ANO C

Lc 24,46-53
Comentário do Evangelho
Promessa do envio do Espírito Santo
É a ascensão do Senhor que lhes permite afirmar que ele, por sua ressurreição, está junto do Pai, sentado à sua direita. Tanto no Evangelho de Lucas como nos Atos dos Apóstolos, que é a segunda parte da obra lucana, o relato da Ascensão é precedido da promessa do envio do Espírito Santo e da missão confiada aos discípulos de serem testemunhas de Jesus Cristo (Lc 24,47-49; At 1,8).
Se o Evangelho dá uma breve notícia, dizendo simplesmente que “afastou-se deles e foi levado ao céu” (Lc 24,51), os Atos dedicam um espaço maior à ascensão (At 1,9-11).
O Cristo Ressuscitado continua a ter palavra e a ensinar os apóstolos, mas não de viva voz, e sim pelo Espírito Santo, que faz na comunidade dos discípulos a memória de Jesus, atualiza e esclarece suas palavras e move ao testemunho. Pela ação do Espírito, a presença do Senhor podia e pode ser sentida e reconhecida em todos os âmbitos da vida. É no cotidiano da existência humana que o Senhor se deixa encantar. A sua “elevação” é sentida em todos os lugares e em todo tempo.
Os três versículos que narram a ascensão nos Atos têm por finalidade instruir os discípulos. Em primeiro lugar, a ascensão é uma profissão de fé: tendo ressuscitado dos mortos, Jesus Cristo foi elevado ao céu. Nesse sentido, o relato não se oferece ao exercício ótico nem deve aguçar a imaginação, perguntando-se como se deu esta elevação. A imagem apresentada é ajuda para a intelecção da fé.
Em segundo lugar, o relato da ascensão visa responder à pergunta pelo onde e como encontrar o Ressuscitado elevado ao céu. O verbo “elevar” no passivo – “foi elevado” (v. 9.11), chamado de passivo divino, indica que foi Deus, o Pai, quem o elevou. “Uma nuvem o envolveu” (v. 9). A nuvem é, na tradição bíblica, símbolo da presença de Deus (ver: Ex 13,22). Jesus entra no mistério de Deus; no que é seu, antes da criação do mundo.
Os dois mensageiros celestes auxiliam na compreensão do mistério: “Esse Jesus que vocês viram ser elevado ao céu, virá, assim, do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (v. 11). Agora, não depois, o modo da presença de Jesus Ressuscitado é envolto no mistério. Ele se oferece para o reconhecimento na nossa própria humanidade e nas vicissitudes do tempo e da história: “Por que ficais parados, olhando pra o céu?” (v. 11). Neste novo tempo é a fé que permite ver.
Na fé a “elevação” de Jesus não é sentida como ausência, mas como uma forma de presença. O fruto desta presença é a alegria: “Em seguida olharam para Jerusalém, com grande alegria” (Lc 24,52).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito que nos move a ser testemunhas, faze-me sempre mais ativo na missão que o Senhor me confiou: proclamar a salvação a toda a humanidade.
FONTE: Paulinas em 12/05/2013
Vivendo a Palavra
Para mergulhar no Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, mais do que da presença física de Jesus os discípulos precisavam ser revestidos da Força do Alto que o Mestre prometia. Também para nós, sua Igreja, é o Paráclito que revela o inefável Mistério Trinitário do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/05/2013
Meditando o Evangelho
ELEVADO AOS CÉUS
A conclusão da caminhada terrena de Jesus corresponde ao início da missão dos apóstolos. A subida aos céus, de forma alguma colocou um ponto final na missão do Mestre. Pelo contrário, esta missão seria levada adiante por aqueles que o acolheriam na fé, e se colocariam a serviço do Reino.
O convite para a conversão e o anúncio do perdão dos pecados tiveram início em Jerusalém. Este mistério divino de salvação está indissociavelmente ligado à pessoa e à ação de Jesus. Ele conquistou-nos a salvação por sua morte e ressurreição, vividas na mais absoluta fidelidade ao Pai. Por este caminho, a dinâmica do pecado, tendo a morte como consequência, foi desarticulada. E, ao ser humano foi franqueado um caminho de libertação.
Toda a vida e o ministério de Jesus estiveram a serviço da libertação, nas suas diferentes versões: libertação do pecado e do egoísmo, dos preconceitos sociais, da morte, da doença, da fome, da opressão do espírito maligno. Assim, instaurou-se, no coração da humanidade, o grande dom oferecido por Deus à humanidade, vitimada pelo pecado.
Agora, compete aos discípulos levar adiante esta missão, até os confins da Terra. Nem um só ser humano deveria ser privado da graça salvadora, comunicada por meio de Jesus. Portanto, a ascensão não deve dar margem para saudosismos, mas levar à ação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito que nos move a ser testemunhas, faze-me sempre mais ativo na missão que o Senhor me confiou: proclamar a salvação a toda a humanidade.
HOMILIA DIÁRIA
Testemunhemos a presença de Jesus entre nós
Não deixemos de ser testemunhas vivas e dizer, em alto e bom som, que Jesus está entre nós
“Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu.” (Lucas 24, 48)
Celebramos, hoje, a Ascensão do Senhor ao Céus, após Ele permanecer entre nós por 40 dias, para nos fazer recordar de coisas que Ele mesmo nos ensinou durante Sua vida entre nós. Agora, ressuscitado, Ele ressuscita em nós todos os sentimentos que ficaram confusos e perdidos com Sua morte.
O Senhor traz vida nova aos nossos corações e, uma vez que está subindo aos céus entre aclamações, por anjos que tocam trombetas, Ele nos abençoa. Que graça sublime! O Senhor estende Suas mãos sobre nós e derrama Sua bênção sobre nossas vidas e nossos corações. O Jesus que nos abençoa é o mesmo que nos envia para sermos testemunhas d’Ele!
Sabemos que alguém só pode testemunhar aquilo que viu, que presenciou e fez a experiência. O que estou lhe contando não é algo que me contaram, mas que eu mesmo experimentei em minha vida. Eu vi o Senhor! Não O vi de forma física, com meus olhos carnais, mas O vi agindo em minha vida. Desse modo, preciso testemunhar aquilo que o Senhor disse, fez e faz no meio de nós, porque nós somos testemunhas de Suas obras!
Não deixemos de testemunhar, de sermos testemunhas vivas e de dizer, em alto e bom som, que Jesus está entre nós. O próprio Senhor envia sobre nós o Seu Espírito, é Ele que envia Aquele que o Pai prometeu para que tivéssemos força, para que fôssemos realmente tomados pela graça do Alto, para testemunhar aos outros que Jesus está entre nós.
Irmãos e irmãs, comuniquemos uns aos outros a bênção que o Senhor nos comunicou, a ordem que nos deu de testemunhar o Seu amor entre os homens. Testemunhemos com a nossa vida!
Sejamos testemunhas vivas do amor de Deus no meio de nós!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
REFLEXÕES DE HOJE
08 DE MAIO DOMINGO
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/
Liturgia comentada
Vós sois as testemunhas… (Lc 24,46-53)
Eles conviveram com Jesus cerca de três anos. Agora, o Senhor volta ao Pai e deixa-lhes uma pesada missão: dar testemunho de tudo o que viram e ouviram, os gestos e as palavras do Salvador. Como ser testemunha de Jesus? Quem nos dá a resposta é o monge cisterciense André Louf:
“Para dar um testemunho válido sobre alguém, é preciso conhecê-lo por dentro, seria quase necessário compartilhar a vida dele. Tal é o caso de Jesus. Ele diz a Nicodemos: ‘Nós falamos daquilo que sabemos e atestamos aquilo que vimos’ (Jo 3,11).
Para este testemunho, existe ainda outra condição: que ele seja recíproco. O Pai, por sua vez, dá testemunho em favor de seu Filho: ‘Eis o meu Filho bem-amado, no qual está todo o meu amor. Escutai-o!’ (Mt 3,18)
O testemunho do Espírito Santo, que virá continuar a obra de Jesus procederá do mesmo mistério de intimidade e de reciprocidade. Ele foi anunciado e prometido por Jesus, mas, por sua vez, ele recordará tudo o que Jesus tinha dito.
Sem este mistério de intimidade e de comunhão entre as três Pessoas, não haveria Evangelho, não existiria nenhum testemunho válido. É que, sem amor, ninguém é testemunha. Só o amor é digno de fé.
Por seu lado, os cristãos que são testemunhas de Jesus, também eles não o podem ser sem o amor. A qualidade de seu testemunho dependerá de sua proximidade com Jesus: ‘Vós também sereis minhas testemunhas, porque estais comigo desde o começo’ (Jo 15,27). Isto era particularmente verdadeiro para as testemunhas oculares e privilegiadas de sua morte e de sua ressurreição, que não cessarão de apoiar-se nessa proximidade imediata para anunciar a boa nova: ‘Aquilo que nós ouvimos, o que vimos com nossos próprios olhos, aquilo que nossas mãos têm tocado do Verbo de vida, nós o temos visto e damos testemunho’.
Para aqueles que não viram com os olhos da carne, esses contatos misteriosos e íntimos com Jesus, sem os quais ninguém saberia ser testemunha dele, estão alicerçados na fé. ‘Bem-aventurados aqueles que não viram, mas creram’ (Jo 20,29). Como crer, senão depois de ter percebido de algum modo, em seu coração, o misterioso testemunho dos Três?
Ser testemunha de Jesus é tê-lo visto com os olhos da fé, ter partilhado de sua intimidade, ter escutado o testemunho de seu Espírito na oração, em uma palavra, possuir em nós a Jesus e todo o amor com que o Pai o amou.”
Não é propaganda. Não é retórica. Não é marketing. É uma questão de amor…
Orai sem cessar: “Ai de mim se eu não anunciar a Boa Nova!” (1Cor 9,16c)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
Oração Final
Pai Santo, que revelando o Filho e o Espírito Santo nos indicas a Comunidade Divina como modelo para construirmos as relações humanas, ajuda-nos a vencer o individualismo e o egoísmo para seguirmos, neste planeta encantado que nos emprestaste, o exemplo do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/05/2013

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