento de sua obra de salvação. O fogo do Espírito infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus, que vão continuar o que ele começou. E o projeto de Jesus, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta. Jesus rompe com a falsa paz da ordem estabelecida. E quem aceita a novidade do Reino de Deus, assume a prática do amor, tão revolucionária que acaba provocando divisões até mesmo entre familiares. Já o velho Simeão anunciava: “Este menino será… um sinal de contradição” (Lc 2,34).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 24/10/2019

Reflexão

O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo. Lembramos que, no Pentecostes, o Espírito pousou em forma de línguas de fogo sobre as pessoas presentes na sala (cf. At 2,3). O batismo de que fala Jesus é sua morte e glorificação, pleno cumprimento de sua obra de salvação. O fogo do Espírito infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus, que vão continuar o que ele começou. E o projeto de Jesus, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta. Jesus rompe com a falsa paz da ordem estabelecida, e quem aceita a novidade do Reino de Deus assume a prática do amor, tão revolucionária que acaba provocando divisões até mesmo entre familiares. Já o velho Simeão anunciava: “Este menino será […] um sinal de contradição” (Lc 2,34).
Oração
Ó Mestre Jesus, com teu fogo abrasador, purifica-nos de nossos pecados. Tua morte na cruz provoca divisões até entre os familiares. Já dizia Simeão que serias um sinal de contradição. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar tua mensagem e revigora nossa adesão ao teu Reino de justiça e fraternidade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 21/10/2021

Reflexão

O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo. Lembramos que, no Pentecostes, o Espírito pousou em forma de línguas de fogo sobre as pessoas presentes na sala (cf. At 2,3). O batismo de que fala Jesus é sua morte e glorificação, pleno cumprimento de sua obra de salvação. O fogo do Espírito infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus, que vão continuar o que ele começou. E o projeto de Jesus, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta. Jesus rompe com a falsa paz da ordem estabelecida. E quem aceita a novidade do Reino de Deus, assume a prática do amor, tão revolucionária que acaba provocando divisões até mesmo entre familiares. Já o velho Simeão anunciava: “Este menino será… um sinal de contradição” (Lc 2,34).
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)

Reflexão

«Fogo eu vim lançar sobre a terra»

Rev. D. Joan MARQUÉS i Suriñach
(Vilamarí, Girona, Espanha)

Hoje, o Evangelho apresenta-nos Jesus como uma pessoa de grandes desejos: Fogo eu vim lançar sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso! (Lc 12,49). Jesus já queria ver o mundo a arder em caridade e em virtude. Nada menos! Tem que passar pela prova de um batismo, quer dizer, da cruz, e já queria tê-la passado. Naturalmente! Jesus tem planos e tem pressa em vê-los realizados. Poderíamos dizer que é pressa de uma santa impaciência. Também nós temos ideias e projetos, e queríamos vê-los realizados rapidamente. O tempo estorva-nos. Como estou ansioso até que isto se cumpra! (Lc 12,50), disse Jesus.
É a pressão da vida, a inquietude experimentada pelas pessoas que têm grandes projetos. Por outro lado, quem não tenha desejos é um covarde, um morto, um freio. E, além disso, é um triste, um amargurado que costuma desabafar criticando os que trabalham. São as pessoas com desejos que se mexem e originam movimento à sua volta, as que avançam e fazem avançar.
Tem grandes desejos! Aponta bem para o alto! Busca a perfeição pessoal, a da tua família, a do teu trabalho, a das tuas obras, a dos cargos que te confiem. Os santos aspiraram ao máximo. Não se assustaram diante do esforço e da pressão. Mexeram-se. Mexe-te tu também! Lembra-te das palavras de Santo Agostinho: Se dizes já chega, estás perdido. Acrescenta sempre, caminha sempre. Avança sempre; não pares no caminho, não retrocedas, não te desvies. O que não avança, pára; retrocede o que volta a pensar no ponto de partida, desvia-se o que deserta. É melhor o coxo que anda no caminho que o que corre fora do caminho. E acrescenta: Examina-te e não te contentes com o que és se queres chegar ao que não és. Porque no instante em que te deleites contigo mesmo, terás parado. Mexes-te ou estás parado? Pede ajuda à Santíssima Virgem, Mãe da Esperança.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «A oração nada mais é do que a união com Deus. Qualquer pessoa de coração puro e unido a Deus experimenta em si próprio uma suavidade e doçura que o embriaga, sente-se como se estivesse envolvido por uma luz admirável» (São João Maria Vianney)

- «No “sim” ao abandinar-se inclui-se a coragem de se deixar queimar pelo fogo da paixão de Jesus Cristo» (Benedito XVI)

- «Da parte de Jesus, o seu baptismo é a aceitação e a inauguração da sua missão de Servo sofredor. Deixa-se contar entre o número dos pecadores. É já o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo´ (Jo 1, 29); e antecipa já o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo´ (Jo 1, 29); e antecipa já o «baptismo» da sua morte sangrenta. Vem, desde já, para toda a justiça´ (Mt 3,15). Quer dizer que Se submete inteiramente à vontade do Pai e aceita por amor o baptismo da morte para a remissão dos nossos pecados (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 536)

Reflexão

A “carroça de fogo” de Jesus (Deus chama o homem)

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje recordamos que a nossa existência no mundo não é um existir desde o nada e para o nada, pois a nossa vida foi requerida, desde o principio, por um amor infinito: tudo isto se adverte no carro de fogo de Jesus Cristo. Descobrimos a sua alegria quando nos deixamos incendiar pela mensagem do Senhor.
A resposta à chamada de Deus exige que tenhamos o valor de estar próximos da fogueira que veio para incendiar a terra. No sim ao segui-lo inclui-se o mérito de se deixar queimar pelo fogo da paixão de Jesus Cristo, que é também, ao mesmo tempo, o fogo salvador do Espírito Santo. Este é o núcleo da chamada: devemos estar preparados para nos deixarmos abrasar por aquele cujo coração arde pela força da sua palavra.
—Divino Espírito, permite que me deixe incendiar para que também eu possa ser fogo na terra, o fogo da vida, da esperança e do amor.

Recadinho

A paz de Jesus supõe comprometer-se com a verdade. Procuro viver a verdade? - Vivo em paz? - Promovo a paz? - Dou minha contribuição para que haja paz em meu lar? - E em meu ambiente de trabalho? - E em minha vida social? Onde há medo e opressão, é evidente que não existe paz!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12-Santuário Nacional em 23/10/2014

Meditação

Penso que esta seja uma das palavras mais inquietantes de Jesus. Parece em completa contradição com aquela, por exemplo, que diz que Ele é manso e humilde de coração. Entre outras coisas pode significar que não veio para nos tranquilizar, mas para nos desafiar, para exigir de nós uma decisão, uma tomada de posição definitiva na vida. Ele não aceita pactos nem compromissos.
Oração
Ó Deus, cuja misericórdia não tem limites e cuja bondade é um tesouro infinito, aumentai a fé do povo que vos é consagrado, para que, por uma justa compreensão, todos reconheçam com quanto amor foram criados, com que sangue foram remidos e, com que Espírito, regenerados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Comentário sobre o Evangelho

Jesus quer que o mundo "arder" de Amor


Hoje, Jesus Cristo manifesta-se-nos como o maior “Pirómano” do mundo: Ele gostaria de ver agora mesmo o mundo inteiro a arder de Amor. O certo é que… ainda fumegam as cinzas dos fogos do ódio: guerras, atentados, fraudes… Então, foi inútil o baptismo de Jesus, a sua Cruz? Abramos os olhos! Os noticiários quase só falam do fumo dos escândalos. Mas se existe civilização humana é porque milhões de seres humanos ardem de amor nas suas famílias; milhões de profissionais ardem de amor trabalhando honradamente; milhões de...
- Que sobrou da Cruz? Jesus Ressuscitado! Ele é a última palavra em matéria de “Fogo”!

Meditando o evangelho

JULGAR O QUE É JUSTO

As rupturas criadas no seio da humanidade pela pregação de Jesus põem em alerta o discípulo do Reino. Por um lado, torna-se esgotante levar adiante uma luta infindável contra as forças do anti-Reino, muitas vezes, sem se perceber resultados concretos. E isso, parece inútil. Por outro, desiludido, pode o discípulo deixar-se encantar pelos valores do anti-Reino e ser levado a romper com o Reino.
A opção pelo Reino lança-o num verdadeiro campo de batalha. E sua opção é posta à prova. Como adversários, pode encontrar até mesmo os familiares mais caros. Não seria preferível buscar a via da conciliação, à custa de abrir mão do projeto do Reino? Até quando estaria o discípulo em condições de suportar o confronto entre o amor familiar e as exigências do Reino, quando não existe coincidência entre ambos?
Daí a necessidade de julgar o que é justo e mais conveniente. A questão crucial consiste em saber quais são os critérios para se fazer este julgamento. Se a verdade, a justiça e os demais valores do Reino têm prioridade na vida do discípulo, este será capaz de opor-se às exigências familiares, quando forem contrários àqueles valores. Caso contrário, seu julgamento será incorreto, e não corresponderá ao querer divino. Em outras palavras, terá renunciado a ser discípulo de Jesus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito que leva a julgar corretamente, dá-me suficiente coragem para decidir-me sempre pelo Reino e seus valores, mesmo devendo contrariar amigos e familiares.
Fonte: Dom Total em 14/08/2016

Meditando o evangelho

A CISÃO DO REINO

O Reino anunciado por Jesus criou rupturas no seio da humanidade. Pode parecer estranho, considerando que pretendia ser um Reino de paz. Entretanto, Jesus afirmou não ter vindo trazer paz à Terra, e sim,  a divisão.
Como se explica a ruptura causada pelo Reino? Ele consiste numa proposta de Jesus  à humanidade. Sendo proposta, pode ser acolhido ou rejeitado. Rejeitar o Reino significa optar pelos valores que lhe são contrários.
Assim se estabelece uma dupla polaridade de ação. De um lado, coloca-se quem acredita no amor, na justiça e no perdão. De outro, posiciona-se quem se entrega ao egoísmo, à injustiça e à violência. Não existe conciliação possível entre estes dois projetos de vida. É ingênuo e inútil pretender juntá-los a qualquer custo, pois são inconciliáveis. Pode acontecer que, numa mesma família, o pai faça sua opção pelo Reino e o filho não, a mãe sim e a filha não, a sogra sim e a nora não, ou vice-versa. Assim, se estabelece uma divisão irremediável dentro da família, por causa do Reino. Este não une, ao contrário, desune. Não pode acontecer, porém, que o pai pactue com a maldade do filho, ou a mãe ceda ao egoísmo da filha e, ainda, a sogra concorde com a injustiça da nora, ou vice-versa, só para não desagradar. As exigências do Reino colocam-se acima dos laços familiares.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba colocar o Reino e suas exigências acima do afeto familiar, de modo a não pactuar com nada que se lhe oponha.
Fonte: Dom Total em 23/10/201426/10/201724/10/2019 21/10/2021

Oração
Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor e vos servir de todo o coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 23/10/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Vim trazer a divisão!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - o dia feliz)

Nesta passagem de Lucas podemos sentir o radicalismo da mensagem de Jesus. O Batismo, que ele está ansioso para receber, é a sua morte na cruz. O fogo que Jesus veio lançar sobre a terra se divide e se espalha em seu significado. É o fogo do Espírito Santo que cairá sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, é o fogo da intimidade da vida com Deus que queimava o coração do profeta Jeremias nos momentos de desânimo, é o fogo que se alastra nas batalhas. Há também o fogo das divisões que rompem a paz. A paz existe quando todos estão de acordo com os mesmos meios para atingir o mesmo fim. A discordância em relação aos meios rompe a paz, mesmo quando o fim permanece o mesmo. É assim entre os seres humanos e será sempre assim. Santo Tomás diz que paz perfeita só existirá no céu. Não somos intuitivos. Raciocinamos para afirmar o que uma coisa é. O raciocínio é feito de ideias que se originam nas imagens das coisas concretas, vistas por uns de um jeito e por outros de outra maneira. A percepção da realidade não é a mesma em todos. Daí as divergências, nem sempre por má vontade. Vêm as discussões, necessárias. Vem o mal-estar, que poderia ser evitado. Rupturas acontecem também pela aceitação ou rejeição da pessoa de Jesus e dos princípios por ele propostos.
Fonte: NPD Brasil em 26/10/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus tal qual ele é...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um Jesus que gera conflitos e até divisões entre parentes e familiares, um Jesus que não veio trazer paz a terra! Muita gente não gosta de um Jesus assim, preferem um Jesus mais calmo, tranquilo e menos agitado, um Jesus doce cheio de harmonia e paz, enfim, um Jesus que não incomode.
Esse é o modelo de Jesus que agrada o mundo consumista da Pós-modernidade, seria o Jesus da Paz e amor, bonzinho e manso.
Não que Jesus Cristo não tenha em si essas virtudes, mas o Jesus que Lucas apresenta aqui é a pura realidade, suas palavras e ensinamentos geraram conflitos de toda ordem, exatamente porque os seus seguidores não podem ser "frouxos" ou "Maria vai com as outras", mas devem tomar uma posição radical e fazer a sua opção a favor ou contra Jesus, ele não aceita aquela velha expressão "Muito antes, pelo contrário", posição ambígua, palavras em duplo sentido.
O fogo como elemento destruidor é lembrado por Jesus, mas é necessário saber interpretá-lo, pois os que gostam de espalhar medo e pânico garantem que na primeira vez o mundo acabou em água, referindo-se ao dilúvio (para decepção dos sensacionalistas, informamos que o mundo não acabou com o dilúvio) e também nem vai acabar com fogo como pregam certos evangelizadores de araque.
Esse fogo a que se refere Jesus é a purificação que o seu ato salvífico trará á toda humanidade, é um fogo que irá destruir sim, as Forças do Mal, presente no homem, mas não o homem.

2. Vos digo, vim trazer a divisão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Continuando a subida para Jerusalém, ainda na segunda etapa da viagem segundo o Evangelho de São Lucas, Jesus vai transmitindo sua mensagem aos discípulos e às multidões. Num pequeno discurso extremamente denso e cheio de conteúdo, com períodos curtos e incisivos, Jesus diz esperar de nós uma resposta decidida. Ele não veio trazer a paz, veio trazer fogo à terra, veio trazer divisão, e deve receber um batismo. O batismo que ele quer receber é sua paixão, morte e ressurreição. Este batismo está cercado pelo fogo e tem como consequência a divisão que rompe a paz. No Evangelho de João, Jesus diz aos discípulos depois da Ceia: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá”. A paz de Jesus não é a paz do mundo. Ela vem acompanhada de fogo e divisão. É a paz da consciência que tomou a decisão acertada. Não foi fácil. Queimou como fogo. Foi difícil, provocou divisões. É urgente que se tome uma decisão em relação a Jesus. Decisão inteligente, que abrace a paz sem ilusões. A paz de Jesus será perfeita no céu. Aqui, ela não acontece sem conflitos. A divisão em si mesma é diabólica, mas a de Jesus é pedagógica. São Paulo dirá aos coríntios que é preciso que haja divisões para que se tornem manifestos os que são comprovados.

3. FOGO E DIVISÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

As afirmações de Jesus devem ser entendidas no contexto do linguajar da época e no âmbito de seu serviço ao Reino de Deus. Caso contrário, arriscamo-nos a tirar conclusões precipitadas, que não correspondem à sua intenção: levar os discípulos a se engajarem, de forma mais decidida, no projeto proposto por ele.
Na tradição bíblico-profética, o "fogo" era sinal do julgamento definitivo de Deus. É um elemento purificador, que consome as impurezas. Vir trazer fogo à Terra significa, pois, que a presença de Jesus tem a força de purificar o mundo da impureza do egoísmo e do pecado, permitindo que a graça e a salvação brilhem em todo seu esplendor.
O batismo tem a ver com a morte de Jesus. Ela se torna uma espécie de banho purificador donde nasce um povo novo, sem maldade. Ser batizado, portanto, torna-se um imperativo tanto na vida de Jesus quanto na dos discípulos. Ele é imprescindível para quem pretende viver a vida nova do Reino.
A divisão imposta por Jesus significa a eliminação da ilusória convivência do bem com mal, da justiça com a injustiça. Os falsos profetas são promotores desta falsa conciliação, que impede as pessoas de se decidirem, resolutamente, pelo Reino. Ninguém pode servir a dois senhores.
Transformar a falsa conciliação em tensão purificadora é tarefa de quem foi enviado a este mundo para reconduzir a humanidade à amizade plena com Deus.
Oração
Espírito que nos leva a ser resolutos, embora em meio a conflitos e tensões, torna-me capaz de decidir-me pelo Reino, e, como Jesus, viver em plena amizade com o Pai.
Fonte: NPD Brasil em 24/10/2019

Liturgia comentada

O fogo e a espada… (Lc 12,49-53)
O fogo queima. A espada fere. O fogo rechaça as trevas. A espada separa a mentira da verdade. O fogo cauteriza as feridas. A espada revela as intenções profundas. Jesus é ao mesmo tempo o fogo e a espada.
Como diz André Louf, Jesus é sinal de contradição e pedra de tropeço contra os quais o ódio e o mal se chocam e são esmagados. Ele é a luz que não é recebida pelas trevas, profeta rejeitado por seu povo.
Assim como o profeta Jeremias (primeira leitura da liturgia de hoje), Jesus “é essencialmente contestado pelo mundo ao qual se dirige. Sua presença inevitavelmente ateia um braseiro, exacerba o conflito e, como uma espada, volta-o contra si mesmo. A tal ponto que Jesus morre disso, primeira vítima da contestação que ele veio acender”.
O agricultor nos ensina que é preciso ferir a terra se queremos que ela acolha a semente e dê muitos frutos. E a terra se deixa ferir pela lâmina do arado, colaborando para a futura colheita. Ferida, aerada, revolvida, eis a terra pronta a gerar a vida…
Como observa André Louf, “existem rupturas que são necessárias para que a vida encontre um caminho. Rupturas e desapegos. A flor, por mais bela que ela seja, é efêmera. Ela deve murchar e cair para que o fruto apareça e amadureça. Uma vez maduro, o fruto não pode permanecer para sempre sobre a árvore, como sua glória e seu ornamento. O fruto será colhido, isto é, arrancado, ou se desprenderá por si mesmo.
E se a semente no coração do fruto quer encontrar o caminho da terra, é preciso que ele se decomponha e apodreça. E se o grão quer germinar, é preciso que ele morra na cavidade do sulco. Só então ele dará fruto. Do contrário, permanece só, estéril, inútil…”
Como se vê, é uma lei da existência. É preciso morrer para gerar a nova vida. Jesus nos alerta para a ilusão de uma espécie de “paz” que nos torna estéreis, um tipo de serenidade que nos imobiliza, uma forma de segurança que nos petrifica. É por isso que Jesus desperta a oposição de quem repele a vida, é alvo do ódio de quem teme as mudanças, sofre o combate de quem não quer um mundo novo.
Enquanto isso, os santos caminham para a morte, certos da ressurreição…
Orai sem cessar: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo…” (Mt 3,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 14/08/2016

HOMILIA DIÁRIA

Assuma em sua vida o fogo purificador de Jesus

Postado por: homilia
outubro 25th,

Jesus era consciente de que um efeito – ainda que não desejado – do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso, inflamou a ira dos funcionários do Templo e de todos os que se consideravam os “donos da verdade”. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser provado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É o fogo do amor que gera vida e anula as forças da morte.
Em continuidade ao ministério de Jesus, as comunidades contam com a luz e a força do Espírito Santo. Cabe a estas comunidades propagar este fogo ao mundo. Tendo lançado o fogo do amor, Jesus terá o seu batismo, recebido de João, levado à plenitude pela aceitação da morte a que está condenado pelas autoridades judaicas. É um fogo que prende. Aí, onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Pax Romana”. Aquela paz que Roma – ou outra qualquer sociedade humana – se esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito. A paz de Jesus não é como a paz dos poderosos deste mundo: paz sob o medo e sob a opressão. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça na regeneração da vida.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos.
Assim, assumir este compromisso provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar sob o domínio desta falsa ideologia e sua paz ilusória, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento.
O destino deles – como o do Mestre – é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que revele tudo o que a ordem atual esconde. O fogo também põe às claras as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do Evangelho.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

Como você tem usado o seu corpo?

Quando nós queremos usar o nosso corpo para o bem, ele fará um bem enorme aos demais, ele vai fazer a graça de Deus acontecer em muitos corações.

“Pois bem, agora, colocai vossos membros a serviço da justiça, em vista da vossa santificação.” (Rm 6,19b)

Hoje nós continuamos a meditar a beleza da Palavra de Deus, trazida até nós pela Carta de São Paulo aos Romanos, no capítulo seis.
Se ontem nós refletíamos sobre o fato de que não devemos entregar o nosso corpo para a impureza, para imoralidade, para os outros pecados que podemos cometer com qualquer um dos membros do nosso corpo; hoje o convite é para fazermos o contrário – uma vez que não vamos nos entregar ao pecado, a quem vamos entregar o nosso corpo? Para a justiça, para a verdade, para a santidade, para que realmente Deus faça a Sua morada em nós.
É por isso que a Palavra nos convida a colocarmos os nossos membros a serviço do Reino de Deus, a serviço daquilo que edifica, a serviço daquilo que constrói. Pegue um exemplo disso: você sabe o mal que um membro tão pequeno como a nossa língua pode causar, o quanto ela pode destruir, o quanto ela pode provocar com fofocas, calúnias, mentiras, difamações, impurezas, palavrões, palavras malditas, palavras impuras, obscenidades.
No entanto, a mesma língua pode ser utilizada para bendizer o Senhor, para glorificar o nome do nosso Deus, para pregar a Sua Palavra, para encorajar e estimular alguém na fé, para conquistar outras pessoas para Deus e para tirá-las do desânimo.
Enfim, meus irmãos, somos nós que devemos escolher de que lado ficar e como queremos usar o nosso corpo, e esses membros maravilhosos que Deus nos deu. Os mesmos ouvidos que servem para ouvir fofocas, mentiras e coisas que não convêm a um homem e a uma mulher de Deus – esses mesmos ouvidos podem ser usados para ouvir a Palavra de Deus, para ouvir uma partilha, para ouvir um irmão que está necessitado.
Da mesma forma, se você for pegar suas mãos, que podem brigar e bater, são as mesmas mãos que devem ser usadas para abençoar, para acariciar, para levar conforto, para levar o bem àqueles que precisam.
Quando nós queremos usar o nosso corpo para o bem, ele fará um bem enorme aos demais, ele vai fazer a graça de Deus acontecer em muitos corações. Nosso corpo é o lugar da morada de Deus! Vamos nos aplicar em usar os nossos membros a serviço da justiça, a serviço da bondade, a serviço da santidade.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos incendiar o mundo com o fogo de Deus

Precisamos fazer a diferença no mundo, onde a Palavra de Deus não é aceita, não é amada, ainda é rejeitada. Precisamos continuar contagiando este mundo e o incendiando com o ardor do fogo de Deus divino.

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12,49)

Jesus hoje nos diz qual é Sua missão no meio de nós: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra” (Lucas 12, 49). O anseio do coração do Mestre é que este fogo já tivesse se alastrado, que este fogo já estivesse aceso em todos os cantos da Terra.
Deixe-me dizer uma coisa a você: o cristão precisa ser incendiado por este fogo, que vem do alto, por este fogo de Deus, que é o Espírito Santo. Primeira coisa: o fogo de Deus queima por dentro e por fora, queima os nossos pecados; queima aqueles desejos que, muitas vezes, estão dentro de nós e não pertencem a Ele. E, ao mesmo tempo, incendeia a nossa alma e o nosso coração para que tenhamos um gosto novo pelas coisas de Deus, um gosto pela Sua Palavra, um gosto pela Eucaristia, gosto de fazer o bem ao próximo.
Como nós precisamos deste fogo do alto! Como precisamos a cada dia ser batizados no fogo deste Espírito, que tudo incendeia. Precisamos, meus irmãos, ser a centelha deste fogo onde nós estamos. Precisamos incendiar – com o amor de Deus – nossa casa, nossa família, nosso trabalho, nossas escolas, o mundo e a sociedade em que vivemos. Infelizmente, existem muitos cristãos apagados, existem muitos cristãos que têm uma “chaminha” que precisa estar acesa, mas está praticamente apagada, quase não sai nem fumaça.
Como precisamos ser incendiados no dia de hoje por este fogo do coração de Deus, para estarmos consumidos pela caridade, pelo desejo de fazer o bem ao próximo, de ajudar o irmão, de sermos generosos!
Precisamos estar incendiados pelo desejo de ouvir a Palavra de Deus e praticá-La! Deixe-me dizer uma coisa a você: quando somos incendiados por este fogo do alto nos tornamos causa de divisão. Sim, o próprio Jesus diz isso a nós: “Eu vim trazer a divisão” (Lucas 12,51). Dividir é justamente isso: não ficarmos do lado do fogo apagado! Vivemos num mundo onde alguns não conhecem o fogo de Deus, outros conheceram e deixaram essa chama se apagar.
Nós precisamos fazer a diferença no mundo, onde a Palavra de Deus não é aceita, não é amada, ainda é rejeitada. Precisamos continuar contagiando este mundo e o incendiando com o ardor do fogo de Deus divino.
Seja em sua casa este fogo aceso, essa chama acessa do amor de Deus! Queime a quem está ao seu lado, queimar significa: cortar o que não é de Deus e fazer resplandecer o amor pelos atos, pelas palavras e pelas atitudes. Não basta dizer um monte de palavras bonitas e contagiantes sobre Jesus se o nosso coração não estiver contagiado e incendiado por essa vontade de viver intensamente a vida de Deus em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Deixe-se acender pelo fogo da graça de Deus

Precisamos incendiar nossa casa, nossa família e trabalho, onde quer que estejamos, com o fogo da graça de Deus

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12, 49)

Quando escutamos o Evangelho de hoje, podemos ficar um pouco confusos, porque Jesus está dizendo duas coisas que talvez não sejam tão comuns. Primeiro, ele diz que Jesus veio trazer fogo. O fogo é aquilo que incendeia, e quando incendeia alguma coisa, ficamos preocupamos, porque vai queimar tudo e será uma tragédia!
O fogo a que Jesus se refere é o “fogo da graça”, sobretudo, o fogo do Seu Espírito, que chega para queimar e incendiar, para levantar o ar da graça. Primeiro, para queimar os nossos pecados, aquilo que, dentro de nós, é o fermento velho e o trigo velho, é o joio, aquilo que só destrói a nossa condição humana.
Esse fogo nos incendeia por dentro, incendeia a nossa frieza e indiferença, o nosso pouco caso e a falta de gosto e apetite pelas coisas de Deus. O fogo se acende dentro de nós, alastra-se e passa. Se estou pegando fogo aqui e eu trisco em você, pegará fogo em você também e incendiará outros que estiverem ao seu lado.
Precisamos passar esse fogo para os outros; precisamos incendiar nossa casa, nossa família e trabalho, onde quer que estejamos com o fogo da graça de Deus!
Não seja aquele “foguinho morninho”, que o primeiro vento apaga. Estamos, muitas vezes, com essa labareda tão fraquinha, que não dá nem para esquentar uma água. Deus nos quer realmente pegando fogo, quer que nossa mente, nosso coração e todo o nosso ser sejam incendiados pelo fogo da graça de Deus.
Jesus diz: “Vocês imaginam que eu vim trazer paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão“(Lucas 12, 51). Muitos podem pensar: “Deus veio trazer a divisão?”. Sim, veio dividir o que é d’Ele do que não é, dividir aquilo que faz bem para o homem do que não faz bem; veio para dividir o que é bom do que é ruim, o bem daquilo que é mal. Na verdade, é a separação das águas.
Deus nos dá o discernimento, o fogo do Seu Espírito, para que, realmente, usemos fogo onde quer que estejamos, para que possamos discernir o que é de Deus daquilo que não é, o que faz bem para a nossa casa, para a nossa família, daquilo que não vai edificar, que não vai construir, com aquilo que não vai fazer bem.
Meus irmãos, deixemo-nos incendiar por essa Palavra de Deus, que pode até começar devagarinho, porém, na medida em que nos apossamos dela, vamos queimando por dentro, vamos ardendo aqui e ali e, de repente, toma conta do nosso ser.
Se um dia esse fogo acendeu sem você, se está fraco, está quase apagando ou já apagou, deixe-se acender pelo ar da graça de Deus, que faz nova todas as coisas!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

O fogo do Espírito incendeia nosso coração

O fogo do Espírito, essa graça do coração de Jesus, incendeia e transforma em cinzas e brasas todas as más inclinações

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12,49)

Jesus está ansioso e desejoso de que o fogo do céu, o fogo do amor, do Espírito e da graça que vem para incendiar e inflamar o nosso coração esteja incendiando toda a face da Terra. Não podemos deixar essa chama apagada ou simplesmente branda dentro de nós. Esse fogo já foi ateado em nosso coração, na graça do batismo que recebemos, dos sacramentos dos quais participamos e na graça da Palavra de Deus que vem ao nosso encontro.
Cada vez que vamos ao encontro de Jesus, o coração d’Ele, que é essa labareda acesa de amor, incendeia-nos. Jesus deseja que esse fogo esteja incendiando a face da Terra, todas as coisas, todas as famílias. Esse fogo é para incendiar nosso trabalho, nossa vida e as convivências sociais.
Primeiro, esse fogo abrasador vem para queimar em nós a força do pecado, que, muitas vezes, está acesa dentro de nós, gerando más inclinações em nosso coração e fazendo com que as sigamos. Se sentimos vontade de falar mal de alguém, nós falamos; se temos vontade de magoar alguém, magoamos; se temos vontade de fazer o que é errado, nós fazemos.
O fogo do Espírito, essa graça do coração de Jesus, incendeia e transforma em cinzas e brasas todas as más inclinações. Precisamos nos deixemos incendiar, deixar que esse fogo se acenda dentro de nós e inflame nosso coração, para que tenhamos, dentro de nós, o desejo, a vontade, o gosto pelas coisas de Deus, o gosto de falar d’Ele, de viver a vida n’Ele e levá-Lo àquilo que vivemos.
O fogo do Espírito nos tira do desânimo, do cansaço e do marasmo em que a nossa vida se encontra. O fogo do Espírito lança um ânimo novo em nossa vida. A graça do Espírito, o fogo do coração de Jesus incendeia-nos, levanta-nos e dá um ânimo, um impulso novo.
Jesus deseja que sejamos incendiados por esse fogo, que o levemos, em todos os lugares, em que estivermos.
Deixe que o fogo do Espírito, a graça do Alto, que a luz do Céu possa iluminar, incendiar e inflamar toda a nossa vida.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 26/10/2017

HOMILIA DIÁRIA

Permitamos que Jesus realize a separação entre nós

“Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão.” (Lucas 12,50)

O bom e justo juiz está desejoso, está com o seu coração inflamado para que o seu fogo esteja incendiando toda a Terra. E para que serve o fogo senão para queimar, destruir aquilo que é nocivo, mas, ao mesmo tempo, para acender a graça, para inflamar o amor e fazer o Reino de Deus acontecer? Quando o Reino de Deus está acontecendo, ele provoca uma cisão, uma divisão, uma separação.
Quando era menino, pegávamos arroz – porque vinha misturado o arroz bom e aquele outro que não era bom, e já víamos pela cor e fazíamos a separação –, tirávamos o arroz que prestava, e separávamos o bem branquinho daquele que estava estragado, com lixos, com as coisas que se misturaram com ele.
Em tudo na vida precisamos saber separar as coisas, porque vivemos em um mundo onde tudo está muito junto e misturado; e quando as coisas se misturam, pensamos que tudo é bom e maravilhoso.
Foi isso que Jesus veio fazer no meio de nós, Ele veio separar o joio do trigo. Ainda que entendamos, na parábola, que a separação definitiva do joio e do trigo acontecerá nos fim dos tempos, a semente do joio tem que ser separada, porque não podemos ser joio e trigo ao mesmo tempo.
O Reino começa a acontecer no nosso coração quando o nosso irmão, nosso pai, nossa mãe, nosso amigo e até irmão da igreja vêm trazer para nós aquilo que não edifica, que não é de Deus, que provoca confusão, divisão, e não é de Jesus.
Precisamos fazer a separação. Não é o caso de as pessoas se colocarem umas contra as outras, famílias se dividirem, o pai ir para um lado e a mãe para outro. É permitir que Jesus realize e separe aquilo que não é d’Ele, aquilo que não edifica uma casa nem uma família.

Quando o Reino de Deus está acontecendo, ele provoca uma cisão, uma separação

Na mesma casa estamos meu irmão e eu. Eu quero o amor, mas meu irmão quer o ódio; eu quero a paz, mas meu irmão quer a guerra. Eu quero aquilo que edifica, que é de Deus, mas o meu irmão quer aquilo que é mundano. Não preciso brigar com meu irmão, mas não posso, em nome do amor fraterno, de tudo que o meu irmão traz, aceitar como se estivesse tudo bem.
Eu preciso do fogo de Deus em mim para que a separação aconteça. E mesmo dentro de uma casa, se as pessoas decidem que vão assistir a um filme que não edifica, alguém tem de ter juízo para dizer que o filme não edifica a casa, não faz bem para os filhos, não é uma escolha sadia, madura nem sensata.
O fogo do Espírito é necessário não para causar confusão nem acusar ninguém, mas para fazer separação daquilo que convém do que não convém, do que edifica daquilo que não edifica, para separar aquilo que leva para Deus e aquilo que nos afasta d’Ele.
A sabedoria do Espírito conduz os nossos passos para que sejamos semeadores da paz, fazendo separação daquilo que não é de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/10/2019

HOMILIA DIÁRIA

Permitamos que o fogo do Espírito Santo inflame em nós

“Eu vim para lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lucas 12,49)

O Sagrado Coração de Jesus é um coração em chamas acesas, o fogo do coração de Jesus veio para incendiar toda a face da Terra. Essa Terra que foi consumida pelo pecado e pelo desamor precisa urgentemente do fogo do amor do Senhor, e é por isso que Jesus está afirmando: “Estou ansioso para que se cumpra esse batismo”, (o batismo no fogo).
É muito interessante notarmos que o fogo é uma figura do Espírito Santo, assim como a água é uma figura do Espírito Santo. E vamos pensar que são dois elementos contraditórios porque a água vem para apagar o fogo? Não! Pois aqui, no sentido espiritual e teológico daquilo que o Senhor nos apresenta, tanto a água do Espírito em nós, a água que nos lava, nos purifica e que nos renova é ação do Espírito que nos transforma como uma água renovadora, como a água que faz nova todas as coisas. Mas a ação do Espírito é fogo que inflama, que incendeia, é fogo que realmente cria labaredas de amor incendiando o nosso coração acima de tudo. Recebemos o fogo da graça, é isso que o batismo nos concedeu. Não podemos deixar que essa chama esteja apagada, sem fulgor e sem vigor.

Fogo do Espírito Santo em toda a face da Terra para inflamar os nossos corações e vivenciarmos o amor divino

O anseio do coração de Jesus é lançar fogo sobre toda a Terra. E como Ele deseja que esse fogo esteja aceso em nós! Primeiro, é o fogo do amor. Você sabe que o amor, em primeiro lugar, não une, o amor divide. Mas como assim o amor divide? Sim! O amor separa aquilo que é desamor do que é amor; o amor separa aquilo que é ódio, o amor separa aquilo que é rancor, ressentimento, mágoa, e é por isso que o fogo vai queimando e dilacerando.
Veja, o fogo da graça nos inflama para amar mas, ao mesmo tempo, o fogo da graça incendeia em nós os vícios, o fogo da graça incendeia dentro de nós tudo aquilo que o ressentimento, o rancor, a mágoa, o ódio, a inveja e as vaidades acenderam em nós. Somente o fogo da graça para apagar o fogo do pecado, a chama do pecado que se acendeu em nosso coração.
Esse é um anseio de Jesus e, às vezes, você pergunta quando Ele diz: “Olha, vocês pensam que eu vim trazer a paz?…” Não! Aqui Ele não veio trazer o sossego da acomodação, do “está tudo bem”, do conformismo, do comodismo. De forma alguma! Cuidado com a falsa paz que se chama “acomodação”, ela é terrível, ela nos mantém naquele estado de inércia, ela nos mantém naquele estado onde ficamos numa passividade, “está tudo bem”, quando não está tudo bem; quando precisamos agir, tomar iniciativa, quando, na verdade, precisamos quebrar dentro de nós aquilo que está nos fazendo mal.
Então, é por isso que o Senhor realmente veio trazer guerra, Ele veio trazer a divisão, porque Ele veio para queimar e destruir aquilo que de verdade destrói o amor de Deus em nosso coração.
Fogo do Espírito em nossos corações, fogo do Espírito em nossos lares e em nossas casas. Fogo do Espírito Santo em toda a face da Terra para inflamar os nossos corações e vivenciarmos o amor divino.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/10/2021

Oração Final
Pai Santo, o coração – nossa casa interior – está dividido entre o mundo e o teu Reino. Pensamentos, sentimentos, desejos e paixões, lutam entre si para aceitar ou não o convite para participar do teu banquete de Amor. Dá-nos força, Pai amado, para escolhermos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

Oração Final
Pai Santo, três coisas nós Te pedimos: ouvidos capazes de escutar a Tua Palavra Criadora, feita humana em Jesus de Nazaré; coração acolhedor, para recebê-la com gratidão; coragem e alegria para vivê-la e comunicá-la aos irmãos de caminhada. Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/08/2016

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, mantém-nos atentos ao momento em que vivemos. Protege-nos da sedução de apego ao passado e dos devaneios pelo futuro, ou por lugares distantes. Aqui e agora são o lugar e o momento em que devemos nos esforçar para seguir Jesus Cristo, teu Filho Unigênito que nos deste como Irmão, e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/10/2017

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos coragem para viver e implantar a Justiça entre os homens. Não nos deixes acomodar diante das situações de discriminação, de sofrimento e de dor do nosso próximo. Faze-nos seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão. Por Ele, que trouxe até nós o fogo do Amor e da Justiça, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2019

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