ANO C
Mt 5,20-26
Comentário do Evangelho
Requisitos para a reconciliação.
“Justiça”, aqui, é o modo de agir em conformidade com os mandamentos de Deus. Qual é o agir diferenciado exigido dos discípulos que permite entrar no Reino de Deus? Qual é a justiça maior que a dos escribas e fariseus? Essa “justiça maior” é formulada em seis antíteses” (vv. 21-26; 27-30; 31-32; 33-37; 38-42; 43-47). A primeira antítese, que diz respeito ao nosso texto de hoje, é um modo de retomar e explicitar a bem-aventurança da mansidão (5,4). A lei diz muito mais do que não matar. É preciso ver nesse mandamento, que preserva a vida do semelhante, a proibição de utilizar títulos ofensivos contra o irmão. Daí que para essa primeira antítese não se trata somente da interdição do homicídio ou fratricídio (Ex 20,3; Dt 5,7), mas de toda ofensa moral contra o irmão explicitada pela tríade: raiva, imbecil e louco. As duas sentenças sobre a reconciliação exprimem a atitude requerida dos discípulos e de toda comunidade cristã. O que é requerido de quem vai apresentar a oferta a Deus é a consciência do mal cometido contra alguém ou, então, do mal cometido por alguém contra ele. Num e noutro caso, a atitude requerida é a disposição para a reconciliação. A comunidade cristã é uma comunidade de reconciliados.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de modo que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
Fonte: Paulinas em 12/06/2014
Vivendo a Palavra
Nosso Mestre repudia a justiça do toma-lá-dá-cá, das trocas medidas e calculadas. Na Lei do Amor há maior prazer em dar do que em receber. O cuidado com os irmãos, a generosidade e a compaixão passam a ser as regras de vida dos discípulos missionários de Jesus, que nós tanto desejamos ser.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2014
VIVENDO A PALAVRA
A Justiça que Jesus anuncia vai se transferindo da letra morta, escrita no papel, para o Novo Mandamento – vivo e gravado no coração da gente. Termina o tempo da contabilidade, dos créditos e débitos, e se inaugura o tempo da generosidade, da gratuidade, do Amor sem medidas que rege as relações no Reino do Pai, que é rico em misericórdia.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/06/2018
Reflexão
Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça.
Fonte: CNBB em 12/06/2014
Recadinho
Diante de uma pessoa que erra, que tipo de atitude tomamos? - Conseguimos manter a verdadeira fraternidade respeitando o próximo? - O que é mais fácil ouvir dos outros, coisas boas ou ruins? - Minhas palavras dão testemunho de minha fé? - Sou grato a Deus pelo dom da vida? O que faço para retribuir tão grande amor?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 12/06/2014
Reflexão
Como era a justiça dos doutores da Lei e dos fariseus? Consistia em fazer cumprir rigorosamente os preceitos das Escrituras. Era uma justiça fria, calculista, às vezes impiedosa. Exigiam do povo o que eles mesmos não cumpriam. A justiça que Jesus propõe e exige dos discípulos leva em conta a pessoa e seus anseios. A justiça do Reino ultrapassa a simples execução de leis e põe no centro a pessoa: as leis devem estar a serviço da pessoa. Para a glória de Deus. A velha justiça proibia o homicídio, ao passo que a nova justiça persegue o mal até suas raízes secretas no coração, onde nasce a ira, e combate suas menores manifestações, como as expressões de desprezo ou rancor (imbecil, idiota). Assim, o amor fraterno, em gestos de reconciliação, torna fecundo o culto que se presta a Deus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 14/06/2018
Reflexão
O início desse Evangelho é a chave para entender a proposta de Jesus sobre o Reino dos Céus: “superar a justiça dos doutores da Lei e fariseus”. Sem essa justiça não há como entrar no Reino proposto pelo Mestre. Para ele a justiça é mais ampla e profunda do que nós entendemos: compreende toda atitude e comportamento que levam à fraternidade. A justiça que ele propõe e exige dos discípulos leva em conta a pessoa e suas necessidades. A justiça do Reino ultrapassa o simples cumprimento das leis e põe no centro a pessoa: as leis precisam estar a serviço da pessoa. Não basta não matar, faz-se necessário superar ira, ódio, intolerância, insulto. Não tem como honrar a Deus se não se está bem com o irmão e a irmã que moram ao nosso lado. O verdadeiro culto a Deus é dar o primeiro passo para a reconciliação com os outros. O culto a Deus não substitui a caridade.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Comentário do Evangelho
RESPEITO PELO PRÓXIMO
O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divina.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: "não matarás".
Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo. Nas ações litúrgicas, Jesus exigia dos discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
Oração
Espírito de reverência, dispõe meu coração ao respeito para com a dignidade do meu próximo, de forma que jamais eu ouse tirar-lhe, de forma alguma, a vida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 12/06/2014
Meditando o evangelho
A EXIGÊNCIA DA COMUNHÃO FRATERNA
O ensinamento de Jesus foi sempre incisivo na questão da comunhão fraterna. Este tema aparece já nas primeiras páginas da Bíblia que relatam o terrível episódio do assassinato de Abel pelas mãos de seu irmão Caim, nos primórdios da humanidade. Este fratricídio brutal e injustificado abriu a porta para todos os demais homicídios que mancharam de sangue a história da humanidade. Quando o Decálogo declarou, de maneira inequívoca, "Não matarás", estava visando a preservação da humanidade. Sem respeito à vida, a sobrevivência dos seres humanos estaria comprometida.
Os discípulos de Jesus foram confrontados com uma exigência superior à da Lei mosaica. Era preciso dar um passo adiante e assumir a comunhão fraterna como imperativo. Dela decorria a capacidade de ser compreensivo com o outro, evitando irritar-se com ele ou jogar-lhe em rosto palavras ofensivas. O relacionamento com Deus deveria ser vivido juntamente com o relacionamento com o próximo. A oferenda a Deus seria inútil, se o coração do oferente fosse contaminado pela inimizade, e o seu relacionamento com alguém estivesse rompido. A reconciliação tem prioridade em relação ao culto.
O discípulo sensato apressa-se a cumprir a ordem do Mestre, mesmo reconhecendo que deverá superar inúmeras barreiras, para chegar à reconciliação e acontecer a comunhão.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, não permitas que meu coração se feche para meu próximo, e dá-me forças para superar todas as barreiras que me impedem de viver em comunhão com ele.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Aprimoramento da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Há muitos cristãos que seguem a risca as leis religiosas, mas o fazem por uma dessas duas razões: ou seguem a lei para garantirem seu lugar no céu, ou para não correrem o risco de irem para o inferno. E isso é muito triste e lamentável para quem diz ter um espírito e princípio cristão. Os escribas e Fariseus agiam assim, e se achavam merecedores da Salvação de Deu, sem o mínimo espírito de comunhão com o restante da comunidade, aliás, em termos de salvação era cada um para si e Deus por todos.
O desdobramento da palavra “Não Matar” é bem amplo e Jesus vai falar sobre isso, deixando muito claro que qualquer ira, ofensa ou agressão, física ou moral pode sim matar o irmão. Há certos olhares ou gestos que às vezes dirigimos a algumas pessoas, que matam mais que uma arma de fogo. Muitas vezes se faz acusações contra cristãos que estão á frente de algum trabalho, ou mesmo um sacerdote, com insinuações maldosas, ditas pela inveja, essa é uma forma muito discreta de se matar alguém na comunidade.
Fazermos a parte que é para Deus, mas não fazermos a parte que é ao próximo, de nada adianta, o evangelho nos diz que Deus não aceita ofertas de quem age dessa forma, e essas ofertas não só em valor ou em espécie, mas os nossos trabalhos pastorais, nossas ações no ministério, na catequese, na liturgia, há outros que pensam que é suficiente estarem de bem com o padre, o resto não têm muita importância.
No final, o evangelho fala de uma dívida pela qual seremos todos cobrados, e, aqui basta nos lembrarmos do que diz o apóstolo Paulo em Romanos 13,8: “A ninguém devais coisa alguma a não ser o amor...”.
A prisão como castigo, a que se refere o evangelho, é a prisão em si mesmo, em um egoísmo que sufoca, essa solidão dolorosa já ocorre nesta vida, mas poderá tornar-se eterna na outra, se não descobrirmos a tempo que o amor ao próximo, marcado por relações sempre fraternas, está no centro da Vida de quem professa a Fé Católica.
2. Vai primeiro reconciliar-te
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Se temos que observar a Lei, vamos ouvi-la com atenção e dar-lhe pleno cumprimento. Aprendemos no quinto mandamento que não se deve matar. A vida deve ser respeitada desde o seu início até o seu fim natural. Peca contra este mandamento quem tira a vida de uma criança que vai nascer, um nascituro, que não tem como se defender, ou quem tira a vida de um idoso enfraquecido, que também não pode se defender. Jesus ensina que este mandamento inclui também tratar os outros com respeito. Da nossa boca saem palavras desrespeitosas que magoam, ferem e matam. É outra maneira de matar sem usar armas. Em todos os casos, o verdadeiro arrependimento é acompanhado de reparação. A reconciliação movida por um amor mais forte do que a morte vem à frente dos ritos religiosos.
Fonte: NPD Brasil em 14/06/2018
HOMILIA
QUARESMA TEMPO DE RECONCILIAÇÃO
Segundo o Evangelista Mateus, é importante que o homem tenha a consciência de que “A ira do homem não realiza a justiça de Deus” (Tg 1, 20). E que é pela prática da justiça que vem de Deus que a sua vida é restaurada sobre a terra. E isto é tão fundamental que se torna imprescindível na vida existencial do homem e extensivo a todas outras práticas no seu dia a dia para tornar possível a convivência dos homens entre si e entre o meio ambiente.
Ouvistes o que foi dito… Eu, porém vos digo… Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo.
Jesus veio nos ensinar a viver em plenitude a Lei de Deus e nos adverte de que a nossa justiça deve ser maior do que a dos mestres da lei e dos fariseus. Eles viviam na rigidez da lei e esqueciam de que o maior mandamento da Lei era justamente o amor e que, mais importante que a Lei em si, é o bom relacionamento entre as pessoas. Muitas vezes nós também, como os escribas e os fariseus, nos apegamos ao que a lei nos exorta a não fazer e ficamos alerta para não cometer aquelas faltas que se constituem as mais graves, como matar, roubar, adulterar, ter maus pensamentos, etc.. “Todo aquele que se encoleriza com o seu irmão será réu de juízo”.
O desejo primeiro de Deus, ao criar os seres humanos, é que vivam na mais perfeita comunhão, deixando de lado tudo quanto possa dividi-los e separá-los pelo muro da inimizade. O ódio e a divisão constituem flagrante desrespeito à vontade divino.
O homicídio é uma forma incontestável de ruptura com o próximo, culminando com a sua eliminação. Para evitar isto, Deus condenou peremptoriamente esse crime, com o mandamento: “não matarás”.
Todavia, a eliminação física do próximo é antecedida por outros gestos de eliminação de igual gravidade. Por exemplo, a simples irritação contra os outros, as palavras ofensivas contra eles são formas sutis de atentar contra a vida alheia. O discípulo do Reino não pode agir desta maneira.
A Palavra de Deus que Jesus veio esclarecer para nós vai muito mais além do que as coisas que nós praticamos, mas atinge também ao que nós pensamos e falamos ou expressamos a partir do nosso coração. Assim sendo, nós não podemos chamar os nossos irmãos e irmãs nem mesmo de tolos ou idiotas. Quanto ensinamento para nós! A oferta que fazemos ao Senhor será desnecessária, se primeiro não oferecermos a nossa compreensão e perdão às pessoas com as quais nos relacionamos. Enquanto caminhamos aproveitemos o conselho do Mestre para que a nossa justiça seja maior do que a justiça dos “mestres da lei” e dos “fariseus” de hoje. Como é a nossa justiça? O que é justo para Deus? A justiça de Deus é o Amor, é o perdão, é a reconciliação. E a nossa? Fazemos as nossas ofertas no Altar do Senhor, mas como está o nosso coração? Reflita agora: – Como você trata as pessoas com quem você convive? – Você tem costume de falar mal os seus amigos, suas amigas? – Você o faz de coração? – E quando você faz a sua oferta na hora do ofertório, qual é a sua atitude diante de Jesus?- Você já pensou que enquanto você faz a oferta do seu coração na hora da Missa, ele pode estar sujo com a injustiça da falta de perdão, da ofensa feita, do ódio por alguém?
A reverência a Deus passa pelo respeito ao próximo.
Na liturgia de hoje, Jesus exige de mim e de ti, como seus discípulos a reconciliação com seu próximo, antes de fazerem sua oferenda a Deus. Se alguém estava para fazer sua oferta, e se recordava de algum desentendimento com o próximo, deveria deixá-la ao pé do altar, para antes ir reconciliar-se. Caso contrário, a oferta não teria valor perante Deus.
Ele vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem valor à medida que contribua para a libertação e a promoção da vida. Jesus não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. A grande novidade que Jesus me ensina hoje é o perdão sem limites e a reconciliação, que me levam à comunhão de vidas com Deus e com os meus irmãos.
Por isso, quero neste dia ó Senhor Jesus que me ensineis a perdoar os meus irmãos e irmãs para poder estar em comunhão com o Vosso e o meu Deus e com os meus irmãos já aqui na terra.
REFLEXÕES DE HOJE
QUINTA
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 12/06/2014
HOMILIA DIÁRIA
Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação
Não podemos só querer que os outros se reconciliem; nós também precisamos viver reconciliados uns com os outros. Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação.
“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5, 23-24).
A Palavra de Deus hoje nos convida a revermos os nossos relacionamentos, porque não dá para nos relacionarmos com Deus se não olharmos o nosso relacionamento com o nosso próximo. Como precisamos levar com seriedade a maneira como nos relacionamos uns com os outros!
Dois conselhos fundamentais de Jesus sobre a reconciliação: Precisamos promover a reconciliação com os irmãos e precisamos nos reconciliar com nossos irmãos. Não podemos só querer que as pessoas se reconciliem; nós também precisamos viver reconciliados uns com os outros. Por isso, Deus nos chama a sermos promotores da paz e da reconciliação. Não faça vista grossa – brigou, se desentendeu, está sem falar com uma pessoa – não jogue simplesmente os desentendimentos para debaixo do tapete, não finja que nada aconteceu; mas busque luz em Deus, busque solução em Deus, busque a graça d’Ele para sanar os desentendimentos, para sanar aquilo que, muitas vezes, não conseguimos fazer da nossa parte humana.
O mesmo Evangelho nos chama à atenção para as palavras que saem de nossa boca. Quantas vezes, dizemos palavras pesadas uns aos outros, quantas vezes já se torna comum no meio de nós usarmos palavras que ofendem, tiram a dignidade humana e oprimem a outra pessoa. O Evangelho diz que chamar o outro de “patife” e “tolo” nos faz réus do juiz, é causa de condenação no juízo. Vejam que, no nosso linguajar comum, muitas vezes, “tolo” e “patife” são até sinônimos de “elogio” em comparação a outras palavras mais pesadas que nós usamos para nos referirmos uns aos outros.
A Palavra de Deus quer purificar o nosso linguajar, a Palavra de Deus quer tirar as palavras pesadas que há em nossa boca, sobretudo em nosso coração, em relação ao nosso próximo.Não usemos de palavras pesadas, não usemos de palavras amaldiçoadas, não usemos de palavras que não edificam nosso próximo!
Que o nosso modo de tratarmos uns aos outros seja baseado na misericórdia e na bondade divina. E ainda que estejamos com raiva, ainda que estejamos encolerizados, mesmo que estejamos chateados uns com os outros, não temos o direito de xingarmos, blasfemarmos e dizermos palavras pesadas para os outros.
Que Deus hoje purifique o nosso modo de falar e de nos relacionarmos uns com os outros!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/06/2014
HOMILIA DIÁRIA
A grande oferta para Deus é um coração reconciliado
O que podemos dar, de verdade, a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros
“Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mateus 5,23).
A melhor, a grande oferenda que podemos apresentar a Deus é um coração reconciliado. Essa é a oferta verdadeira que Ele deseja de nós. Peço perdão se, muitas vezes, em nossas igrejas e comunidades, priorizam a oferta material, o dinheiro, a ajuda disso e daquilo. São ajudas, são ofertas mais do que necessárias, mas, antes da oferta material, Deus quer o nosso coração verdadeiro, sincero, um processo de conversão autêntico.
A conversão autêntica acontece quando o nosso coração se reconcilia com quem não conseguimos conviver, com quem está magoado e ressentido conosco. Não relativizemos, não ignoremos as coisas mal resolvidas dentro do coração. Não fiquemos pensando que, porque trabalhamos muito para Deus, participamos da pastoral, cantamos, dançamos, ajudamos na igreja, fazemos a nossa oferta, fazemos muitas caridades. Tudo isso é digno da nossa vida cristã, mas não podemos negligenciar o coração, enganar e distorcer aquilo que está embrulhado. E fica embrulhado, porque, quando ignoramos situações mal resolvidas na vida, criamos um embrulho, empacotamos esse embrulho e o jogamos no canto, não mexemos mais com isso.
Acontece que ficamos doentes de tantos embrulhos e coisas velhas que estão guardadas dentro de nós, situações mal resolvidas, lixos que são acumulados, raivas, ressentimentos, mágoas, coisas que não fazem bem à nossa saúde.
Muitas vezes, vamos às Missas, celebrações e cultos, e pedimos: “Senhor, cura-me. Traga a cura para mim”. Muitas vezes, são curas profundas que nós precisamos, mas a grande cura não deixamos acontecer. Um coração verdadeiramente curado é reconciliado com o seu irmão, com toda a força da sua alma e do seu coração. Não é ficar como se nada tivesse acontecido. Um coração acende alerta quando não estamos bem, quando as coisas não estão resolvidas com o outro. O pior é quando o coração nem alerta acende mais, ficou naquele estado de estagnação com tantos ressentimentos e inimizades, que nem com a reconciliação ele se importa mais.
Lembre-se que a grande oferta a Deus não é simplesmente o que damos a Ele,pois o que podemos dar de verdade a Deus é a busca de um coração pacificado e reconciliado uns com os outros, é a oferta que Deus espera de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 14/06/2018
Oração Final
Pai Santo, dá-nos grandeza d’alma para olharmos nossos irmãos através dos seus próprios olhos. Saberemos, assim, suas razões e desejos, vencendo a tentação de julgá-los e, pior, de condená-los. Nós te pedimos pelo Cristo Jesus, manso e humilde de coração, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/06/2014
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, é difícil para nós nos livrarmos dos conceitos da justiça humana de crime e castigo. Ajuda-nos, Pai amado, a compreender a lição de vida de teu Filho, que se fez humano como nós, e assim, aceitarmos a tua gratuidade, partilhando-a com os companheiros do caminho. Pelo mesmo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 14/06/2018
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