quinta-feira, 21 de abril de 2022

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 20/04/2022

ANO C


Lc 24,13-35

Comentário do Evangelho

O caminho de Emaús

O capítulo 24 é um resumo de todo o evangelho. Durante a viagem a Emaús, os discípulos retomam ponto por ponto as grandes etapas do ministério de Jesus. O evangelho de hoje, nós já o comentamos brevemente no último dia 31 de março. Vale ressaltar um aspecto que com frequência é esquecido: o tempo que separa o “ver” do “reconhecer” permite a lição de exegese que os dois discípulos confessarão ter transformado suas vidas (cf. v. 32). O caminho de Jerusalém a Emaús é o suporte simbólico de outro caminho: através das Escrituras. Viagem longa e necessária para que se abram os corações, a inteligência e os olhos dos discípulos.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Paulinas em 03/04/2013

Comentário do Evangelho

O caminho através das Escrituras

Não há situação humana em que o Senhor não se faça presente. Talvez as situações de frustração sejam as mais difíceis, as que impeçam de reconhecer que o Senhor está presente. Parece ser bem o caso no relato dos discípulos de Emaús. A tristeza e a frustração aparecem nos olhos. O olhar, segundo o ditado popular, diz mais do que mil palavras. De uma profunda tristeza e frustração eles passam à alegria e ao anúncio do Ressuscitado. Mas o que permitiu essa transformação na vida daqueles dois discípulos, um dos quais anônimo? A presença do Senhor ressuscitado que se põe a caminho com eles e os faz percorrerem um caminho muito mais longo do aquele que separa Jerusalém de Emaús: o caminho através das Escrituras. É desse fato que – depois que o Senhor partiu o pão e deu a eles – vão se recordar. O caminho através das Escrituras preparou os discípulos para abrirem os olhos do reconhecimento no partir do pão. O mesmo acontece na celebração da Eucaristia: sem reconhecer o Senhor presente na sua palavra, não é possível reconhecê-lo nas espécies do pão e do vinho. Desvincular a palavra da fração do pão é correr o risco de cair no puro devocionismo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, não permitas que eu caia na tentação de viver distante de meus irmãos e irmãs de fé, pois o Senhor Ressuscitado nos quer todos reunidos em seu nome.
Fonte: Paulinas em 23/04/2014

Vivendo a Palavra

O companheiro desconhecido de Cléofas bem que poderia ser cada um de nós que não poucas vezes nos vemos na situação de desânimo e tristeza daqueles discípulos. Nestas horas, procuremos nas Palavras de Jesus o conforto e consolo para nossa angústia e coragem para anunciar aos irmãos o Reino do Pai que já mora em nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2013

Vivendo a Palavra

A vida é como uma viagem para Emaús. Caminhamos cabisbaixos, vencidos por causa de sonhos não realizados. A tristeza nos cega e impede de perceber a presença do Cristo que está ao nosso lado e se manifesta de muitas formas – variadas, criativas e surpreendentes, mas sempre cheias de paz e fraternidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/04/2014

VIVENDO A PALAVRA

A nossa vida é como uma caminhada para Emaús. Andamos cabisbaixos, vencidos pelos sonhos não realizados. A tristeza nos cega e impede de perceber a presença do Cristo que está ao nosso lado e se manifesta de muitas formas – variadas, criativas e surpreendentes, mas sempre cheias de Paz e Fraternidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/04/2020

VIVENDO A PALAVRA

A caminhada dos discípulos para a vilazinha de origem se parece com o nosso cansaço pelos desencontros, frustrações e incompreensões que vamos sofrendo pela vida afora. Prestemos atenção, porque mesmo que ainda não O tenhamos reconhecido, Cristo caminha ao nosso lado e chegará a hora da partilha do pão: então O reconheceremos. E a nossa alegria será completa.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2021

Reflexão

Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente, as pessoas estão caminhando em comunidade. Ninguém caminha verdadeiramente quando está sozinho. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada das pessoas, caminha com elas. Durante a caminhada, faz seus corações arderem, porque desperta neles o amor, permanece com eles, formando uma nova comunidade, e se dá verdadeiramente a conhecer quando as pessoas dão respostas concretas aos apelos do amor, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da ressurreição.
Fonte: CNBB em 03/04/2013 23/04/2014

Refleo

O episódio de Emaús reflete a estrutura fundamental da missa. Com efeito, distinguem-se, com nitidez, a Mesa da Palavra e a Mesa do Pão eucarístico. Antes de tudo, a Palavra de Deus que se encarnou revela-se aos discípulos na proclamação da Palavra, “começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas”. Quão rica deve ter sido essa catequese ministrada por Jesus! Depois, o Pão vivo descido do Céu manifesta-se ao partir o pão: “Estando com eles à mesa, tomou o pão, abençoou, partiu e deu a eles”. A Eucaristia é o sacramento que nos põe em íntima comunhão com o mistério pascal: paixão, morte e ressurreição-glorificação de Jesus. Bem compreendida e celebrada com fé, a Eucaristia incendeia o coração do cristão e o projeta para a missão: “Na mesma hora se levantaram e voltaram a Jerusalém”.
Oração
Ó incansável Peregrino, não ficas preso nas malhas da morte. Ressuscitado, continuas a percorrer as estradas do mundo e a inserir-te na vida dos homens e mulheres de todos os tempos. Dá-nos a graça de reconhecer tua presença nos nossos semelhantes e no sacramento da Eucaristia. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 15/04/2020

Reflexão

Depois dos acontecimentos da traição e morte de Jesus, dois discípulos, provavelmente desanimados com o que aconteceu em Jerusalém, voltam para seu vilarejo. Eis que nessa caminhada um forasteiro se junta aos dois. Vão conversando sobre os últimos acontecimentos, recorrendo à Escritura. Ao chegar à casa, o forasteiro foi convidado pelos dois a permanecer com eles. Quando partem o pão na ceia, os dois reconhecem naquele forasteiro o próprio Ressuscitado. Belo texto que nos revela uma bonita celebração: partilha da Palavra e do Pão. Essa perícope também nos mostra que o Ressuscitado caminha conosco no nosso dia a dia e principalmente nos momentos de partilha do alimento. Sempre que o pão é dividido e partilhado, Cristo ressuscitado está presente. Alimentados pelo pão partilhado, resta-nos partir para a missão e anunciar Jesus presente.
Oração
Ó incansável Peregrino, não ficas preso nas malhas da morte. Ressuscitado, continuas a percorrer as estradas do mundo e a inserir-te na vida dos homens e mulheres de todos os tempos. Dá-nos a graça de reconhecer tua presença nos nossos semelhantes e no sacramento da eucaristia. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 07/04/2021

Reflexão

O Ressuscitado se coloca de modos diversos junto aos seus discípulos. No relato apresentado por Lucas, Jesus segue com viandantes de Jerusalém para Emaús. A viagem que empreendem é marcada por um diálogo fecundo e por uma catequese bastante esclarecedora sobre os eventos que deveriam acontecer como Cristo. Porém, cada pessoa tem o seu próprio tempo para entender os eventos que acontecem a sua volta. Jesus sabe acolher o tempo de cada um e usa a pedagogia certa para cada pessoa. Ao se deter na casa dos viandantes, Jesus tem a oportunidade de partilhar com os dois homens o pão à mesa, e é nesse momento que os olhos e o coração de ambos se abrem. Consideremos mais uma vez que, diante da dor e do pesar, precisamos, num dado momento, erguer a cabeça e tentar compreender o que os eventos vividos nos dizem. A paixão de Jesus o conduziu (e a todos nós) à vida nova.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Recadinho

Em meio às angústias da vida, você reza “fica conosco, Senhor, pois já é tarde e a noite vem chegando?” - Você procura “caminhar” com os que buscam seu apoio, sua amizade, sua força? - Você tem um coração aberto para acolher os que buscam conforto e força na caminhada da vida? - A solidão machuca o mais íntimo do ser humano. Você está sempre atento em dar uma força às pessoas que vivem na solidão? - Reconhecemos o Mestre ao partir o pão. Que lugar ocupa a Eucaristia em sua vida?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 23/04/2014

Meditando o evangelho

A FRUSTRAÇÃO SUPERADA

A crucifixão de Jesus foi um duro golpe para a comunidade cristã. Com ela, vieram abaixo os projetos de libertação, carinhosamente acalentados pelos discípulos. As palavras e as ações do Mestre pareciam dignas de fé. Seu modo de ser tinha algo de especial, bem diferente do que até então se tinha visto. Sua morte na cruz, no entanto, deixou, nos discípulos, o sabor da frustração e da desilusão!
Foi preciso que o Ressuscitado os chamasse à realidade. Eles não estavam dispensados da missão. Por conseguinte, não havia motivo para se dispersarem e voltarem para sua cidade de origem, uma vez que tinham, diante de si, um mundo a ser evangelizado. Era insensato cultivar sentimentos de morte, quando a vida já havia despontado e se fazia presente no Ressuscitado. Por que fixar-se no aspecto negativo da vida, já que a realidade vai muito além?
Os discípulos de Emaús retratam os cristãos desiludidos de todos os tempos, uma vez que não acreditam na possibilidade de se criar um mundo fraterno. São os pessimistas, centrados em si mesmos, incapazes de projetar-se para além dos próprios horizontes. Ou seja, são cristãos nos quais a ressurreição ainda não produziu frutos.
Só a descoberta do Ressuscitado permite ao cristão superar os reveses da vida. Aí então, ele se dará conta de que, apesar da cruz, vale a pena somar esforços para construir o Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de otimismo, abre meus olhos para que eu perceba a presença do Ressuscitado junto de mim, e assim, reencontre a razão de viver.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. CAMINHANDO COM JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nhá Maria era uma senhora bem pobre que gostava muito de vir em nossa casa para receber alguma ajuda. Naquele tempo, o pedinte não era um estranho que causava medo e insegurança como hoje, e nós a acolhíamos na mesa da refeição, porque jamais minha mãe permitia que ela ficasse na porta ou na calçada, um filho de Deus tem que sentar-se á mesa, nos dizia sempre. Claro que os tempos eram outros e ninguém pensava em seqüestro ou assalto. Depois de ouvi-la atentamente, a conversa sempre terminava com a frase tão batida lá em casa, “Se for da vontade de Deus, tudo vai melhorar e dar certo”, que minha mãe dizia, enquanto preparava um cafezinho fresco que a Nhá Maria tomava antes de ir embora, toda agradecida, não sem antes ajudar a arrumar a cozinha.
Este evangelho mostra algo que hoje não se pratica muito em nossas relações: ouvir as pessoas, caminhar com elas, saber como está a vida, o que anda pensando ou sonhando, ou porque andam tristes. Passamos de carro, sempre apressados, e no máximo fazemos um aceno ou buzinamos para os conhecidos.
O caminhante que se junta aos dois peregrinos age diferente, percebe que estão tristes e desanimados, se junta a eles, quer saber o que aconteceu, qual a causa da tristeza, ouve com atenção e somente depois é que vai falar, não deixou suas inquietações sem uma resposta, não terminou a prosa com aquele jeito resignado “fazer o que, a vida é assim mesmo...” Como muitas vezes encerramos nossa conversa com alguém que está sofrendo ou desanimado. É bem verdade que os censurou por serem tão lerdos na compreensão da escritura antiga, mas a conversa foi agradável, marcada pela ternura, pois não se pode anunciar o evangelho com gestos bruscos e cara feia, como se quisesse dar uma lição de moral em quem ouve, isso é perda de tempo! O texto não deixa dúvidas quanto a isso, seus corações ficaram abrasados, enquanto Jesus lhes falava, levando-os a descoberta de algo novo, o sofrimento faz parte da vida, mas não é a última palavra.
Considerando-se a intencionalidade do autor, o texto trata de uma celebração eucarística, com duas partes bem distintas: a Palavra e a Eucaristia, aliás, coisa que nós cristãos herdamos do Judaísmo em uma junção da Sinagoga, lugar da reflexão da Palavra, e Templo, lugar do Sacrifício. Vivemos um tempo histórico diferente do que viveram esses discípulos, porém a situação é quase a mesma, achamos difícil perceber a presença do Senhor em meio a um quadro muitas vezes desolador, e a história de Emaús, mais parece uma bela lembrança. Eis uma fé distorcida e fragilizada como a dos dois discípulos peregrinos!
No coração do Cristão, Jesus Ressuscitado na maioria das vezes é alguém distante de nossa vida e de nossos problemas, parece que o Jesus da história é um, e o Jesus da Salvação é outro, pois esse evangelho, belíssimo por sinal, nos mostra que na comunidade, em cada celebração a história se repete o Senhor nos questiona sobre o que estamos falando pelo caminho desta vida, em que acreditamos, quais são nossas aspirações, o que queremos ver realizado. A palavra que celebramos nos fala da vida de Jesus e de nossa vida também, ela nos encoraja porque penetra em nosso coração, não se restringindo a um mero rito.
Uma caminhada com uma prosa saudável e edificante, fortalecedora e motivadora, não tem coisa mais revigorante neste mundo, assim é que Jesus vem ao nosso encontro em cada domingo. A palavra de Jesus que caminha com eles, não é conversa fiada, lamentação e choramingos, porque as coisas não vão bem, em casa, na comunidade, no trabalho ou na política, Jesus é alguém diferente, que encontrou um sentido novo e sua palavra renovadora, fortalecedora é revigorante, porque nos faz dar a volta por cima, por isso, aos seus discípulos de ontem e de hoje, ele vem confirmar o seu projeto de salvação, anunciando que a morte e a força do mal, não têm nenhum poder sobre o Reino que ele instalou no meio dos homens.
E depois de uma boa conversa, em uma mesa de refeição, Cleofas e seu amigo de caminhada sentem que não podem mais viver sem aquele homem, e o acolhem no coração, quando o conhecem no partir do pão, onde o Senhor partilha com eles seus sonhos e projetos de vida, que ajudam a construir o reino novo.
Não tenhamos medo de percorrer o caminho de Emaús, onde levamos, é verdade, nossos desânimos e fracassos, mas diante da palavra que nos aquece o coração, , manifestemos o desejo de que o Senhor fique sempre conosco, “Fica conosco Senhor pois é tarde, e a noite vem chegando”. E no pão que se parte e reparte, nos fortalecemos, e voltamos com pressa á nossa comunidade, onde não há mais noite, mas na fé caminhamos com os irmãos e irmãs, diante da luz sempre reluzente que é o próprio Deus, presente em Cristo - Jesus!
Fonte: NPD Brasil em 03/04/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus, a presença contagiante...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O evangelho da Oitava da Páscoa vem mostrando de maneira mais clara e objetiva essa presença de Jesus Vivo em nossas comunidades, e como ela motiva e influencia diretamente a ação pastoral da Igreja, sempre a direcionando para o anúncio e o testemunho. O caminho de Emaús mostra, em um primeiro momento, que rumo tomou a comunidade, marcada pela decepção, frustração, e um profundo desânimo. O que faremos sem Jesus?
O sonho do Novo Reino havia se acabado, o que era Eterno, Imortal e Poderoso, havia sido submetido a uma morte infame, humilhante e vergonhosa. Não há nada mais a fazer a não ser voltar para casa e ficar a espera de um Novo Messias, guardar aquele sonho bom, e a esperança que ele havia despertado no coração dos discípulos.
Mas um estranho se junta a eles nessa estrada de Emaús, que não leva a lugar nenhum, o estranho logo manifesta aquilo que os dois discípulos desanimados transmitem: desânimo e tristeza. Nada pior do que quando em nossas comunidades instala-se o desânimo e a tristeza, diante de projetos pastorais que fracassam, diante de eclesiologias que não se harmonizam com a Vida Paroquial, diante da falta de comunhão, pastores que não pastoreiam, evangelizadores que não evangelizam, profetas que calam a boca.... Ah, que quadro desolador!
Deixamos que esses fracassos humanos ofusquem a presença da Vida Plena, Jesus, sua Graça Operante e Santificante, seu ato Salvífico, que nos redime e nos revigora, olhamos a instituição e não sentimos o seu Coração bater, uma Igreja sem alma e sem dinamismo, nossos olhos velados pelo desânimo e tristeza, anda com o Senhor, dialoga com Ele nessa caminhada, ouve sua Palavra proclamada na liturgia, vê e toca no Jesus presente na Eucaristia, mas não o percebe.
Ora, de onde vem tanto desânimo senão de uma má compreensão da Palavra Libertadora? A Palavra é viva e eficaz e até a celebramos, mas não permitimos que a Palavra se torne ação concreta em nossa vida pessoal e na vida em comunidade. Teorizamos a Palavra, nos encantamos com ela, a achamos belíssima, mas não identificamos a sua Fonte que é o Senhor, há quem confunda a Santa Palavra com alguma ideologia nascida da carne e não do Espírito.
O Verbo Encarnado faz ferver o coração dos discípulos que finalmente se abrem para ouvi-la, o quadro não havia mudado, o enredo ainda trazia a tristeza, mas agora algo mudou no coração dos dois companheiros e irmãos de caminhada: descobriram que não estavam mais sozinhos, que Jesus caminhava com eles. A Palavra proclamada pelo próprio Senhor, aponta para sua presença real no partir do pão.
Palavra e Eucaristia, a porta que se abre no mistério da Fé, para mostrar e revelar a presença real de Jesus que caminha com a sua Igreja desde á sua origem até o presente e assim será até o final dos tempos. Ter Fé é saber enxergar nas atava ali diante deles, como uma feliz possibilidade, e por isso voltaram correndo para a Comunidade, lugar por excelência onde Jesus tornou possível viver a aventura da Fé, celebrada e vivida...ções da Comunidade o AGIR de Jesus, manifestado nas ações e pensamentos humanos, que chegarão um dia à sua plenitude, percorrendo os mesmos caminhos de Jesus de Nazaré, que não excluem o fracasso e a derrota, mas que o olhar da Fé consegue descortinar o novo Horizonte para onde caminha e hão de chegar todos os que crêem...
Os discípulos compreenderam que tudo isso estava ali diante deles, como uma feliz possibilidade, e por isso voltaram correndo para a Comunidade, lugar por excelência onde Jesus tornou possível viver a aventura da Fé, celebrada e vivida...

2. Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles... - Lc 24,13-35
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Rapazes de Emaús, deixem-me caminhar com vocês para que a tristeza da morte se ilumine com a alegria da ressurreição. Ajudem-me a refazer o caminho, se preciso for.”
Fonte: NPD Brasil em 15/04/2020

HOMÍLIA DIÁRIA

O caminho requer capacidade de mudar

Postado por: homilia
abril 3rd, 2013

Lucas é o único que narra a volta de dois discípulos de Jesus para a cidade de Emaús, após terem vivenciado o martírio de seu Mestre, em Jerusalém.
Jesus havia morrido e uma sensação depressiva tomava conta de Seus muitos discípulos -  não apenas de Seus doze apóstolos. Cada um fugiu como pôde da presença das autoridades que queriam incriminar a todos os que seguiram Aquele que agora estava morto, por conta deste ter levantado tanta insurreição e contradição em Jerusalém e circunvizinhanças.
Aqueles dois discípulos sabiam de tudo. Tinham todas as últimas informações sobre a vida e a morte de uma pessoa conhecida deles. Mas não sabiam  que Aquele que a eles se dirigia – e que outrora estivera morto e agora estava vivo – era a própria fonte de toda vida, o único capaz de lhes tirar daquele estado de profunda angústia.
Porque “sabia-se e sabe-se de tudo”, mas desconhece-se, ainda, o que o Senhor pode fazer, pois Ele é uma resposta que não mais agrada a uma sociedade encantada por tudo o que aprendeu e sabe fazer e ter.
Jesus faz menção de ir embora, mas os dois O convidam a repousar na cidade deles, já que a hora avançara bem. Jesus aceita o convite e compartilha com eles do pão. A partilha fraterna, a solidariedade e o amor constituem a prática que a todos revela a presença viva do Senhor nas comunidades e no mundo. É reconhecido, neste instante, mas desaparece do meio dos dois, segundo o texto.
Comentando o estranho episódio, um deles diz: “Por acaso não ardia o peito dentro de nós enquanto Ele nos falava aquelas coisas?”.
Estar a caminho, à procura, exprime a situação da nossa vida. O caminho requer, também, capacidade de mudar. A Bíblia indica-nos qual é a direção melhor, aquela que nos dá a liberdade dos filhos de Deus. Descubramos que nossos companheiros de viagem são especialmente as pessoas que sofrem. Reconheçamo-nos a nós mesmos como portadores de sofrimentos e necessitados de acompanhamento.
Em nossas convivências, como os dois discípulos a caminho para Emaús, falemos das coisas da vida, de acontecimentos e problemas concretos. Deus faz-se presente na história e indica-nos a direção duma mudança capaz de oferecer uma grande alegria. Então, como os discípulos, também nós diremos: “Não parecia que o nosso coração queimava dentro do peito, quando Ele nos falava na estrada e nos explicava as Sagradas Escrituras?”
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 03/04/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Jesus fala conosco por meio das Sagradas Escrituras

“Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” (Lucas 24,32).

Os discípulos que caminhavam em direção a Emaús estavam conversando sobre tantas coisas, estavam tensos e preocupados com tudo que estava acontecendo.
Os discípulos de Emaús se parecem com os discípulos de Jesus dos dias de hoje: eu, você, cada um de nós. Estamos a caminho das coisas da vida para serem resolvidas e cuidadas, e até mesmo dentro de casa ou conversando com os outros, falamos de tudo e, às vezes, perguntamos: “O que está acontecendo?” “O que é isso?” “Por que o mundo está assim?” “Por que estamos passando por essa crise?” “Por que essa pandemia?”.
Não paramos para escutar o Senhor, não paramos para O encontrar. Queremos encontrar respostas humanas para as coisas, mas não queremos ter o encontro pessoal com o Senhor, que é o mais importante!
Saímos de trevas e vamos para outras; o importante, no entanto, é que, em todos os mares que atravessamos nesta vida, estejamos com o Senhor e Ele esteja ao nosso lado. Por isso, não busquemos outras respostas para a vida sem primeiro nos encontrarmos com Jesus. Alguém pergunta: “Onde está Jesus?”. Ele está ao nosso lado, caminhando conosco, está na nossa casa.

Permitamos que Jesus nos ensine novamente a ler e a compreender as Sagradas Escrituras

Estamos tão ligados e conectados com tantas coisas! Na mesma casa, estão ligados, ao mesmo tempo, a televisão, o rádio, a internet… E cada um com um celular na mão, cada um conectado em tantas coisas, que não percebemos Jesus ao nosso lado.
Desligue-se, desconecte-se do mundo para conectar-se a Jesus que caminha ao seu lado. Permita que Jesus o ensine, novamente, a ler e a compreender as Sagradas Escrituras. Como Ele fez com os discípulos de Emaús, começando por Moisés, passando pelos profetas, Ele explicava aos discípulos as passagens da Escritura que falava a respeito d’Ele.
Muitos de nós nos decepcionamos com a Bíblia, porque abrimos a Palavra para buscar respostas às nossas objeções humanas. Busquemos as Sagradas Escrituras para nos encontrarmos com Jesus! Do Gênesis ao último livro da Bíblia, a única coisa que devemos querer encontrar é Jesus, o Ressuscitado.
Encontramos passagens que falam de tragédias e de coisas complicadas, mas, por trás de cada tragédia, de cada coisa complicada e desastrosa, encontramos a luz de Jesus iluminando as trevas da nossa alma e do nosso coração.
Busquemos Jesus, deixemos o Senhor, que está ao nosso lado, na nossa casa, falar conosco. Desliguemo-nos, desconectemo-nos de tudo para nos voltarmos à Palavra d’Ele, para nos encontrarmos com Jesus vivo na Sua Palavra viva.
Para alguns, as Sagradas Escrituras são apenas letras, porque não estão no Espírito. Quando abrimos o nosso coração, é Jesus que, com Seu Espírito, vem falar a nós, vem nos ensinar e alentar o nosso coração. Então, podemos dizer como os discípulos, o quanto o nosso coração ardia e se abria quando Jesus falava conosco nas Escrituras.
Você sentirá o seu coração arder, a sua alma vibrar e o seu coração encontrar a paz quando deixar Jesus falar com você por meio das Sagradas Escrituras.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 15/04/2020

HOMÍLIA DIÁRIA

Deixemo-nos iluminar pela luz de Cristo

“Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lucas 24,15-16).

Assim como os discípulos de Emaús que caminhavam e discutiam pelo caminho. “O que aconteceu com o Senhor?”, “O que aconteceu no meio de nós?”, “O que será de nós?”. Olhamos para todas as nossas discussões humanas, todas as discussões que os discípulos de hoje fazem e promovem na vida, em casa, na convivência social, nas redes sociais. As discussões são acaloradas, muitas até duras e sem sentido, e quando se discute muito é porque pouca luz se tem sobre as situações.
Os discípulos estão em busca de luz, como nós estamos em busca de luz, mas é preciso dizer que assim como eles caminhavam, mas o coração estava obscurecido, sobretudo, por não conhecerem ou não mergulharem nas Escrituras, na profundidade da Palavra de Deus eles caminhavam em meios aos seus sentimentos humanos.
Muitas vezes, os sentimentos mundanos se misturam aos sentimentos humanos, e realmente as nuvens escuras cobrem a mente e o coração e não somos capazes de compreender a luz de Deus presente no meio de nós.
Jesus caminhava com eles, mas eles não reconheceram que era o Senhor. É por isso que o Senhor vai de uma forma catequética, pedagógica, levando-os para passo a passo voltarem-se para a Palavra. O que disse os profetas, o que ensinou os patriarcas e toda a direção que as Sagradas Escrituras dava para Jesus.

Não somos capazes de compreender a luz de Deus presente no meio de nós

Precisamos deixar que a Palavra de Deus nos ilumine, mas nos ilumine e nos direcione para a pessoa de Jesus, deixar que as Sagradas Escrituras nos conduzam para o encontro com Jesus vivo e ressuscitado.
Assim como o coração dos discípulos começou a arder quando escutavam o Senhor, o nosso coração arde, se abre, vai se dilacerando com aquelas cordas que nos prendem para que o Cristo vivo na Palavra ilumine as trevas do nosso coração.
Deixemo-nos iluminar pelo Cristo que caminha conosco, pois estamos discutindo muito e deixando nos iluminar pouco. O Ressuscitado está no meio de nós e O reconhecemos ao partir do Pão e nas Sagradas Escrituras.
Celebremos Sua presença na Palavra e na Eucaristia. É Ele que caminha vivo, é Ele que está ressuscitado no meio de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando... Abrasa o nosso coração com tua Palavra Criadora, com teu Amor inefável e faz de nós arautos para anunciar o teu Reinado de Amor já presente entre nós, ainda que não em sua plenitude. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 03/04/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, concede-me enxergar além das aparências que meus olhos veem. Assim poderei sentir a tua Presença Paternal no universo que crias, sempre cuidando carinhosamente dos teus Filhos. Nós Te pedimos, amado Pai, pelo Cristo, teu Filho que se fez nosso irmão em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/04/2020

ORAÇÃO FINAL
Pai nosso, dá-nos sempre a tua Luz! Nossos caminhos neste mundo nem sempre são floridos. Às vezes a tristeza tenta tomar conta do coração. Ajuda-nos, Pai que tanto amamos, especialmente nesses momentos sofridos de pandemia, a lembrar que o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão, caminha conosco. Ilumina-nos para que consigamos perceber sua Presença e A anunciemos com alegria e gratidão àqueles que peregrinam ao nosso lado.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/04/2021

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