quinta-feira, 21 de outubro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/10/2021

ANO B


Lc 12,49-53

Comentário do Evangelho

A paz inquieta

João Batista, ao batizar Jesus, já anunciara que o próprio Jesus batizaria no Espírito Santo e no fogo. É o fogo do amor, que Jesus deseja ver aceso na terra. O batismo, que exprime a entrada no Reino pela prática da justiça, atinge sua plenitude em Jesus, com sua vida de amor, até a morte na cruz, armada pelos poderosos deste mundo. Porém, o amor é mais forte do que a morte, e a vida cheia de amor é eterna.
Aparentemente, causa surpresa a afirmação sobre as divisões na família. Antes, Jesus, ao enviar seus discípulos em missão, incumbiu-os de levar a paz às casas que o recebessem. No evangelho de João, Jesus afirma: "Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou, não como o mundo dá". A paz do mundo é a paz do império, seja romano ou estadunidense, com sua coalizão. Faz-se as guerras de conquista, e sobre os escombros da guerra decreta-se a paz da submissão ao império. É a falsa paz de uma sociedade individualista, excludente, ambiciosa do dinheiro e prenhe de violência. A própria família está sob a influência desta ideologia, muitas vezes resistindo à mensagem de Jesus. A ruptura com valores tradicionais de sucesso e enriquecimento neste mundo, pela opção à prática do serviço e do amor, gera conflitos e divisão.
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, que o batismo de Jesus, por sua morte de cruz, purifique-me de todo pecado e de toda maldade, como um fogo ardente, abrindo o meu coração totalmente para ti.
Fonte: Paulinas em 25/10/2012

Comentário do Evangelho

Fogo é a explicação da ação do Espírito Santo: purificação e julgamento.

“Fogo eu vim lançar sobre a terra” (v. 49). É difícil não pensar no batismo de Jesus. João disse: “Eu vos batizo com água, mas depois de mim, vem aquele que é mais forte do que eu… ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (3,16). Fogo é a explicação da ação do Espírito Santo: purificação e julgamento. A morte de Jesus (v. 50) é, também, um verdadeiro fogo lançado sobre a terra, que dividirá e dispersará os próprios discípulos. Ela será o lugar do juízo dos que o mataram ou foram coniventes com a sua morte: “E toda a multidão que havia acorrido para o espetáculo, vendo o que tinha acontecido, voltou batendo no peito” (23,48).
A lealdade a Jesus e a decisão de segui-lo está acima de qualquer lealdade e de qualquer outra decisão. Ele não promove a guerra nem sequer a discórdia. Por vezes os inimigos serão os próprios familiares (vv. 52-53). Nenhum laço afetivo deve preceder o amor por Jesus, pois este é o fundamento e a inspiração de todo amor plenamente humano. Nenhum laço afetivo pode ser obstáculo para o seguimento de Jesus Cristo.
Fonte: Paulinas em 24/10/2013

Vivendo a Palavra

O Reino de Deus anunciado por Jesus não é para os acomodados, indolentes, satisfeitos consigo mesmo, mas para os que, animados pelo Amor, são capazes de vencer suas paixões e decidir corajosamente a seguir o caminho da humilde e generosa doação de sua vida aos irmãos, especialmente os pobres.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

VIVENDO A PALAVRA

Nosso Mestre não confunde humildade e mansidão de coração – que eram características suas –, com comodismo, covardia, inatividade ou passividade. Ele veio trazer o fogo da justiça e quer que seus discípulos também façam o mesmo. Primeiro, sendo justos; em seguida, ajudando a promover os irmãos esquecidos e discriminados pela sociedade humana.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2019

Reflexão

A vinda de Jesus cria um divisor de águas na história dos homens. De um lado encontramos os que são dele e, de outro, os que são do mundo. A partir dessa divisão se estabelece o conflito, que é caracterizado principalmente pela diferença de valores, e exige de todos os que abraçam a fé a consciência de suas conseqüências, entre elas a de ser odiado pelo mundo. Como cristãos, devemos enfrentar o conflito com o mundo, mas não com as mesmas armas do mundo, uma vez que estas levam à morte, o grande valor do mundo. Devemos enfrentar o mundo com a fé, a espiritualidade, a entrega, a partilha, a doação, a fraternidade, o testemunho, o profetismo, que são valores do Reino e levam à vida.
Fonte: CNBB em 25/10/2012 24/10/2013

Reflexão

O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo. Lembramos que, no Pentecostes, o Espírito pousou em forma de línguas de fogo sobre as pessoas presentes na sala (cf. At 2,3). O batismo de que fala Jesus é sua morte e glorificação, pleno cumprimento de sua obra de salvação. O fogo do Espírito infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus, que vão continuar o que ele começou. E o projeto de Jesus, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta. Jesus rompe com a falsa paz da ordem estabelecida. E quem aceita a novidade do Reino de Deus, assume a prática do amor, tão revolucionária que acaba provocando divisões até mesmo entre familiares. Já o velho Simeão anunciava: “Este menino será… um sinal de contradição” (Lc 2,34).
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 24/10/2019

Reflexão

O fogo que Jesus traz não é fogo destruidor, mas o fogo do Espírito Santo. Lembramos que, no Pentecostes, o Espírito pousou em forma de línguas de fogo sobre as pessoas presentes na sala (cf. At 2,3). O batismo de que fala Jesus é sua morte e glorificação, pleno cumprimento de sua obra de salvação. O fogo do Espírito infundirá vida e dinamismo nos seguidores de Jesus, que vão continuar o que ele começou. E o projeto de Jesus, selado com seu sangue na cruz, vem abalar os fundamentos da sociedade injusta. Jesus rompe com a falsa paz da ordem estabelecida, e quem aceita a novidade do Reino de Deus assume a prática do amor, tão revolucionária que acaba provocando divisões até mesmo entre familiares. Já o velho Simeão anunciava: “Este menino será […] um sinal de contradição” (Lc 2,34).
Oração
Ó Mestre Jesus, com teu fogo abrasador, purifica-nos de nossos pecados. Tua morte na cruz provoca divisões até entre os familiares. Já dizia Simeão que serias um sinal de contradição. Ajuda-nos, Senhor, a assimilar tua mensagem e revigora nossa adesão ao teu Reino de justiça e fraternidade. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditando o evangelho

A CISÃO DO REINO

O Reino anunciado por Jesus criou rupturas no seio da humanidade. Pode parecer estranho, considerando que pretendia ser um Reino de paz. Entretanto, Jesus afirmou não ter vindo trazer paz à Terra, e sim,  a divisão.
Como se explica a ruptura causada pelo Reino? Ele consiste numa proposta de Jesus  à humanidade. Sendo proposta, pode ser acolhido ou rejeitado. Rejeitar o Reino significa optar pelos valores que lhe são contrários.
Assim se estabelece uma dupla polaridade de ação. De um lado, coloca-se quem acredita no amor, na justiça e no perdão. De outro, posiciona-se quem se entrega ao egoísmo, à injustiça e à violência. Não existe conciliação possível entre estes dois projetos de vida. É ingênuo e inútil pretender juntá-los a qualquer custo, pois são inconciliáveis.Pode acontecer que, numa mesma família, o pai faça sua opção pelo Reino e o filho não, a mãe sim e a filha não, a sogra sim e a nora não, ou vice-versa. Assim, se estabelece uma divisão irremediável dentro da família, por causa do Reino. Este não une, ao contrário, desune. Não pode acontecer, porém, que o pai pactue com a maldade do filho, ou a mãe ceda ao egoísmo da filha e, ainda, a sogra concorde com a injustiça da nora, ou vice-versa, só para não desagradar. As exigências do Reino colocam-se acima dos laços familiares.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba colocar o Reino e suas exigências acima do afeto familiar, de modo a não pactuar com nada que se lhe oponha.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus tal qual ele é...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Um Jesus que gera conflitos e até divisões entre parentes e familiares, um Jesus que não veio trazer paz a terra! Muita gente não gosta de um Jesus assim, preferem um Jesus mais calmo, tranquilo e menos agitado, um Jesus doce cheio de harmonia e paz, enfim, um Jesus que não incomode.
Esse é o modelo de Jesus que agrada o mundo consumista da Pós-modernidade, seria o Jesus da Paz e amor, bonzinho e manso.
Não que Jesus Cristo não tenha em si essas virtudes, mas o Jesus que Lucas apresenta aqui é a pura realidade, suas palavras e ensinamentos geraram conflitos de toda ordem, exatamente porque os seus seguidores não podem ser "frouxos" ou "Maria vai com as outras", mas devem tomar uma posição radical e fazer a sua opção a favor ou contra Jesus, ele não aceita aquela velha expressão "Muito antes, pelo contrário", posição ambígua, palavras em duplo sentido.
O fogo como elemento destruidor é lembrado por Jesus, mas é necessário saber interpretá-lo, pois os que gostam de espalhar medo e pânico garantem que na primeira vez o mundo acabou em água, referindo-se ao dilúvio (para decepção dos sensacionalistas, informamos que o mundo não acabou com o dilúvio) e também nem vai acabar com fogo como pregam certos evangelizadores de araque.
Esse fogo a que se refere Jesus é a purificação que o seu ato salvífico trará á toda humanidade, é um fogo que irá destruir sim, as Forças do Mal, presente no homem, mas não o homem.

2. Vos digo, vim trazer a divisão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Continuando a subida para Jerusalém, ainda na segunda etapa da viagem segundo o Evangelho de São Lucas, Jesus vai transmitindo sua mensagem aos discípulos e às multidões. Num pequeno discurso extremamente denso e cheio de conteúdo, com períodos curtos e incisivos, Jesus diz esperar de nós uma resposta decidida. Ele não veio trazer a paz, veio trazer fogo à terra, veio trazer divisão, e deve receber um batismo. O batismo que ele quer receber é sua paixão, morte e ressurreição. Este batismo está cercado pelo fogo e tem como consequência a divisão que rompe a paz. No Evangelho de João, Jesus diz aos discípulos depois da Ceia: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá”. A paz de Jesus não é a paz do mundo. Ela vem acompanhada de fogo e divisão. É a paz da consciência que tomou a decisão acertada. Não foi fácil. Queimou como fogo. Foi difícil, provocou divisões. É urgente que se tome uma decisão em relação a Jesus. Decisão inteligente, que abrace a paz sem ilusões. A paz de Jesus será perfeita no céu. Aqui, ela não acontece sem conflitos. A divisão em si mesma é diabólica, mas a de Jesus é pedagógica. São Paulo dirá aos coríntios que é preciso que haja divisões para que se tornem manifestos os que são comprovados.

3. FOGO E DIVISÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).

As afirmações de Jesus devem ser entendidas no contexto do linguajar da época e no âmbito de seu serviço ao Reino de Deus. Caso contrário, arriscamo-nos a tirar conclusões precipitadas, que não correspondem à sua intenção: levar os discípulos a se engajarem, de forma mais decidida, no projeto proposto por ele.
Na tradição bíblico-profética, o "fogo" era sinal do julgamento definitivo de Deus. É um elemento purificador, que consome as impurezas. Vir trazer fogo à Terra significa, pois, que a presença de Jesus tem a força de purificar o mundo da impureza do egoísmo e do pecado, permitindo que a graça e a salvação brilhem em todo seu esplendor.
O batismo tem a ver com a morte de Jesus. Ela se torna uma espécie de banho purificador donde nasce um povo novo, sem maldade. Ser batizado, portanto, torna-se um imperativo tanto na vida de Jesus quanto na dos discípulos. Ele é imprescindível para quem pretende viver a vida nova do Reino.
A divisão imposta por Jesus significa a eliminação da ilusória convivência do bem com mal, da justiça com a injustiça. Os falsos profetas são promotores desta falsa conciliação, que impede as pessoas de se decidirem, resolutamente, pelo Reino. Ninguém pode servir a dois senhores.
Transformar a falsa conciliação em tensão purificadora é tarefa de quem foi enviado a este mundo para reconduzir a humanidade à amizade plena com Deus.
Oração
Espírito que nos leva a ser resolutos, embora em meio a conflitos e tensões, torna-me capaz de decidir-me pelo Reino, e, como Jesus, viver em plena amizade com o Pai.
Fonte: NPD Brasil em 24/10/2019

HOMILIA DIÁRIA


Postado por: homilia
outubro 25th,

Jesus era consciente de que um efeito – ainda que não desejado – do seu trabalho ia ser causa de divisão entre os partidários do imobilismo e os que lutam por um mundo novo. Por isso, inflamou a ira dos funcionários do Templo e de todos os que se consideravam os “donos da verdade”. O fogo da Palavra de Deus não era para funcionários lúgubres saturados de doutrinas e sedentos de poder.
Mas o fogo de Jesus não é o fogo das paixões políticas. É o fogo do Espírito que tem que ser provado na entrega total, no batismo da doação pessoal. É o fogo do amor que gera vida e anula as forças da morte.
Em continuidade ao ministério de Jesus, as comunidades contam com a luz e a força do Espírito Santo. Cabe a estas comunidades propagar este fogo ao mundo. Tendo lançado o fogo do amor, Jesus terá o seu batismo, recebido de João, levado à plenitude pela aceitação da morte a que está condenado pelas autoridades judaicas. É um fogo que prende. Aí, onde se abandonaram os interesses pessoais e se busca um mundo de irmãos.
A paz de Jesus é um fogo purificador que não se confunde com a “Pax Romana”. Aquela paz que Roma – ou outra qualquer sociedade humana – se esforça por proclamar. Esta é só uma tranquilidade institucional que garante a vantagem dos opressores sobre os oprimidos, do império sobre os subalternos, da injustiça sobre o direito. A paz de Jesus não é como a paz dos poderosos deste mundo: paz sob o medo e sob a opressão. A paz de Jesus é fruto do compromisso com a verdade e com a justiça na regeneração da vida.
O fogo purificador de Jesus faz amadurecer os mensageiros, os discípulos, os profetas, os apóstolos.
Assim, assumir este compromisso provoca divisões em relação àqueles que, mesmo dentro da família, preferem continuar sob o domínio desta falsa ideologia e sua paz ilusória, e com seus ideais de inserção no mercado global, de sucesso pessoal e enriquecimento.
O destino deles – como o do Mestre – é sair ao encontro da obscuridade com um clarão que revele tudo o que a ordem atual esconde. O fogo também põe às claras as deficiências pessoais, as ambições subterrâneas, os desejos reprimidos. O fogo que se prova com a entrega total ao serviço do Evangelho.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/10/2012

HOMILIA DIÁRIA

Como você tem usado o seu corpo?

Quando nós queremos usar o nosso corpo para o bem, ele fará um bem enorme aos demais, ele vai fazer a graça de Deus acontecer em muitos corações.

“Pois bem, agora, colocai vossos membros a serviço da justiça, em vista da vossa santificação” (Rm 6,19b).

Hoje nós continuamos a meditar a beleza da Palavra de Deus, trazida até nós pela Carta de São Paulo aos Romanos, no capítulo seis.
Se ontem nós refletíamos sobre o fato de que não devemos entregar o nosso corpo para a impureza, para imoralidade, para os outros pecados que podemos cometer com qualquer um dos membros do nosso corpo; hoje o convite é para fazermos o contrário – uma vez que não vamos nos entregar ao pecado, a quem vamos entregar o nosso corpo? Para a justiça, para a verdade, para a santidade, para que realmente Deus faça a Sua morada em nós.
É por isso que a Palavra nos convida a colocarmos os nossos membros a serviço do Reino de Deus, a serviço daquilo que edifica, a serviço daquilo que constrói. Pegue um exemplo disso: você sabe o mal que um membro tão pequeno como a nossa língua pode causar, o quanto ela pode destruir, o quanto ela pode provocar com fofocas, calúnias, mentiras, difamações, impurezas, palavrões, palavras malditas, palavras impuras, obscenidades.
No entanto, a mesma língua pode ser utilizada para bendizer o Senhor, para glorificar o nome do nosso Deus, para pregar a Sua Palavra, para encorajar e estimular alguém na fé, para conquistar outras pessoas para Deus e para tirá-las do desânimo.
Enfim, meus irmãos, somos nós que devemos escolher de que lado ficar e como queremos usar o nosso corpo, e esses membros maravilhosos que Deus nos deu. Os mesmos ouvidos que servem para ouvir fofocas, mentiras e coisas que não convêm a um homem e a uma mulher de Deus – esses mesmos ouvidos podem ser usados para ouvir a Palavra de Deus, para ouvir uma partilha, para ouvir um irmão que está necessitado.
Da mesma forma, se você for pegar suas mãos, que podem brigar e bater, são as mesmas mãos que devem ser usadas para abençoar, para acariciar, para levar conforto, para levar o bem àqueles que precisam.
Quando nós queremos usar o nosso corpo para o bem, ele fará um bem enorme aos demais, ele vai fazer a graça de Deus acontecer em muitos corações. Nosso corpo é o lugar da morada de Deus! Vamos nos aplicar em usar os nossos membros a serviço da justiça, a serviço da bondade, a serviço da santidade.
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

HOMILIA DIÁRIA

Permitamos que Jesus realize a separação entre nós

Vós pensais que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer divisão” (Lucas 12,50).

O bom e justo juiz está desejoso, está com o seu coração inflamado para que o seu fogo esteja incendiando toda a Terra. E para que serve o fogo senão para queimar, destruir aquilo que é nocivo, mas, ao mesmo tempo, para acender a graça, para inflamar o amor e fazer o Reino de Deus acontecer? Quando o Reino de Deus está acontecendo, ele provoca uma cisão, uma divisão, uma separação.
Quando era menino, pegávamos arroz – porque vinha misturado o arroz bom e aquele outro que não era bom, e já víamos pela cor e fazíamos a separação –, tirávamos o arroz que prestava, e separávamos o bem branquinho daquele que estava estragado, com lixos, com as coisas que se misturaram com ele.
Em tudo na vida precisamos saber separar as coisas, porque vivemos em um mundo onde tudo está muito junto e misturado; e quando as coisas se misturam, pensamos que tudo é bom e maravilhoso.
Foi isso que Jesus veio fazer no meio de nós, Ele veio separar o joio do trigo. Ainda que entendamos, na parábola, que a separação definitiva do joio e do trigo acontecerá nos fim dos tempos, a semente do joio tem que ser separada, porque não podemos ser joio e trigo ao mesmo tempo.
O Reino começa a acontecer no nosso coração quando o nosso irmão, nosso pai, nossa mãe, nosso amigo e até irmão da igreja vêm trazer para nós aquilo que não edifica, que não é de Deus, que provoca confusão, divisão, e não é de Jesus.
Precisamos fazer a separação. Não é o caso de as pessoas se colocarem umas contra as outras, famílias se dividirem, o pai ir para um lado e a mãe para outro. É permitir que Jesus realize e separe aquilo que não é d’Ele, aquilo que não edifica uma casa nem uma família.

Quando o Reino de Deus está acontecendo, ele provoca uma cisão, uma separação

Na mesma casa estamos meu irmão e eu. Eu quero o amor, mas meu irmão quer o ódio; eu quero a paz, mas meu irmão quer a guerra. Eu quero aquilo que edifica, que é de Deus, mas o meu irmão quer aquilo que é mundano. Não preciso brigar com meu irmão, mas não posso, em nome do amor fraterno, de tudo que o meu irmão traz, aceitar como se estivesse tudo bem.
Eu preciso do fogo de Deus em mim para que a separação aconteça. E mesmo dentro de uma casa, se as pessoas decidem que vão assistir a um filme que não edifica, alguém tem de ter juízo para dizer que o filme não edifica a casa, não faz bem para os filhos, não é uma escolha sadia, madura nem sensata.
O fogo do Espírito é necessário não para causar confusão nem acusar ninguém, mas para fazer separação daquilo que convém do que não convém, do que edifica daquilo que não edifica, para separar aquilo que leva para Deus e aquilo que nos afasta d’Ele.
A sabedoria do Espírito conduz os nossos passos para que sejamos semeadores da paz, fazendo separação daquilo que não é de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/10/2019

Oração Final
Pai Santo, o coração – nossa casa interior – está dividido entre o mundo e o teu Reino. Pensamentos, sentimentos, desejos e paixões, lutam entre si para aceitar ou não o convite para participar do teu banquete de Amor. Dá-nos força, Pai amado, para escolhermos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/10/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos coragem para viver e implantar a Justiça entre os homens. Não nos deixes acomodar diante das situações de discriminação, de sofrimento e de dor do nosso próximo. Faze-nos seguidores do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão. Por Ele, que trouxe até nós o fogo do Amor e da Justiça, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/10/2019

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