O
distintivo dos altos funcionários etruscos era uma pesada cadeia de ouro ao
redor do pescoço chamada "torques", certamente porque retorcida, do
verbo latino torques (torcer) daí deriva o nome de Torquato, que foi usado no
tempo dos romanos. Entre os santos existe um Torquato muito antigo, que viveu
exatamente no século I. Seu culto é bastante popular na Espanha, onde é
considerado um dos antigos evangelizadores da península ibérica.
Conforme a antiguíssima tradição espanhola, os apóstolos Pedro e
Paulo, em Roma, ordenaram sacerdote Torquato e mais 6 companheiros, enviando-os
à Espanha, ainda pagã, para convertê-la a fé. Desembarcando em Cádiz, os 7
apóstolos começaram a pregar e sobretudo a operar milagres, que lhes valeram a
admiração e o respeito. As conversões se multiplicaram e Torquato ficou na
cidade de Cádiz, da qual tornou-se e primeiro bispo. Os outros se dirigiram
para outras cidades da Espanha meridional: Vergium, Ávila, Portillo, Elvira,
Gibraltar e Andújar.
Não se sabe de que maneira os sete missionários, e em particular
Torquato, encerraram a sua vida. Sabe-se, porém, que o seu culto é muito antigo
e vivo na Espanha, nas diversas cidades já mencionadas, que se orgulham de
tê-los como fundadores de suas igrejas e padroeiros. Em Cádiz, uma antiga
igreja é dedicada a S. Torquato. O seu corpo se encontra no mosteiro de São
Bento, perto de Orense, na Galícia. Há quase 20 séculos ele é honrado como o
primeiro da imensa fileira de cristãos que levaram a luz do Evangelho à
Espanha, fato que não tem confirmações documentais, mas só o peso de sua
tradição.
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