quinta-feira, 9 de junho de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 08/06/2022

ANO C


Mt 5,17-19

Comentário do Evangelho

Amor e misericórdia acima da Lei

Este texto pode parecer contraditório em relação às frequentes advertências de Jesus sobre a prática dos chefes do judaísmo de seu tempo. A legislação de Israel e, depois, do judaísmo sofreu modificações e acréscimos ao longo da história, sempre apresentada como promulgada por Moisés. Aí se mesclam fidelidades e distorções. O cerne da Lei, apresentada como divina, é a obediência cega. Assim o povo era oprimido em nome de Deus. Jesus renova este enfoque, colocando o amor e a misericórdia, que animam a vida, acima da Lei.
Mateus escreve para sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo, com a mente solidamente formada pela doutrina tradicional. Mateus reinterpreta esta tradição no sentido de que a Lei e os Profetas apontam para Jesus como o realizador de todas as esperanças verdadeiras aí contidas. Com a alusão a "estes mandamentos", a atenção é dirigida às bem-aventuranças do Reino dos Céus, acabadas de ser proclamadas, nas quais não há a mínima referência à Lei. Estas bem-aventuranças são os novos mandamentos que substituem os antigos e são o fardo leve de Jesus. Somos convidados a construir o mundo novo de partilha, justiça, misericórdia, mansidão e paz.
José Raimundo Oliva
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.
Fonte: Paulinas em 13/06/2012

Vivendo a Palavra

Jesus garante que a Lei do Senhor é firme. Mas quer ensinar que ela é viva e deve ser acolhida com um olhar sempre renovado. O caminho percorrido pelo Povo de Deus é retomado pelo Mestre, que o ilumina com a Boa Notícia de que este mundo é parte do Reino de Deus: ele já está dentro de nós – ainda que não em sua plenitude.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2012

VIVENDO A PALAVRA

Não poucas vezes nós nos vemos tentados a cumprir seletivamente alguns preceitos, desprezando os demais. Jesus afirma que a Lei deve ser acolhida e vivida em sua totalidade, com todas as suas letras e vírgulas. Mas isto não é complicado, como pode parecer à primeira vista, e Ele nos ensina o Caminho: o seu exemplo. A Nova Lei sintetiza todos mandamentos no Amor ao Pai Misericordioso e aos irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2020

Reflexão

O verdadeiro cumprimento da Lei não significa apenas a obediência a ela. Significa descobrir os valores que são inerentes a ela, as motivações que estão por trás dela e as conseqüências da sua observância para a felicidade pessoal, para a construção de um mundo melhor para todos e principalmente para que possamos descobrir o bem maior para as nossas vidas, que é o projeto de Deus para a humanidade, e assumir como próprio de cada um de nós este projeto que nos é proposto pelo próprio Deus. Jesus nos mostra que Deus não quer de nós a infantilidade da obediência cega, mas a maturidade da co-responsabilidade no projeto do Reino.
Fonte: CNBB em 13/06/2012

Reflexão

É possível que, entre os discípulos de Jesus, e no seio das primeiras comunidades cristãs, alguns pusessem em dúvida a autoridade das Escrituras. Visto que Jesus as interpretava e, por vezes, as aperfeiçoava (“Ouviram o que foi dito… eu, porém, lhes digo”), será que valia a pena confiar nelas? Jesus corrige essa maneira de pensar, afirmando categoricamente: “Não vim abolir, mas cumprir”. É certo que a compreensão correta da Escritura passa pelo critério de Jesus. Ele é o intérprete fiel dos mandamentos. O que Jesus quer é o bem das pessoas, a prática da justiça, o amor fraterno, o reconhecimento de Deus como Senhor absoluto e Pai. Fiel cumpridor da vontade de Deus, Jesus dizia: “Desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 8,38).
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre, estás em perfeita sintonia com o projeto original de Deus. Os planos do Pai foram manifestados ao povo, sobretudo pela Lei de Moisés e pela pregação e escritos dos profetas. Concede-nos, Senhor, o conhecimento dos teus mandamentos e a força para os praticar. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 10/06/2020

Reflexão

O Mestre Jesus se apresenta muito livre diante das leis do Antigo Testamento. Em certos momentos, percebe-se que ele critica algumas normas do Antigo Testamento e, em outros momentos, ele nos ensina como interpretá-las. O Mestre nos mostra como ler e entender o espírito da Lei, ele é o intérprete fiel dos mandamentos. A Lei e os Profetas necessitam ser entendidos na perspectiva do Reino de Deus, a partir da ótica de Jesus. A posse do Reino dos Céus não depende das leis: quem violar os mandamentos e ensinar a fazer o mesmo será considerado menor no Reino; quem os praticar será maior no Reino. Portanto, a prática e o ensino dos mandamentos podem fazer a diferença dentro do Reino, mas não determinam o acesso a ele. O Reino dos Céus não é “recompensa” pela prática dos mandamentos, mas é dom gratuito, é um presente de Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Meditando o evangelho

A PRÁTICA DA LEI

Jesus respeitava a Lei mosaica, porém tratando-a com a liberdade que lhe era característica. Seu cumprimento da Lei deu-se de forma tão radical, a ponto de poder dizer tê-la plenificado. Portanto, longe de abolir os preceitos da Lei, Jesus os viveu em radicalidade e ensinou seus discípulos a fazer o mesmo.
O respeito radical de Jesus à Lei não se deu em forma de submissão fanática à formulação dos preceitos legais. A letra da Lei importava pouco para Jesus. Ele cumpriu plenamente a Lei ao nortear sua vida pelo espírito que subjazia à letra. O espírito da Lei correspondia à vontade do Pai escondida atrás de suas palavras.
A atitude de Jesus serve de modelo para os discípulos do Reino, que têm a obrigação de respeitar a Lei e os Profetas, porém procurando atingir-lhe o espírito sem apegar-se exageradamente à sua letra. Essa postura lhes propicia um apego criativo à Lei, sem o risco de descambar para o fanatismo e a intransigência.
A violação da Lei, na perspectiva de Jesus, é de suma gravidade e pode ter conseqüências desastrosas por ser uma forma de afronta ao Pai. Rejeitando a vontade de Deus, o indivíduo ousa constituir-se em autor de sua própria lei, atitude de soberba exclusão de Deus. Jesus, de forma alguma, foi um violador da Lei como o acusavam seus adversários.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a cumprir a Lei, em plenitude, como tu, de modo a submeter toda a minha vida ao querer do Pai.
Fonte: Dom Total em 10/06/2020

Meditando o evangelho

A LEI PLENIFICADA

As suspeitas dos adversários a respeito de Jesus não tinham fundamento. Se, à primeira vista, ele parecia estar passando por cima da Lei, negando-lhe qualquer valor, na realidade, só tinha a intenção de cumpri-la de maneira plena. A afirmação seria mal-interpretada, se levasse a pensar que Jesus estivesse disposto a porfiar com os escribas e fariseus, conhecidos por seu servilismo às prescrições da Lei.
Longe de pretender ser um super-fariseu, a intenção de Jesus era bem outra. Para ele, o pleno cumprimento da Lei, a que se dispunha, consistiria em sintonizar com o pensamento e a vontade do Pai, autor e princípio da Lei, antes mesmo de ela ter sido formulada. Esta, ao ser elaborada, visava ajudar a humanidade, marcada pelo pecado, a encontrar o caminho de volta para Deus. Destinava-se a um povo pecador, necessitado de ser guiado no seu processo de conversão!
A intenção de Jesus era a de retroceder ao momento anterior ao pecado, quando o projeto de Deus tinha como objetivo colocar a humanidade em comunhão com ele. Tratava-se de plenificar maximamente, no ser humano, seu lado positivo.
Esta é a vontade radical de Deus, que não deve ser violada, nem na sua exigência mais insignificante. O discípulo do Reino saberá praticá-la e transmiti-la com a vida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de plenificação, como Jesus, quero estar submisso à vontade primeira do Pai para a humanidade, pondo em prática, de maneira perfeita, as suas exigências.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1.  “A Lei Verdadeira”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Diz o salmo 19,7 que “A Lei do Senhor é perfeita, restaura a alma e o coração...”, mas a Lei que os Doutores da Lei, Escribas e Fariseus haviam inventado a partir do decálogo, esta estava realmente ultrapassada e se constituía em um peso na costa do povo. Quando Jesus diz nesse evangelho que não veio para revogar a Lei mas sim leva-la á sua plenitude, estava se referindo á Lei de Deus, aquela Lei perfeita como diz o nosso salmo, e que permitia sintetiza-la no “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, é precisamente esta lei que na profecias de Ezequiel Deus irá gravar no coração do homem e não mais em uma pedra.
As 613 leis que regiam a Vida e o quotidiano dos Judeus eram a princípio um desdobramento ou uma tentativa de interpretar a Lei, que assim foi se ramificando, em seus mínimos detalhes chegando até ao ponto de determinar, por exemplo, quantos passos alguém poderia dar no Sábado, que era para eles o Dia do Descanso, fundamentado no livro do Gênesis. Esses pormenores minuciosos da Lei Jesus combateu duramente, pois a defesa e a preservação da Vida Humana, que era a essência da Lei de Deus, tinha sido deixado de lado há muito tempo. Mas quando aquele Doutor da Lei perguntou-lhe qual era a Lei mais importante em todo aquele conjunto, Jesus imediatamente se reportou ao coração do Decálogo, o amor a Deus em primeiro lugar, e ao próximo, em segundo, ressaltando que toda Lei e os Profetas estão fundamentados nessa lei.
Em nossa vivência cristã sempre há esse perigo de criarmos certas normas e regrinhas que são periféricas na verdade, isso pode acontecer, como de fato acontece, em alguns movimentos dos nossos tempos, que sem uma boa assessoria religiosa, pode ter em seus estatutos uma excessiva preocupação com a conduta moral menosprezando aquilo que é essencial. Mas não são só nos movimentos, pois também as nossas pastorais podem ser deturpadas em seus trabalhos, com certas regras inventadas pela coordenação, sem nenhum conhecimento do Direito Canônico e sem o aval do Padre, que quando as coisas dão erradas, acabam pagando o pato sem saberem do que se trata, como aquele Ministro da Eucaristia que em uma celebração da Palavra junto com outro ministro, na hora da comunhão, tirou da fila um colega de trabalho,  que segundo ele, estava em sério pecado mortal e não poderia comungar. E tudo isso fora o drama das mães solteiras e dos casais de segunda união, que na maioria das vezes, não resistindo a pressão e marcação acirrada, acabam deixando a comunidade.
Por isso é bom nos acautelarmos contra acontecimentos assim, não só em nossas comunidades como também em nossas famílias, a plenitude da Lei de Deus é o Amor, quanto ao resto, de normas de conduta moral, principalmente, não nos esqueçamos daquele sábio ditado popular “Por trás de um grande moralista, está sempre um grande vigarista”.
Fonte: NPD Brasil em 13/06/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um Cristianismo além da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Minha equipe de teólogos da comunidade, que são meus colaboradores nas reflexões sobre pó evangelho, andou quebrando a cabeça para compreender esses ensinamentos de Jesus, que com certeza não foram ditos em uma mesma hora, mas ajuntados por alguém, diante de problemas que a comunidade enfrentava. E quando chegou na parte da mutilação dos membros e também arrancar o olho, causador do pecado, a equipe disse em tom de humor, que chegaremos no céu todos mutilados e que vai ser difícil alguém chegar “inteiro”.
Em cada um desses ensinamentos há uma única verdade que Jesus proclama, o desafio de sair da medíocre obediência as Leis, para podermos passar a algo sem medida, e que vai muito além da conduta e do comportamento humano, é um convite para migrarmos do meramente humano para o plenamente Divino, somente possível com a Graça de Deus e a Luz da Fé, que vislumbra uma realidade até então invisível para o homem, presente em Jesus de Nazaré. Sem Jesus, a única referência é o seguimento á Lei de Moisés, atitude que norteava a vida de um homem bom, justo, virtuoso e crente em Deus, claro que a Salvação também tinha um sentido bem restrito, e se conquistava nesta vida. Jesus, ao apresentar o ensinamento desse evangelho, desmonta esse quadro de uma Religião legalista, transformando a relação com Deus em uma realidade transcendente.
Jesus, nascido Judeu e participante do Judaísmo, não é um velho saudosista, preso as lembranças do passado, de tudo aquilo que Deus realizou pelo seu povo, não fica chorando sobre o leite derramado, mas convida os seus discípulos e a todos nós, a olharmos com otimismo para o presente e a fazermos a coisas muito melhores, e como a sua presença entre nós mudou a sorte de toda a humanidade, tem autoridade para dizer, “Eu porém vos digo....”
A Lei de Moisés em sua essência é a Lei de Deus, o seguimento a ela faz a diferença entre a Vida e a morte, entre a bênção e a maldição, o bem ou o mal, diante dessa Lei temos sempre a escolha e o livre arbítrio, o próprio Senhor diz em outro evangelho, que não veio para revogar a Lei, mas para mostrar o seu verdadeiro sentido e aprimoramento, para que a lei atinja a sua plenitude.
Mas só o puro cumprimento da Lei não nos fará feliz e nem realizados, a minha equipe de teólogos da comunidade lembrou-se de um bom exemplo.
“A gente dirige e decide respeitar e obedecer toda sinalização, mas no estresse causado no próprio trãnsito, acaba gritando e ofendendo os outros condutores, as vezes os pedestres, dizemos palavrões em nosso veículo, que o outro não escuta, praguejamos, amaldiçoamos, ficamos enlouquecidos ao volante e perdemos a paciência...Seguimos a lei mas não fomos felizes nessa ação, por que ? Faltou ser amoroso, misericordioso e paciencioso com as pessoas e essa atitude não é Lei escrita na pedra, mas no coração do homem, é a Lei do amor na relação com as pessoas.
Por isso, podemos dizer que um bom Cristão segue a doutrina, as normas da Igreja, pratica os preceitos, mas, um Cristão de Verdade vive no amor e na comunhão com Deus e com as pessoas.. Por isso Jesus apresenta-nos essa proposta de darmos um passo além, não permanecendo na mediocridade do dever cumprido, mas testemunhando um amor sem medidas, que não quer apenas não “matar” o outro, mas respeitar a sua vida e a sua dignidade, ser solidário, ter paciência, uma vez que, podemos matar o outro de muitas maneiras, não só com armas de fogo ou arma branca, mas principalmente com a língua, com a nossa conduta em relação ao outro, uma morte dissimulada na frieza, no desprezo e na indiferença, quantos morrem ao nosso lado, vítimas deste nosso pecado....
Ofertar algo a Deus em algum trabalho da comunidade ou em algum empreendimento da nossa Vida de Fé, é coisa muito boa, mas Deus só aceita esse oferecimento se estivermos de bem com as pessoas, não alimentar no coração ódio e rancor ou qualquer ranço contra quem quer que seja, porque se estivermos de bem com Deus e de mal com algum irmão, o amor torna-se uma mentira.
Adulterar uma relação, principalmente a conjugal, é torná-la falsa e sem valor, podemos adulterar essa relação de muitos modos, a traição é apenas uma delas. Mas o adultério pode ocorrer em um olhar, em um desejo ainda que não manifesto, em uma relação desgastada pela indiferença e as vezes pelo desprezo, sempre que não contribuo, para que o amor e a vida em comunhão com o cônjuge cresça, e se torne mais consistente, estou semeando a possibilidade de um adultério.
E finalmente um último ensinamento, o que significa “arrancar um olho”, ou cortar algum membro, que nos é causa de pecado? Note-se que essas afirmações está dentro das exortações sobre a vida conjugal e o pecado do adultério, quando falamos da atração entre um homem e uma mulher, facilmente identificamos com o Erro, e daí falamos que homem e mulher são impulsionados pelo instinto. E em nome do tal de instinto comete-se as maiores barbaridades no campo da afetividade humana, voltada para a sexualidade.
Jesus não escreve mais a Lei nas pedras, mas sim no coração do homem, que agora é livre para tomar suas decisões, para dizer SIM ou NÃO ao fazer suas escolhas, a religião torna-se assim mais intimista, e o ser humano não irá mais agir, com seus sentidos, a partir dos seus instintos, mas sim a partir do Amor de Deus, que experimenta em seu coração, e que irradia em todas as suas ações, nas relações com Deus, consigo mesmo e com o próximo, E assim fazendo, o homem rompe com a religião legalista, pois abrindo-se para a graça de Deus manifestada em Jesus, ele alarga o seu horizonte de compreensão e conhecimento do verdadeiro e Único Amor, capaz de salvá-lo e de fazê-lo imensamente Feliz.

2. Não penseis que vim abolir a Lei e os profetas - Mt 5,17-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Quando relaxamos no que é permitido, terminamos no que não o é, e terminamos mal. Não faço o mal, mas faço mal o que deve ser benfeito. De Jesus se diz que passou entre nós fazendo o bem, e fazendo benfeito. O ensino é necessário e as normas são pedagogas. Elas nos ajudam a praticar o que nos foi ensinado. Assim como o amor ao próximo mostra o que temos no coração e revela a presença do Espírito Santo em nós, assim também a obediência à lei, às normas e aos preceitos mostra a nossa vontade de colaborar com o projeto de salvação de Deus e com a ordem e o progresso da nação. Além dos mandamentos da Lei de Deus, há normas de boa educação que ajudam a tornar agradável a convivência entre nós. Temos uma inclinação natural para o que não é bom, por isso precisamos de ajuda. Os preceitos, embora falhos e humanos, podem nos ajudar, desde que não haja inversão de valores. O preceito humano não pode se sobrepor ao mandamento divino. O ser humano não foi feito para o sábado, e sim o sábado para o ser humano. Leis e costumes, de natureza fixa, não podem se sobrepor ao Espírito que sopra onde quer. O pecado repousa na instituição, enquanto a graça se movimenta na liberdade do Espírito. Ao aplicarmos uma norma, perguntemos que proveito o ser humano tira dela.
Fonte: NPD Brasil em 10/06/2020

HOMILIA DIÁRIA

Jesus ressalta os princípios da Lei Divina

Postado por: homilia
junho 13th, 2012

A Lei de Moisés, como nós a concebemos, é descrita nos livros bíblicos de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Assim, para Jesus, a lei moral é obra da sabedoria divina. Por isso, podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe proíbe os caminhos do mal, que o desvia de Deus e do Seu amor. Eis por que Jesus diz: “o céu e a terra passarão”. Porém, nada será tirado da Lei, nem a menor letra nem qualquer acento.
A questão da obediência aos mandamentos divinos, ou tudo quanto Deus ordena, não visa à salvação, pois entra no campo da santificação e não da justificação. Entender o papel da lei como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” dela (1 Timóteo 1,8).
O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição como propriedade de Deus, não estava na lei, que é “perfeita, santa, justa, boa, espiritual e prazerosa” (Salmo 19,7; Romanos 7,12.14.22), mas na atitude de autoconfiança do povo quanto às suas possibilidades de obedecer-lhe plenamente.
Por isso é que Jesus, dirigindo-se ao povo, diz: “Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo (cf. Mateus 22,36-40). Assim, Ele ressaltou os princípios básicos da lei divina como sendo “amor a Deus sobre todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo”. Paulo confirma, em Romanos 13,8-10, que estes princípios sempre foram reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha “horizontal” ou seja, no amor ao próximo, quanto “vertical”, o amor a Deus.
Com pouca margem de erro, eu diria que há preceitos de caráter cerimonial, civil e moral na lei divina, independente de ocorrer tal linguagem “técnica” nas páginas bíblicas, fato reconhecido por confissões de fé e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente. Em toda a Lei está a defesa da vida que, afinal, é um dom de Deus.
No sermão da montanha, bem como no diálogo com o jovem rico, Cristo, ao tratar do verdadeiro espírito da Lei, lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência.
Nenhum dos mandamentos da lei de Deus tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos estrangeiros” (Isaías 56,2-8) e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso, daí a razão de o “sábado ser feito por causa do homem” (cf. Marcos 2,27).
No novo concerto, os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus no coração e na mente de Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36,26-27 e Jeremias 31,31-33.
De agora em diante, deve-se viver a novidade do Reino do Céu, que é a prática e o ensino das bem-aventuranças.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 13/06/2012

HOMILIA DIÁRIA

Os mandamentos transformam a nossa relação com Deus

“Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus” (Mateus 5,19).

Precisamos praticar e viver os mandamentos do Senhor e não podemos ignorá-los ou vivê-los segundo as nossas conveniências. Escolho aquilo que vou viver e ignoro aquilo que não está de acordo com as minhas conveniências. De forma alguma, a Palavra de Deus não pode ser ignorada, não pode ser tratada de forma seletiva. Vivemos numa sociedade relativista onde relativizamos até a vivência da nossa fé.
Para alguns, viver o amor é amar só quem queremos, quem escolhemos e selecionamos. Para outros, amar a Deus é da forma que queremos, da forma que achamos e assim por diante.
Você pode dizer: “Eu amo meu próximo, mas não perdoo fulano e sicrano”. “Eu amo, mas falo mal da vida dos outros, porque sou assim”. Não podemos ignorar os mandamentos porque fazemos o que é errado e não nos esforçamos para viver o que é certo.
Na Lei de Deus o que é certo é certo e o que é errado é errado. Não é certo só aquilo que conseguimos viver, e errado só aquilo que consideramos errado, não se trata de um critério subjetivo de acordo com a conveniência ou as observações que temos dentro da nossa cabeça e do nosso coração.

Os mandamentos são respostas de amor a Deus

O primeiro a ser formado somos nós, precisamos ser formados para uma consciência reta e iluminada, e não para uma consciência laxa, onde vamos vivendo de acordo com aquilo que achamos.
Temos de ter cuidado para que a obscuridade não conduza os nossos passos, porque o mundo em que vivemos é um mundo de muitas obscuridades, onde cada um forma os seus critérios ou vive de acordo com critérios que aprendeu de outros e cada um vai vivendo como quer e, por isso, o mundo está do jeito que está.
Permitamos que a mentalidade de Deus esteja em nós, porque precisamos não só aprender a praticar, mas ensinar os outros a viverem, porque não podemos desobedecer a um só desses mandamentos. “Eu acho oito mandamentos bons, mas tem aqueles dois que não concordo com eles. Não é uma questão de concordar, é uma questão de amar. Os mandamentos são respostas de amor a Deus, são os mandamentos que vão transformando a nossa relação com Ele.
Na humildade podemos reconhecer as nossas dificuldades, nossas fraquezas e erros. Na humildade podemos e devemos reconhecer os limites que temos, só não podemos, em nome de uma falsa humildade, querer transformar o errado em certo, e ainda ensinar isso para os outros.
Há muitos fazendo dessa forma, há muitos exaltando o ressentimento, a mágoa, o rancor, a ofensa, a agressão em nome não sei de qual Evangelho, porque a Palavra de Deus é Palavra de Deus.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 10/06/2020

Oração Final
Pai Santo, dá-nos o dom da contemplação de tua obra. O Universo maravilhoso e o ser humano que Tu criaste sejam portas que nos conduzam ao encontro contigo, já nesta terra, onde peregrinamos para a eternidade do teu Reino de Amor. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/06/2012

ORAÇÃO FINAL
Pai querido, abre o nosso coração para ouvir a tua Mensagem e nos dá coragem e força para vive-La nas relações com os irmãos e com a natureza. Que nós sejamos testemunhas perante o mundo do teu Amor – que se revelou enviando-nos o Cristo, o Filho Unigênito que se fez humano em Jesus de Nazaré para nos conduzir ao Reino que tens preparado para todos.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/06/2020

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