quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 16/12/2021

ANO C


Lc 7,24-30

Comentário

Em Isaías, 54, 1-10, o Senhor se aproxima da mulher abandonada, como sinal de alguém que parece perdido sem proteção. Anima o povo, que não tenha medo, tudo será restabelecido. O que fez sofrer na juventude, ficará para trás. Deus poderoso é quem te dará a firmeza de esposo, pois Ele é Deus de toda a terra. O abandono que sentiste não pesará pois o Senhor se compadece de ti. Minha misericórdia não se afastará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor.
Diante da realidade da vida de quem sofre o abandono da parte dos outros e acha que Deus também o abandonou, o profeta repete mais vezes que Deus nunca abandona ninguém, de modo especial quem não tem em quem se apoiar.
Mais vezes fala de sua misericórdia. Este sentimento é a manifestação mais clara do grande amor que Deus tem para conosco. Deus não pode abandonar a obra de suas mãos. E não somos só criaturas como todos os outros seres deste universo. E se a estes o Senhor zela por sua estabilidade e harmonia, muito mais por nós que somos seus filhos.
Muitos santos manifestaram por escrito o que chegaram a entender e viver esta ternura de Deus. Não há maior amor que dar a vida por quem se ama. (Jo 5,13).
Temos certa dificuldade de amar sem pensar em nós mesmos. Sempre nossos interesses exigem um retorno. Podemos até dizer que Deus também. Mas no sentido de que nossa resposta mostre a Ele que entendemos e aceitamos ser amados por Ele.
Nossas capacidades quando estão em andamento normal, por tudo que realizamos, dão-nos impressão de um poder quase sem limites. E como com frequência encontramos dificuldades pelo caminho, seja de nossa parte mesmo, seja da parte dos outros, somos facilmente levados por um certo pessimismo ou desânimo.
O que mais nos incomoda é esbarrarmos no tropeço que julgávamos nem encontrar. Pois temos certa convicção de nosso poder, quase insuperável. Isto é aquele sentimento comum que não podemos encontrar dificuldades, uma vez que temos um convencimento que somos soberanos em nossas escolhas e nada nos impedirá de conseguir o que queremos. Ah! Esse orgulhosinho… Dizem que todos o temos e que só vai desaparecer após a nossa morte. Que raizinha insistente…

Em Lucas, 7, 24-30, Jesus comenta sobre a personalidade de João Batista.  E o elogia como um homem de vida austera. Afirma ser ele mais que um profeta. Dele os profetas já haviam dito que iria preparar os caminhos para o Salvador. O povo simples e humilde aceitava as propostas de mudança de vida pedindo perdão de seus pecados. Os chefes religiosos não deram muita atenção a ele e resistiam à conversão.
Em toda a História da Salvação houve pessoas sejam as responsáveis pela condução do povo para uma vida melhor, sejam mesmo pessoas simples e humildes, que acolhiam a Palavra de Deus e se esforçavam para melhorar sua vida religiosa.
Admiramos a vida de sacrifícios de João Batista e de muitos santos. O sentido deste esforço é de não deixar que nossas vontades e desejos queiram satisfazer-se com o agradável e fácil, seja comida, bebida, distrações, sono, ocupações, bem estar de nosso corpo.
Temos às vezes resistência a qualquer ação que nos impeça de seguir o que gostamos. Achamos muito difícil. Mas esquecemos que aos poucos tanto o nosso corpo como nossos sentidos e necessidades vão se acostumando, criam hábitos que tornam mais fácil diminuir nossa busca de prazer mesmo honesto.
E na medida que ficamos livres, leves, temos mais facilidade de silenciar, orar, ler com atenção a Palavra de Deus, ouvir o Senhor que quer falar-nos a sós, ouvir-nos a nós mesmos e prestar atenção no que outros nos falam..
Em todo trabalho que temos a fazer não podemos começar logo a realiza-lo sem uma concentração, para que tudo se realize bem. É como o trabalho de um artista. Por mais gênio que ele seja, tem de dar tempo à mente, à imaginação, à observação para escolher formas e cores que realizem a obra de arte que idealizou.
Até uma criança pequena que mal sabe rabiscar, o que ela consegue colocar no papel, pergunte o que são essas linhas, esses círculos, essas cores… Nós não conseguimos logo adivinhar. E ela aponta: este é papai, mamãe, meu irmãozinho e meu cachorrinho. Saiu da cabecinha dela antes de começar a desenhar…
Monsenhor Paulo Daher

Vivendo a Palavra

Com o encontro de João Batista e Jesus de Nazaré acontece a transição entre a Antiga e a Nova Aliança do Senhor. Antes, com os filhos de Israel; agora, com a humanidade, que é lavada no sangue do Cordeiro de Deus – aquele que tira o pecado do mundo. Que a sóbria vida do Precursor seja nosso exemplo para seguirmos os passos de Jesus nesta terra abençoada.
Fonte: Arquidiocese em 15/12/2016

Reflexão

João é muito mais do que um profeta. Foi ele o único profeta que não apenas anunciou o Messias como testemunhou a sua presença no meio dos homens. É ele o mensageiro que foi enviado à frente do Messias e preparou o seu caminho. Mas o maior dentre os nascidos de mulher é menor do que os que pertencem ao Reino de Deus. João, como todos os profetas do Antigo Testamento, anuncia a salvação que deverá acontecer com a vinda do Messias, mas quem pertence ao Reino de Deus não vive a promessa, mas a realidade da salvação messiânica, e testemunha esta salvação já realizada para todas as pessoas.
Fonte: CNBB em 15/12/2016

Reflexão

Um dos maiores elogios que brotaram dos lábios de Jesus foi a favor de João Batista, que a Escritura já o apresentava como aquele que viria preparar o caminho do Messias. João faz parte do tempo das promessas, que Jesus chega para cumprir. Os que acataram a mensagem do Batista estão abertos para acolher o Messias, que é o centro da História da salvação. O povo em geral e os pecadores abraçaram o projeto de Deus anunciado pelos antigos profetas e por João, que dá testemunho de Jesus. Entretanto, os fariseus, que se consideravam justos, e os doutores da Lei desprezaram o desígnio de Deus. Grande missão temos todos nós: apontar Jesus para aqueles que ainda não o conhecem.
(Dia a dia com o Evangelho 2016 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Reflexão

Depois que os mensageiros de João Batista tiveram a resposta de quem é o Messias, Jesus questiona as multidões a respeito de seu precursor. Quem é ele? Não é um caniço que se dobra conforme os interesses e que se inclina diante dos poderosos; não vive no luxo nem é um corrupto que busca privilégios, pois leva no deserto uma vida simples e austera. Por isso, ele é muito querido e estimado pelo povo, mas rejeitado pelos bem-instalados. O elogio de Jesus a João é uma contestação à sociedade moderna, a qual busca privilégios, mordomias e prazer desenfreados. Sim, João é um dos maiores profetas, pois anunciou a chegada do Messias e o mostrou para as multidões. Ainda mais, é o maior entre os nascidos de mulher, mas o menor no Reino é maior do que ele. Isso significa que os pequenos do Reino são grandes diante de Deus.
Oração
Divino Mestre, valorizas João Batista, apontando-o como o maior entre os profetas. Acrescentas, ainda, que o povo que o escutou e os cobradores de impostos receberam o batismo dele, ao passo que fariseus e mestres da Lei se recusaram a recebê-lo e, pior, desprezaram os planos de Deus. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Meditação

Lucas deixa claro que de nada adiantam a pregação de Jesus ou de João, os milagres e as maravilhas ao nosso redor, se não abrimos nosso coração para a graça. Por amor, Deus oferece-nos perdão e vida nova, alegria e paz. Se, porém, não nos deixamos seduzir, encontraremos pretextos e desculpas para não aceitar sua oferta de salvação. É preciso que Deus nos dê a graça de querer. É preciso ter um coração humilde e aceitar o que nos vem do Senhor.
Oração
Senhor nosso Deus, somos servos indignos e reconhecemos com tristeza as nossas faltas. Dai-nos a alegria do advento do vosso Filho que vem para nos salvar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Meditando o evangelho

MAIOR QUE UM PROFETA

Os altos elogios dirigidos a João Batista sublinham qualidades do Precursor que deveriam ser imitadas pelos discípulos de Jesus. Sua grandeza de espírito no cumprimento da missão recebida de Deus fê-lo digno de honra, mesmo que "o menor no Reino de Deus seja maior do que ele".
O Batista caracterizava-se por sua firmeza, em se tratando das coisas de Deus. Ele não era "como um caniço agitado pelo vento", que se inclina de um lado para o outro ao sabor das pressões ou de seus interesses pessoais. Seu destemor levá-lo-ia a opor-se a autoridade romana, num dos muitos gestos arbitrários desta.
Outro traço do Batista era sua pobreza radical. Escolhera suportar as agruras do deserto. Sua vestimenta reduzia-se a pedaços de peles de animal. Seu alimento era limitado  ao estritamente necessário, contentando-se com o que encontrava nos arredores. Seu despojamento falava por si mesmo. Só alguém totalmente confiado à Providência seria capaz de viver assim.
Ele teve a sensibilidade de acolher o apelo de Deus que o transformaria em "mensageiro" de seu Messias. Daí ter-se lançado na tarefa de preparar-lhe o caminho, convocando o povo para a conversão. Nisto consistiu sua grandeza!
Assim, os discípulos de Jesus tinham em quem se inspirar na sua adesão ao Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que o testemunho fulgurante de João Batista sirva de inspiração para minha adesão ao teu Reino. Que jamais me faltem a firmeza e o despojamento do Precursor.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Evangelizar quem não é evangelizado...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quem de nós teria coragem de ir a Brasília, onde estão os três poderes que nos governam, e onde também é público e notório ser um antro de corrupção? Pregar a Palavra de Deus aos políticos corruptos, aos governantes e legisladores desonestos e anunciar-lhes o Reino da Justiça Divina? Dei o exemplo de uma classe que tem em seu meio pessoas que vivem em um mar de lamas, mas perto de cada um de nós, sempre tem alguém que parece ignorar a Palavra de Deus e o seu Reino, seriam eles as famosas Ovelhas Perdidas da Casa de Israel, como disse o próprio Jesus.
João Batista rompeu com a Cultura e a religião da sua época e foi anunciar o Reino a um público nada recomendável: as mulheres da Vida e os Publicanos e Cobradores de impostos, pessoas desqualificadas, com quem hoje, muitos pregadores não iriam "perder tempo". Aliás, parece que o seu jeito autêntico e coerente de viver a Fé atraia todas as pessoas a ele, para ouvir sua pregação que anunciava algo diferente. O refrão religioso até então era "Cumprir a Lei de Moisés", João estimula seus ouvintes a uma mudança radical de vida, e quem precisa de conversão não são os que estão na comunidade, mas aqueles que estão fora dela, alheios ao evangelho e ao Reino que Jesus inaugurou.
Este é o mérito de João Batista segundo o próprio Jesus, os Publicanos e Cobradores de Impostos deram-lhe toda atenção e muitos se converteram. João não fazia uma pregação light, adaptada aos usos e costumes das pessoas daquele tempo, mas fala o que tem que ser falado, anunciando um Reino Novo que está chegando e que se fundamenta na Verdade, retidão e justiça. Não facilita para as pessoas falando aquilo que as agrade, não faz média quando anuncia a Santa Palavra e nem com o Grande Herodes, o qual até o admirava, João não teve medo de denunciar o seu pecado de adultério (uma palavra que hoje está quase saindo do nosso vocabulário, e que se tornou pesada e muito dura, até para os cristãos).
Por isso João é comparado por Jesus a uma Voz que grita no deserto, com firmeza e sem rodeios, que não se dobra e nunca se curva diante de valores contrários á Palavra anunciada. A Igreja vive por esses tempos um momento decisivo em sua história, onde o Espírito Missionário impulsiona os Cristãos a irem anunciar, pregar e viver o testemunho da Fé em meio a ambientes aparentemente hostis ao Reino e ao evangelho onde há sempre o perigo dos cristãos serem "engolidos" pelo relativismo, rompendo com a ética e a moral cristã, vivendo um cristianismo não tão exigente e criando um Jesus Cristo que venha mesmo de encontro as suas conveniências. Nesse caso tornam-se caniços que se envergam e se dobram ao sabor do vento.

2. O testemunho do Batista
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

João já tinha dito às autoridades dos judeus que não era o profeta, nem Elias. De João, Jesus dirá que é mais do que um profeta. É o mensageiro que prepara o caminho daquele que vem. Até agora na primeira Aliança é o maior. Na nova aliança do Reino, o menor é maior do que ele, entenda-se, enquanto ele não passar para a nova Aliança. Na nova aliança os critérios de grandeza também são novos. João era um homem sério, um homem do deserto, não alguém instável nem um homem de aparências. Tinha personalidade e para mostrá-la não precisava nem de títulos nem de panos. Assim mesmo, com tudo o que ele tinha de valor, como mensageiro dos planos de Deus, os especialistas nas coisas de Deus não o aceitaram e desprezaram os planos de Deus a respeito deles mesmos. Deus tinha alguma coisa boa e bonita também para os religiosos daquele tempo, por meio de João Batista. Não viram e não quiseram ver.
Fonte: NPD Brasil em 15/12/2016

HOMILIA DIÁRIA

Sejamos sinal para o mundo!

Temos de ser seta, sinal que aponta às pessoas o caminho da salvação, que é Jesus

“Eu vos digo: entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele” (Lucas 7,28).

É uma graça aquilo que a Liturgia do Tempo do Advento nos dá, que é refletir sobre a figura, a pessoa de João Batista.
João foi um homem de Deus, humilde, modesto e penitente; um homem totalmente voltado para a causa do Senhor e para preparar Seus caminhos. Por isso, ele assume um papel fundamental na compreensão do mistério da vinda de Cristo, o Messias.
É muito interessante que João não chama a atenção para si, mas para Cristo, mostrando que Ele é o Salvador, o caminho, a luz que vem para o mundo.
Temos de ter muito cuidado, temos de ser seta, sinal que aponta às pessoas o caminho da salvação, que é Jesus. Mas não podemos querer que as pessoas parem em nós. Eu não posso querer que as pessoas parem em mim, que se prendam a mim, que sigam o caminho de Deus por causa de mim e tenham em mim o ponto de parada ou chegada. Assim, vale também para o cantor, para o padre que é o pastor, que é líder. Não podemos parar nas pessoas, pois elas precisam ser para nós um sinal.
É verdade que existem os maus e bons sinais ao longo do caminho, e precisamos seguir os bons sinais. Mais do que segui-los, precisamos ser um bom sinal na estrada, temos que sinalizar para as pessoas por onde elas devem ir, e que, de fato, não devemos parar, estacionar ao longo do caminho.
Devemos levar as pessoas até Jesus, para que O conheçam, para que se entreguem a Ele, a fim de que façam o que João fez: transformou Jesus na luz da sua vida.
João era uma voz, mas não era a Palavra. João era a voz por onde a Palavra de Deus chegava até as pessoas. Temos o canal vocal de onde nossa voz sai, mas a palavra não deve ser nossa, e sim de Deus! Devemos ser, realmente, para os outros um canal que comunica a Palavra de Deus, para que ela chegue aos corações.
Às vezes, preocupamo-nos muito com a nossa opinião, com nossa palavra e vontade. Aquele que se põe como instrumento de Deus faz-se voz d’Ele para que Sua Palavra chegue ao coração das pessoas.
João se fez humilde, dilatou seu coração, foi um homem penitente para que as pessoas não parecem nele, mas para que chegassem até Deus.
Quando nos fazemos menor, quando a humildade toma conta do nosso coração, as pessoas não param em nós, mas olham para nós e chegam até Deus por nosso intermédio.
Que sejamos para o mundo sinais vivos de que Deus está no meio de nós!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Oração Final
Pai Santo, ajuda-nos a compreender o mistério de João Batista. Ele acreditou nas promessas que fizeste, Pai amado, aos Patriarcas e se preparou com uma existência sóbria e confiante para discernir o momento de sua realização. Que também nós saibamos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese em 15/12/2016


QUE O MENINO JESUS NASÇA


TODOS OS DIAS EM SEU CORAÇÃO.


Nenhum comentário:

Postar um comentário